What If escrita por Fields


Capítulo 4
Capitulo III - Alasca


Notas iniciais do capítulo

Hello, pessoas!
Primeiro, não estou me aguentando de tanta felicidade!
Um muitíssimo obrigada a todas as pessoas que têm acompanhado a fic, e deixado reviews. Graças a vocês eu estou tendo uma grande inspiração e uma vontade crescente de postar o mais rápido que eu puder.
Segundo, quero lembrar que a fic é " Universo Alternativo", e algumas coisas que eu escreverei não se encaixam no universo da Marvel.
É isso. Então...
Let's Go!



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Capitulo III

Alasca

Era manhã em Manhattan, e apesar do sol ter saído há pouco tempo, a filha do doutor Lionel Lucas já estava de pé. Enquanto levava uma xícara de café para o pai, sua mente vagava entre os acontecimentos da noite anterior, e o estranho sonho que tivera.

—Foi tudo muito confuso, papai. — Mégara dizia, após entregar a xícara para o pai, e permanecer com uma em suas mãos.

A loira sentou-se à mesa da cozinha, sob o olhar atento do pai. Ela havia acabado de contar tudo o que acontecera, desde que o restaurante foi atacado, até o momento em que Steve Rogers a trouxe para casa.

— Está tudo bem agora. – Josh disse, suspirando. – Eles te soltaram, e é isso que importa.

— É... - A garota parecia distraída, enquanto se lembrava da forma estranha que aquela ruiva a liberou. — Sabe papai, a agente...Natasha Romanoff...Ela parecia tão estranha. – Ela comentou,suspirando. — Quando mencionei seu nome... — Meg levantou os olhos para o pai,que tinha o cenho franzido. — Ela invadiu a sala, e disse que era pra eu ir embora.

— Ora,querida... Eu sou conhecido na cidade, às vezes ela te liberou porque sabia que minha filha é incapaz de apagar alguém por querer. — Ele disse, com o típico sorriso fraterno.

A garota assentiu e sorriu, estava feliz por tudo ter acabado... Ou ao menos era isso que pensava, até a campainha tocar. Ela franziu o cenho e Josh se levantou.

— Não se preocupe, eu atendo. — Ele disse, dando um beijo na testa da filha. — Suba e se arrume, vamos conseguir outro celular pra você, ok?

— Ok. — Ela se levantou também e começou a subir as escadas, esse era o lado bom de ter um pai super protetor. Ela podia ter perdido seu celular no restaurante, mas Josh nunca iria deixá-la andar por aí sem manter contato.

A campainha tocou novamente e Josh murmurou um “já vai...” e dirigiu-se a sala, enquanto as coisas que Meg dissera flutuavam na sua cabeça.

Que loucura! Ele sabia que as habilidades da filha eram... Erh... “poderosas”. Mas o advogado não fazia idéia que eram tanto.

“nocautear o capitão América? Isso é...” Ele interrompeu os próprios pensamentos, quando abriu a porta e encarou o casal na sua frente.

A ruiva foi quem lhe chamou atenção. Os olhos azuis dela se arregalaram, e ele pensou que sua expressão não devia ser muito diferente. Aquela era... Impossível!

– Natalie? – ele murmurou, o coração batendo forte, quase saltando do peito. Ela estava do mesmo jeito que ele a vira pela última vez... Há 20 anos. Bem, não exatamente do mesmo jeito, já que os cabelos estavam ruivos. Mas não seria um corte de cabelo novo e roupas pretas que iriam impedi-lo de reconhecer a mulher que ele amou.

— Olá Josh... Eu... Eu preciso falar com Mégara. — A ruiva gaguejou, e o homem apenas engoliu em seco, não sabendo exatamente o que falar.

— Por favor, Doutor Lucas. — O gavião disse, chamando a atenção do homem para si. — É muito importante. — Ele acrescentou e Josh balançou negativamente a cabeça.

— Não agora. — Ele murmurou saindo para o corredor e fechando a porta atrás de si. — Você não pode vir aqui depois desses anos e dizer que quer falar com ela. — Josh disse, e Natasha suspirou.

— Josh, eu sei...

— Não, Natalie, você não sabe! — Josh retrucou, mantendo o tom de voz baixo, receoso de que Mégara ouvisse. — Você mesma disse que era perigoso para Meg que você continuasse conosco. E agora, minha filha foi atacada em um restaurante e no outro dia você e... — Ele olhou para gavião com o cenho franzido, e voltou a olhar para a ruiva. — esse rapaz aparecem aqui?

