A Grande Queda escrita por BobV


Capítulo 9
Morte Rastejante


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo curto pra mostrar que a historia ainda ta viva e saindo da UTI. kkkkkkkkkk



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Um par de olhos esmeralda se estreitou ao avistar os dois homens que conversavam em uma língua estranha na mesa do restaurante. A dupla degustava um prato de Dan Dan Mian sem qualquer preocupação do que acontecia ao seu redor. 

— São eles? — Perguntou sem nem ao menos desviar o olhar. 

— Sim, senhora. — Um mulher franzina de meia idade respondeu. Ambos se espreitavam atrás do portal que separava a cozinha do restaurante dos outros cômodos. — São eles que estão rodando a cidade procurando informações sobre Jusenkyo e as Juketsuzoku. 

— Fez bem em me avisar. 

— O estrangeiro mais velho fala nossa língua de forma fluente. O mais novo não parece saber nenhuma palavra. 

— Disseram algo mais? O por que de estarem nos procurando? 

— Não Senhora. Disseram apenas que queriam chegar lá o mais rápido possível. 

— Tudo bem. Pode deixar que eu cuido daqui em diante. 

————— 

— Eu não acredito que ninguém tenha qualquer tipo de informação para nos dar! — Akane, ou melhor, Shiki, comentou com evidente irritação na voz ao fechar a porta do quarto onde estavam hospedados. — Eu sei que a China é um território enorme e tal, mas isso seria o mesmo se alguém no Japão não soubesse onde fica o Monte Fuji! 

— É realmente estranho que ninguém saiba de nada. — Nodoka, agora conhecida como Kenshin, concordou. — Parece que na verdade ninguém quer é falar sobre o assunto, como se alguém tivesse dado algum tipo de aviso. — Ponderou com a mão no queixo. — O recepcionista daqui do hotel pareceu nervoso quando lhe fiz uma pergunta. A atendente do restaurante teve quase a mesma reação. 

Akane franziu o cenho, olhou em volta do quarto como se procurasse por algo suspeito, inclinou a cabeça na direção do sogro e sussurrou com uma mão próxima a boca: 

— A senho- o senhor acha que nos descobriram? 

— Acho difícil. Até agora não tivemos nenhum incidente de transformação com água quente. A única vez que voltamos a nossa forma original foi aqui mesmo no quarto do hotel. — Nodoka foi até a janela e fechou as cortinas para a privacidade das duas. 

— O que pode ser então? 

— Eu não sei, mas sugiro ficarmos atentas. Em se tratando delas, podemos esperar qualquer coisa. — A matriarca em forma de homem dirigiu-se ao banheiro onde poderia relaxar por alguns minutos em seu corpo original. 

— Eu não estou gostando disso. Parece que não fizemos nenhum progresso desde que chegamos! 

— Eu sei como você se sente, Akane. — Nodoka continuou a conversa de dentro do banheiro. — Eu também quero achar o meu filho o mais rápido possível e dar uma lição na vaca da Cologne. Mas precisamos ser cuidadosas. Não temos noção alguma da situação atual. Amanhã partiremos em direção ao norte. Talvez lá tenhamos mais sorte. 

— Por que não vamos direto pra Jusenkyo? De acordo com Genma o vilarejo não fica muito distante do vale. 

— Eu preferiria não ficarmos a esmo perto do local. A chance de sermos detectadas é bem mais alta. Se soubermos a localização exata do vilarejo ficará bem sabermos o que está acontecendo e onde Ranma se encontra. Apesar de esse ser o nosso destino, eu rezo pra que não o encontremos lá. 

— 

Akane entrou no banheiro assim que Nodoka terminou o seu banho. Ela aproveitou bem a oportunidade (uma vez que sob orientação da sogra, permanecia grande parte do tempo na sua forma amaldiçoada) para voltar a ser mulher. 

— Aaah! — Suspirou aliviada ao sentir a água quente do chuveiro correr pelo corpo e reverter seu corpo para a forma presente em sua certidão de nascimento original. 

A sensação de voltar a forma original depois de um dia inteiro era quase sedante. Só de pensar que seu noivo Ranma vinha encarado essa maldição por mais de dois anos a fez simpatizar mais ainda com ele. Isso é, claro, sem contar as duas vezes em que ele ficou impossibilitado de voltar a sua forma de homem. 

Se transformar em homem não foi tão ruim como ela acreditou que seria. É claro, se tivesse que escolher um dos dois, sem sombra de duvida optaria por continuar sendo mulher. 

Tudo parecia diferente no novo corpo: Seu equilíbrio, alcance, velocidade e força estavam bem diferentes do que ela estava acostumada. E não só sua habilidades relacionadas a luta estavam diferentes. Ate mesmo coisas simples como andar ou segurar um objeto com as agora mãos largas eram experiências novas. Ainda assim era estranho não sentir o peso dos seios no tórax e subitamente ter um apêndice entre as pernas. 

