Lábios de dor escrita por Lipe Muliterno


Capítulo 16
Se tornando mais unidos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526394/chapter/16

A noite cai e ninguém consegue dormir bem por causa do frio, está muito escuro e o local não tem camas. Magru beija Clarisse e as duas abraçadas se esquentam, finalmente mais gente entendeu que é o fim do mundo e não importam mais seus atos. Malu está prestes a protestar sobre o frio quando vê uma luz surgir no meio do grande salão e um cheiro de queimado surge.

–FILIPE! OQUE VOCÊ TÁ FAZENDO?! – Grita Malu ao ver a enorme chama se erguendo no meio do salão.

–Ué, eu tava com frio, aí acendi uma fogueira. – Diz Filipe normalmente.

–Lógico que você tá com frio! Você tá sem roupa! – Fala Dudu sem entender.

–Deixem de bobeira e venham para cá, tá quentinho.

–Ahn... Não, valeu. – Responde Nico.

–Que frescura, eu coloco uma calça, agora venham pra cá antes que congelem.

Filipe põe uma calça e o grupo se reúne em volta da fogueira.

–Amanhã vou atrás de umas cobertas sem falta. – Avisa Dudu se reunindo ao grupo.

O grupo fica olhando para o fogo em um silêncio constrangedor.

–E então... O que vocês faziam antes da praga começar? – Gabs puxa assunto.

Todos contam e aquilo rende assunto por algumas horas e aos poucos um a um vão se deitando para tentar dormir.

–Pessoal. – Filipe acorda alguns que já dormiam.

–O que foi? – Pergunta Ju resmungando.

–Vamos cantar?

–Vai dormir, Lipe! – Exclamam Nico, Marti, Thalles e Magru em uníssono.

Ele constrangido se vira e tenta dormir

No dia seguinte todos são acordados pelo grito de Ju e correm em direção ao grito que vem do banheiro, ao chegarem lá entendem o motivo do grito.

Chiara está enforcada com um fio elétrico preso a um boxe.

–Ai merda. – Fala Lore que caminha em direção ao corpo e corta o fio, o corpo cai no chão e ela enfia a face pela nuca de Chiara. – Isso vai evitar que ela se transforme.

–Como sabe disso? – Pergunta Malu.

–Nós havíamos prendido uma daquelas coisas e descobrimos que só se mata atingindo o cérebro, ah, não sei se vocês sabem, mas não precisa ser mordido pra se tornar um deles, se você morrer você vira, o vírus está no ar e todos já estamos infectados, a mordida só causa a morte.

–Mas isso não funciona para todos. – continua Mapa.

–Como assim? – Pergunta Marti.

A garota levanta a manga de sua camiseta e em seu ombro direito está a marca de uma mordida.

–Há pouco tempo nosso grupo foi atacado, todos que foram mordidos morreram, menos eu.

Os presentes se surpreendem.

–Você é tipo a cura? – Pergunta Yokota.

–Eu não sei ao certo, mas desconfio que isso possa ser uma realidade.

–Pessoal, ainda temos um corpo aqui. – Diz Lore. – Alguém pode me ajudar a levá-lo para fora?

Marti se prontifica e os dois juntos levam o corpo leve de Chiara para fora.

O grupo se divide e praticamente em todos os momentos Mapa era o assunto.

Filipe está sentado em uma das mesas sozinho, Yokota se incomoda com aquilo, ele se senta do lado do amigo.

–E aí cara, aconteceu alguma coisa?

–Só tive um sonho estranho. – Reponde Filipe.

–Conta aí.

–Bom, eu não lembro como começou, mas eu estava relembrando os instantes de chegar antes na casa, eu já tinha pegado a Malu em casa e estava indo buscar a Mama no fim do mundo, achei que o apocalipse não tivesse chegado lá, mas estava errado. Chegando à casa da Mama fomos surpreendidos por alguns, como você chama, mordedores, eles cercaram o carro. Em meio ao desespero vi um vulto branco passando e pensei: É a Mama. E eu estava certo ela estava com um facão na mão e chamou a atenção daquelas coisas, eram uns doze no total, que avançaram em sua direção, ela brandia a lâmina e separa as cabeças dos corpos com a maior facilidade e graciosidade do mundo, foi estranho vê-la daquela forma. Até aí tudo bem, é apenas uma lembrança de algo real, mas ela entrou no carro e eu saí e quando olhei novamente para o lado ela não estava lá, nem Malu no banco de trás, quem estava do meu lado era o Tomi, ele estava peladão com exceção do cocar e do rosto pintado olhando para mim, eu me assustei, ele colocou as mãos em meu ombro e disse: Vingue-me, e que os bons espíritos te ajudem! Eu perguntei do que ele estava falando e dessa vez ele gritou: ME VINGUE, PEQUENO GAROTO AMARELO! E então eu acordei com o grito da Saraiva.

Filipe encara Yokota tentando refletir sobre o sonho.

–E o seu, como foi? – Pergunta o japonês.

–Esquece, eu estava errado, não foi estranho.

Uma voz interrompe a conversa dos amigos.

–Eu estou saindo, alguém vêm?

As garotas se entreolham, as primeiras a se prontificarem são Gabs, Isadora e Clarisse.

–Preciso de homens para irem juntos. – Ninguém se oferece.

–Tá, eu vou junto. – Finalmente anuncia Filipe.

Eles pegam seus rádios comunicadores e os cinco restantes, entram no Skyline de Thalles e saem do estacionamento.

–Dudu, vamos procurar algum lugar onde possamos encontrar armas. – Pede Filipe.

–Pode deixar.

Eles andam por um longo caminho até chegarem a uma pequena cidade, por ela ser pequena felizmente poucos mordedores andam pelas ruas, Dudu para o carro em frente a uma loja pequena de coisas para a casa.

–Peguem alguns cobertores e venham para cá, vou ficar no carro caso precisemos sair logo daqui, gostaria que alguém ficasse aqui também.

–Eu fico. – Fala Clarisse rapidamente.

Filipe, Gabs e Isadora entram na loja que é repleta de camas, colchões e coisas do tipo.

Dentro do carro, Dudu coloca uma música pra passar o tempo, vários minutos se passam e ele está olhando pela janela em direção à loja quando sente algo tocando o meio de suas pernas, ele olha para a região e encontra Clarisse o alisando, os dois começam a se beijar loucamente.

–Vamos fazer? –Pergunta ela subindo no colo de Dudu.

–Daqui a pouco eles vão sair da loja.

–Ainda vão demorar.

Gabs já pegou alguns cobertores e está levando para o carro quando ouve um som estranho, ela procura a origem do som e se arrepende. Em cima de uma cama estão Isadora e Filipe descontraindo um pouco. Ela sai dali fingindo não ter visto nada e vai para a porta, ao abri-la encontra o carro pulando.

–Eu não acredito nisso! – Exclama ela se sentando no chão e tapando os ouvidos com as mãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lábios de dor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.