What If escrita por Fields


Capítulo 3
Capítulo II - Impressions


Notas iniciais do capítulo

Hello, pessoas...
O título desse capítulo significa "impressões"
Não tenho muita coisa para falar aqui, só quero agradecer mesmo.
Tô tão feliz pela quantidade de gente acompanhando a fic, e um muitíssimo obrigada a Ally Laufeyson e Thalia Pevensie pelos reviews.
Então bora!

Let's Go!



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Capítulo II

Impressions

Foram segundos, ela tinha certeza, mas nesses segundos em que suas mãos tocaram a pele do herói dos EUA, Meg descobriu que aquele homem — que ela nocauteara por acidente — não era desta época, que os sonhos dele eram lindos e os segredos enormes. Mas ela já se acostumara.

Desde seus dezoito anos, aprendeu que as pessoas SEMPRE iriam ter segredos, pensamentos bons, ruins... Era isso que as tornavam humanas. E era isso que Meg odiava saber.

Desde que era pequena, ela sempre foi muito ingênua. Nem mesmo crescer sem sua mãe, que veio a falecer quando ela ainda era um bebê, fez Meg se sentir com raiva das pessoas. Mas quando fez dezoito anos e “ganhou” aquele dom ela sentia que a raça humana estava decaindo cada vez mais.

Agora, sentada em uma cela de algum lugar estranho, ela se xingava por ter tentado ajudar o Capitão America. Aparentemente, alguém poderia ser preso por nocautear um “Herói”.

E mesmo com os protestos de Mégara, o homem de roupa verde com um arco e uma aljava de flechas nas costas, conhecido por gavião, mandou que os homens de preto a levassem.

—Olá. — Uma voz masculina a tirou de seus pensamentos.

Meg levantou a cabeça e viu Steve Rogers, com um sorriso singelo no rosto. Agora ele estava apenas com uma roupa normal e uma jaqueta de couro, nada de roupa azul e apertada.

Meg suspirou, aliviada pelo super herói estar bem e não ter sofrido um efeito pior às suas habilidades. E graças às memórias, desejos e etc, Mégara sabia com quem estava lidando.

—Eu sinto muito. — Ela disse, enquanto ele se aproximava e se sentava do outro lado da mesa. — Mas quero ir embora. — Não me interessa se vocês são uma organização que lutam para “salvar” o planeta. Quero sair daqui, agora. — Disparou Meg, fazendo aspas com os dedos.

—É compreensível — Steve disse, seu sorriso aumentando — Mas veja bem, se sabe quem nós somos, deve saber que queremos, principalmente eu, descobrir o que você fez comigo. — Ele respondeu e Meg sentiu um frio espalhar por seu estômago.

Desde que descobriu o que podia fazer com as pessoas, seu pai lhe disse que guardasse segredo, era óbvio que seria explorada, caso descobrissem o que ela tinha. Mas Meg suspirou, nem mesmo ela sabia.

Gastou uma pequena fortuna do seu pai e três dias no Alasca, tentando saber como havia adquirido aquela – nada querida – habilidade.

— Eu não fiz nada. — ela disse e abaixou a cabeça, não tinha nem para onde olhar, já que a sala era completamente fechada, e coberta por coisas que se assemelhavam a escamas de peixe.

— Olha, criança,o que você fez...

—Criança? –Meg levantou a cabeça, com uma expressão emburrada. — tenho 21, se você não sabe. Você nem deve ser tão mais velho que eu! — ela retrucou, fazendo um bico emburrado. Mas então se lembrou das memórias dele, e antes que o capitão falasse algo ela limpou a garganta, murmurando baixo: “talvez seja um pouco mais velho”.

Steve Rogers riu, concordando

— Hey, eu só quero te ajudar. — Ele disse, buscando os olhos dela,a garota sentiu um frio gostoso ao encontrar os olhos azuis do capitão,mas ignorou tal sentimento —Você claramente não sabe como “controlar” isso. E eu já fui assim, sei bem o que você está passando.

