Capítulo III – De novo em Hogwarts

POV Ron

Tenho de arranjar maneira de me livrar da Lavender. Se não acabar estrangulado até lá. Eu convidei a Hermione para o baile porque queria ir com ela, não porque não tinha mais ninguém para convidar.

Saí do comboio e fui direito ao salão sempre a olhar para trás, com medo de nem dar por isso e já a ter a gritar “RonRon’’ enquanto corria para mim.

Conseguiram reconstruir tudo. O teto continuava igual ao céu lá fora, as mesas das equipas e no fundo a mesa dos professores. Ao centro estava a professora McGonagall, ocupando a cadeira de diretora. Após os alunos do primeiro ano terem sido selecionados e do jantar, deu as boas vindas e as informações sobre o que os Orientadores deviam fazer.

– Bem vindos a Hogwarts, antigos e novos alunos. Como devem saber, a escola ainda não está completamente reconstruída, perdemos funcionários e alguns professores. Por isso, resolvemos chamar antigos alunos que estudaram em aqui para assumir o cargo de ajudar novos alunos a integrarem-se enquanto não arranjamos ninguém. Ficarão responsáveis por todos os alunos, sem separação por equipas. Foram adicionados alguns dormitórios para Orientadores e uma sala comum, no sétimo andar. Em caso de dúvidas, é só falar comigo. Tenham um bom ano!

– Não vejo cadeiras vazias – comentei.

– Isso é porque as tiraram, vossa inteligência – respondeu Hermione, olhando para a mesa.

– Só espero que não tenhamos de dar aulas – continuei resmungando.

Ela revirou os olhos e continuou a olhar para a mesa.

– Falta de Defesa Contra As Artes Negras e Runas Antigas. Ah, e Estudo De Muggles – disse. – Pensei que fossem mais.

Depois do jantar, fomos para a sala comum. A maioria dos antigos alunos estavam lá. Eu, a Hermione e o Harry, Lavender, Dean, Neville, Seamus, Zabini… E estranhamente, Malfoy. Nem ajudando alunos dos primeiros anos vou ter paz.

POV Hermione

(2 de Setembro)

Mal acordei fui logo para o salão para tomar o pequeno almoço. Logo notei que tinha sido mudado, pois havia uma mesa a mais. Tinha uma placa dizendo “Orientadores’’, por isso me sentei lá, onde já estava Harry. Provavelmente era ele, porque parecia um zumbi…

– Bom dia – disse-lhe, me sentando.

– Bom… Dia – respondeu ele entre bocejos.

– Então? A que se deve seu novo visual? – perguntei num tom irónico.

– Peeves, aquele maldito – disse rindo da minha pergunta – Deu uma espécie de festa de boas vindas no nosso dormitório. Acho que ele ainda não entendeu o significado disso, pois resolveu tirar várias peças de roupa das malas e atirá-las contra nós para puder fugir com vários objetos nossos. Resultado: correr atrás dele até de madrugada para apanhar meus óculos.

– Ah… E o Ron, onde anda?

Ele encolheu os ombros.

– Provavelmente ainda a dormir. Ainda é cedo. Por falar nisso, que você faz aqui a essas horas?

– Guinchos – revirei os olhos.

– Ah. A Lavender?

– E as amigas. Que horas são? – perguntei bocejando também.

– 06:55. – respondeu olhando o relógio.

– Seis? Ok, sete?! Pensei que era mais tarde.

– Ainda por cima é domingo – resmungou – Maldito Peeves!

(N/A – Só de falar em bocejar, bocejei aqui também o.O)

Depois de cerca de uma hora conversando, finalmente começaram a chegar mais Orientadores e alunos.

– Não é muito cedo para um domingo? Pensando nisso, porque raio as aulas começaram num Sábado? – perguntei.

– Tenho mais em que pensar. Tenho fome.

– Socorro, o que raio os Weasley te fizeram? – disse eu, rindo.

– Convívio – respondeu Harry sorrindo.

– Falando de mim? – perguntou uma voz que eu bem conhecia. A voz de um vegetal também conhecido por cenoura.

– Não. – respondi, num tom inesperadamente frio até por mim própria.

Ron ficou olhando para mim, depois para Harry, para mim, Harry, para mim, Harry; até que resolveu desistir, pois nenhum de nós dizia nada.

– Sabiam que o baile é à parte da escola? Ouvi a professora McGonagall dizer que os alunos não participarão. Bem Harry, lá vai sua oportunidade de convidar a Ginny. – acabou por dizer.

– Perfeito – respondeu Harry num tom irónico. Ouvi-o resmungar em voz baixa.

– Depois… Preciso de falar com você, Mione. – continuou Ron, nervoso.

