Lábios de dor escrita por Lipe Muliterno


Capítulo 4
A noticia




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Thalles buzina, interrompendo, dessa forma, o clima dentro do carro.

A porta da casa se abre e eles podem ver Jannie, mãe de Victor, seus cabelos castanhos com mechas tingidas de loiro estão soltos por sobre os ombros, seus olhos transmitem alegria e Filipe se sente pior do que antes pela noticia que terá de dar. Isadora, Thalles e Filipe saem dos carros e vão em direção a casa.

–Oi Fe. – cumprimenta Jannie dessa forma apesar de não ter muito a ver com o nome, depois cumprimenta os outros dois. – Cadê o Victor?

–Vamos entrar pra conversar. – Pede Filipe após um suspiro.

Um ar de preocupação toma o rosto de Jannie. Os quatro se dirigem para a sala de jantar.

–Tio Filipe! – Uma garotinha de seis anos pula e abraça Filipe.

–Oi, queridinha, agora preciso conversar com sua avó, vai brincar um pouco.

A garotinha beija o rosto de Filipe e sai correndo, Laura é seu nome, enquanto corre sua trança pula, Filipe é apaixonado pelos grandes olhos cor de mel da garotinha.

–Jannie, fique calma. – Começa Filipe

–Diga logo o que aconteceu.

–Tivemos um acidente hoje e uma bala perdida atingiu o Victor.

–Quando ele sai do hospital? – Pergunta Jannie preocupada.

–Não sai, ele está morto.

Jannie coloca o rosto entre as mãos e começa a chorar desesperadamente e Filipe a envolve com um abraço, aquela mulher sempre o tratou como um filho.

Thalles e Isadora ficam sem saber o que fazer, até que um grito se faz ouvir, os dois homens correm para ver o que houve.

Chegando a frente da casa, Laura se atira nos braços de Filipe.

–Calma, querida, o que houve?

–O homem louco pegou o senhor Antonio. – Diz a garotinha assustada

–O vizinho?

–Sim.

–Mas, como assim pegou?

–O senhor Antonio estava limpando o carro, aí o homem louco chegou e mordeu forte o pescoço dele e sangrou muito. Quero meu pai. – A pequenina começa a chorar.

Os dois homens se entreolham.

–Vá para dentro de casa. – Manda Filipe.

A garotinha anda trêmula em direção à porta de casa.

–Lipe, vindo para cá ouvi um alerta na rádio sobre...

–Nós também ouvimos. – Interrompe Filipe.

–Você acha que pode ter algo a ver?

–Creio que não.

Uma ambulância corta o ar em alta velocidade com a sirene ligada.

–Lipe, acho que pode ter começado algo grande e preocupante. – reclama Thalles.

–JANNIE, LIGUE A TV! – Grita Filipe. – Vem Thalles, vamos ver o que está acontecendo.

Na sala de estar todos se acomodam, Laura e Jannie se abraçam, ao que parece ela contou para a garotinha o que aconteceu com o pai, Filipe se senta com elas no sofá maior e Isadora e Thalles no menor.

Thalles sintoniza o aparelho televisor em um canal de noticias.

O aparelho mostra o já conhecido rosto do âncora que está terminando sua frase:

...agora uma transmissão do CDC, controle de doenças contagiosas, sobre o recente vírus e a recente série de ataques canibais.

Neste momento, Thalles aponta para Filipe com um sorriso no rosto e exclama:

–Devia ter apostado com você.

Ele fica meio constrangido por ter feito a brincadeira em uma hora não muito boa e volta a assistir TV.

Um novo rosto surge na tela.

Olá, eu sou o professor Dumas, diretor e porta voz do CDC no Brasil. Há dois dias um de nossos cientistas, de forma descuidada, deixou um novo vírus se multiplicar e espalhar pelo ar até o ponto de não conseguirmos mais contê-lo. O objetivo do vírus era reanimar o cérebro de um morto para podermos estudá-lo de melhor forma, o problema é que esse vírus está reanimando não apenas o cérebro do cadáver como ele todo. O coração permanece morto, bombeando bem pouco sangue na verdade, mas, o corpo não. – Ele faz uma longa pausa, lê algo em um papel em sua mesa e volta a falar. – Você pode estar se perguntando qual o problema em termos driblado a morte, bom, os cadáveres reanimados estão voltando com comportamento agressivo e extrema fome, agentes da saúde deverão auxiliá-los. Obrigado pela atenção.

A TV volta a mostrar o rosto do âncora que passa dar as outras noticias com certa preocupação e inquietude a tal ponto de serem perceptíveis.

–Lipe, temos um problema. – Pragueja Thalles.

–Precisamos juntar um grupo e ir embora daqui. – Diz Filipe.

–Tá, saímos de nossas casas e vamos pra onde? – Pergunta Isadora do seu jeito neurótico de ver as coisas.

–Temos uma casa no interior que usávamos pra dar as festas com o pessoal do fandom.

Thalles, Filipe e Isadora soltam um “hehe” ao mesmo tempo ao lembrarem das festas.

–Thalles e Isa, vão pra casa e peguem suas coisas, vou deixar a chave da minha casa com vocês peguem, algumas roupas para mim por favor.

–Vem, Isa, eu te levo pra casa. – Se oferece Thalles.

–Obrigada. – Agradece

Filipe leva os amigos até o carro e se despede.

–Vai com cuidado. – Pede Filipe.

–Pode deixar. – Concorda Thalles partindo.

Filipe entra novamente na casa de Victor.

–Jannie, faça as malas se quiser vir conosco.

–O que está acontecendo?

–Eu não sei ao certo, mas, pode ser algo grave.

Jannie vai com Laura fazer as malas, Filipe aproveita o tempo que elas levam pra vasculhar a casa e encontra apenas uma faca de caça no armário de Victor. Quando volta para a sala encontra Jannie com duas malas grandes, uma pequena e Laura com uma mochila nas costas.

Eles levam tudo para o carro e começam a ajeitar no porta malas. Enquanto isso Laura chama insistentemente Jannie que se estressa.

–Eu estou ocupada agora.

–Mas, o senhor Antonio está vindo te abraçar.

Filipe ouve isso e se vira apenas para ver Jannie ser atacada, ele pega uma de suas armas e efetua dois disparos seguidos, um atinge a garganta de Jannie e outro a cabeça do canibal.

Laura começa a gritar e Filipe a pega no colo e a coloca dentro do carro, logo depois ele entra também e dá a partida já acelerando, o movimento faz o porta malas bater e logo o carro já se distancia grandemente de onde acaba de acontecer o ataque.


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