À Primeira Vista escrita por Sr Castiel


Capítulo 10
Capítulo IX - Dylan - Ajudado




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Capítulo IX

Dylan

/Ajudado/

“Because I love You.”

Scallison=Scott+Allison – Teen Wolf (melhor shipp do mundo para quem conhece, não poderia deixar faltar.)

Ainda na noite do luau

_______________________________

SORRIR

É aquela coisa estranha que se gente sente quando algo bom acontece. Às vezes é possível disfarçar, mas isso é só quando o que passou não dá nenhuma certeza de que vai durar para ser lembrado.

Lábios. Eles se separam e os dentes aparecem. Os cantos se repuxam, fazendo, em algumas pessoas, aparecerem pequenas rugas tratadas por “sinais de expressão” em lugares específicos no rosto. Quando é uma gargalhada, os dentes também se separam e um dos sons mais gostosos de se ouvir escapa da garganta, muitas vezes contagiando um ou outro, fazendo com que mais sorrisos se abram.

Podem haver muitos motivos: desde piadas, brincadeiras de bom e mal gosto, notícias boas, outras risadas...

Mas não daquela vez.

***

Dylan escutava a música alta poucos metros à frente e já conseguia ver a luz da fogueira acesa e os corpos dançando como se estivessem sendo eletrificados.

Ele mesmo se sentia eletrificado, mas de uma forma diferente.

Dylan sentia seu sorriso abrir-se por seu rosto e realmente tentava disfarçá-lo. Mas não era tão simples assim. Ele se estendia por todo o maxilar do rapaz, – às vezes até saia alguns grunhidos. Não era como se ele tivesse feito sexo pela primeira vez, é claro... Bem, Dylan nunca havia feito, mas já beijara algumas garotas antes. E, como ele havia pensado há poucos minutos, não fora igual a nenhuma das outras vezes.

Ele conseguira sentir o tempo se acelerando à sua volta. E, finalmente, quando sua suas bocas se encontraram, todas as terminações nervosas de seu corpo – começando pela boca, seguindo dos fios de cabelo até os dedos dos pés – foram ligados a cabos de alta tensão. Sua boca moldou-se à dela perfeitamente, como se tivessem feitas com fôrmas gêmeas. O garoto percebeu que não queria soltá-la... Ficaria com ela ali, pelo resto da vida se pudesse.

Naquele momento nada importava. Foi irracionalmente bom aquele beijo, admitiu ele para si mesmo.

Ele não entendeu porque Alex não fora atrás dele quando Susan tinha voltado para a festa sozinha. Susan nunca admitiria que Dylan havia preferido ficar na praia com outra garota... então por que...?

Ele viu o motivo. Seu sorriso se apagou imediatamente, transformando-se em uma careta de incredulidade.

A festa ainda estava rolando. A música alta exatamente como quando ele havia saído, gritos e risadas histéricas de adolescentes bêbados, cheiro de vômito, – mas esse ele duvidava que todos podiam senti-lo, estava um pouco longe, e não ficou feliz naquele momento por ter um olfato tão sensível. Algo havia mudado: as pessoas não estavam mais dançando... elas gritavam e depois começavam um coro de “Vai! Vai! Vai! ...” Dylan não acreditou na visão à sua frente.

As pessoas estavam todas reunidas em um semicírculo. Ele contornou o lugar para ter uma visão melhor do que temia estar acontecendo. Quando chegou à quebra do círculo, ele pôde avistar algo que não estava ali quando ele tinha saído com Susan.

No centro do semicírculo de alunos havia um barril cheio de água, – bem, Dylan realmente torcia para ser água –, e, ao que parecia, maçãs flutuavam na água.

Agora a parte estranha: Alex. O garoto estava sem camisa, fazendo um tipo estranho de abdominais de cabeça para baixo, as mãos apoiadas nas beiradas de madeira do barril. Ele tentava pegar uma das maçãs com a boca, mas sempre que chegava perto, flexionava os braços e voltava para cima. As garotas estavam enlouquecidas com o que ele conseguia fazer, aparentemente sem esforço. Os rapazes o olhavam com os olhos estreitados, com clara inveja. Para Dylan, Alex enlouquecera de vez.

Dylan ficou tentado a ir embora e deixá-lo ali. Mas ele sabia que Alex estava bêbado e sabia que álcool e homens-lobo não eram uma boa combinação.

Tomou uma decisão repentina e foi até Alex, puxando o amigo e apoiando-o pelos ombros para que caísse em pé. As pessoas começaram a gritar e vaiar, mas Dylan não prestou atenção. Alex foi relutante e o seus movimentos lentos e espasmódicos acusava que ele havia realmente bebido muito.

– Vamos, Alex! – Dylan falou, firme. – Já chega!

– Não – a voz do amigo estava embargada, arrastada. Ele sorria e acenava para as pessoas como se ele fosse uma estrela do rock e aqueles fossem seus fãs. – Ainda não consegui pegar a maçã.

