Lábios de dor escrita por Lipe Muliterno


Capítulo 8
A invasão




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Isadora se aproxima dos irmãos e os cumprimenta com um abraço.

–Tudo bem com vocês? – Pergunta Ju.

–Ah, estamos levando.

–Podemos entrar? – Pergunta Victor. – Estou com frio.

–Claro.

Isadora leva os dois para dentro de casa. Uma troca de olhares com Jhon já lhes mostra que não está tudo bem.

Dentro da casa Ju e Victor cumprimentam o resto do grupo e após vários minutos de conversa surge a pergunta por parte de Ju:

–Cadê o Lilipe?

A pergunta foi inocente e bem intencionada, afinal ela não sabia do recente acontecimento. Isadora morde o lábio inferior e franze o rosto com uma expressão de choro, após fazer isso deixa a sala à passos largos e sobe as escadas em direção aos quartos.

Ju fica sem reação.

–Nós tivemos um acidente hoje mais cedo e perdemos o Lipe. – Explica Drew com a voz baixa.

Victor e Ju baixam a cabeça.

–Ele fará falta. – Diz Victor.

Todos ficam em maio a um silêncio constrangedor, até que Gabs Luquete se dirigindo aos recém chegados anuncia:

–Venham, vou mostrar o quarto de vocês.

Após Victor e Ju ajeitarem o seu quarto, todos se reúnem e jantam em silêncio, não um silêncio absoluto, mas bem mais quieto do que nas outras refeições. O grupo se divide e alguns vão se banhar, outros ajudam a ajeitar a casa e poucos ficam sem fazer nada.

A casa está totalmente apagada e todos dormem exceto Jhon que passa tediosamente os canais da TV. Muitos canais estão fora de ar, a maioria transmite constantes mensagens do CDC e poucos transmitem programa que já foram gravados anteriormente. Jhon se cansa e desliga o aparelho, nesse momento ele imagina ter visto pela janela luzes como de faróis de um carro, ele também teve essa impressão no dia anterior, mas agora imagina que não passa de sua imaginação pregando peças nele devido ao stress.

Ele vai para seu quarto e demora a pegar no sono, mas felizmente consegue.

...

O homem claro, de estatura baixa, cabelos um tanto quanto claros e arrepiados e barba rala observa de longe a casa de campo que se encontra à sua frente. É a segunda noite que ele observa o local com o desejo de tomá-lo.

Ele é acompanhado por mais duas pessoas, um homem e uma mulher, ambos loiros, ela é de estatura mediana, magra, possui olhos azuis e uma pistola está presa a seu cinto, já o homem é forte, alto, seus cabelos são curtos e olhos escuros, ele carrega uma balestra presa à suas costas.

Eles não confiam em ninguém a não ser neles mesmos e não têm um lugar para ficar, pelo menos por enquanto.

...

Perto do mercado poucos mordedores vagueiam, sem rumo, alvos do azar, e o corpo de Filipe já não é mais encontrado no ponto onde ele caiu.

O chão está manchado por grande quantidade de sangue, as capsulas dos projéteis disparados estão largadas aos montes pela rua, muitos corpos estão caídos e a sensação de ausência de vida reina ali, não a sensação de morte, mas a de ausência de vida, você não entende até senti-la.

Deus parece ter abandonado o mundo.

...

6:00 AM os relógios da casa novamente despertam fazendo com que todos acordem, mas poucos se levantam pra enfrentar o dia.

Isadora passou a maior parte da noite chorando, mas agora uma sensação de alívio se abate sobre ela, na madrugada Laura foi para seu quarto e pediu para ficar ali com ela e obteve a autorização de Isadora.

A garotinha também obteve o apreço de Isadora que.

Ela leva a garota para tomar café e fica apreciando a pequenina. Jhon então aparece na porta da cozinha e faz um gesto com a cabeça para que Isadora o encontre na sala.

–A tia já volta. – Avisa Isadora.

–Tá bom. – Responde a garotinha entre colheradas no seu cereal.

Isadora se levanta e vai em direção à sala onde encontra Jhon.

–Vou direto ao assunto. – Começa Jhon. – Precisamos nos livrar da garota.

Isadora dá risada, até perceber que ele não está brincando.

–Você tá louco?!

–Isa, pensa bem, a mãe dela a abandonou e ela ficou morando com o pai e a avó, ambos morreram de forma trágica segundo o Lipe, aí ele começou a cuidar dela, seu fim também não foi nada bonito e agora ela escolheu você, ou nós a matamos ou ela te mata.

Isa não acredita que está ouvindo essas coisas, ela então franze as sobrancelhas, leva o braço um pouco atrás da linha de seu tronco e desfere um cruzado contra o rosto de Jhon, a dor toma ambos, a lateral do rosto de Jhon que cambaleia para o lado e a mão de Isadora que tenta esconder isso com lágrimas nos olhos.

–VAI SE TRATAR! – Grita ela se virando e voltando para a cozinha.

Jhon avança na direção dela, mas é impedido por Vini Dakota e Malu.

Quando Isadora entra na cozinha, Laura a encara com olhos arregalados.

–O que aconteceu? – Pergunta a pequena.

–Nada, termine de comer, eu vou descansar um pouco.

Isadora vai para seu quarto onde fica sentada na cama ao lado da janela de forma pensativa. Segundos se passam se transformando em minutos que logo se tornam em horas, ela ficaria assim por um bom tempo, mas ouve uma buzina e olha pela Janela, um furgão preto está parado na entrada do sítio e dele saem três pessoas, dois homens e uma mulher, os mesmo aqui já descritos observando a casa. Isso não espanta Isadora, o que a espanta é a visão de Laura correndo para recebê-los e sendo agarrada pelo homem forte.

...

No andar de baixo os presentes já sabem que terão problemas.

Thalles pega seu revólver e o coloca no bolso de trás de sua calça.

–Sem alarde, peguem as armas que temos e se escondam. – Pede ele pouco antes de sair da casa.

Lá fora ele faz uma análise dos invasores, a garota apesar de parecer frágil está firme e pronta para lutar, o líder não parece muito forte, mas com certeza é ágil e fará certo estrago numa batalha, o terceiro elemento é um brutamontes, ele segura o pescoço de Laura e para Thalles transmite a sensação de que ele pode quebrar o pescoço da garotinha com a maior facilidade do mundo se não gostar do rumo que as coisas tomem.

–Como posso ajudá-lo? – Pergunta Thalles ao líder.

–Você pode desocupar minha casa pra começar. – Responde ele com um sorriso sarcástico no rosto e seus subordinados dão uma breve risada.

–Então, não vai rolar.

Lembra-se da sensação que Thalles teve sobre o brutamontes? Infelizmente ele estava certo, o grandalhão torce o pescoço da garota que emite um som de estralo só que muito mais alto e horrendo Laura cai no chão e o homem pisa várias vezes em sua cabeça até estourar o crânio infantil, uma massa surge onde antes era a cabeça da garotinha.

–O que acha de deixar minha casa agora?


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