–acho que não. Se você quiser, vai ter que pegar.

–você não pensou em uma coisa: eu ainda tenho meu celular. Adeus, Gabriel. – digo e viro de costas, pego meu celular e chamo um taxi, vou pra frente da casa e espero pelo taxi lá, quando vejo o carro descendo pela rua, Gabriel aparece e me puxa pelo braço.

–every... Você não vai embora. – ele diz

–quero ver me obrigar a ficar! – gritei – meu taxi chegou, e eu estou indo. Até amanha, Gabriel. – tento sair, mas ele aperta meu braço com mais força. – me. Larga. – digo pausadamente. O taxi para na nossa frente.

– não. Largo. –ele diz, imitando meu tom de voz.

–gabriel. –sussurro – se você não me largar agora eu nunca mais olho nessa tua cara de sínico.

–ótimo. –ele diz e me larga – vai embora, me deixa aqui! Não me escuta mesmo não, volta pro seu namoradinho e finge que sente com ele o que sentiu comigo.

–eu não sinto com ele o que senti com você, o que sentimos é mais intenso. - minto feio.

–quer mesmo que eu acredite? –ele pergunta. Se aproxima e me tenta me envolver pela cintura, mas eu me afasto.

–e que razões você teria pra duvidar? Se eu gostasse mais de você do que dele, eu não estaria indo agora mesmo me encontrar com ele, affs Gabriel, primeiramente, por que você acha que eu senti alguma coisa com você? –pergunto aumentando o tom de voz.

–por que eu também senti. –ele diz no mesmo tom que eu – eu senti com você o que eu nunca senti com ninguém, uma paz tão grande, uma vontade enorme de estar com você a cada minuto do dia, de te proteger!

–eu aposto que disse isso para todas as vadias que você comeu nesse ultimo mês. Me poupe das suas mentiras Gabriel! Eu não tenho que ouvir mais nada que saia dessa sua boca imunda! – grito. Ele se aproxima de mim.

–boca imunda que você adorou beijar...

–saia de perto de mim, seu idiota!

–adorou essa boca imunda passeando pelo seu corpo aquela noite, não é? Vai negar? –ele disse. Me puxou para si e beijou meu pescoço, me desvencilhei dele rapidamente.

–posso ter gostado, mas você nunca mais vai tocar em mim, o ultimo toque meu que terá será este. –digo e dou-lhe um tapa no meio do rosto, deixando ali a marca de meus dedos. – adeus. – digo e entro no taxi, aonde o taxista me olhava com espanto. –podemos ir –digo a ele, dou o endereço da escola e ele liga o carro. Olho pela janela e vejo Gabriel parado no mesmo lugar que o deixei, com a mão aonde bati. Seu lindo rosto ostentava uma expressão de espanto, ele estava pasmo com minha atitude. Seus lindos lábios estavam vermelhos, lábios tão doces... Que eu nunca mais beijaria. É isso Gabriel, tem que ser assim. Você fez suas escolhas, eu fiz as minhas: minha escolha era Bryan, apesar de eu ter certeza de que jamais sentiria com ele o que senti com Gabriel.

Quando viramos a esquina da escola eu recebi uma mensagem. Uma mensagem de Gabriel :

‘’ pode ter certeza de uma coisa: eu não vou desistir de você, esse não foi o ultimo toque que recebi seu, você é minha every, sabe disso melhor que ninguém. ‘’

E sabia mesmo, mas não vou ceder a ele, por isso respondi:

‘’ engraçado, achei que havia deixado bem claro que foi o ultimo, e mais engraçado ainda: eu realmente não tenho lembranças de você me comprando em uma loja por ai para dizer que eu sou sua, tem uma nota fiscal? Me deixa em paz, seu merda! ‘’

Paguei o taxista e entrei na escola. Corri para meu quarto e vi que brih não estava lá ainda, mas meu carro estava no estacionamento da escola, ela devia estar com endrew. Separei um pijama amarelo lizo que eu amava e peguei uma toalha, coloquei o pijama em cima da cama e entrei no banheiro e passei quase uma hora no banho.

Quando desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha ouvi a porta do quarto ser aberta, devia ser brih.

–nossa, chegou tarde heim moci... – deixo as palavras no ar quando vejo o ser na porta, o que esse desgraçado estava fazendo aqui? Que merda. Minha noite já estava péssima, vê-lo duas vezes na mesma noite já era pra ser considerada ação do tinhoso. – o que está fazendo aqui? –pergunto e pego o pijama em cima da cama, deixo a toalha cair no chão em um ato de provocação, Gabriel me olha desejoso, depois fecha a porta e se vira para a mesma.

– você devia me avisar quando vai fazer uma coisa desse tipo.

–devia? E que direitos você acha que tem para me exigir alguma coisa? Nem era pra você estar aqui, e eu não vou me privar de fazer o que eu bem quiser quando eu estiver no meu quarto, está incomodado? Ótimo, aproveite pra se retirar. – digo e começo a me vestir. –o que veio fazer aqui? - termino de me vestir.

–na verdade eu não sei, eu... Achei que talvez pudesse fazer você me ouvir.

–achou errado, agora, por favor, ache o caminho para o seu quarto e me deixe em paz, tenho certeza que esse você acerta.

–eu não vou sair. –ele diz, já me olhando de novo.

–tudo bem então, sinta-se a vontade para dormir no chão. Boa noite. –digo e ando até a parede aonde fica o interruptor da luz, a apago e me deito em minha cama. Ouço o som das molas do colchão da brih e percebo que Gabriel se deitou ali. Merda...

Fecho os olhos e tento esquecer que ele está ali, começo a pensar em brih e no meu futuro sobrinho, sorrio com esse pensamento e com isso adormeço.

Acordo no outro dia com a respiração de alguém no meu rosto, um pouco depois percebo um braço sobre minha cintura. Abro os olhos assustada e dou de cara com Gabriel, dou um grito e ele acorda assustado, o empurro para me afastar dele, mas acabo fazendo com que ele caísse da cama.

–seu louco! O que faz aqui ainda? Eu heim, que tipo de psicopata faz isso? – grito

–eu que sou o louco? Você que acorda gritando e me empurrando no chão. – ele diz. Levanta-se do chão e massageia o galo na cabeça. Idiota, o que esse retardado achou que ia acontecer? Que eu o ia acordar com um beijo e dizer ‘’bom dia meu anjo’’ pelamor viu!

–é sim! Você é o louco. Saia do meu quarto. Agora. –digo, aponto pra porta.

–tudo bem então, vou indo. Belo pijama, tente usar cores mais escuras quando for dormir sem roupa intima. –ele diz e pisca um olho pra mim. Olhos lindos e profundos que ,toda vez que olho pra eles, sinto que estou prestes a me afogar e tenho vontade de... Perai, o que eu to pensando meu Deus? Olhos feios! Ridiculos!

–vou lembrar do seu conselho. Agora vai embora. – digo e ele anda até a porta.

–e mais uma coisa: eu disse que não seria o ultimo toque. Até mais every.

–até nunca mais, Gabriel. – o corrigi.

E como prometi a mim mesma: eu o evitaria a todo custo, por isso fui, naquele mesmo dia, até a coordenação e mudei todos os meus horários que se chocavam com os dele. Eu o evitaria de todo jeito, Gabriel Pandora nunca mais irá tocar em mim de novo. Ele conseguiu que eu o quisesse longe mais do que quero mariene.