— Estamos aqui para protegê-la! — Natasha bufou, cruzando os braços. Clint permaneceu calado, olhando dela para o advogado. — Deixe de ser tão cabeça dura!

Josh abriu a boca, soltando uma exclamação.

Eu estou sendo cabeça dura? Céus, o que espera que eu faça, quando a minha ex-esposa some do mapa e reaparece mais de vinte anos depois exatamente do mesmo jeito que costumava ser?! — Ele cruzou os braços, dando ênfase a palavra. — Você por acaso, tomou um chá da fonte da juventude ou o que?

— Josh... — A ruiva inspirou fundo, talvez para recuperar a calma. Ela sentiu algo estranho. Uma gostosa nostalgia, uma doce lembrança do quanto Josh conseguia tirá-la do sério. Mas tratou de mandar esse pensamento embora. — Você se lembra quando comentei com você a respeito da Rússia? — perguntou, dando a ele um olhar significativo.

O homem relaxou um pouco os braços e olhou-a com dúvida no rosto.

— É por conta daquelas coisas que eles fizeram com você?

— Sim. E é por conta daquelas “coisas” que Meg tem esse negócio. — Ela explicou e Josh deixou os braços caírem ao lado do corpo — eu estive acompanhando vocês desde que saí daqui. Eu sei o quanto foi difícil criá-la sozinho, mas eu estou aqui agora. E quero ajudá-la.

