Catherine D' Angelo Jenkins

Depois de comer, voltei ao balcão onde encontrei uma garota de cabelos castanhos, que usava uma combinação de roupa bonita, pena que a saia fosse muito curta. Ela disse que no dia anterior tinha procurado a Alasca e preenchido um formulário, interessada em trabalhar conosco. – Hum... Ela ainda não chegou e não me disse nada. Mas deixe-me dar uma olhada... – disse mostrando um local mais afastado do balcão para que ela ficasse e não impedisse a visão dos clientes enquanto procurava pelo formulário. Acabei encontrando-o e comecei a analisá-lo. – Hum... É melhor que nós conversemos um pouco. Vem, por aqui. A propósito, me chamo Catherine, Catherine Jenkins. – apontei para uma mesa bem afastada. Nos sentamos e começamos a conversar. – Bem, nós estamos meio que sem vagas, a não ser pro turno da noite... Mas porque se interessou em trabalhar aqui no Starbucks? – perguntei, afinal eu também tinha passado por aquilo. Quando me perguntaram, falei que queria adquirir alguma experiência em trabalho e também seria um meio para vencer um pouco minha timidez em conhecer novas pessoas. A ouvi atentamente e achei que ela tinha um bom motivo. – Bem, acho que é uma boa razão. Só me dê alguns minutos pra ir falar com o chefe e já volto, tá? – disse dando um breve sorriso e voltando aos fundos do café, para falar com o gerente. Ele respondeu que não haveria problema, mas ela deveria começar o quanto antes e no turno da noite, que era o único disponível. Então voltei pra mesa e dei a boa notícia a garota. – Lindsey, não é? Bem, o chefe concordou, então seja bem vinda ao Starbucks! – disse bem contente, mas um pouco triste por saber que ela ficaria em outro turno. – Mas vai ter que ficar no turno da noite mesmo... Começa lá pras 19h30... Se pudesse começar amanhã, seria ótimo. – disse explicando um pouco. Ela comemorou bastante, dizendo que começaria no dia seguinte sem falta. – Está bem então. Tchau. – disse dando um breve abraço e depois acenando enquanto a via sair do café. Voltei para o balcão e continuei atenta em servir os clientes. Estava ajeitando algumas coisas no balcão quando uma cliente chegou pedindo um chocolate quente e querendo uma sugestão de acompanhamento para a bebida. – Hum... Bem, se estiver com muita fome, um toast de presunto e queijo seria ideal. Mas caso não esteja, uns pãezinhos de queijo ficariam ótimos. Também temos algumas opções de doces, mas eles podem acabar tirando o doce do chocolate. Pode ficar a vontade e escolher. – disse sorrindo e apontando para as opções no balcão. Ouvi-a escolher os pães de queijo e fui pegá-los, além do chocolate quente. Logo coloquei-os numa bandeja e entreguei à cliente. – Aqui está o pedido. Ela agradeceu, pagando-os e perguntou se era eu quem fazia ou se apenas servia. – Bem, nos revezamos algumas vezes e eu faço algumas coisinhas... Gosto de fazer os pães de queijo, acho mais fáceis... – disse meio envergonhada, coçando um pouco a nuca. Foi então que vi uma mesa para atender. – Me desculpe, mas tem alguém esperando e tenho que atender. – disse saindo do balcão, acenando enquanto me dirigia a mesa e preparava meu bloquinho. Fiquei feliz em ver que era Lua e sua irmã Clara e brinquei um pouco. – Aproveitando bem a folga, Lua? Trouxe a Clara com você, que legal. Então, já escolheram?