– Porque não agora? – perguntei surpreendida.

– Queria que fosse em privado – olhou de relance para quem estava na mesa.

– Ok. Às 9:00, ao pé da sala precisa? Ainda preciso de ir tratar de umas coisas.

– Ok. – ele começou comendo. Melhor, devorando o pequeno almoço.

*

Mal terminei de comer, fui ao gabinete da professora McGonagall (que agora era o gabinete que em tempos fora de Dumbledore). Já lá estavam uma garota que eu não conhecia, provavelmente que pertencera aos Hufflepuf (o símbolo de um texugo na capa), um garoto que tinha ar de ser dos Ravenclaw e Malfoy, Slytherin, obviamente.

– Bem, senhorita Granger, se já está presente, vamos dar início à reunião.

– Sobre o quê? – perguntou Malfoy.

– Em breve saberá. Bem, como sabem, será realizado um baile no dia 11. É um evento sem participação dos atuais alunos da escola e virão feiticeiros de todo o país. E queria pedir-vos, a vocês em especial para tratarem da organização. Terão de trabalhar em conjunto, porque vai dar muito trabalho mesmo usando magia. O baile será no salão. Têm de ter a comida pronta e a decoração no dia. Sugiro que marquem reuniões frequentes entre vocês. Bom trabalho, é tudo! Dúvidas?

Ninguém disse mais nada e ela deixou-nos sair. A novidade mesmo é que o Malfoy não fez um único comentário sobre mim. Parece que todo o mundo foi possuído por extraterrestres nestes últimos tempos. Marcámos a reunião para amanhã.

– Já agora quais são os vossos nomes, mesmo? – perguntou a garota dos Hufflepuff. – Eu me chamo Catherine Lawrence.

– Draco Malfoy.

– Hermione Granger. – respondi

– Edward Parker.

– Granger? – ela olhou para mim com um ar curioso, me fazendo sentir uma espécie de Harry Potter versão feminina.

– Sim? – perguntei.

– Nada.

– Então… Hmm… Vou andando. – disse, olhando para o relógio e notando que estava quase na hora de me encontrar com Ron. Preparava-me para ir embora quando uma garota que parecia ser do primeiro ano veio ter comigo.

– P-p-peço desculpa – disse ela, meio atrapalhada – E-eu sou sou do primeiro ano e tenho aula de História da Magia agora, mas não consigo encontrar a sala.

– História da Magia? – perguntei.

– Sim. – respondeu ela a medo.

– Venha comigo, eu te mostro onde é. – levei-a até à sala, e por sorte, a aula ainda não tinha começado. – Se for preciso mais alguma coisa, é só vir ter comigo.

– O-obrigada. – ela entrou na sala.

Olhei para o relógio. 9:30?! O Ron devia estar me esperando há bastante tempo! Se não tivesse ido já embora… Corri para o sétimo andar. Ele ainda lá estava, olhando o relógio.

– Ron! – chamei.

– Ah, estava vendo que você não vinha.

– Estive no gabinete da McGonagall. Quer que eu e mais 3 Orientadores ajudemos a organizar o baile.

– Mais 3? Quem?

– O Malfoy, – respondi revirando os olhos – Um Edward Parker e uma Catherine Lawrence. Você também não conhece, pois não? Eram dos Ravenclaw e Hufflepuff.

– Não, não conheço. Tenho pena de você ter de aturar o Malfoy.

– Então, o que me queria dizer?

– É que… A Lavender. Ela me pediu para ir ao baile com ela e eu disse que ia com você, mas para falar a verdade… Se importa que eu vá com ela?

– Não, claro que não. – apesar de parecer calma, por dentro parecia que tinha acabado de levar uma facada.

– De certeza? É que… Nós voltámos e seria um pouco… Estranho ir com você.

– Não tem problema nenhum. Eu cá me arranjo.

Claro. Eu arranjo-me. Depois de recuperar vários meses na enfermaria do que estou sentido agora.

– Então… Bem… Até… Depois?

– Sim. Adeus. – morra estrangulado por ela.

Me afastei, indo em direção à sala comum. Porque isso me estava incomodando? Porque raio parecia que tinha levado com um Cruccio e uma facada ao mesmo tempo? Era só a quinquagésima vez que ele me trocava pela foca estranguladora. Pensei que ele tivesse mudado depois de… Aquilo que aconteceu. Eu me recusava a pensar naquilo pelo nome, como a maioria dos feiticeiros antes se recusava a pronunciar o nome Voldemort.

Chegando à sala comum, me sentei numa cadeira a ver o ar passar. Era pelo menos mais interessante que meus pensamentos idiotas.