O advogado estava realmente indeciso sobre o que fazer, ele via nos olhos da mulher que ela falava a verdade. Então ele se virou e abriu a porta. Não sabia se era por conta das palavras dela, ou por conta daquele sentimento ridículo que ele ainda guardava em uma pequena caixa no fundo do peito. Josh só pensou que talvez, só talvez, ele estivesse fazendo a coisa certa, ao deixar Natalie entrar de novo em sua vida.

~~~*~~~

Assim que Mégara subiu as escadas, resolveu que precisava de um banho, e depois de longos vinte minutos no chuveiro ela se sentiu mais relaxada. Colocou um vestido florido simples e calçou suas sandálias de amarrar no tornozelo. Pegou uma toalha, enrolando-a no cabelo ao mesmo tempo em que ouviu vozes no andar de baixo e achou estranho. Seu pai não havia avisado sobre visitas, então ela decidiu descer para ver de quem se tratava.

Assim que alcançou o pé da escada, teve uma visão estranha da sala. Seu pai estava sentado em uma poltrona, e a viúva negra e o gavião arqueiro estavam no sofá a frente dele.

— Você disse que iria protegê-la! — Josh exclamou dando ênfase á palavra. — Levá-la de volta é totalmente o contrário!

— Ela deveria decidir isso. Meg não tem mais cinco anos, Josh. — Natasha retrucou e o pai da menina balançou a cabeça.

Meg pretendia ficar no seu esconderijo e ouvir o resto da conversa, mas seu gato traidor tinha que miar ao seu lado e denunciar sua posição.

Os três presentes olharam para a menina e ela caminhou até seu pai.

— Pai? — chamou ela, com os olhares atentos dos presentes. — O que querem aqui? — perguntou, sentando-se no braço da poltrona onde seu pai estava.

— Viemos lhe pedir uma ajuda. — Clint disse e Meg franziu o cenho, confusa com as palavras do outro.

— Do que estão falando? — perguntou, olhando deles para o pai.

Ele estava sério, quase irreconhecível. Josh sempre tinha aquela pose relaxada, mesmo quando tinha vários processos em andamento no tribunal. Agora, ele estava com o cenho franzido e um semblante preocupado. Ele olhou de Meg para Natasha e suspirou.

— Essa... moça... — Meg achou que certamente a palavra foi pronunciada de maneira forçada — Disse que você seria de grande ajuda, em uma missão que eles terão de cumprir. Um grupo da organização que você falou está partindo em uma viagem. — Josh explicou e Meg se levantou.

— Ajuda? — perguntou, se virando para o casal a sua frente — O que vocês querem que eu faça? — perguntou, cruzando os braços — Que eu apague outro cara com minhas mãos? — completou, o tom mais ríspido do que ela pretendia.

— Mégara! — Josh repreendeu, e ela suspirou.

— Desculpe, só estou um pouco estressada.

— Nós não queremos que use seus poderes, Steve comentou conosco o quanto isso é um incômodo para você. — Natasha disse, e a moça suspirou.

— Então no que posso ajudá-los? — Ela perguntou e Clint limpou a garganta.

— Rogers nos contou que você visitou uma “base científica” onde procurava respostas para os seus efeitos colaterais. — Barton disse e Meg assentiu, concordando.

— Sim, mas lá é bem restrito, não é, papai? — ela disse, olhando para o doutor Lucas.

— Sim, eles são bem rigorosos na escolha das pessoas que podem entrar lá.

— E por que isso? — Natasha perguntou e Meg deu de ombros.

— A S.H.I.E.L.D não concorda muito com essas experiências, além de não liberar informações que ajudariam essas pessoas e muitas outras a descobrir como lidar com esses problemas. — Ela explicou e Clint rolou os olhos.

— É para a própria segurança...

— Segurança das pessoas, sei disso. Só não concordo com o método de vocês. — Meg interrompeu o agente, e olhou para a viúva negra. — Mas por que vocês precisam entrar lá? Não vou ajudá-los a destruir a base, eles ajudam as pessoas como eu...

— Não queremos destruir nada, Mégara. — Natasha a cortou e em seguida suspirou — Estamos fazendo isso, como apoio a Thor. Acredito que você saiba quem ele é. — Meg sentiu que parou de respirar por um segundo.

Na sua cabeça, tudo o que se passava eram as palavras de Loki, em seu sonho.

“Você TEM que me encontrar.”

“Asgard corre perigo, você tem de trazer a jóia pra mim.”

“Avise a Thor. Ele saberá o que fazer. A jóia está...”

A jóia. Talvez fosse isso que Thor estivesse procurando. Não podia ser mera coincidência eles pedirem a ajuda dela para aquilo. Ela havia sonhado com Loki naquela madrugada e horas depois agentes da S.H.I.E.L.D surgem em sua porta, pedindo que ela ajudasse ao irmão dele.

—O que Thor procura nessa base? — perguntou, sentindo sua voz falhar.

Claro que Natasha e Clint perceberam. Eles eram agentes que combateram em campo por muito tempo. Eles podiam não ter os poderes de Meg, mas sabiam definir um momento de hesitação, ou quando algo afetava um indivíduo. Além disso, eles sabiam fazer leitura corporal. E Mégara começar a estalar os dedos das mãos não era algo discreto.

— Ele procura um portal. — Natasha contou. E mesmo que Clint a repreendesse com o olhar ( ela quase podia ouvi-lo dizer : Isso é confidencial!) a ruiva sentia que estava fazendo o certo. — Thor acredita que Asgard está em perigo, e tem essa garota... a namorada dele, que pode... Erh... Sentir a energia do portal. Eles tentaram entrar no lugar, mas não conseguiram.

Claro que Natasha omitiu a parte de Nick Fury dizendo que aquilo era uma missão de reconhecimento, para saber exatamente o que aquelas pessoas faziam lá.

— Eu... Tudo bem, eu vou. — Mégara disse, para espanto de seu pai.

— Vai? — perguntou Josh, se levantando de repente. — Tem certeza, filha? E se for perigoso? Você sabe que... — ele se cortou, olhando de canto de olho para Natasha e então limpando a garganta. — Aquelas pessoas podem ser perigosas quando querem.

— Eu sei, papai. Mas eu preciso ajudá-los.

— E por quê? — Ele perguntou e a moça suspirou.

— Eu não sei. Eu sinto que devo, e o senhor sabe que eu não me engano quando tenho esses... Essas impressões. — Ela explicou e ele suspirou, assentindo.

Josh então se virou para Natasha, que tinha um meio sorriso no rosto.

— Só... Cuidem dela, por favor. — Ele pediu, abraçando a filha de lado.

— Nós vamos. — Clint disse, sorrindo.

— Te pegamos ao anoitecer. — Natasha anunciou, e Meg assentiu.

O coração da garota pulava e sambava. Estava a poucas horas de falar com Thor. E mesmo que por um lado ela achasse loucura se meter nessa confusão toda por causa de um sonho. Por outro lado Mégara sabia que aquilo tudo traria respostas para ela. A respeito de seus dons, e principalmente, dos Blackouts.

