A Alma escrita por Julie Stew


Capítulo 15
Veredito final


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de pedir desculpa pela demora. Mais eu amo muito vocês e estou escrevendo pelo IPad então me perdoem por favor!



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Capitulo 13

Sabe quando sentimos que nos mundo vai acabar? Bom eu me sinto assim agora. Faltam três dias para Justin se tornar uma alma.

Em apenas três dias eu mataria meu próprio irmão, e eu sacrificaria tudo aquilo que eu amava. Justin era a única família que eu tinha, a última parte de esperança que sobrara em mim. Ele era tudo.

– Estando com essa cara emburrada ou não a mamãe não vai mudar de ideia. - Bia diz assim que entra em meu quarto.

– Eu sei!

– Então melhore essa cara e vá sair com ele. Sei que você está se lamentando mais uma hora isso iria acontecer mesmo.

– Quem sabe amanhã eu faça algo. Agora eu só quero me tornar parte de minha cama.

– Tudo bem- ela concorda e sai.

Não sei quanto tempo passou até que eu escutasse um ruído de pés vindo na direção do meu quarto.

– Vá embora - falo antes que alguém entre.

– Porque você está assim, Lie? - escuto a doce e melodiosa voz de Justin.

– Por nada meu amorzinho. Venha aqui comigo. - digo estendendo meus braços.

Ele corre em minha direção e eu começo chorar.

– Por que você está chorando?

– Por nada.

– É pelo mesmo motivo que Bia esta brigando com a mamãe?

– Bia esta brigando com a mamãe? Por que?

– Por minha causa, eu acho! Elas falavam meu nome é achavam que eu não percebia.

– Sinto muito! Talvez não seja por isso.

– Posso dormir com você? - ele pergunta e percebo que ele esta vestindo seu pijama preferido segurando o urso que Austin havia me dado de presente de aniversário.

– Claro que pode.

Abro espaço para que ele se deite do meu lado e sinto seu cheiro infantil, passo as mãos por seu belo cabelo loiro, pois talvez aquela seja a última vez que eu faça isso. Bia esta certa, penso, não adianta eu ficar deitada o dia todo evitando o que estava por vir isso não iria mudar nada. Eu tinha que aproveitar esse escasso tempo com Justin, abraço-o com mais força ao lembrar disso.

– Posso dormir aqui também? - Bia sussurra para mim.

– Pode. - como ela havia chegado ali e eu não escutei? Não importa!

– Sei que você acha que eu não ligo para o que vai acontecer, mas eu ligo e muito!

Ele é meu irmão também, só teremos que nos acostumar com isso e eu sei que será difícil então pare de me matar com esses olhar.

– Você está mais tranquila porque não é você que irá matá-lo!

– Mamãe está irredutível e eu não sei o que fazer, ela afirma que você se comprometeu com isso então terá que cumprir sua parte.

– Gostaria de dizer que ela está errada, mais ela não está.

– Melhor você dormir amanhã será um dia cheio. Boa noite.

– Boa noite.
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As últimas setenta e duas horas passaram voando e o "grande" dia havia chegado. Hoje eu teria que cumprir minha promessa.

– Olá Jus! Vamos dar uma volta? - escuto a mamãe perguntar e sinto minha garganta ficar seca.

– Claro! A Lie também pode ir?

– Pode sim! Vá chamá-la.

Ele corre para meu quarto e me pergunta se eu gostaria de ir e eu gostaria de dizer que não mas sou obrigada a aceitar. Nunca o caminho até a instituição de cura em que eu trabalhava foi tão rápido, a cada segundo eu olhava para Jus tentando guardar seu sorriso avassalador, seus olhos encantadores e sua risada infantil. Ele estava indo embora! Eu queria gritar, minha cabeça rodava só com a ideia de não poder mais brincar ele, eu não podia perdê-lo! Não, eu não podia! Sinto as lágrimas correndo por meu rosto, eu iria matá-lo!

– Por que você está chorando de novo? - ele me pergunta e eu ouço pela última vez sua doce voz.

– Por nada. Eu trouxe seu suco preferido, tome-o.

Ele pega a garrafa da minha mão e na medida em que ele toma seus olhos começam a cair ,pendendo de sono, eu havia colocado Dormir em seu suco.

– Chegou a hora - mamãe diz.

