Lábios de dor escrita por Lipe Muliterno
Filipe dirige por mais um longo trecho de estrada e avista o carro de seus amigos, ele estaciona e entra com o novo grupo no estabelecimento.
Lá dentro encontra Gabs, Yokota e Ju comendo, Nico joga baralho com Anna e Thalles tentando o animar, Rasquel e Nat assistem algo em uma das TVs, Malu, Marti, Isa, Clarisse e Celly conversam. Ninguém os nota chegando. Filipe então leva a mão até a boca tocando o dedo médio e o polegar um som alto e agudo preenche então ar, todos se voltam para ele e alguns sorriem.
–Esses são nossos novos amigos, se conheçam, eu vou dar uma mijada.
Ele vai em direção ao banheiro e os grupos agora se unem, ao abrir a porta do banheiro ele encontra Magru e Léo sem roupa.
–Isso... Vai... Como eu curto um negão... – Revela Magru em meio a gemidos.
Filipe entra mesmo assim e vai em direção ao um dos mictórios.
–Belos peitos. – Diz ele abrindo o zíper da calça.
Os dois safadinhos param com o serviço assustados e se separam eles se vestem e Magru sai do banheiro, quando Léo está saindo Filipe o chama.
–Hey, boa! – Parabeniza Filipe levantando o polegar opositor para Léo com a mão livre.
Léo sai do banheiro e encontra o resto do grupo.
Após sair do banheiro Filipe se reúne com o resto do grupo, ele vê Dudu na cozinha preparando algo com os milhos e percebe que todas as garotas dão olhadinhas rápidas e disfarçadas para ele.
Fora do estabelecimento as primeiras gotas de chuva começam a cair e em pouco tempo aquela chuva fica mais e mais forte, eles notam que o que antes era uma pequena goteira agora se tornou um buraco e ele ameaça o resto do teto devido a grande quantidade de água.
–Alguém viu meu celular? – Pergunta Magru. – Eu acabei de colocar ele aqui no balcão.
Ninguém alega ter visto o aparelho e ela fica brava, mas tenta se acalmar e vai fazer outras coisas.
–O que aconteceu com aquele cara que prendemos? – Pergunta Filipe.
–Eu ouvi os gritos dele para o soltarmos antes de deixarmos a casa, mas ignorei. – Responde Nico.
–Como eles morreram? – Pergunta Filipe após respirar profundamente.
–A Log não sabemos, mas provavelmente foi lutando contra o Tomi, lutando contra ele pois ele se transformou e matou a Sah, não vimos a Marea hoje e o Jhon ficou dentro da casa antes dela explodir.
Filipe abaixa a cabeça e espera que alguém mude de assunto.
–Puta merda, precisamos de algo pra tampara aquele buraco. – Diz Buzz se referindo ao buraco no teto. – Vou até o almoxarifado ver se encontro uma escada.
–Eu vou junto. – Se oferece Pedro.
–Cuidado, seu celular vai ca... – Magru para de falar ao perceber que o celular no bolso de Pedro na verdade se trata do seu. – VOCÊ ME ROUBOU?! – Grita ela enfurecida.
O garoto fica sem reação e quando finalmente vai dizer algo uma mão puxa sua cabeça para trás e uma faca atravessa seu pescoço fazendo um sangue borbulhante sair a cada vez que ele tentava respirar.
–Nós avisamos, sem roubo. – Anuncia Lore.
A garota agora não parecia mais tão fofa e dócil.
–Tire o corpo daqui eu vou pegar a escada. – Pede Buzz como se nada houvesse acontecido.
Em outras circunstâncias a maioria dos presentes passaria mal ou ficaria ao menos boquiaberto, mas não agora, todos agiram como se aquilo fosse natural e voltam a conversar enquanto Nico e Anna tiram o corpo dali. Pouco tempo depois Buzz volta com uma escada, um martelo, alguns pregos, duas tabuas e impermeabilizante, ele tapa o buraco em pouco tempo e volta.
Dudu agora sai da cozinha carregando um prato cheio de pamonhas, todos pegam uma, mas antes que comam Buzz diz:
–Antes de comermos, vamos deixar que a Mapa prove, ela nunca comeu uma pamonha antes.
A garota fica corada e todos aprovam a ideia mediante a graça que acham.
Ela tira o barbante e abre a pamonha, com certo brilho nos olhos a leva até a boca com o auxilio de uma colher, sua cara não é muito boa após ela o fazer.
–Me desculpa Dudu, mas isso é horrível, achei que fosse salgado.
Todos riem.
O trabalho de Buzz foi bem feito e após um tempo secando o chão o grupo consegue deixar tudo bem arrumado.
O dia corre sem nada para fazer e eles ficam entediados até que Isadora aparece com uma caixa e animada.
–Pessoal, olhem o que eu achei. – Diz ela contente.
O grupo se reúne e vê o motivo de sua alegria, a caixa tem dentro dela vinte e sete rádios comunicadores para longa distancia.
–Ótimo, assim podemos nos comunicar mesmo que longe. – Diz Gabs entusiasmada.
Após Celly fazer uma contagem do número de rádios e o número de pessoas ela diz:
–Existem vinte e sete rádios e estamos em um grupo de vinte e duas pessoas, todos podem ter o seu de boa.
Cada um apanha um rádio e todos sintonizam na mesma frequência.
–Podemos espalhar os cinco restantes por aí a fora e se alguém os encontrar poderá falar conosco.
Todos acham a ideia genial e Clarisse começa a escrever cinco bilhetes pedindo para que se alguém encontrar o rádio encontrar em contato com eles para que possam ajudar.
Thalles está sozinho em um canto, olhando para o sol que se põe escondido atrás das nuvens de chuva, ele se lembra de Log e como que em uma despedida ele diz baixo:
–Eu te amo.
...
Longe dali, debaixo dos escombros da casa alguém se move, e após empurrar alguns destroços Log consegue arrastar seu corpo para fora.
Antes de explodir a casa, Jhon a colocou em um banheiro para que os mordedores não mutilassem seu corpo e isso foi sua salvação, na explosão os canos estouraram e não deixaram que o local onde ela estava se incendiasse, sim ela está morta, mas voltou como um dos mordedores, ou quase isso.
A chuva forte apagou o incêndio.
Ela tem vagas lembranças de quem foi ou o que aconteceu, ela avista um revólver caído, consegue pegá-lo e com enorme esforço, lutando contra sua parte agressiva ela olha para o por do Sol e pronuncia com dificuldade:
–Eu te amo mais que tudo. – Ela dispara contra sua cabeça evitando assim que se torne um monstro.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Dedico esse capítulo a duas pessoas especiais para mim, Thalles e Lorenna. Thallena é com toda certeza meu casal favorito, que vocês sejam felizes juntos por muito tempo e que o amor de vocês nunca se apague.