Dylan o arrastava, sendo que o amigo nem em pé conseguia ficar direito. Ele sorria como se estivesse dopado por algo forte. Os alunos continuavam vaiando, mas Dylan seguiu em direção ao seu carro que estava do outro lado do calçadão. Depois que eles se afastaram e chegaram no limite da praia para o asfalto e Dylan já não ouvia mais os protestos dos alunos lá atrás, ele localizou seu carro e seguiu até ele, colocando Alex no banco de trás e ele foi para o assento do motorista.

Ele ainda não conseguia acreditar que Alex se rendera àquele delírio humano especificamente tão rápido.

“A primeira lição de um homem-lobo – disse Sam para Alex e Dylan logo depois de eles saberem da transformação que faria parte de suas vidas dali para frente. Eles não estavam em uma reunião, pois aparentemente o bando todo já sabia o que Sam ia avisar a eles; os únicos lobos novos eram Alex e Dylan, os outros tinham pelo menos mais de três anos de participação no bando. – Eu sempre falo para os jovens porque vocês são mais suscetíveis a esse erro do que os outros; com exceção de alguns, é claro. O único motivo de a gente não estar encontrando nenhum homem-lobo novo para fortalecer o bando, é que eles podem se esconder mesmo sem saber que o estão fazendo. O álcool é um inimigo para nós porque drena o nosso poder, fazendo com que nos tornemos quase humanos enquanto estivermos sob seu efeito. – Sam suspirou antes de continuar, como se enfrentasse um problema que não conseguia resolver.”

“Por que seria ruim os homens-lobo quererem uma vida fora de perigos se há uma maneira de sermos humanos? – Perguntou Alex, franzindo a testa.”

“Bem, Alex, o álcool funciona como uma gaiola para o lobo que há dentro de nós – explicou Sam. – O lobo fica aprisionado por um tempo, mas só o suficiente até que ele se fortaleça enquanto o homem-lobo enfraquece com seus efeitos. Se vocês me perguntarem se funciona realmente essa coisa de não ser homem-lobo usando o álcool como contrapartida aos instintos lupinos, quero dizer, escolher não ser um homem-lobo, eu diria que sim, funcionaria por um tempo. Mas o corpo de alguém que nasce para ser homem-lobo não aguenta a bebida alcóolica por muito tempo. Sucumbe aos poucos até que o lobo interior se liberta... Bem, isso é uma coisa péssima. Pois os instintos que foram trancados por tanto tempo tendem a sair e consumir a parte humana inteiramente. Em alguns casos, o lobo morre, outros, fica com aquele instinto animal para sempre, em outros até, a humanidade retorna com o tempo, mas o homem nunca é o mesmo; a insanidade de ver as coisas da perspectiva de um animal selvagem corrompe totalmente a mente humana, enlouquecendo o envolvido.”

Dylan engoliu em seco. Alex era o sensato em todo caso. Esse fora um dos maiores motivos para Dylan tê-lo trazido, mesmo que não tenho revelado isso a ele. Alex sempre conseguia fazer as melhores escolhas quanto a qualquer tipo de situação, mesmo que nada estivesse correndo a favor deles. Ele não devia tê-lo deixado sozinho.

– Dylan? – Chamou o amigo. Dylan olhou pelo espelho retrovisor e viu Alex se sentando no banco traseiro do carro; ele passava as mãos no rosto como se estivesse espantando o sono, seus olhos estavam fechados e ele manteve o rosto baixo quando Dylan respondeu:

– Sim?

– Me desculpe, eu não deveria... – começou ele, mas Dylan não conseguiu deixá-lo se culpar.

– Alex, a culpa é minha – ele o interrompeu. – Eu o deixei na praia sozinho com aquele monte de pessoas desconhecidas...

– Eu deveria saber cuidar de mim mesmo quando você não está por perto, Dylan. – Alex retrucou. – Você não veio para San Diego para ser babá de um cara com dezenove anos e eu não vim para dar trabalho a você... Acho que me empolguei um pouco, quero dizer, me deixei levar.

– Eu não o repreendo por querer se divertir, Alex – Dylan explicou, tentando fazer o amigo se sentir melhor. – Mas você ingeriu álcool e...

Alex começou um acesso de tosse repentino. Seu rosto estava ficando tão pálido que Dylan pensou na insana possibilidade de o amigo estar perdendo sangue desde que saíram da praia...

Dylan quase teve uma parada cardíaca quando cogitou a possibilidade de...

– Alex? – Dylan chamou, sentindo o coração se acelerar e, na voz, um tom urgente que não sabia de onde viera. – O que você tomou?

