A Volta dos Primordiais escrita por Qualquer Coisa


Capítulo 2
Primeiro Capítulo - Glory Day


Notas iniciais do capítulo

- Se vamos postar, então está aí o primeiro capítulo. Vale notar que estou digitando pelo celular e passando para o PC, se houver um erro de português (ainda mais na pontuação e acentuação q-q') avisem-me.



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– 07:50h AM -

O dia estava lindo de mais para podermos descobrir a tamanha desgraça que cairia sobre o Acampamento. Era uma manhã de terça-feira quando eu acordei aos sons de gritos eufóricos e animados. Ouvi gritarem o nome de Clarisse inúmeras vezes e resolvi ver o que estava acontecendo. Quando apareci na janela de meu chalé, vi o quinto chalé, o chalé de Ares, em festa.

– O que esta havendo? - Comentei comigo mesmo e uma voz de traz se manifestou.

–É a festa de despedida para Clarisse.

Ah, claro, aquela missão ao Tártaro. Eu pensei tanto que não consegui desviar do travesseiro que Hector me jogou.

– Afinal, até quando pretende ficar aqui? Você deveria estar no seu chalé. - Disse, ao recolher o travesseiro do chão.

– Você, Hector, já é velho de mais para dormir no chalé dos outros.

– Há! Você é tão egoísta. Tem um chalé inteiro só para você e não vai dividir com seu amigo?

Certamente é isso, eu não sou egoísta. Só não acho possível um cara tão abusivo e relaxado como o Hector estar noite após noite no meu chalé. Conheci Hector nos meus primeiros dias no Acampamento e parece que ele não mudou em nada, é o mesmo cínico de sempre. Aliás, ele é filho de Apolo, o deus-sol. Além de cabelos loiros, Hector possui um bronzeado perfeito que acaba por realçar seu olhar hipnotizador, mas não se deixe levar por isso, ele é um tremendo encosto.

– Você nunca muda. Vamos, vaza do meu chalé. - Joguei o travesseiro contra ele. - Está me atrasando.

– Atrasando no quê? Pode se trocar, não vou olhar. - Ele pegou o travesseiro e pôs no rosto, sorridente. - Cinderela.

– Babaca.

– Hahahaha. Eu não resisti

– Você não poderia dormir no chalé de Apolo como todos os seus meio-irmãos?

– Eu gosto de espaço e lá é cheio de mais. Aproposito, peguei alguns trocados.

– Hector, eu preciso!... - E ouvi a porta fechar. Era sempre assim: ele vinha, dormia no meu chalé e, no dia seguinte, levava meus dracmas. Estou cansado de bancar o dono de hotel e ser roubado pelo meu hospede sempre que amanhece.


– 10:20h AM -

Troquei de roupa após escovar meus dentes e fui para o pavilhão. Os filhos de Ares estavam mesmo eufóricos, já fazia duas horas e eles ainda estavam gritando. Ao caminho, vi Diana nos estábulos; Hector treinava no campo de treinamento com seu arco e pude ver algumas ninfas próximas dele. Quando cheguei ao pavilhão, vi Quiron com Dionísio próximos a fogueira. Uma boa coisa de ser filho de Tique é que você sempre chega na hora em que você pretende chegar, sem atrasos e sem complicações. O mal disso é que, na maioria das vezes você chega na hora em que a coisa realmente está feia. Ouvi Quiron dizer sobre Nyx, a real função do qual Dionísio estava indo ao ponto mais fundo do inferno e o porquê de semideuses estarem envolvidos nesta missão suicida. Sacrifício? Quando recuei, Dionísio me avistou.

– Senhor Midas, aonde pensa que vai? - Sua voz era tenebrosa, apesar da sua aparência apontar o contrário.

– Miller, Senhor D.- Ainda não me respondeu, Senhor Midas.

– Vim tomar meu café, senhor. - Tentei parecer mais firme, mas acho vacilei quando sorri desconfortavelmente.

– Hum, certo. Quiron, terminaremos nossa conversa depois. Irei me preparar. - E, em um abafado estouro de cheiro frutífero, Dionísio sumiu. Ouvi os cascos de Quiron baterem no chão, ele vinha em minha direção mas passou direto. Consegui ver seu olhar pensativo e uma digna expressão de aflição.

Vai acontecer alguma coisa, eu sei disso. Busquei não me importar, apenas tomei meu café e fui às tarefas. Não há coisa boa para quem tem o sangue divino nas veias - ou será que tem?– então, você é atacado por monstros que querem come-lo e logo conhece o Acampamento Meio-Sangue e pensa: "Ôh, serei tratado como um deus." Certo? Errado. Você se torna o peão dos deuses e obrigatoriamente tem que completar as tarefas dadas por Quiron para manter o funcionamento do Acampamento. Por exemplo, o chalé de Nêmesis é responsável pela ordem nos treinos - se você é um desavisado e está fazendo graça, faça escondido, não queira tomar um sermão de um filho da deusa do equilíbrio - e a limpeza das áreas de treinamento. Apolo? É responsável, às vezes a limpar a Casa Grande, às vezes a cuidar dos bosques assim como os filhos de Deméter. Aí você pensa: "E o chalé de Tique?" Bem, nos do chalé de Tique somos responsáveis por exatamente, um enorme e chamativo, nada. "Como assim?" Tique é a deusa da sorte, da riqueza, dos jogos de sorte e azar. Logo, não temos muitas habilidades para demonstrar e só precisamos ficar por perto para dar "sorte". Somos, praticamente, amuletos.