Mégara soltou um riso sarcástico.

—Não,você não sabe. – Ela murmurou balançando a cabeça. – Não sabe o que é abraçar uma pessoa e, sem querer, descobrir o que ela pensa de você naquele momento. Não sabe o que é ter que manter distância de alguém só para não ter de invadir a privacidade ou saber que segredos sombrios ela ou ele esconde. – Steve a olhava com cuidado, enquanto Mégara engolia em seco e bufava de raiva. – Você não faz nenhuma idéia do que eu estou passando, senhor Rogers.

—Mégara, eu entendo...

—Como sabe meu nome? – perguntou a garota franzindo o cenho.

—Erh... – O loiro deu de ombros – é costume da S.H.I.E.L.D., saber com quem está lidando.

—Inacreditável. — Meg disse, com um meio sorriso. — Parece que eu sou a única que se importa em invadir a privacidade alheia. – Ela comentou e Steve sorriu.

—Mégara, deixe-me te ajudar. Só queremos que você tenha o devido acompanhamento. —O capitão disse e Meg suspirou.

—Se quer me ajudar, capitão, chame meu pai. Josh Lucas, ele é advogado... – Ela dizia, quando a porta foi aberta e por ela entrou uma ruiva, que usava um colete de couro preto e uma blusa da mesma cor por baixo, com o símbolo da S.H.I.E.L.D. no ombro direito, calças e botas também pretas e de couro completavam o que parecia ser um uniforme.

Meg já tinha visto o rosto dela nas memórias do capitão, a famosa “viúva negra” (Natasha,ou Nat,como Steve usualmente pensava nela). Mas não era só isso, ver a agente daquela organização foi como rever uma pessoa que há muito tempo não encontrava.

— Steve, libere a garota. — Ela disse, olhando brevemente para Meg, que teve certeza de que a conhecia. O sentimento era forte e quase tangível.

—Espera. — Mégara se levantou, e Natasha e Steve olharam para ela. – Você... Nós... Já nos conhecemos? – perguntou, a voz falhando e o coração acelerado.

Talvez essa sensação seja realmente uma parte nova de seus poderes, e se for, a viúva negra poderia lhe dar algumas informações.

Mas a ruiva apenas levantou as sobrancelhas e negou com a cabeça.

—Acredito que não. – Ela disse e Meg suspirou.

“Ela está mentindo.” A loira se assustou com o pensamento. Não era bem uma voz, mas um sentimento, impressão, tão forte que ela quase pôde ouvir. Meg tombou a cabeça para o lado, enquanto a ruiva olhava para Steve.

—Libere-a — ela disse — Agora.

Assim que ela saiu, Steve olhou para Meg com o cenho franzido.

—Por que você perguntou isso? —Ele disse, chamando a atenção da loira.

Se as “intuições” de Meg estivessem certas, então ela podia confiar em Steve. Ele emanava toda aquela energia positiva e ela raramente via isso nas pessoas que a rodeavam. Ela queria contar para ele, talvez ele mesmo a ajudasse a achar respostas.

Mas de qualquer maneira, havia a S.H.I.E.L.D.. Meg realmente não queria uma agência secreta do governo a par do que acontecia consigo, então, ela se esforçou para sua voz sair confiante e para que ele não levasse o que diria a seguir como “segundas intenções”.

— Eu realmente não gostaria de falar sobre isso aqui. — Ela murmurou, esperando que ele entendesse o recado.

Steve assentiu e deu de ombros.