Alex soltou um gemido de dor antes de finalmente se recuperar do acesso de tosse, passando os braços sobre a barriga e apertando, então respondeu:

– Eu não ingeri álcool, Dylan – ele respondeu, sua voz estava rouca, quase sumindo de vez. – Ficou doido? Eu sei dos efeitos que o álcool... – Dylan o observava do espelho retrovisor e mal prestava atenção no transito. O garoto estava tão preocupado com o amigo, que não percebeu que seus instintos de lobo começavam a escapar de seu controle. Alex parecia cada vez mais pálido e Dylan não entendia como era possível alguém ficar daquele jeito. – Eu... – E caiu de lado no assento, desacordado.

Dylan deu uma guinada com o carro para a direita com o susto quando Alex caiu. Ele recuperou o controle rapidamente sem saber o que exatamente estava acontecendo, mas tinha certa ideia e não queria pensar na possibilidade de aquilo ter acontecido.

Ele costurou o transito em direção à sua casa, tentando não pensar muito. Alex começou a tremer violentamente no banco de trás e Dylan sentia lágrimas em seus olhos tentando escapar. Por que Alex? Por quê?

Minutos depois ele estacionou o carro em frente à casa e correu para a porta de trás, abrindo-a e pegando Alex no colo. O amigo era pesado, mas Dylan o aguentava sem esforço, tendo a força do lobo começando a se manifestar dentro de si. Ele abriu o portão e passou pelos degraus da entrada, abrindo a porta e deitando Alex no sofá da sala. O amigo ainda tremia, mas já não tão violentamente. Sua cor não se alterara desde que saíram do carro, mas ainda continuava tão pálido quanto o sofá que estava deitado.

Dylan abriu sua pálpebra e os olhos do amigo estavam revirados, aparecendo só a parte branca nas órbitas. Depois conferiu sua pulsação, colocando os dedos em seu pulso, – o que era totalmente desnecessário, sendo que ele conseguia ouvir o coração de Alex de longe. Mesmo assim não quis confiar no que seus ouvidos afirmavam. A pulsação era baixa e parecia diminuir cada vez mais.

Alex estava morrendo.

A compreensão atingiu Dylan em cheio, tirando completamente seu fôlego e obrigando as lágrimas que se acumularam escorrerem por seu rosto como se fossem uma represa arrebentada.

Puxando uma grande lufada de ar, Alex abriu os olhos, que reviraram duas vezes antes de se focarem em Dylan, depois caiu de volta no sofá fazendo uma careta de dor.

– Alex, o que aconteceu? Preciso saber o que você bebeu para saber o que fazer – Dylan soava desesperado, mas não conseguia se controlar.

Quando Alex fez menção que ia falar alguma coisa, ele se inclinou no sofá e baixou a cabeça, vomitando sangue em todo o chão de madeira encerada. Sua pele começou assumiu um tom avermelhado, deixando Dylan ainda mais assustado, se é que era possível.

– Sangue.. – Alex conseguiu dizer assim que parou de vomitar. Sua voz saiu em um sussurro muito baixo e ele fazia tanto esforço para falar, que sua parecia ter tido sua garganta transformada em amolador de facas e cada palavra que saia era uma faca para amolar. – ... vampiro, eu acho.

Apesar de, no fundo, Dylan saber que aquela era a resposta, aquelas palavras o atordoaram de tal modo e sentiu uma leve vertigem. Ele se segurou na parede à sua frente e não pensou duas vezes. Precisava de ajuda, e, mesmo sabendo que não havia cura para sangue de vampiro em organismo de homem-lobo prometeu a si mesmo que não deixaria Alex morrer. Mesmo que ele não soubesse de nenhuma cura para aquele tipo de veneno.

Já era tarde e as ruas estavam desertas. Quase não passava mais carros e Dylan tomou uma decisão repentina, só esperava não se arrepender dela depois. Ele tomou impulso e correu até a entrada da casa, depois deu um grande salto e, assumindo sua forma de lobo, pulou o portão rapidamente.

Usar o carro seria mais prudente, mas em fora de lobo seria mais rápido. Alex não podia esperar.

Dylan estava desesperado e não sabia aonde conseguir ajuda. Não podia levar o amigo para o hospital, pois eles não entenderiam o que havia acontecido. Dylan teria que dar explicações demais; explicações que não existiam. Contudo, também não conhecia ninguém na cidade que pudesse ajudá-lo. Se fosse em Londres, teria todo o conhecimento do bando, o que seria uma enorme vantagem...

A garota com poder de cura!

Aquele pensamento veio à mente de Dylan como um relâmpago. Era uma pequena chama de esperança em meio à tantas trevas e escuridão.

Mas ele não sabia onde ela morava, não tinha como ir atrás dela. Não tinha como pedir ajuda.

Realmente havia trazido Alex para a morte, e tão rápido, sem que eles percebessem...

Dylan parou no meio da rua. Ainda na forma de lobo, ele sentiu seu coração se fechar assim como a garganta. O que deveria fazer? Como podia ajudar Alex?

