Lábios de dor escrita por Lipe Muliterno


Capítulo 27
Bad to the bone


Notas iniciais do capítulo

Foi dificil escrever o inicio desse capitulo, creio que a parte mais complicada de toda a história



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Quieta e sozinha em meio às arvores que cercam o acampamento, Isadora tenta entender o que fez e o que Filipe fez. Ela tem vagas lembranças de coisas que o perturbava e a principal era falar de seu passado. Ele havia tido momentos difíceis, após o divórcio de seus pais sua mãe não saía do quarto e seu pai sumiu. Isso ele revelava a todos, mas tinha mais coisa, coisas que aconteceram antes do divórcio, ele se metia em brigas e sempre se machucava, certo dia ele havia revelado ter levado uma facada de seu pai no dia de seu aniversario. Isadora acredita que talvez esse seja o motivo de ele não gostar de seu aniversario. Depois de um tempo o pai dele reapareceu como se nada tivesse acontecido, mas Filipe nunca se esquecera das coisas que aconteceram, suas cicatrizes sempre o lembravam assim como o medo que ele havia adquirido de ser enterrado vivo. Ele por muito tempo sonhou com os olhos de seu pai o encarando enquanto era espancado por defender a mãe, sonhava também com o confinamento dentro de uma velha geladeira vermelha onde às vezes era preso e muitas vezes sonhava em ser novamente erguido sobre a mureta de proteção da sacada de um prédio, mas isso ele escondia. Por isso Filipe evitava tanto seu pai. Talvez isso tenha o mudado e Isa se arrepende de muitas vezes ter o julgado mal.

Uma sensação então se apodera de Isadora, um velho conhecido, a vontade de alcançar o suicídio. Ela então tapa com uma das mãos a boca e com a outra pressiona suas narinas, fica assim por um tempo e suas têmporas agora latejam.

–Se você quer se suicidar é melhor tentar outra forma.

Celly sai do meio das árvores.

Isadora tira as mãos do rosto e recupera o ar.

–E como você sabe disso?

Celly dá de ombros.

–Não sei explicar, seu cérebro simplesmente não deixa.

–Eu não sei o que me levou a fazer aquilo. – Diz Isadora começando a chorar.

– “Acredito que a paz não se ganha fácil, que às vezes, é necessário lutar pela paz”, acho que ele disse isso antes de morrer, ele morreu com orgulho de você, deu pra ver nos olhos dele.

Agora Isadora chora de forma impiedosa e Celly permanece ao seu lado até o choro se cessar.

–Ele queria que nós fossemos para Minas e é o que vamos fazer. – Anuncia Isadora de forma altamente confiante. – Junte o grupo nos carros, vamos partir.

...

Pouco tempo depois o grupo está reunido perto dos carros e agora contam com a companhia de dois novos integrantes. Luke e Bia.

Isadora pede de forma baixa para Marti dividir o grupo e então ele começa:

–É o seguinte, Thalles, Malu e Luc, vocês vão no Skyline. Claris, Paloma e Gaby, usem o carro do Lipe. Isa e Magru peguem o Mustang. Gabs e Dudu, precisamos de um carro pra carregar nossas coisas com mais tranquilidade, vão com a Ford Ranger. Eu vou no meu carro com a Celly. Mapa e Léo, vão na moto dele. Luke e Bia podem usar a moto estilizada.

O grupo se divide e a frota de carros rapidamente cai na estrada.

Horas se passam e eles decidem descansar quando a noite cai.

Um motel de estrada junto com um posto de gasolina chama a atenção do grupo, o letreiro luminoso funciona, ali ainda tem eletricidade.

As motos são as primeiras a chegarem seguidas respectivamente pelo Camaro, o Mustang, o Skyline, a Ford Ranger e o Galaxie.

Todos deixam os carros e se alongam tentando diminuir o desconforto causado pelas horas a fio que passaram sentados nos bancos dos carros.

–To com fome. –Reclama Luke

–To com tanta fome que poderia comer um boi. – Diz Malu.

Seus amigos mais antigos a olham incrédulos.

–Eu só to brincando, gente. – Revela.

Algumas risadas são dadas.

O grupo agora se dirige conversando de forma distraída em direção à porta de entrada, Clarisse vai à frente. Com o corpo meio de lado e a cabeça virada para trás conversando com o restante do grupo ela estende seu único braço, gira a maçaneta e empurra a porta.

Talvez se ela estivesse virada para frente teria notado mais rapidamente, ao abrir a porta, a prostituta morta-viva com lingerie vermelha que se lançou sobre ela.

Clarisse tenta usar as duas mãos para empurrar a pútrida mulher.

Tentativas em vão. Um único braço não supre sua necessidade e logo a canibal arranca-lhe um pedaço do músculo do ombro. Clarisse grita de dor.

Luc e Thalles agarram a mordedora pelos braços e a jogam violentamente contra uma parede eles estão prontos para dar um fim nela quando um grito de aviso vindo de Mapa os alerta.

–Todos para os carros! AGORA! – Ordena ela.

Os cinco carros são rapidamente ocupados e começam a deixar o local, mas são logo barrados por uma horda.

Fodeu, não dá pra continuar em frente e se voltarmos não passaríamos pelo posto de gasolina. Pensa Gaby em silêncio. Mas então ela ouve o som de uma moto. Eram pra se usar apenas os carros por protegerem melhor o corpo. Ela vira a cabeça e vê Magru em cima da Harley Davidson com a jaqueta de couro de Léo acelerando parada.

–Morrer será uma grande aventura. – Diz Magru de forma confiante com seu lindo sorriso no rosto e um certo brilho cruza seus olhos com lentes verdes.

Magru acelera em direção ao posto de gasolina, na realidade em direção às bombas de gasolina como nota Malu. Ela adquire alta velocidade em pouco tempo e quando se aproxima do posto ela salta da moto que se choca contra uma das bombas causando uma grande explosão. Magru está rolando no chão quando a enorme bola de fogo faz com que ela desapareça. Uma lagrima rola pelo rosto de Léo, mas então ele vê a silhueta da pequena garota sair do fogo com a jaqueta em chamas, ela tira a jaqueta e agarra uma barra de ferro no chão. A barra voou durante a explosão e está quente, mas ela não à larga, o motivo dela estar segurando aquela barra logo surge.

Mordedores pegando fogo vão em direção a ela e são atingidos com violência por ela. Magru consegue detê-los por um tempo, mas logo o numero de mordedores é muito grande e ela está se cansando e sentindo muito calor.

Magru para de lutar, ergue o dedo indicador e médio da mão livre em direção ao grupo como os hippies e logo é morta pelos mordedores.

Felizmente sua distração deu tempo e espaço para que os carros pudessem voltar pelo caminho que fizeram.

Magru está caída no chão tão cansada que não se dá ao trabalho se quer de gritar de dor e em meio aquela comoção ela avista Parvaroti se lançando em meio aos seus agressores e morrendo junto com ela.


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