— Vou levá-la em casa. — Ele disse e ela assentiu.

~~~*~~~

— O que aconteceu lá? — Foi o que ouviu assim que deixou a sala. Nem precisou se virar para saber que se tratava de Clint.

Ela parou de andar naquele corredor lotado de cientistas e militares, e virou-se para o amigo. Antes de falar, suspirou profundamente e balançou a cabeça.

— É complicado. — murmurou em um baixo tom de voz.

Clint a conhecia o suficiente para saber que algo estava errado. Natasha nunca demonstrava seus sentimentos, e agora ela estava com a guarda totalmente baixa.

— Vem comigo. — Ele disse, puxando delicadamente a ruiva pelo braço.

Seguiram até o fim do corredor, onde entraram em um laboratório vazio. Clint entrou por último e fechou a porta atrás de si. Natasha parecia perturbada e ele não estava gostando nada daquilo. Ela se sentou em um dos bancos do laboratório e Barton chegou perto dela.

—O que aconteceu? — ele repetiu a pergunta

—Ela... — A ruiva deu um riso seco, balançando a cabeça.Em seguida, inspirou fundo e limpou a garganta — Depois que eu saí da Rússia e vim pra cá, antes de entrar na S.H.I.E.L.D, eu fiquei “inativa” por um tempo.

—Você tinha saído da Rússia, e parado de trabalhar para o governo... Sim, eu me lembro de você comentar algo assim. — ele disse e a ruiva assentiu, o olhando com cuidado.

—O que eu não te contei... — Ela começou, engolindo em seco. Aquele era um segredo que havia guardado apenas para si por muito tempo, mas Clint era seu melhor amigo, seu protetor, seu... Bom... Ele era o cara em que ela mais confiava, e agora ela precisava de um ombro amigo, pois seus sentimentos eram confusos,conturbados e principalmente, dolorosos.

—Natasha... – ele murmurou chegando perto dela. — Hey, sou eu. Pode confiar em mim. — ele acrescentou, e ela suspirou,abraçando o próprio corpo.

Aquelas sensações sempre apareciam quando eles ficavam próximos. E ela tinha certeza que o arrepio em seus braços não era por conta da janela aberta.

—Eu me envolvi com um cara. Ele era advogado e assim que cheguei em New York eu o conheci,e nós...Meio que nos casamos. — Ela confessou rapidamente e Clint levantou uma sobrancelha.

—Você. A viúva negra se casou... – Ele comentou e ela riu levemente. — Você não o matou depois disso né? — perguntou, tentando ignorar os estranhos sentimentos que brotavam dentro de si. Definitivamente aquilo era loucura, mas Clint se sentiu no mínimo... Raivoso com aquela nova descoberta.

Ela riu, e ele também. Barton simplesmente adorava esse som.

—Não seja idiota, Clint. — Ela murmurou suspirando. — Nós moramos juntos por algum tempo, eu não quis oficializar nada. — Continuou, se balançado levemente no banco giratório de inox, ao lado da bancada.

—Ok,continue,Romanoff. — Ele disse.

—Depois de alguns meses,eu descobri que eu... — ela suspirou, a voz de Meg voltando na sua cabeça. — Que eu estava grávida. — completou, e olhou para Clint.

Ele tinha ambas as sobrancelhas levantadas, e a olhava confuso.

— Espera...Está dizendo que...Há quanto tempo foi isso? — perguntou e ela suspirou.

— Quase 23 anos. — Natasha disse e balançou a cabeça. — Ela é minha filha, Clint. — Natasha engoliu em seco, assustada com as próprias palavras. — Eu nunca pensei que a veria de novo... — murmurou, sua voz ficando embargada e um soluço saindo de seus lábios.

— Heey... — Clint se aproximou dela, e a abraçou. — Calma.

— Ela tinha um ano quando eu aceitei trabalhar para o Fury e parti. — Continuou, agora deixando as lágrimas molharem o uniforme do amigo.

— E o pai dela? — perguntou ele, passando a mão pelo cabelos ruivos de Natasha, mesmo que Clint não quisesse saber absolutamente nada sobre o cara que fez a sua... Que fez a viúva negra se aposentar temporariamente.

— Ele sabia que eu trabalhava com coisas perigosas. — Natasha se afastou de Clint, limpando os olhos e se recompondo. — Eu disse que seria o melhor para Meg se ela pensasse que eu estava morta. — acrescentou e Clint rolou os olhos.

— Ela acha que você ta morta? — perguntou e a ruiva assentiu. — Natasha... – censurou ele. — Você tem de falar pra ela.

— Não! — a ruiva balançou a cabeça freneticamente, se levantando e indo para a janela.

Ela encostou-se ao batente e ficou sentindo a brisa em seus cabelos, Clint foi até a agente, ficando poucos centímetros atrás da amiga.

–Não pode ficar fugindo do seu passado. – Ele disse, baixo.Foi apenas um sussurro,mas foi o bastante para ela se virar pra ele.

Agora,ambos estavam muito próximos,os narizes se roçando e Natasha balançou a cabeça.

–Estou confusa, fala de minha filha ou de Budapeste? – perguntou e o gavião bufou, contrariado.

–Falo da sua mania de tentar se isolar de todos. – Ele retrucou, os olhos se encontraram e Natasha não pode evitar dar um sorriso melancólico.

–Você sabe o porquê de eu fazer isso, Clint. – Ela sussurrou, mordendo o lábio inferior.

O homem suspirou, enquanto Natasha abaixava a cabeça.Ele se sentiu mal,por tentar ajudá-la e acabar trazendo mágoas do passado.

–Hey... – ele chamou, colocando a mão no queixo na mulher e levantando o rosto dela, para que o olhasse. – Assim como você perdeu seus pais. Duvido que ela esteja feliz em pensar que a mãe morreu. Duvido que você esteja feliz em ficar longe da sua filha. Ela é uma parte sua, Nat.

Natasha abriu a boca para responder, mas a porta se abriu violentamente.

–O casal de pombinhos pode dar um tempo no namoro? Capitão Fury “perna-de-pau” ta chamando na sala de comando. – Tony Stark disse, com um sorriso cheio de malícia no rosto.

Natasha rolou os olhos, se recompondo e saindo de perto do gavião.

–Obrigada pelo aviso, Stark. – Clint disse, rolando os olhos e saindo do laboratório.

–Não tem macacos pra pentear não, Stark? – perguntou Natasha, em tom de ironia.

–Não se irrite Romanoff. – Tony disse, com um sorrisinho no rosto. – Eu que deveria ficar irritado por me trocar pelo Legolas. – Ele brincou e ela lhe deu um sorriso torto.

–Pepper vai ficar sabendo disso. – Ameaçou, enquanto ambos seguiam para a sala de comando.

–Hey, o que é isso. Não vamos apelar. – Ele murmurou a olhando emburrado.