Um uivo escapou de sua boca. Era um uivo triste e alto. A lua estava quase acima de sua cabeça; quase em seu ápice. Dylan continuou uivando, como se aquilo fosse fazer ele pensar em alguma coisa para ajudar Alex. Ele nunca havia chorado na forma de lobo e nem sabia se conseguiria, mas em seu estado de completa e profunda tristeza não conseguiu evitar. As gotas caiam ininterruptas no chão. Ele não se preocupou se as pessoas poderiam sair de suas casas pra ver o que fazia tanto barulho. Seus uivos alcançavam um volume surpreendente; sofridos e longos, quase um som fúnebre.

Depois de alguns minutos, Dylan notou que algo à sua frente corria em sua direção. Era uma pessoa, mas, por conta das lágrimas, seus olhos estavam embaçados e ele não conseguia saber quem era. Só quando chegou bem perto, que ele conseguiu distinguir os traços.

Quando percebeu quem era, seu peito se inflamou e ele se concentrou para voltar à forma humana.

– O que aconteceu? – Era a garota com quem conversou na praia e conhecera dias antes na clareira. Ele não sabia se ria ou chorava ao vê-la.

– Alex! – Ele disse, como se explicasse tudo. Mas não fez mais nada a não ser correr de volta à sua casa. Não quis saber o porquê de ela estar ali nem como sabia que ele precisava de ajuda. Não olhou para trás para saber se ela estaria seguindo-o, apenas correu.

Ela o alcançou na corrida.

– Pode me explicar mais que isso? – Pediu ela, com uma expressão preocupada no rosto.

– É meu amigo... – falou Dylan, tentando deixar sua respiração regular, mas parou de tentar assim que percebeu que não adiantava. Ele sentia o sangue pulsando em seus ouvidos. – Ele está morrendo.

A garota não disse mais nada, apenas continuou correndo.

Eles não demoraram muito mais a chegar à casa de Dylan. Ele foi na frente com a garota em seu encalço.

Dylan quase desmaiou com a cena à sua frente.

Alex havia caído do sofá em cima da possa do próprio sangue. Mas havia muito mais sangue do que quando Dylan havia saído. Ele caminhou a passos lentos até o amigo, – mesmo sabendo que ele não tinha tempo a perder, a cada segundo que passava Alex se aproximava mais da morte. Dylan mexeu no corpo do amigo, virando-o um pouco, vendo o quanto tudo estava indo de mal a pior. Alex tinha sangue saindo pela boca, nariz, ouvido e até pelos olhos.

Sem aceitar que o amigo já estava morto, Dylan colocou o dedo na veia em seu pescoço, checando o pulso. Ainda tinha, mas não parecia que duraria muito mais.

– O que aconteceu com ele?! – A garota perguntou. Dylan não olhou para ela, mas sabia que ela estava tão assustada quanto ele.

– Sangue de vampiro. – Dylan olhou para trás. Ela estava há pouca distância, mas não olhava diretamente para Alex. Sua mão estava tremendo quase como se tivesse medo de chegar mais perto. – É um...

– Veneno para vocês – completou ela. – É, eu sei.

Dylan se levantou, indo até ela.

– Você conseguiria ajudá-lo? – Dylan perguntou, já implorando. – Ele não pode morrer. Ele...

– Eu não sei nenhuma cura para sangue de vampiro quando ele ataca o organismo de vocês. – Ela respondeu. – Me desculpe.

A cabeça de Dylan trabalhava a mil tentando achar alguma coisa que desse certo, que ajudasse o amigo, mas nada parecia cooperar.

– Mas você pode tentar curá-lo, não é? – Perguntou Dylan, ainda implorando. – Bem, você me curou lá na clareira...

– Não acho que seja uma boa ideia... – ela relutava e, quando Dylan percebeu, já tinha dado três passos para trás. – Quero dizer, eu nunca fiz nada desse tipo...

Dylan se aproximou dela, tão perto que sentia o calor que vinha de seu corpo. Com a mão direita, ele pegou uma mão dela e, passou a esquerda em seu rosto, obrigando-a a encará-lo.

– Você pode – ele disse, com a voz surpreendentemente firme. – Sei que sim.

– Não, você não entende – ela disse, os olhos suplicantes para que Dylan parasse de pedir aquilo. – Tem sangue demais aqui. Eu preciso...

Antes que ela pudesse correr, Dylan, sem pensar, pegou sua mão que ainda a segurava e levou ao próprio coração. Não sabia o motivo de estar fazendo aquilo, mas mesmo assim foi em frente. Se ele sabia que alguém em todo o mundo poderia salvar Alex, esse alguém era aquela garota.

– Está sentindo isso? – Ele perguntou, encarando-a, mas ela fechou os olhos, sua respiração estava acelerada assim como a dele. – Se fosse o meu caso, você me machucaria? Me morderia sabendo o que isso pode fazer comigo?

– Você não entende... eu... – Dylan apertou ainda mais a mão dela contra seu coração. Então ela abriu os olhos. Realmente os abriu. Houve um mundo de emoções passando entre eles naquele momento; compreensão, desespero, cumplicidade... – Não – ela respondeu. – Não machucaria você. Mas não confio em mim mesma o bastante para...