~~~*~~~

Ele estava exausto.

Encantar um objeto e mantê-lo sobre ilusão era uma coisa fácil, para o Deus asgardiano, era brincadeira de criança. Mas outra história era manter uma ilusão sobre uma pessoa por mais de três dias, além é claro, de manter a ilusão sobre si mesmo.

Quando a curandeira finalmente deixou o quarto, o jovem deixou-se cair na poltrona. Cada músculo de seu corpo parecia em brasas, e sua cabeça estava prestes a explodir de dor. Se ele saísse daquele quarto, não conseguiria manter a ilusão sobre Odin. E ele precisava que a curandeira tratasse o velho, para que houvesse alguma chance de Asgard ser salva.

Loki não conseguia esquecer-se das palavras de seu “pai”.

Exército caído... Aquilo simplesmente não fazia sentido. Ele não conseguia se lembrar de nenhum exército que fora derrotado por Asgard e que tinha chances de se reerguer.

Batidas na porta interromperam sua linha de pensamento. Imediatamente ele se concentrou nas ilusões sobre si e Odin.

—Entre. — Murmurou com um ar cansado.

Lady Sif irrompeu pela porta, e internamente, Loki bufou. Nunca houve uma mulher que o incomodasse tanto. Ele apreciava as mulheres asgardianas e suas curvas desejáveis, e como Loki bem sabia, haviam curvas interessantes em baixo de toda aquela armadura.
Mas aparentemente, a mulher ficou eternamente ressentida pela brincadeirinha que ele havia feito quando ambos eram adolescentes.¹

— Meu rei, trago notícias preocupantes. Alfheim foi atacada essa noite. Os sobreviventes estão solicitando auxílio e alimentos.

— O que? — Loki se ajeitou na cadeira, e apesar do cansaço, a preocupação estava de volta.

— Os elfos de Alfheim mencionaram um exército sombrio, que se assemelhavam aos humanos com poderes distintos. — Ela explicou, e o moreno franziu o cenho.

— Humanos? — Loki riu, balançando a cabeça e Sif assentiu. — Isso é ridículo.

— Existem raças nesse universo que não conhecemos, pai de todos. — A guerreira disse, de modo sombrio.

Loki logo se lembrou das palavras de seu pai e achou melhor não subestimar aqueles “humanos”.

— Mande nossos melhores guerreiros a Nidavellir, provavelmente os anões não conseguirão suportar a um ataque. Protejam as fronteiras, reforce nosso poder bélico.

—Meu rei, o que exatamente estamos enfrentando? — A mulher perguntou, franzindo o cenho.

Pelo modo como ela apertava a bainha de sua espada, claramente Lady Sif estava ansiosa pela idéia de uma guerra com um exército que havia praticamente dizimado um reino, sem contar que nunca se ouvira falar de tais seres antes.

— Espero que seja em menor magnitude do que penso. Mas mesmo assim...

Sif assentiu, e Loki suspirou. Sua cabeça latejando pelo esforço da ilusão.

— Farei conforme solicitado, meu rei. Com licença. — Ela fez uma pequena reverência antes de sair dali. Assim que a porta se fechou, Loki desfez as ilusões.

O jovem olhou para o corpo imóvel do pai e pensou se estaria fazendo o certo. Ele se lembrou de seu irmão e do recente exílio decretado por “Odin”. Apenas para que o Deus do trovão não descobrisse a farsa.

Apesar de burro apaixonado, Thor era um excelente guerreiro, ele saberia exatamente como fazer estratégias de guerra em casos assim.

— Não acredito que vou fazer isso... — Loki murmurou emburrado, e olhou pra além da janela do quarto.

Asgard brilhava sob a luz prateada da lua, e enquanto o moreno observava as terras em que sempre desejou reinar, uma lembrança lhe veio à mente...

Se você falhar, se o Tesseract for tirado de nós, não haverá nenhum reino, nem lua estéril, nenhuma fenda onde eu não possa encontrá-lo. Você acha que sabe o que é a dor? Ele vai fazer você implorar por algo tão doce como a dor.

Loki sentiu seu corpo estremecer,ele não fazia idéia do porque lembrara desse acontecimento. O encontro com The other parecia ter sido há tanto tempo. Mas ainda que ele dissesse para si mesmo que esse tremor era causado pela brisa fria e pelo cansaço. Lá no fundo, seu subconsciente insistia em lhe falar a verdade.