~~~*~~~

­— Isso é... Fantástico! — Steve disse, ao que Meg rolava os olhos.

— Você achou incrível quando eu fiz isso com você? – perguntou ela, e o capitão fez uma careta.

Os dois estavam sentados na mesa de jantar do apartamento de Mégara, a moça havia acabado de narrar o que acontecera consigo aos dezoito e o que estava acontecendo ultimamente. E a reação dele fora igual a de todos.

— Admito que foi um tanto doloroso. — Ele confessou e ela assentiu, tomando um gole da coca cola.

— Não só para você. Quando isso acontece, eu me sinto exausta. E depois é como se... Sei lá, minha cabeça fosse explodir. — Ela explicou e o outro assentiu.

— Talvez seja por conta do tanto de informações que você “sugou” da pessoa. — Ele sugeriu e ela bufou.

— Agora sou uma vampira, senhor Rogers? – perguntou, mas soltou um pequeno riso em seguida.

O loiro corou e negou com a cabeça.

— Erh... Devo ter usado a palavra errada. — Ele disse com cuidado e ela apenas fez um gesto de despensa com a mão.

— Está tudo bem. — a moça deu de ombros, se levantando. Pegou o próprio copo, e o copo vazio de Steve e foi para a cozinha.

— Mas então... – Ele começou, seguindo-a — você já considerou a possibilidade de usar esse dom para ajudar... ?

Ela o olhou por cima do ombro, o cenho franzido e uma expressão confusa.

— Como isso pode ser usado para ajudar? – perguntou, voltando sua atenção para as louças, e iniciando o processo de limpeza.