Eu confio! – Ele disse apenas.

A garota apenas assentiu, fazendo com que Dylan afrouxasse o aperto, e, assim, deixou que ele a levasse para perto de Alex.

Dylan pegou o amigo no colo, colocando-o em cima do sofá. Ele já não sentia o peso real do amigo e menos ainda seu pulso forte como antes de saírem de casa. A garota olhou para Alex com um misto de repulsa e medo nos olhos; Dylan não a culpava. Ele nunca vira um vampiro assim tão perto de sangue que ainda não tivesse sucumbido ao instinto de tomá-lo.

A garota colocou as mãos no rosto de Alex, que continuava muito pálido, e fechou os olhos.

– As hemácias dele – ela disse, com uma expressão de espanto –, estão sendo corroídas com uma velocidade tão surpreendente que o próprio poder de regeneração não consegue acompanhar... Mas...

– Mas o quê? – Dylan perguntou, assustado com tal informação.

– Tem algo mais... a composição molecular parece estar reagindo ao san... quero dizer, ao veneno. – Ela olhou para Dylan, tirando as mãos do rosto de Alex. – Eu nunca senti nada assim...

– O que é? – Dylan insistiu em saber.

– É como se a alma dele... não sei, alguma coisa mais forte estivesse reagindo... Está mantendo-o vivo, mas está fraco. Como se ainda não estivesse totalmente desperto.

Dylan não entendeu quase nada do que ela falou, mas ainda conseguiu se acalmar um pouco. Se algo dentro dele estava reagindo, isso era uma coisa boa, certo?

A garota colocou a mão sobre a barriga de Alex, uma sobre a outra, e se concentrou. Depois de alguns segundos, ela abriu os olhos e encarou Dylan.

– Vou precisar de ajuda – ela pediu, pegando a mão de Dylan e levando até as suas.

Assentindo, Dylan disse:

– Só me diga o que eu tenho que fazer.

A garota colocou a mão direita de Dylan sobre a barriga de Alex e pôs a sua em cima. Com a esquerda, ela pegou a mão livre de Dylan e as manteve juntas, entrelaçando seus dedos. Depois fechou os olhos, pedindo a Dylan para fazer o mesmo.

Ele fez exatamente como ela pediu. De início, nada pareceu mudar de fato. Dylan manteve-se alerta tentando-o ouvir a pulsação de Alex, mas esta continuava a mesma. Depois de alguns minutos, Dylan sentiu algo diferente. Alguma coisa estava fazendo um barulho estranho de fluidez como água passando por canos. Era como se sentisse cada hemácia no corpo do amigo se reconstituindo muito rápido. Ele começou a se animar, pensando que estava tudo dando certo quando ela disse:

– Não está dando certo!

– O quê? – Ele perguntou. Perplexo. – Consigo sentir cada hemácia que se reconstituiu no corpo dele. Até a cor dele mudou... o pulso...

– Não é isso! – A garota exclamou, exasperada. – Só estamos retardando o processo. Podemos ficar aqui por dias sem fim e só vamos nos exaurir.

– E o que vamos fazer? – Ele perguntou.

– Precisamos tirar o sangue de vampiro do organismo dele. – Ela respondeu, dando um suspiro e tirando uma mecha de cabelo dos olhos.

– E como vamos fazer isso? – O desespero voltando à voz. – Não tem como separar os dois tipos de sangue.

– E quem disse que não? – A garota perguntou. Dylan notou que só de estar ali, com todo aquele sangue espalhado ela já tinha que fazer muito esforço. – A nossa constituição é diferente da de vocês. Talvez ele pudesse colocar para fora se o sangue voltasse ao seu estômago... Não! – Ela exclamou. – Isso não reverteria o processo, só o repetiria... – disse a si mesma. – O que...

Alex estava voltando a ficar pálido e tremer como antes no carro.

– Eu nunca tentei nada assim antes, então, se não der certo, não me culpe – ela disse, prendendo os cabelos num coque no alto da cabeça. – Primeiro, preciso desobstruir a garganta... Só... segure ele e não o deixe se mexer, por favor. – Ela pediu. Dylan segurou Alex pelos braços, mas não fez muita força, temendo machucar o amigo já tão frágil. A garota colocou uma mão em sua garganta e se concentrou. Alex abriu os olhos de repente, expelindo sangue e outras coisas que Dylan não conseguiu distinguir. – Agora eu preciso fazer isso rápido, talvez ele perca o pulso por alguns segundos, mas não conheço outro meio de ajuda-lo. – Ela se concentrou de novo, colocando a mão no ponto exato onde o coração de Alex batia fracamente e fez movimentos parecidos com os de massagem cardíaca. O peito de Alex começou a se inflar cada vez mais e sua respiração ficou profunda e lenta. Sua expressão assumiu um tom de dor, como se seu coração estivesse prestes a explodir e, de repente, um liquido vermelho mais escuro começou a sair de suas narinas.

