Memórias Doces (HIATOS) escrita por Izanami Mai


Capítulo 4
Pequenas Criaturas


Notas iniciais do capítulo

Desculpe o atraso pessoal, estive me atualizando com Supernatural e trabalhando em minha outra fic :v Mas está ai, capítulo novo! Espero que gostem :3 xx



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Um dia se passara desde a última vez que eu conversara com vocês. Simplificando, no momento estava vivendo o episódio cinco, aquele em que Ambre roubava as provas e a culpa caia em cima do pobre Nathaniel.

No dia anterior eu conheci Lysandre e tentei me vingar da Ambre como no jogo. Descobri que era obrigada a fazer tudo, porém, ainda conseguia mudar algumas decisões, mesmo que pouco. Exemplo, não tentei pichar ou vestir as mesmas roupas que a Ambre, quase resolvi tudo na violência e discussão, porém a diretora chegou antes que algo divertido acontecesse, conclusão: tive que limpar as pichações depois da aula com a loira e não com Li.

Quanto a história do fantasma eu já sabia que eram o Castiel e Lysandre no porão e não as ilusões da docete, porém algo estranho me fazia seguir o mesmo roteiro do episódio. O professor Faraize apareceu, eu conheci a Kim, a Violette, o projeto de gente que é a Bia, a Peggy e a diva da Rosalya, era tão bonita quanto no jogo. Fiz tudo o que tinha que fazer sempre tentando mudar algo, porém, não importava quais eram as minhas escolhas, o fim sempre era o mesmo do jogo.

Ayalla e Bruno não haviam sumido como alguns outros colegas de classe, porém a escola continuava a mudar, armários surgiram da noite pro dia e alunos caminhavam tranquilamente no segundo andar que antes não existia.

Depois de entregar as provas para Nathaniel e escutar a incrível notícia de que Ambre seria suspensa Lysandre me pediu um favor, pediu ajuda para encontrar seu maldito bloco de notas como já era de se esperar. Sinceramente, já estava cansada de tanto andar por aquela escola e sentia na própria pele o que a docete sentia, era feita de escrava, tinha que aguentar loiras azedas no seu pé e era jogada na friendzone sem dó.

Fui até o pátio procurar pelo objeto perdido e parei sem um motivo aparente no mesmo lugar por alguns segundos.

–– Ai senhor, meus pa’s acabaram –– disse alto de mais.

–– O que? –– a voz de Castiel perguntou atrás de mim. –– Eu sei que você é meio maluca, mas não sabia que gostava de falar sozinha.

–– Boboca. –– virei-me para o ruivo e parei para pensar no péssimo xingamento que arranjei. –– Eu não consigo me mover.

Ele arqueou uma sobrancelha franzindo o cenho e segurou meus ombros, me empurrou para o lado e o observei me estudar com curiosidade.

–– Você tem certeza de que está bem? –– ele perguntou em um tom brincalhão.

–– Sim eu só... –– vi algo se mexendo entre as folhas de uma árvore e ouvi a mesma risadinha que vinha escutando há dois dias. –– Ouviu isso?

–– Sua loucura? Sim –– ele respondeu brincando com um sorriso sarcástico em seus lábios. –– Sugiro visitar um psiquiatra ou um pai de santo.

–– Não enche –– respondi e fitei para alguns bancos avistando o bloco de notas de Lysandre. –– Sei que ama minha companhia, mas tenho que resolver algumas coisas.

Sorri e o deixei sozinho indo em direção ao bloco que jazia solitário no banco, não conseguia imaginar se alguém conseguia ser tão esquecido quanto Lysandre. Enfim, reclamações a parte, procurei pelo garoto e achei este perto dos banheiros onde ficavam os bebedouros.

–– Aqui está o seu bloco –– entreguei o objeto com um suspiro de missão cumprida e soltei um leve sorriso. –– Ele estava em um banco no pátio.

–– Muito obrigado mesmo –– ele sorriu igualmente e foi embora.

Olhei meu celular, faltava uns vinte minutos para as aulas terminarem e como já terminara meus objetivos do dia caminhei em direção a minha sala passando pelo pátio. Escutei uma voz fina e baixa vindo de uma das árvores, a única coisa de que eu consegui lembrar foi das risadinhas estranhas que vinha escutando e os vultos que andara vendo. Dessa vez eu iria encontrar quem, ou o que, que estava me espionando e perseguindo, ou qualquer outra coisa que estivesse fazendo.

Caminhei silenciosamente até a árvore e subi em um banco próximo para mexer em seus galhos e folhas. Eu deveria parecer como uma louca, porém todos estavam em suas devidas salas e os inspetores haviam sumido, havia o perigo de alguém passar, no entanto não me preocupei muito e continuei procurando pela coisa, ou pessoa, que me perseguia.

Mexi e remexi nos galhos, só haviam folhas e algumas lagartas estranhas, nada de coisas rindo ou falando. Ainda não estava pronta para me dar como vencida, porém escutei um alto pigarreio.

–– O que você está fazendo? –– a voz serena de Nathaniel perguntou e eu rapidamente desci do banco saindo de dentro da árvore.

–– É... Colhendo frutas? –– respondi com um sorriso nervoso.

