Depois de ser mordido, eu tinha uma leve consciência do que acontecia a minha volta. Pude perceber quando a vampira acordou pro que estava fazendo e quando ela e outra garota cuja voz me lembrava a de Ester me levaram para dentro de uma casa redonda e me colocaram em cima de uma cama.

Quando consegui me mexer, senti uma fisgada de dor no pescoço, mas não liguei. O tempo passado sem conseguir levantar me deu tempo para pensar, e quer saber? Eu estou até feliz com isso. Odeio Alexandro e agora não tem nada que me prenda naquele lugar. Muito pelo contrario.

Levantei e encostei o ouvido na porta.

— Não é uma boa ideia eu ficar muito tempo aqui — fez a voz da vampira.

— Tá, eu já entendi sobre o que meu pai é realmente — sua voz mudou um tom — mas ainda acho que parece loucura

— Você não sabe nada do que aconteceu mesmo — ela suspirou — é uma longa história, mas pergunte sobre o rei Alexandro para seu pai.

— Por que eu deveria confiar em alguém que mal conheço?

— Eu não sei. Existe alguém que você realmente conheça?

Silencio total. — Bem, agora que você entende, teremos que explicar as coisas pro Arthy — Acrescentou a vampira.

— Arti? — Ela tentou repetir — Diminutivo de Arthur?

— Isso. Então se ele quiser parar de ouvir atrás da porta e se juntar a nós vai ser bem mais fácil.

Ela me pegou de surpresa, abri a porta e sai.

— Como você...? — comecei.

— Tenho meus truques — Isso quer dizer que ela está acostumada a ser espiada? Ou a espiar outras pessoas?

— E-eu... Hã... — Estava tentando inventar uma desculpa quando bati os olhos na outra garota. Nesse momento fiquei mudo.

— Não, meu nome não é Ester — ela falou. simples e direta, mas como sabia que eu estava pensando nisso? — sua amiga me falou sobre como somos parecidas — a vampira conhece Ester?

— Você a conhecia?

— Melhor do que ninguém — respondeu. Havia algo estranho em sua voz.

— O que você quer dizer com...

As outras duas ficam alertas.

Eu ouvi passos. A vampira ficou pálida.

— Tenho que ir... — falou a loira e ameaçou correr.

— Espera — Gritei — Pelo menos me diz o seu nome — Ela já estava longe — Falou, então — murmurei e olhei para a outra — Quem era ela

— Comassim? Era pra mim saber. — Ela me disse que você era um amigo! Os passos se tornam mais autos. — Meu nome é Bonnie — ela disse com simpatia — e... Quando o meu pai chegar, por favor, finja que aquela vampira não existe.

— ahn... Certo.

A única coisa que fiz para enganar aquele cara foi concordar com tudo que ela dizia. Quando a noite foi passando, mas a vampira apareceu na janela antes do sol.

— Venha, é melhor nós irmos caçar antes que seja tarde demais. Não quero que aquele incidente se repita.

Me lembrei do medo irracional que senti quando percebi que ela estava na minha cola. Claro, depois eu pude encarar o fato, pensar sobre isso, pôde ver que só tinha a ganhar. Mas nem todo mundo pensa assim É, também prefiro evitar me meter em encrenca. Só espero que ela cace melhor do que eu.