Dylan olhava da garota para Alex e percebeu que ela realmente estava conseguindo expulsar o sangue de vampiro do corpo de Alex.

– Como...? Como você...? – Dylan nem sabia no que pensar. O nariz de Alex ainda vertia um pouco de sangue, mas era muito menos quantidade de quando havia começado. Dylan deixou a sensação de alivio invadi-lo. O amigo não morreria, afinal.

– Água – ela disse apenas. – Preciso de água.

Dylan nem percebeu quanto esforço ela fazia para ajudar Alex e sentiu-se mal por não ter pensado nisso.

Mas ele correu até a cozinha e encheu um copo com água rapidamente e levou para ela.

A garota pegou o copo e entornou um pouco de água na mão esquerda, o que deveria ter caído por entre seus dedos, mas ela nem os tocou. Ficou flutuando centímetros acima de sua mão. Depois ela levou a mão com a água e fez com que esta entrasse pelas duas narinas de Alex.

– Fique preparado! – Ela disse, de repente, perto do ouvido de Dylan. – Ele não pode engolir essa água, senão vai começar tudo de novo. Quando ele começar a tossir, levante ele e mantenha sua boca aberta, depois bata de leve em suas costas; ele precisa expelir tudo.

Dylan assentiu e com um movimento rápido com as mãos, a garota fez com que o restante da água entrasse pelas narinas de Alex e descesse pelo canal que levaria aos pulmões. Não levou mais de cinco segundos para que o amigo começasse a tossir e jogar a água toda para fora. Dylan fez exatamente o que ela pediu, manteve a boca de Alex aberta com uma mão e, com a outra, bateu em suas costas, enquanto ele jogava toda a água para fora.

– Dê essa água a ele, mas certifique-se que ele não engula nada... – ela informou, entregando o copo a Dylan. – É só para ele limpar a boca e acabar com o gosto de sangue.

Logo em seguida, ela se levantou e saiu de perto de Dylan. O garoto não viu para onde ela havia ido, mas pôs-se logo a concluir a tarefa. Dylan tentou conversar com Alex para que ele não engolisse a água e este pareceu entender, pois só bochechava um pouco, fazendo uma careta de nojo e logo jogava tudo fora.

Quando Dylan teve absoluta certeza que Alex estava bem e fora de perigo, ele largou o copo no chão e se levantou, olhando para os lados, enquanto concluía que acabara de ajudar a salvar alguém de um jeito que ninguém conhecia até então. Mas não se sentiu orgulhoso de si. Alex era um preço impagável para tal experimento.

Ele se levantou e foi até a porta, procurando pela garota, que andava a passos lentos logo depois do portão.

– Ei! – Dylan a chamou e correu na direção dela, vencendo a distância entre os dois em poucas passadas. – Já está indo?

Indo devagar – ela respondeu. – Estou muito cansada e, se minha mãe estiver acordada, preciso pensar em algo que a convença que não estava salvando um homem-lobo de morrer com sangue de vampiro no organismo.

Dylan entrou na frente da garota, impedindo-a que continuasse andando. Eles se encararam por alguns minutos antes de Dylan quebrar o silêncio.

– Não prefere tomar um banho antes? – Ele perguntou. Só depois percebendo o quão estúpida aquela pergunta soou aos seus ouvidos. – Quero dizer, não acho que você esteja fedendo ou feia... – Ele pigarreou um vez. – O que eu quero dizer, é que pode tomar um banho, vestir umas roupas minhas enquanto as suas lavam e secam, depois pode ir para casa. Sua mãe vai querer saber o que é esse sangue todo e, mesmo sem conhecê-la, tenho certeza que ela sabe diferenciar o sangue da sua espécie e da minha há quilômetros.

Tudo aquilo saiu em um jorro de palavras que Dylan não conseguiu controlar. Já estava tarde e eles estavam cansados, tinham sangue por toda a roupa e quase todo o corpo... Ele não podia deixá-la ir embora sem que pudesse ajudá-la ao menos com isso.

– Está pedindo que eu tome banho na sua casa? – Ela perguntou, com um sorriso torto em seus lábios.

– Você pode só se limpar, se quiser. – Dylan ofereceu. – Mas pode lavar suas roupas e secá-las rapidinho. Talvez em uma hora você já esteja em casa. E não, não vou tentar nada contra você enquanto estiver lá dentro.

– Acha que eu tenho medo de você? – Ela perguntou, um tom de desafio impregnando a voz.

– Claro que não! – Dylan riu. – Quero dizer, você matou três vampiras, salvou meu amigo... Eu é quem deveria estar com medo de você.

– Vou aceitar o banho, então. – Ela falou. – Mas você vai me prometer que vai ficar na sala e não vai dar um passo em direção a qualquer outro cômodo da casa.