— Você pode ajudar vários detetives a resolverem seus casos mais rápido. — ele sugeriu, encostando-se na bancada ao seu lado, e ela rolou os olhos.

— Você ouviu quando eu falei dos efeitos colaterais? — perguntou, sem olhá-lo. — Depende muito da pessoa, Steve. E além do mais, meu pai já testou meu poder em um suspeito. Não foi uma boa experiência.

— E seus dias no Alasca? — Ele perguntou, verdadeiramente interessado.

— Meu pai tem os contatos dele, e ele encontrou essa “equipe de cientistas”. Desde a batalha de New York eles têm procurado pessoas com “talentos especiais”. — A moça terminou de lavar as louças e pegou um pano, se virando para Steve. Ele estava sério e de braços cruzados, observando-a.

Mégara imediatamente sentiu suas bochechas corarem, afinal, não era todo dia que um super herói alto, bonito e musculoso se encontrava a poucos centímetros dela, olhando-a como se ela fosse a pessoa mais interessante do universo.

— Equipe de cientistas? – ele murmurou, tirando-a de seus pensamentos.

A moça limpou a garganta e assentiu.

— Eles só querem ajudar. — Ela disse, dando de ombros — Quando eu fui até a base deles, fizeram alguns testes em mim, mas não conseguiram achar explicação para os meus... – A loira parou de falar e Steve achou que ela estava escondendo algo.

— Os seus...? — ele meio que perguntou e ela abriu e fechou a boca várias vezes, mas nenhum som saía dela.

Mégara se xingou por dentro. Confiava no Capitão América o suficiente para falar do seu “dom”. Mas ainda não sabia se podia contar a ele, o recente “efeito colateral” que vinha ocorrendo.

Ambos ouviram a porta da frente abrir, e logo Meg ouviu a voz de seu pai.

—Depois conversamos sobre isso. — ela murmurou, passando pelo rapaz e indo até a sala.

— Papai! — exclamou, sorrindo.

— Meg! Meu Deus... Fiquei tão preocupado quando soube. — ele correu até a filha e a abraçou. — Eu não conseguia falar com você... Onde está o seu celular? — Ele perguntou, segurando-a pelos ombros.

— Calma, pai. Eu “tô” legal. — A menina disse, corando até a raiz dos cabelos.

Steve limpou a garganta e os dois olharam para ele.

O doutor Lucas levantou as sobrancelhas olhando da filha para o homem em pé a poucos metros dele.

— Quem é esse? — perguntou, virando-se para a menina.

— Pai, esse é o Ca... Erh... Steve. — Ela sorriu inocentemente, enquanto o pai avaliava o outro.

— Olá, senhor. — Steve se aproximou do homem, estendendo a mão.

— Oi... — Meg observou seu pai apertar a mão do Capitão América e em seguida sorrir. — Steve Rogers? — Perguntou, ao que Steve franziu o cenho e assentiu. — Ai meu Deus! Pode autografar minhas figurinhas?

~*~

Naquela noite ela teve um sonho com ele... E de novo, ela teve aquela sensação.

No sonho ela estava deitada em um belo jardim, perto de si havia uma macieira carregada, e enquanto o sol tocava sua pele, ela o observava se aproximar. Era mesmo um belo rapaz, de cabelos negros e pele clara. O que mais lhe chamava a atenção eram os olhos brilhantes, eles eram de um azul tão claro que ela se sentia imersa em uma lagoa toda vez que o encarava por muito tempo.

Mas havia também o sorriso. Não era daqueles de propaganda de pasta dental. Era mil vezes mais bonito. Um sorriso torto, cheio de malícia e segundas intenções. Um sorriso que era bem a cara dele, principalmente pela reputação que tinha.

Quando ele finalmente se sentou a sua frente, ela não pôde evitar de sorrir.

— Sempre imaginei como seria quando finalmente te encontrasse... — Ela comentou e o rapaz rolou os olhos, mas abriu um sorriso de canto.

— Você é muito sonhadora. — Ele disse e a loira corou.