–– Essa árvore é ornamental, ao menos que goste de folhas –– ele respondeu me analisando com um olhar curioso. –– Tem algo errado acontecendo? Você anda um pouco estranha estes dias, sem ofensas.

–– Não, está tudo normal –– respondi acariciando meu próprio braço ainda com o sorriso nervoso.

Ele suspirou fitando-me com preocupação e limpou algumas folhas que estavam emaranhadas em meu cabelo, agradeci com um sorriso e o garoto continuou a me fitar com desconfiança.

–– Tem certeza de que está tudo bem? –– ele insistiu.

–– Sim, só achei que tinha escutado algo –– respondi mordendo meu lábio inferior e olhando por cima de seus ombros certificando-me de que ninguém mais havia visto aquela cena tenebrosa.

–– O que, exatamente? –– ele cruzou os braços ainda segurando sua prancheta.

–– Uma voz fina, não sei ao certo. –– passei a mão pelos meus cabelos. –– Uma criança talvez?

–– O que uma criança estaria fazendo em cima de uma árvore em pleno horário de aula? –– ele franziu o cenho e ergueu uma sobrancelha.

–– Talvez ela tenha resolvido fugir ou foi jogada –– respondi dando de ombros.

–– Você não existe –– ele replicou rindo. –– Venha, lave o rosto e volte pra aula.

Ele tocou minhas costas com leveza e me guiou até a entrada do banheiro feminino. Castiel me achava louca e Nathaniel também criara suspeitas, porém, até mesmo eu estava considerando visitar um psiquiatra, pois estava conseguindo assustar a mim mesma. Ou poderia estar em coma e tudo aquilo era um estranho sonho muito realista.

Lavei meu rosto com água gelada e o sequei com papel toalha. Me encarei no espelho e notei algo estranho com meu cabelo castanho escuro, parecia mais curto e um pouco cinzento, minha pele morena também estava um pouco pálida, meus olhos castanhos escuros estavam fundos devido a noites mal dormidas e meus lábios estavam rachados. Realmente não estava muito bem, porém não achei que eu parecia um fantasma.

Tinha que descobrir rapidamente o que estava acontecendo com a minha vida, talvez a internet ajudasse ou devesse fazer longas horas de terapia. Suspirei com melancolia e antes de sair vi algo se movendo pelo cantos dos meus olhos, corri para a porta e a fechei o mais rápido que pude. Quem que estivesse me espionando teria que responder a todas as minhas perguntas, e dessa vez sem fugir.

Andei até a origem do barulho e vi algo se debatendo desesperadamente entre alguns pacotes de papel higiênico no fundo do cômodo, aproximei minha mão e algo se agarrou a rosto com força. Cambaleei para trás e me apoiei em um boxes para não cair. Senti pequenas mãos apertando minhas bochechas e pude ouvir um fino gemido de dor. Depois de muito tentar consegui soltar a pequena criatura de meu rosto e a joguei para o alto.

Ela me observava com grandes olhos verdes turquesa, parecia muito assustada e arfava enquanto se espremia contra o teto. Tinha asas de morcego, cabelos negros acima dos ombros e pele morena. Comprimi meus olhos e me aproximei com cautela, ela me parecia um tanto familiar.

–– Droga... –– ela murmurou e se afastou rapidamente para outro canto no teto. Ela olhou para os lados em desespero e fitou uma janela depois pousou seu olhar em mim.

–– Dessa vez não! –– eu exclamei pulando para tentar alcança-la, porém a criatura foi mais rápida e atravessou a janela aberta num voo rápido. –– Merda!

Sai do banheiro frustrada e com o som do sinal indicando o fim das aulas e a liberdade dos alunos. Estava pronta para pegar minhas coisas e ir embora daquele maldito lugar quando Ambre surgiu furiosa. Começamos a discutir ali mesmo no corredor para quem quisesse ouvir. Estávamos prontas para nos engalfinhar como animais selvagens, porém Nathaniel surgiu de algum lugar e impediu nossa diversão entrando no meio de nós enquanto segurava o braço de Ambre antes que essa me desferisse um tapa.

A loira foi embora furiosa e Nathaniel virou-se para mim com seu olhar sereno de sempre.

–– Você está bem? –– ele perguntou calmamente.

–– Sim, sim –– respondi enquanto balançava minha cabeça positivamente. –– Mais um pouco e eu também seria suspensa.

–– Te aconselho a voltar para casa logo, ela pode mudar de ideia e acabar voltando. –– ele ajeitou seus cabelos observando o caminho que sua irmã havia traçado. –– Bom, até amanhã Lena.

Ele beijou minha testa e saiu apressado. Fiquei paralisada por alguns momentos, não era extremamente igual ao final do episódio cinco, porém eu não tinha do que reclamar, até fora melhor.

Peguei minhas coisas apressadamente e fui embora a pé pensando na estranha criatura que encontrara no banheiro mais cedo, eu já tinha a visto em algum lugar. Passei grande parte do caminho alguns pensando na cena e na pequena criatura até que me dei conta de quem ela era.

Chinomiko.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e, mais uma vez, desculpem pelo atraso. Digam o que acharam :3 xx



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