– Prometo, senhorita... – Dylan disse, esperando que ela completasse com seu nome.

– ... estranha que salvou meu amigo. – Ela completou. – E não espere nada além disso.

Dylan passou a mão por trás dos ombros da garota e conduziu-a até o portão de sua casa de novo. Eles entraram na casa e Dylan olhou para Alex, agora dormindo em cima do sofá, a respiração normalizada e a cor voltando à sua pele aos poucos.

– Ele só vai precisar descansar um pouco agora – ela disse, enquanto eles passavam pela sala e iam para o quarto de Dylan.

Eles chagaram no quarto e Dylan apontou para as duas portas fechadas, dizendo:

– Banheiro e closet – ele disse. – Leve o tempo que precisar. E não se preocupe, não vou entrar no quarto.

Antes que ela protestasse, Dylan foi até a porta do quarto e pegou a chave na fechadura, entregando-a a ela.

– Eu sei que isso não vai te dar tanta segurança, mas pode trancar. – Dylan disse. – Preciso limpar aquela bagunça na sala e levar Alex ao quarto dele para que durma com mais conforto. E também preciso de um banho. Mas vou tomar no banheiro do quarto de Alex. – E suspirou. – Tem toalhas no banheiro e pode pegar qualquer roupa no meu closet.

A garota assentiu, pegando a chave da mão de Dylan. Ele caminhou para fora do quarto e sentiu que a garota vinha atrás de si para trancar a porta.

Dylan não conseguiu resistir. Era quase como um instinto que o dominava.

Ele estancou, de repente, assim como ela atrás dele. Ele se virou e encarou-a por alguns segundos antes de caminhar em sua direção e pegá-la nos braços, beijando-a intensamente, assim como fizera mais cedo. Ela retribuiu o beijo do mesmo jeito. Não foi diferente do que aconteceu mais cedo naquela noite e Dylan não queria que fosse. Ele sentia seu corpo formigar por completo enquanto passava a mão pelas costas dela e puxava-a para si.

Dylan a levou para a parede e se recostou, fazendo com que sua altura não a atrapalhasse e seu corpo formasse um apoio para ela, que passou as mãos pelas costas de Dylan, depois por seu peito e parando ali.

Depois de quase cinco minutos, eles se afastaram e encostaram as testas, ficando daquele jeito por um bom momento antes de Dylan falar:

– Obrigado. – Ele sussurrou. Naquela única palavra, Dylan dizia tudo o que sentia desde que ela resolveu ajudar Alex. Ele sentia-se aliviado demais para se preocupar com quem havia envenenado seu amigo naquele momento. Trataria daquele assunto em outra hora.

– Não precisa agradecer, acho que você já retribuiu – ela disse, sussurrando de volta e passando o dedo no lábio inferior de Dylan.

Ela se afastou e Dylan sentiu que era a sua deixa para sair do quarto. Então ele o fez e ouviu-a trancar a porta logo em seguida.

Depois de meia hora, Dylan havia terminado de limpar toda a bagunça com sangue da sala, deixando-a com um cheiro horrível e forte de desinfetante para tirar o odor de sangue que parecia ter se impregnado em tudo; limpou o sangue das partes visíveis do corpo de Alex com um pano úmido da melhor forma que conseguiu enquanto este dormia profundamente e colocou-o em sua cama; tomou banho e vestiu roupas limpas emprestadas de Alex, que, para sua sorte, eram perfeitamente cabíveis já que a garota estava em seu quarto e ele não tinha permissão para entrar; e então foi esperar a garota, que já saíra do banho e fora para a lavanderia colocar suas roupas para lavar, com os gritos de instrução de Dylan, pois não queria aparecer ainda com aquelas roupas enormes.

– Eu não vou rir! – Insistiu Dylan.

A garota apareceu no corredor, vindo em direção à sala que era onde Dylan estava. Ela vestia uma camisa de Dylan de gola V com mangas longas, que era uns seis números maiores que o dela, seu próprio short, o que Dylan não se assustou de ver; ele sabia que nem os seus menores e mais apertados serviriam nela. Ela caminhava olhando para baixo enquanto passava a escova de cabelo de Dylan nos próprios cabelos molhados.

– Espero que não se importe – ela disse sem parar de pentear os cabelos.

– Claro que não – ele falou, sorrindo e chamando-a para sentar ao seu lado. Ela foi, sentando-se centímetros longe dele. – Sente-se melhor? – Ele perguntou.

– Muito, obrigada.

– Vai me contar como você sabia que eu estava precisando de ajuda? – Perguntou Dylan, colocando as pernas por cima do sofá, dobrando os joelhos e abraçando-os. – Da sua ajuda, especificamente.

– Ouvi seus uivos – ela respondeu. – Na verdade, já estava me preparando para dormir e, como eu espero, minha mãe já estava dormindo... Senti que alguma coisa estava acontecendo, então pulei a janela e segui os uivos.