– 16:30h PM -

Lá estava eu, observando o céu no chão do bosque quando ouvi a voz de Diana surgir entre as matas. Ela sorriu ao me ver e se aproximou. Após a mata se fechar em suas costas, Hector veio logo atrás, acompanhado por Heitor e Franklin.

– Uma reunião? - Sorri ao vê-los, contente.

Diana, filha de Hécate. Uma garota sensata, séria e de cabelos avermelhados. Na maioria das vezes anda com uma franja cobrindo os olhos caramelados qual Heitor, o filho de Ares, odeia. Ele diz que cobre sua beleza. Franklin, o filho de Hypnos, o deus do sono, vive de olhos fechados e quase nunca sai do chalé. É um garoto complicado de se lidar, mas é um gênio quando age com consciência. Dotado por uma aparência angelical, Franklin possui olhos esverdeados e uma cabeleira embranquecida, como se ele fosse um velho com apenas dezoito anos. Heitor, apesar de ser filho da guerra, não age com tanta brutalidade e isso acaba por realçar seu jeito meigo. Possui olhos escuros e uma pele pouco afetada pelo sol, os cabelos são de coloração acastanhada e meio enrolados. Diana diz que sua "meiguice" é de dar nojo, o que dá não para entender. Hector foi o primeiro semideus que conheci, por isso é meu melhor-amigo. Já os outros, Diana, Heitor e Franklin, conheci no verão seguinte, em uma caça a bandeira. Heitor tinha se machucado e Diana estava de guarda enquanto Franklin dormia inocentemente no chão. Eu fui ajudar, mas o que ela não sabia é que eramos do mesmo time. Acabei por me machucar e fui para a enfermaria, qual me visitaram horas depois. Desde então, vinhemos nos encontrando com frequência pelo Acampamento.

– Hector disse que você estaria aqui. - Diana disse séria e sem demonstrar ânimo na frase. - Podemos começar?

– Começar com o quê...? - Franzi o cenho, confuso.

– Esqueceu? Vamos fazer um juramento. - Hector olhou aos redores enquanto falou. Heitor pôs a mão sobre meu ombro.

– Você esqueceu? Cara, Hector vai sair em missão. Precisamos nos manter juntos.

Como eu pude esquecer? Hector foi um dos escolhidos para a missão e acabou por aceitar sem hesitar. Eu, pessoalmente, não acho que isso seja uma boa ideia.

– Desculpem, eu esqueci. Então, vamos lá? - Disse encarando Diana.

– É, vamos logo com isso. Estou com pressa.

Por um momento, o silêncio dominou a ocasião e todos nós nos encaramos após darmos risadas. Ninguém sabia como fazer aquilo, mas logo o chão tremeu e um circulo de fogo mágico nos englobou, aproximando-nos para o centro. Percebi os olhos roxos de Diana que brilhavam com intensidade naquele momento.

– Jurem pelo Rio Estígio... - Sua voz emitiu ecos incomuns, como se fossem duas pessoas. - Que estaremos juntos novamente algum dia.

– Nos juramos. - Apesar do medo, até Franklin disse com certo receio na voz. Ouvimos um relâmpago retumbar nos céus, apesar de tudo estar claro. O circulo de fogo mágico apagou-se sem dar danos à terra frutífera, vi Diana esboçar um sorriso em face enquanto cruzou os braços na frente do tórax.

– Medrosos.

– 20:00h PM -

Aquela gritaria no chalé de Ares foi apenas o começo. Na caça à bandeira, eles tiveram a ousadia de derrubar a maioria dos semideuses com golpes quase-mortais. Quiron, obviamente, não sentiu-se feliz com isso, mas logo reconsiderou. "É um jogo de luta, de guerra, a representação estratégica da vida lá fora. Bom trabalho, semideuses. Vocês todos foram ótimos." Quando voltávamos para o pavilhão, tive a sensação de estar sendo vigiado, logo mais perdi meu equilíbrio. Hector surgiu à minha direita, segurando-me pelo tronco em um abraço amigável.

– A caça foi de mais para você? - Ele zombou de mim, ofegante.

– Sempre tão engraçado. - Retruquei com sarcasmo, enquanto me recompus de pé. - Afinal, aonde esteve? Eu estava precisando de você àquela hora.

– Hãn.. Bem.. Tive um probleminha no caminho.

– Mas eu te dei a moeda! - Gritei, agora frustrado.

– Opa, opa, não grita comigo só porque sua moeda não fez efeito. Você, de repente, não tem mais sorte.

– Eu o quê?

– Ei, meninos! Parem com isso!

Antes que conseguisse me virar, um braço passou por volta do meu pescoço, igualmente ao de Hector. Jennifer surgiu entre nos dois, apoiando-se sobre nossos pescoços com um sorriso empolgante. Ela era filha de Afrodite, talvez a única que fosse tão gentil e amigável. Sua cabeleira ruiva cobria parte do ombros e costas, sempre usando uma touca rosa na cabeça. Jenny aparentava ter um senso de "empolgação" fora do normal, talvez fosse isso que a torne diferente das demais.

– Estão sabendo? - Ela disse, soltando-nos.

– O quê? - Eu e Hector brandimos em uníssono.

– Dionísio quer os participantes da missão na Casa Branca, imediatamente. E, Zac, ele quer você lá também. Disse que precisa de muita sorte. - Ela sorriu e, por fim, puxou eu e Hector pelos braços.

Seja lá o que for, sorte não é a única coisa que ele pretende arrancar de mim. Se ele sabe que eu ouvi, fará o possível para me manter em silêncio.


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Notas finais do capítulo

- Finjam que aqui tem uma nota final maneira x-x'

— Obrigado por terem lido /o/



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