“Seu tempo está acabando, Loki.” Quase pôde ouvi-lo sussurrar.

“Asgard será destruída”. Odin predissera.

O rapaz suspirou, deitando a cabeça na poltrona e fechando os olhos.

— Me ajude, mãe. — Ele sussurrou, lembrando-se de Frigga — O que devo fazer? — acrescentou, sentindo o cansaço vencer a batalha e seu corpo se deixar levar pela inconsciência.

~~~*~~~

Mégara nunca achou que esse dia chegaria. Vê-los pela televisão na batalha de New York era uma coisa. Agora, estar sentada no jatinho “super chique” do homem de ferro, e observar os vingadores discutindo como adolescentes...

Ela realmente deveria estar em outro de seus sonhos loucos.

Mas enquanto ela divagava, Tony Stark insistia que o pelotão inteiro chamaria mais atenção que o necessário, por outro lado, Steve Rogers achava que nesse caso, se separar não era uma opção.

É claro que Meg tinha uma idéia, mas estava ocupada demais babando por Thor, que permanecia calado, com a mão no queixo, enquanto pensava em uma solução. Ela teve de (discretamente) por a mão na própria boca, para se certificar que não escorria alguma baba.

Ele parecia um Deus grego... Os músculos se sobressaíam na blusa xadrez e...

— Certo, Mégara? — Alguém lhe interrompeu a linha de pensamento.

— Oi? — A moça sentiu suas bochechas queimarem quando percebeu que era Jane quem falava. A namorada do Deus do trovão.

— Quer um babador, pirralha? — Tony Stark murmurou, com um sorriso de canto.

— Eu... — ela limpou a garganta, e para sua sorte, Natasha a salvou.

— Jane sugeriu que vocês duas entrassem sozinhas, para não levantar suspeitas. — A ruiva disse, mas estava prendendo o riso. — Nós ficaremos de olho em vocês, qualquer coisa, entraremos de outro modo.

— Na verdade, eu iria sugerir exatamente isso. Eles já me conhecem na portaria, posso dizer que eu tive outro efeito colateral, e que Jane é uma amiga que veio me acompanhar. — Meg disse e Jane concordou com a cabeça.

— Mas como vamos entrar? Doutor Benner teve de ajudar Fury com aquele incidente na Ásia. E Como Thor e Jane disseram, os muros são reforçados... — Gavião falava, quando foi interrompido por Steve.

— Pelo que eu e Stark observamos, eles têm uma saída lateral, onde descarregam materiais e armas...

—Peraí, armas? — Meg questionou, se sentindo desconfortável.

— Não achou que eles fossem hippies seguindo o estilo de vida do doutor Xavier, achou? — Tony perguntou, rolando os olhos.

Meg cruzou os braços emburrada. Ficara três dias com aquelas pessoas e nunca os vira usar armas.

— Ok, crianças, deixem o Capitão terminar. — Thor murmurou e Steve assentiu.

— Enquanto as meninas entram na base, nós podemos seguir até a lateral e entrar por lá. Assim, caso haja algum problema, já estaremos dentro do lugar.

— Parece bom. — Natasha disse e virou-se para Jane. — E quando você achar o portal, o que vai acontecer?

— Eu vou torcer para que ele abra uma passagem para Asgard. — Thor explicou e todos o olharam como se ele fosse louco.

— E se você ficar... Perdido no espaço? — Steve perguntou, e Thor suspirou.

— Eu tenho que tentar. Eu sei que Asgard está em perigo. Eu não sei explicar como, mas... Sei que tenho de estar lá. — Thor retrucou e Meg sentiu um frio no estômago.

Na teoria, parecia mais fácil chegar em Thor e dizer: “Hey, sonhei com seu irmão, que por acaso é um super vilão que tentou destruir a terra. Mas mesmo assim eu acho que ele tem esse lado bom e realmente precisa de ajuda.”

Ok, pensando assim parecia verdadeiramente um absurdo. Mas não podia ser uma simples coincidência, podia?

— A propósito, arrumei um ótimo lugar para pernoitarmos. — Tony disse, e todos olharam para ele.

—Pernoitarmos? Não vamos entrar agora? — Thor perguntou e Tony e Steve trocaram olhares. O que já foi super estranho, devido à pequena rivalidade dos dois.