Eu o tiro de sua cadeirinha e aconchego-o em meus braços eu te amo, murmuro.

A inserção é um processo tão simples que eu poderia fazê-lo até de olhos fechados, e eu o fiz com o coração na mão, pois essa inserção não era como as outras nesta eu estava matando alguém que amava.

– Pronto! - digo assim que termino. Saio correndo da sala de inserção e deixo que os outros curandeiros cuidem daquele corpo, deixo que eles cuidem do que já foi meu.

– Posso falar com você? - Darren, um assistente de cura, me pergunta.

– Claro. Algum problema? - questiono enquanto ele fecha a porta.

– Você foi muito corajosa.

– O que?

– Sua atitude é considerada necessária para nossa espécie, mas para mim ele é algo a ser tomado como quase a perda de uma guerra.

– Porque você acha isso?

– Conheço a sua história!

– Todos conhecem já que estive em muitos planetas.

– Não essa historia! Estou falando da sua história com os resistentes humanos. Eu sei eu você foi uma das colonizadoras desse planeta e sei que você permitiu que um pequeno grupo de humanos resistisse por um tempo e também sei que esse humanos que você acobertou resistiram e estão dando trabalho para os Buscadores até hoje. E sei que o que você fez hoje foi tão doloroso!

– Porque você está falando assim comigo? Você não sabe de nada!

– Eu sei sim! - ele fala e sai, me deixando sozinha com as manhãs dores.
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– Oi - diz alguém eu reconheço essa voz mas não me viro, pois não quero olhar para ninguém nesse momento. Não faço ideia de como cheguei aqui, só me lembro de sair correndo do centro de Cura e chegar no meu refúgio - Bia me contou o que houve e eu sei que você não quer falar comigo agora mais quero me sentar aqui e espero que você me conte como está se sentindo.

Ele entra em meu campo de visão e se senta de frente a mim, vejo seus olhos verem o estado que me encontro e ele me abraça. Ah, como eu sentia falta daquele abraço.

– Me perdoe. - ele continua falando - sei que fui tolo e que falei o que não deveria mais eu me importo com você e não gosto de te ver chorando.

– Eu sei! Obrigada por ser a única pessoa que se importa comigo. - falar com ele fazia meu coração doer mais.

– Você não me perdoou ainda.

– Ta bom! Você está perdoado.

– Sinto sua falta - ele sussurra.

Eu também sinto falta de você, do seu cheiro , do seu cabelo, dos seus lábios, eu queria gritar, mas nada disso iria adiantar algo, pois Austin não mudaria em nada, ele continuaria a fazer as mesmas coisas.

– Também - digo e ele me traz para perto dele e me beija como se o mundo fosse acabar , suas mãos passam por meu corpo como se sua vida dependesse disso e minhas mãos se soltam de seu cabelo é vão para a base de sua blusa tentando tirá-la, eu deveria para mas não quero. Porque eu o amo por mais que não queria, eu o amo.
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Eu vivia cada dia como se minha vida não tivesse fim todos sempre dizem que a vida humana é curta, mas eu discordo a minha estava longa, longa demais. E hoje esse dia seria mais longo que os demais, hoje é meu aniversário muitos ficam feliz com essa data mais eu não e não poderia mostrar minha tristeza eu tinha que ficar feliz para que ninguém suspeitar ou achar que preciso de mais sessões com a Kathy. Minha vida já estava ruim o suficiente para alguém piorá-la. Hoje, para a minha sorte, eu tinha plantão na Centro de Cura e não precisaria olhar para a minha mãe, Bia, papai,nem para a alma que eu havia colocado no corpo de meu irmãozinho.

–Você vai mesmo trabalhar hoje? - perguntou- me Bia.

– Claro que sim! O dever me chama.

– Que horas começa seu turno?

– As duas da tarde.

– Bom, então podemos almoçar juntas!

– Quem sabe outro dia, hoje eu combinei de almoçar com Austin! E já está na minha hora. Adeus!

– Tchau, Jujuba- Bia se despede usando o apelido que Pet havia colocado em mim.

– Onde você quer ir? - Austin me pergunta assim que bato na porta de sua casa.

– Qualquer lugar está bom!

