Quando eu finalmente acordei, ainda era muito cedo, mas eu percebi que o Céu, o menino tinha desaparecido. Fui andando sozinha até a minha casa, que agora eu não sei se ainda considerava como minha casa. Agora eu tinha descoberto, que o Espaço, O Céu, O Universo, O infinito, era a minha casa. Que eu não passava de minúsculo pó, que em todo o Universo, poderia ser invisível na visão de todos. Quando cheguei a minha casa, fui direto para o quarto dos meus pais, em busca de respostas sobre quem eu realmente era.

Sacudi minha mãe, que não queria acordar, ela estranhou a minha atitude, porque ela sempre dizia que eu costumava viver na janela de meu quarto ou na trilha da floresta que havia em meu condomínio, sempre sonhando acordada. Como ele não queria acordar já fui direto ao assunto:

– Por que vocês não tinham me contado a verdade?

Agora a minha mãe sabia que eu estava falando, ela deveria estar pensando que eu tinha adivinhado, ou deduzido, mas acho que ela não achava que tinham me contado:

– Qual verdade?

–Eu sei que vocês sabem do que eu estou falando, aquela que só podia ser revelada quando eu tivesse 18 anos.

Minha mãe começou a pensar em como eu tinha descoberto, então chegou a uma conclusão:

– Quem a contou?

–Eu estava na floresta, então um menino chamado Céu chegou, e me contou toda a verdade, sobre o Pó de Estrelas, sobre uma missão, o que eu não entendo é porque jogaram toda essa responsabilidade em nossas mãos, eu não mereço isso, e nem nenhum de nós. – Então eu, me ajoelhei e comecei a chorar, não conseguia entender. Minha mãe passou a mão em meu cabelo e disse:

– Filha, você é especial, e você tem que entender isso, você não é a única, você não gostaria de salvar as estrelas? Você mesmo vivia dizendo que as estrelas eram lindas, que elas estavam diminuindo, e que você faria de tudo para salvá-las? Pois é chegou a hora! Só vocês Pó de Estrelas podem salvá-las, eu e seu pai já salvamos as estrelas um dia...

– Mãe, você tem razão. –Então ela era uma Pó de Estrela. -Eu disse secando as lágrimas. – E que missão é essa, o que eu devo fazer?

A minha mãe, não disse nada, apenas me abraçou, eu e minha mãe continuamos a nos abraçar por um bom tempo, finalmente a minha mãe disse:

– Filha me prometa uma coisa, você nunca vai deixar de acreditar nas estrelas, na salvação, em você. Se não você deixa de existir, volta a ser uma estrela, bem distante de nós, prometa isso para a gente?

– Prometo.

– Me prometa também que você não vai contar isso a ninguém, agora as únicas pessoas que você pode confiar sou eu e o seu pai. Agora confiar em alguém é arriscado demais. Você me promete que vai manter a verdade em segredo?

– Prometo sim mãe, o que eu devo fazer? – Perguntei novamente.

– Dentro da fronha de meu travesseiro, estão todas as instruções que você deve seguir. Eu não vou mais retornar a Terra, mas saiba, você deve fazer de tudo para completar a missão junto com os outros pós, Se não todas as estrelas, estarão mortas. Se tiver alguma dúvida, pergunte para o Céu, o menino que lhe contou sobre isso ou para o seu pai. Eu já completei a minha missão na Terra, agora é hora de voltar.

Ela então desapareceu como uma estrela, afinal ela era um pó de estrela, ela não havia deixado isso claro mais era o que eu achava. Na próxima vez que eu observar as estrelas, vou lembrar-me dela. Então peguei o travesseiro dela, e procurei pelas instruções que ela havia citado.