— Quando nós reunimos informações a respeito do lugar, e colhemos dados dos habitantes locais, percebemos que amanhã eles recebem a visita de um pelotão inteiro de militares. — Steve explicou e Meg levantou ambas as sobrancelhas, totalmente surpresa.

— Militares? Como militares entram lá se nem Fury sabe da existência desse lugar? — Natasha perguntou, com a mesma expressão de surpresa estampada no rosto.

— Pode ser que alguém, de dentro da Shield esteja passando informações para eles, e eles resolveram abrir seu próprio centro de pesquisas. — Clint sugeriu e Meg balançou a cabeça.

—Mas... Não pode ser. Eu estive lá e nunca vi ninguém que não parecesse um cientista. — Ela contrapôs e Jane suspirou.

—Meg... Seu pai é advogado, trabalha com gente do governo; Prefeitos, senadores e outros políticos famosos. Como você acha que ele conseguiu esse “contato” para você? — Ela perguntou, e todos permaneceram em silêncio.

— Provavelmente os mesmo políticos famosos que mandaram o míssil a New York há três anos. — Tony disse e Steve teve de concordar.

— É uma possibilidade. — Ele disse, e Meg balançou a cabeça, mas resolveu permanecer calada. Thor deu de ombros e limpou a garganta.

—E onde vamos ficar? — Ele perguntou e Tony sorriu.

— Essa é a melhor parte. — Ele disse, e Meg não soube dizer se ele sorria de verdade, ou se parecia mais um garoto armando uma travessura.

~*~

Quando ela viu a “casa” percebeu que era a segunda opção. Ao seu lado, Natasha falou algo em russo, o que provavelmente era um xingamento. Meg e os outros cinco presentes, olharam para um Tony sorridente e ele deu de ombros.

— A casa fica em frente a base...— ele disse, apontado para o outro lado do rio. — Eu a comprei ontem, quando eu e Steve viemos aqui. Não dava para reformar sem chamar atenção. — Ele justificou e Steve deu de ombros.

— Pelo menos podemos ficar de olho neles. — Steve disse e Natasha bufou.

—Pelo menos tem aquecedor? Pelo amor de Deus, digam que sim. — Ela disse, fazendo Clint rir.

— É claro que tem. Eu comprei de um casal de velhinhos, e ainda paguei uma segunda lua de mel para eles, isso não é ótimo? — Stark perguntou e Meg rolou os olhos.

— Como você é generoso. — Ela disse, em tom irônico.

— Tenho que concordar com você. — Ele respondeu sorrindo. — Agora vamos entrar, eu estou congelando.

Assim que Tony entrou, os outros o seguiram. Não tinha muito lugar para ir. A casa era pequena, com apenas quatro cômodos. Dois quartos, uma cozinha e um banheiro.
Os dois quartos eram relativamente grandes e confortáveis, ficou decidido que Meg, Jane e Natasha ficariam no quarto menor, e os quatro rapazes no quarto ao lado.

No quarto das meninas havia um sofá cama e um beliche; Uma janela quadrada com cortinas pesadas e uma cômoda no canto do quarto. Natasha se propôs a ficar no sofá. Jane e Meg se entreolharam, e em seguida olharam para o sofá.

— Você vai mesmo dormir “nisso”? — Jane perguntou, enquanto Natasha fechava a cortina, devido ao sol brilhante lá fora.

Realmente, não parecia que já eram duas da manhã. Mégara estava exausta, o pouco que cochilara no avião não serviu para aliviar seu sono, o que ela mais queria era deitar naquela cama confortável e dormir como um bebê. Mas não podia deixar a Romanoff dormir naquela coisa desconfortável.

— Acreditem, já dormi em lugares piores. — Natasha disse, com um sorriso de canto — Fiquem tranqüilas, o beliche é todo de vocês.

Jane deu de ombros e se preparou para deitar. Meg olhou a viúva negra e chegou perto dela.

— Tem certeza? — Perguntou a loira. — Talvez em algum lugar aqui tenha um colchão para por em cima disso. — Ela comentou e a ruiva deu de ombros.

— Como eu disse, estou acostumada. Além do mais, vou levantar logo, para averiguar a área com Steve. — Natasha sorriu e Meg a imitou.

A sensação de que elas se conheciam não a abandonava um segundo sequer.

— Ok então. — Meg suspirou e se deitou no beliche de baixo, já que Jane havia pegado a cama de cima.