Ouvi Lua apenas fazer o pedido das duas, sem procurar conversa. Suspirei um pouco triste, voltando ao balcão e preparando os pedidos. Em minutos voltei a mesa delas e entreguei a bandeja, recebendo o pagamento na mesma hora. Novamente voltei ao balcão e já tinha visto que havia algumas mesas a atender, mas meu horário estava no fim. Então fui para os fundos do café e comecei a preparar minhas coisas, tirando o uniforme e guardando-o no armário. Foi quando o gerente veio falar comigo que gostaria que eu fosse a um seminário proporcionado pelas Empresas Kent no dia seguinte, sobre marketing. Ele tinha pedido a outros funcionários também, nos dando folga nesse dia, para que aproveitássemos o seminário e nos atentássemos sobre se deveríamos fazer mudanças no café ou não e quais seriam essas mudanças. Claro que aceitei, seria uma ótima oportunidade para aprender algo novo. Ele acrescentou que quem fosse ao seminário seria convidado para uma festa de gala no sábado, então era bom que eu não esquecesse de usar algo formal. Acenei afirmando que não esqueceria e ele voltou a sua sala. Terminando de ajeitar meus livros nos braços, acenei rapidamente aos meus colegas e sai do Starbucks. Caminhei durante algum tempo até passar novamente pela praça Trafalgar e acabei por me lembrar que no dia anterior tinha esbarrado com aquele rapaz. Sorrindo comigo mesma, imaginei que se o encontrasse por ali novamente, seria muita coincidência. Decidi descansar um pouco e sentei num dos bancos, pensando em como o dia tinha sido bem puxado, tanto na faculdade quanto no trabalho.

Não querendo me demorar mais e sabendo como Ian devia estar sentindo minha falta, me levantei e comecei a caminhar de volta pra casa. Assim que cheguei, Ian veio me saudar e deixando meus livros no sofá, peguei-o no colo. – Oi fofinho. Sentiu saudades, não foi? – falei enquanto caminhava para a cozinha e afagava sua barriga. – Hum... A comida e a água ainda estão razoáveis, vou deixar do jeito que está... – disse reparando nos pratos de Ian. – Pode descer. Agora eu tenho que comer e também tomar um bom banho... – disse colocando-o no colo e voltando a sala para pegar meus livros. Depois fui até o quarto, onde peguei uma muda de roupa e rumei para o banheiro. Me dei permissão de tomar um banho na banheira, coisa que não fazia há algum tempo, e era extremamente relaxante. Após alguns minutos, saí e me vesti, rumando para a cozinha preparar algo. Aproveitei algumas coisa que tinha feito na noite anterior e fiz uma refeição bem rápida. Depois fiquei um pouco no sofá, com Ian ao meu lado, assistindo um pouco de TV. A matéria de hoje tinha sido bem fácil, tinha compreendido-a tão logo o professor a explicara. Alguns minutos depois, comecei a ficar com sono e desliguei a TV. Fui até meu quarto e me enfiei embaixo dos lençóis. Desta vez, Ian tinha preferido dormir na sua própria cama. Assim que me ajeitei melhor, fechei meus olhos e em segundos, adormeci.