Uma coisa, no entanto, a preocupava mais que tudo naquele momento: Como Ranma estava. 

Mais de dois meses havia se passado desde a separação. Era difícil aceitar que justo quando eles finalmente tiveram a oportunidade de ficarem juntos, foram forçados a se separar por causa de uma velha ardilosa. 

Akane sentiu o sangue ferver só de pensar no que Cologne fez e no que estava disposta a fazer para conseguir o que queria. 

— Ela ameaçou minha família e me separou do Ranma. Não importa o que eu tenha que fazer ou o quão longe eu tenha que ir, eu vou ter minha vingança, Cologne. — Prometeu a si mesma com o punho cerrado. 

Seus pensamentos então se voltaram para o herdeiro da escola Saotome. Ela sentia muita falta dele. Embora curto, o tempo que passaram juntos foi o melhor de sua vida. Ela ainda se lembrava o quão passional e o gosto dos lábios do amado nos momentos íntimos que compartilharam juntos. 

— Ranma... Eu espero que você esteja bem onde quer que esteja. 

 ------ 

Naquele mesmo momento o foco dos pensamentos da mulher amaldiçoada abria os olhos. 

Seus ouvidos captaram os sons em intervalos constantes além das grades que o prendiam. Passos. Duas pessoas. Pela intensidade como o primeiro toca chão alguém com pouco massa. Cologne provavelmente. A segunda parece ser alguém grande e pesado. 

A porta da cela se abriu e sem surpresa alguma, Cologne surgiu diante de seus olhos. Acompanhando-a, veio a maior e mais larga mulher que já tinha visto na vida. 

— Como está se sentindo, genro? —Perguntou mais como uma forma de iniciar a conversa do que por qualquer outro motivo. Afinal de contas, sabia exatamente da situação que ele se encontrava. 

— Bem, obrigado. — Replicou tentando ser o mais sarcástico possível. Não tenho nada a reclamar — Ranma mexeu os pulsos presos com as algemas — da instalações do seu hotel cinco estrelas ou da maneira como seus empregados estão me tratando. Tudo está perfeito, múmia.  

— Fico feliz de saber disso. — Cologne ignorou o insulto. — Agora, você pensou na resposta da proposta que eu lhe fiz? 

— Ah, então foi por isso que você trouxe essa montanha ambulante? Pra tentar me persuadir? Me desculpe, velhinha, mas meu gosto é por mulheres menos... Robustas. Sem ofensas. — Emendou rapidamente assim que viu a mulher dar uma passo a frente. 

— Antes de me dar sua resposta, quero deixar bem claro que essa é sua última chance. — A anciã bloqueou o avanço da mulher mais nova com seu cajado. 

— Ah, sim. É claro, nada domo um pouco de intimidação. Sabe, sempre me disseram que fora do campo das artes marciais eu não sou muito inteligente. Então não sei se minha resposta é a correta. 

— E qual ela seria? 

— Depois de pensar muito, na verdade eu nem pensei mesmo, minha resposta é... — Fez um pouco de suspense. —... não. Não irei me juntar a sua tribo. 

Cologne suspirou, claramente decepcionada com a resposta que lhe foi dada. 

— Você fez sua escolha, Ranma. Agora arque com as consequências. 

—------ 

Akane gostaria ter ido dormir como mulher naquela noite. Um desejo simples em vista das últimas horas em que teve passar como homem. Os deuses ou qualquer outra entidade, no entanto, decidiram fazer uma pequena demonstração do seu senso de humor distorcido: Assim que Akane saiu do banheiro, cruzou com Nodoka carregando um copo d'água. Conhecida por sua fineza, foi no mínimo estranho ver a matriarca tropeçar e espirrar parte do conteúdo do copo no rosto de Akane, ativando assim a maldição da jovem Tendo. E como não há nada ruim que não possa piorar, a jovem descobriu que o chuveiro com água quente parou de funcionar repentinamente. 

Sem paciência e vontade para descer até recepção ou cozinha em busca de algum liquido quente o suficiente para satisfazer seu desejo, o caçula da família Tendo decidiu ir dormir como homem mesmo. 

—-- 

Na calada da noite uma das portas de um dos quartos do sexto andar foi aberta de maneira sorrateira. Um pessoa entrou caminhando como uma névoa rasteira que se espalha pelo chão e domina o ambiente sem fazer qualquer ruído. Os pés tocavam o solo como penas e os olhos treinados não tiveram dificuldades para encontrar o alvo naquela breu do quarto. 

A mão não titubeou ao retirar o punhal da proteção de couro pendurada na cintura. Os olhos frios não piscaram por um segundo sequer a medida em que a arma era elevada acima da cabeça. 

Um grito ecoou daquele quatro e rapidamente foi silenciado. De tão rápido, quem quer que o tenha ouvido achou que não foi nada além da imaginação. 


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Notas finais do capítulo

Desculpem por qualquer erro.
A calmaria ta acabando. Logo, logo as coisas vão ficar mais intensas.



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