— Sou. Deve ser por isso que você está aqui. Acho que nunca vou te encontrar de verdade. — Ele suspirou, o sorriso sumiu e o deus olhou nos olhos da menina, Meg se sentiu estranha, de repente seu coração acelerou mais que o normal.

— Você TEM que me encontrar. — O tom de repente se tornou mais urgente — Asgard corre perigo, você tem de trazer a jóia pra mim. — Meg franziu o cenho, não entendendo nada do que ele dizia.

— Asgard? Jóia? Do que você está falando, Loki? — perguntou ela, sentindo o tempo mudar.

Claro que ela sabia que era um sonho, mas sentiu algo frio rastejando para perto de si, como se fosse uma brisa que trouxesse o medo consigo.

O rapaz olhou em volta, e ela percebeu que o sol estava se apagando, e o vento aumentava cada vez mais.

— Não tenho muito tempo. Avise a Thor. Ele saberá o que fazer. A jóia está...

Uma explosão impediu o rapaz de continuar. Mégara foi jogada para a grama e soltou um grito, se encolhendo no chão. De repente sua pele queimava e ouvia gritos por todo lado.

— Meg! — Ouviu uma voz conhecida, mas ainda de olhos fechados e em meio aos gritos, não sabia quem era. Enquanto sentia as lágrimas escorrerem em seu rosto, podia ouvir gritos desesperados e embora não conseguisse abrir os olhos, podia imaginar a guerra.

“ Asgard está em perigo!” Loki dissera

— Mégara, acorde! — Então mãos envolveram seus braços e ela começou a se debater enquanto gritava. Eles queriam matá-la!

Ela então abriu os olhos e viu seu pai com uma expressão preocupada. As mãos dele lhe seguravam os ombros, e ela se sentou rapidamente na cama.

— Você está bem? — Perguntou ele, soltando-a, mas ainda com a expressão de preocupação em sua face.

Meg percebeu que seu rosto estava molhado pelas lágrimas, e a sensação de perigo ainda estava ali. Ela sabia que havia sido um sonho, mas foi tão real que a moça ainda ouvia os gritos em sua cabeça.

— E-Eu... — ela inspirou fundo, tentando se acalmar. — Tive um pesadelo. — Explicou, dobrando seus joelhos na altura do rosto e abraçando os mesmos. Pousou o queixo nos joelhos e olhou para seu pai, que suspirou a deu um pequeno sorriso.

— Foi tudo o que aconteceu hoje, seu subconsciente está pondo para fora todas as emoções. Aquela coisa toda no restaurante te deixou impressionada. — Ele explicou e ela assentiu, engolindo em seco.

As palavras do deus asgardiano ainda giravam em sua cabeça.

“Você TEM que me encontrar.”

“Asgard corre perigo, você tem de trazer a jóia pra mim.”