Christian Edward Kent

Depois de passear de carro por alguns lugares de Londres, eu voltei para casa. Diferentemente dos outros dias, eu fiquei acordado por mais tempo, recebendo telefonemas para confirmar as coisas sobre o seminário que eu havia planejado e sobre a festa de gala. Mas, de tantas pessoas que telefonaram a que eu realmente esperava quem telefonasse, não ligou. Fiquei acordado o resto da madrugada, observando o celular, até que quando foi de manhã eu comecei a me arrumar para ir para o trabalho."Me arrumar" não era um termo muito bom, já que nessa manhã eu não estava com vontade alguma de me arrumar ou de ir para o trabalho, mas... eu tinha que ir. Vesti o meu terno, mas não tive o trabalho de me barbear ou ajeitar o meu cabelo direito. Os meus olhos estavam quebrados. Quero dizer, devo estar péssimo... mas hoje eu não vou faltar o trabalho. Peguei minhas coisas e então saí do apartamento. Fui para o meu carro e em poucos minutos cheguei à empresa. Passei pela recepção dando um rápido "Olá" e então me dirigi a minha sala. Saphira ainda não havia chegado, já que estava bem antes da hora normal que eu chegava. Entrei na minha sala e me sentei na minha cadeira, cruzando os meus braços sobre a mesa e apoiando a minha cabeça. Mais tarde, quando Saphira chegasse, eu começaria a fazer as coisas... Eu estava descansando com a cabeça nos meus braços até que ouvi o meu celular tocar: – Mais alguém para a festa de gala? Francamente, não sei de onde saiu tanta gente da família real... – disse levantando o meu rosto e pegando o meu celular em cima da mesa. Quando eu olhei para a tela de celular, vi que era um número desconhecido. Poderia ser Laura. Ajeitei-me na cadeira e na afobação de pegar logo o celular, quase que o deixava cair. Mas segurei-o de novo e o atendi: – Sim? – perguntei um tanto animado. Tsc, se fosse a rainha eu realmente teria problemas. Nunca vi uma criatura metida a ter poder político tão esnobe quanto a "vossa majestade". Era a Laura. Eu acabei por sorrir imediatamente e mudei minha postura, me ajeitando na cadeira. Ela perguntou se eu havia esperado a ligação e eu não disse nada, e apenas continuei: – Ah... não, não estou ocupado... – disse e então vi que Saphira estava quase entrando na sala, mas quando ela me viu no telefone, ela saiu: – Mas e então... neste final de semana a empresa vai dar uma festa de gala. Só quem vier ao seminário que vai ter acesso a festa mas... eu faço questão de que você seja minha convidada de honra. – disse sorrindo um pouco enquanto esperava a resposta de Laura. Acabei rindo um pouco e assenti ao que a Laura falou: – Tudo bem, então... quero dizer, é raro alguém recusar estar na mesma mesa que a rainha Elizabeth, mas... tudo bem. – comentei e ri um pouco novamente: – Te vejo no seminário. – disse, esperando a resposta da morena. Acabei rindo um pouco com o que ela disse e respondi: – Ah, o seminário é amanhã de manhã e se estende até um pouco da tarde. – disse enquanto me encostava um pouco mais na minha cadeira: – Mas o melhor vai ser a festa, isso eu lhe garanto. – disse rindo um pouco. – Até amanhã. – disse e esperei Laura desligar. Quando ela desligou, coloquei o meu telefone novamente sobre a mesa e sorri um pouco me levantando da cadeira e saindo da sala, indo até a mesa de Saphira: – Saphira não desmarque nada hoje. Vou atender a todas às reuniões. – disse para ela e então já ia voltar para minha sala, até que voltei para a Saphira: – E daria para você, por favor, me trazer um café? – perguntei fitando-a. Assenti para ela: –Tudo bem, então. – falei e voltei para a minha sala, sentando na minha cadeira. Virei-me para a grande janela que tinha atrás de mim e então, observei a vista que tinha para o Tamisa: – Como eu nunca percebi esta vista? É realmente muito bonita... – disse comigo mesmo, enquanto observava pela janela.

Peguei o meu café e bebi um pouco, voltando a fitar Saphira: – Não, obrigado. Eu estou indo para as reuniões e quando você terminar as suas coisas, pode ir embora. – disse me levantando da cadeira: – E Saphira, esteja cedo amanhã, já que será o dia do seminário e temos que resolver algumas coisas sobre a festa. – disse sorrindo um pouco e então saindo da sala. Fui para a sala de reuniões, tive algumas destas, recusei propostas, aceitei outras... enfim. Depois de terminar tudo, ainda passei para me despedir de Saphira e confirmar a informação sobre ela estar aqui para ajudar com o decorrer do seminário amanhã. Depois, saí da empresa, peguei meu carro e dirigi para minha casa. Tomei um banho, jantei e depois de ver um pouco de televisão, fui dormir.