– Que ótimo, pois eu tenho uma surpresa! - ele diz e tampa meus olhos com suas mãos. - Surpresa! - ele tira as mãos para que possa ver a sala de sua casa arrumada com flores azuis e brancas e uma mesa cheia de voe,as posta para duas pessoas. - Parabéns! Eu te amo - ele me abraça- Meus pais estão trabalhando e Mary está na escola então a casa é só nossa para fazermos o que quisermos- eu rio.

– Obrigada esta tudo lindo!

– Sente- se - ele puxa a cadeira para que eu pudesse me sentar e se senta em minha frente. - Sabe eu andei pensando essa semana e percebi que em apenas alguns anos já fizemos quase tudo e já fomos quase tudo mais ainda falta uma parte essencial dela coisa.

– Coisa seria o nosso relacionamento? - pergunto.

– Exatamente! E tudo isso me levou a pensar que precisamos de algo mais sério. Então Julie, meu amor, minha alma, e tudo o que eu preciso, a pessoa com quem quero passar todos os último minutos de minha vida aceite por favor se casar comigo e me fazer a alma mais feliz de toda essa galáxia! - ele termina de falar e me mostra um lindo anel entrelaçado com ouro dourado e ouro branco formando uma flor que em seu miolo continha uma linda safira.

– É maravilhoso!

– E? Você aceita?
Eu poderia simplesmente dizer sim , pois esse era o esperado já que eu e Austin estamos juntos há três anos e já passamos por todas as experiências juntas, mas dizer sim significaria o fim de tudo, à espera por Jamie e a tudo o que eu acreditava, esse sim mudaria minha vida e o um não colocaria um ponto final na desconfiança que minha família tem em mim. A verdade era que eu não estava pronta para isso ainda porque eu ainda não o perdoará totalmente mas no fim só há uma resposta para essa pergunta.

– Eu aceito!
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Cada aniversário que eu fazia vinha acompanhado da dor de perdê-los, e principalmente esse ano eu não poderia deixar que ninguém percebesse isso, apesar de que duvido que mamãe ou Bia percebessem alguma coisa já que estavam ocupadas demais planejando meu casamento. E hoje com na maioria dos dias eu tinha que trabalhar.

– Estou indo - grito para elas enquanto saio de casa. A três quarteirões de casa havia um ponto de metrô e em alguns dias da semana eu vou ao trabalho de metrô. Neste momento da tarde não há ninguém no metrô e isso permite que eu chore a vontade sem que ninguém me pergunte o porque.

Há exatamente onze anos Mel e Jamie foram embora mais diferente daquele dia ensolarado o dia estava chuvoso como se o clima pudesse prever esse dia triste na minha vida. As lágrimas escorrem por meu rosto acompanhando o ritmo frenético da chuva que caía. Parece que não foi um bom dia para sair com botas de salto , penso. E me surpreendo como fato de me importar em molhar o sapato e não com o fato de que eu teria que ir para o centro de Cura cuidar das almas que tiraram esse mundo, cuidar dos seres que fizeram e fazem a mesma coisa que eu, cuidar das coisas que fizeram Mel e Jamie desaparecerem para sempre.

Minha parada é a última estação e fica a apenas uma quadra do centro de Cura, tento andar depressa para não molhar meu sapato mais falho, pois tenho medo de cair. O estacionamento estava quase vazio a não ser por alguns carros estacionados ali.

Estando há alguns metros na porta do centro de Cura vejo um carro entrando e uma menina loira saindo do carro desesperada e vindo ao meu encontro no meio do estacionamento. Essa garota tem o cabelo no tom de ouro, pele pálida, bochechas rosadas, olhos cinza por baixo do prata da alma, e eu só precisei de um instante para reconhecê-la aquela era Pet e eu pude perceber que ela também me reconheceu. E por um instante esqueço que estou de salto e corro em sua direção.

– Pet - digo abraçando-a - Onde você estava?

– Depois eu explico tudo mais agora preciso de ajuda.

– O que houve?

–Meu amigo está machucado no carro e precisa de socorro!

– Certo vamos chamar alguém! - aponto para o centro de Cura.

– Não! - vejo o medo passar em seus olhos- Você pode me ajudar! - ela diz isso e começa a me arrastar em direção ao carro.

– Tudo bem!

Ela abre a porta e eu olho para dentro procurando o amigo e neste momento algo me puxa para dentro e sinto o cheiro de clorofórmio e meus olhos só consegue ver Pet murmurando perdão.









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Notas finais do capítulo

E que venha o próximo capítulo!



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