Natasha abriu o sofá e se deitou, o quarto caiu no silêncio completo e Meg suspirou, fechando os olhos.

E então, o frio na nuca apareceu, e com ele a coisa pegajosa se alastrando no pescoço.

— Há não... — Ela murmurou. Natasha, que estava há alguns centímetros, olhou para ela de cenho franzido.

— O que foi? — Ela perguntou, e a loira a olhou, alarmada.

— Vai acontecer. — Sussurrou, e a viúva negra a olhou com preocupação.

— O que vai acontecer? — perguntou ela, mas já era tarde.

As cores do lugar se dissolveram, e ela caiu na mais completa escuridão. A voz de Natasha sumiu aos poucos e ela se sentiu sozinha. Uma voz gélida sussurrou aos seus ouvidos...

“Você sempre estará sozinha, Meg.”

~*~

Ela abriu os olhos, mas teve que fechá-los de novo por conta da claridade. Abriu-os devagar, até se acostumar com a luz, e quando o fez, viu um céu azul, sem nuvens. Ela se sentou e olhou em volta, percebeu que estava em um campo de trigo.

Não havia som, só a brisa balançando a plantação. E então, passos.

— Mégara, finalmente você voltou. — A loira se virou para a origem do som, e viu uma mulher perto de si.

A recém chegada era uma mulher mais velha, talvez na casa dos quarenta. Os olhos eram azuis, com um brilho doce neles, o nariz afilado e as maçãs do rosto se destacavam. Os cabelos eram loiro escuro e desciam em ondas até abaixo dos ombros.

A mulher jogou seu cabelo de lado e se sentou a frente dela. Meg queria se lembrar de onde a conhecia, mas nada vinha em sua memória.

— Quem é você? — Ela perguntou, e a senhora sorriu.

— O mais importante agora, é saber por que você está aqui. — respondeu, e Meg franziu o cenho.

— Eu não me lembro. — Ela confessou e a outra suspirou.

— Estamos em Valhalla. — Ela disse, esperando a resposta de Meg. Mas a menina não fazia idéia de que lugar era esse. — É como o céu, para os midgardianos.

A moça levantou as sobrancelhas.

— Ai não. Eu morri? — Ela perguntou, se sentindo triste.

— Ah, céus, não! — A mulher riu, colocando a mão na boca. — Eu morri, você está viva. Mas o único modo de te encontrar, foi te trazer aqui.

Com essas palavras, Meg deu um pulo de onde estava sentada.

— Você morreu? Você é um fantasma? — a loira perguntou e a mulher suspirou.

— Meg, não estamos evoluindo. Da última vez você me fez essas mesmas perguntas. — A outra disse e Meg franziu o cenho.

— Da última vez? Eu já estive aqui antes?

— Você pode se sentar? Eu te explicarei tudo. — Meg assentiu se sentando. Mas dessa vez um pouco mais afastada.

— O que está acontecendo? — a menina perguntou e a outra mulher deu um sorriso compreensivo.

— Me escute com atenção. Não vou poder te trazer aqui por mais tempo. A cada dia que passa as forças de Amora ficam maiores.

— Quem? — Meg a interrompeu e a loira fez uma careta.

—Oh, céus! Ela está realmente apagando a sua memória. — constatou, franzindo o cenho. — Certo, vamos do começo.

A mulher se levantou, fechando os olhos, e recitou algumas palavras. Depois disso, uma névoa verde oliva pairou sobre as duas.

— Agora estaremos livres dos ouvidos de Amora. Mas é por pouco tempo, tenho que ser rápida. — Ela disse, e Meg assentiu. — Mégara, eu sou Frigga, e eu realmente preciso que você escute com atenção o que vou te falar.

*~~


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Notas finais do capítulo

¹ A "brincadeirinha" do Loki: Sif nasceu com cabelo dourado, mas durante a sua adolescência, Loki cortou seu cabelo. Ele foi obrigado por Thor a devolver o cabelo da guerreira, e os anões que fabricaram o martelo do Thor, fizeram uma vistosa cabeleira negra com as trevas da noite, que se implantaram imediatamente no couro cabeludo da deusa por serem cabelos mágicos .

Então, espero que tenham gostado do capítulo, e iniciem a contagem regressiva para o encontro de Loki e Meg!
hehe

Até o próximo!

Beijos asgardianos para todos!

Fields ♥