– Você foi incrível, sabia? – Ele falou. – Não sei o que fazer para agradecer você.

Ele colocou as pernas no chão e passou seu braço direito por sobre os ombros da garota, um pouco hesitante, mas ela não protestou, apenas se acomodou ali, deixando-o puxá-la para perto de si.

– Já disse que você não precisa se preocupar – ela falou. – É isso que eu quero fazer.

– Resolver casos impossíveis? – Perguntou Dylan. – Porque posso te encorajar, você é muito boa nisso.

Ela riu do comentário dele, fazendo-o rir também.

– Também, eu acho – ela respondeu, ficando séria de repente. – Mas o ponto principal é salvar vidas, sabe. – Explicou. – Eu sou uma vampira e estou acima dos humanos na cadeia alimentar... Quero dizer, preciso do que os mantêm vivos para me manter viva. Tenho que retribuir de alguma forma... E eu gosto disso. Salvar vidas é algo que renova a alma, sabe...

Dylan começou a encará-la assim que ela começou a falar e, quando parou, pareceu ficar um pouco envergonhada. Ele sorriu para ela e disse:

– Não é engraçado. Não concordo na parte que você precisa recompensar os humanos, porque você não escolheu nascer assim. E ser vampira não é algo tão ruim... Quero dizer, você tem essa habilidade maravilhosa de curar as pessoas e... Na minha opinião, acho que apenas por causa dessa habilidade e por você mesma, você devia continuar com esse sonho. Fazer a diferença não é algo que escolhemos, é algo que escolhe a gente, o problema é aceitar se vamos realmente fazê-la.

– Estranho, não? – Ela perguntou.

– Um homem-lobo tentando fazer uma vampira se sentir melhor consigo mesma? – Dylan completou, confuso com o que ela queria dizer.

– Também – ela respondeu. – Dois estranhos que mal se conhecem, sentados juntos, meio abraçados, conversando normalmente, e, acima de tudo, esses estranhos são uma vampira e um homem-lobo.

– Me desculpe – Dylan pediu, puxando seu braço de volta e sentindo-se extremamente constrangido e um pouco culpado. – Eu não deveria tê-la abraçado e, menos ainda tê-la beijado mais cedo ou agora a pouco... Eu não sei o que está acontecendo comigo... Me desculpe.

– Não estou dizendo que não gostei – a garota falou. – E acho que o que está acontecendo com você está acontecendo comigo também. Quero dizer, essa coisa que eu senti quando olhei para você pela primeira vez naquela clareira... Por que aquilo aconteceu? Como aconteceu? Mais importante: o que aconteceu?

– Também não tenho as respostas e... não sei se devo lutar contra isso ou se apenas...

– Por que não deixamos que o tempo responda? – Ela perguntou. – Talvez tudo se resolva com o tempo.

A secadora fez seu barulho usual avisando que a roupa já estava pronta e a garota se levantou, sumindo no fim do corredor e voltando minutos depois com a camisa de Dylan na mão e já vestida com sua blusa.

– Bem, é a minha deixa – ela falou.

– Essa não era exatamente a minha ideia do que faríamos quando disse mais cedo que queria encontrá-la ainda hoje.

Eles riram e Dylan se levantou, seguindo-a enquanto ela saia pela porta.

– Mais uma vez obrigado. – Agradeceu ele. Ela deu um sorriso e acenou, andando pela rua. Quando ela estava a uns dez metros de distância, Dylan correu até o meio da rua e gritou:

– Ei! – A garota olhou para trás e seus olhos se encontraram mais um vez naquele dia. Dylan percebeu que nunca se cansaria de admirá-los. – Eu não disse que me arrependi do que fiz. – E sorriu.

– Louco! – Ela gritou de volta, e começou a correr em alta velocidade, tornando-se um borrão até desaparecer no fim da rua.

Talvez Dylan estivesse mesmo. Louco por querer conhecer uma vampira. Louco por pedir ajuda a uma vampira para salvar seu melhor amigo. Louco por beijar uma vampira. Louco porque, pela primeira vez, conseguiu admitir para si mesmo, que achava estar se apaixonando por uma vampira. Uma linda vampira de cabelos claros e olhos cinzentos.

Ele podia estar louco. Insano. Beirando à demência. Mas, como havia dito, não se arrependeu de tê-la beijado. Não se arrependeu de tê-la salvado. Não se arrependeu de tê-la conhecido. Não se arrependia de nada. Na verdade, queria muito ver o fim daquilo. E estava torcendo que o fim fosse como ele estava imaginando naquele momento. Uma perfeita história sem fim.


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Notas finais do capítulo

5 - Whindersson Nunes - Tão Linda (https://www.youtube.com/watch?v=C8Qvkdq-j7U) Vejam o canal do Whindersson, pessoal! Os vídeos dele são muito bons e engraçados... (Momento divulgação -.-)
6 - Gusttavo Lima - Menina (https://www.youtube.com/watch?v=21P3HIjzzwg)



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