Mégara não tinha tanta certeza se aquilo fora realmente um sonho.

~~~*~~~

— Então é isso. — Fury disse, com os braços cruzados. — Vamos fazer do jeito de vocês, quem concorda com o Thor, levante a mão.

Ele encarava o grupo de heróis e agentes da S.H.I.E.L.D, Thor havia acabado de narrar os acontecimentos que descreveu mais cedo para o diretor, inclusive os rastros que ele e Jane estavam seguindo. A cientista, sentada em um canto da sala encarava a todos com o fascínio estampado no rosto. Expressão que aumentou assim que o capitão América entrou na sala, há alguns minutos.

Jane levantou a mão, seguida pelo próprio Thor.

— Vocês não. — Nick retrucou, rolando o olho.

Steve e Natasha levantaram a mão, seguidos por Bruce, Tony e Gavião.

— Só tenho uma dúvida. — Começou Tony, todos se viraram para ele. — Como vamos achar esses “portais” ?

— Jane pode senti-los. — Thor explicou. — falei isso agora há pouco, não estava prestando atenção? — perguntou ele e Tony rolou os olhos.

— Eu ouvi, Viking. — Tony retrucou e o loiro bufou. — Mas e aí? Ela sente a localização exata?

— Não. — Jane se pronunciou. — É como um imã... A primeira vez que o senti, de alguma forma eu sabia que estava em alguma parte do Alasca.

— E já que sabe disso porque não foram sozinhos? — Natasha perguntou e Jane e Thor se entreolharam.

— Nós fomos. — ele disse e sorriu amarelo em seguida. — Provavelmente você teve notícias de uma invasão no seu centro de pesquisas? — Perguntou o loiro. Mas Fury franziu o cenho.

— Erh... Não. Do que você está falando? Nós não temos centro de pesquisas no Alasca. — Ele explicou e todos na sala se entreolharam.

— Eu acho que sei do que você está falando. — Steve disse, se pronunciando pela primeira vez.

Thor levantou uma sobrancelha e sorriu.

— Como está, Capitão? Ouvi dizer que foi apagado por uma garotinha? — comentou, fazendo todos rirem.

O rapaz deu de ombros, constrangido.

— Querem me ouvir ou não? — murmurou, evitando olhar para Tony,que tinha o típico sorriso zombeteiro no rosto.Quando todos se calaram,ele se pronunciou. — Eu tive a chance de conversar com a garota que... — Ele limpou a garganta — Bom,a garota do restaurante.

Clint Barton levantou uma sobrancelha, olhando de relance para Natasha. A ruiva tinha os braços cruzados e uma expressão tensa no rosto.

— O que tem ela? — perguntou a ruiva e Steve continuou.

— Ela tem uma habilidade muito singular. — Explicou, virando-se para Thor.

— Além de apagar heróis? — perguntou Tony,fazendo os presentes – inclusive Thor – prenderem a risada.

— Cala a boca,Stark. — Steve murmurou,rolando os olhos — Como eu dizia... Para descobrir a “causa” dessa habilidade, ela foi para um centro desses que Thor falou. — Steve explicou, fazendo aspas com os dedos — Aparentemente eles são uma equipe de cientistas, e desde a batalha de New York eles têm procurado pessoas com talentos especiais.

— O QUE?! — Nick fury se levantou da cadeira em um pulo. — Todos olharam para ele, que limpou a garganta e se refreou. — Ela disse o nome dessa “organização” ?

— Não. — Steve franziu o cenho — Porque isso te interessa tanto? — perguntou e Nick suspirou, balançando a cabeça.

— Nós estamos tendo problemas com certa organização. Eles têm feito experimentos em seres humanos, e principalmente em pessoa que tem, como o capitão disse, talentos especiais.

— Meg disse que eles só estão ajudando as pessoas. — Steve retrucou e ouviu Tony rir.

— Quanta intimidade, capicolé. — Tony implicou e Natasha fechou a cara.

— Stark, cale a boca. — Fury murmurou, massageando as têmporas. — agora nós realmente temos que ir até lá.

— Hey! Hoje é o dia de mandar o homem de ferro calar a boca e eu não estou sabendo? — Questionou ele, levantando ambas as mãos abertas na altura do peito.

Todos o ignoraram e Bruce Benner se levantou.

— E precisam de mim porque... — Disse o cientista, olhando para Fury e Thor.

— Erh... Acho que precisamos mais do grandão. — Ele disse e Banner rolou os olhos.

— Por que não estou surpreso? — perguntou retoricamente, mas Thor o olhou como se pedisse desculpas.

— Eles têm armamento pesado, além do mais o Hulk poderia abrir uma brecha pra entrarmos. — Explicou, enquanto Jane concordava com a cabeça.

— Literalmente. — Acrescentou ela. — Os muros são reforçados, se você e Thor conseguirem abrir uma porta, poderemos entrar mais facilmente.

— Mandarei uma equipe com vocês...

— Não. — Thor o interrompeu — Quanto menos chamarmos atenção melhor.

— Como se o Hulk não fosse chamar atenção. — Tony comentou e todos se entreolharam.

— Por mais que eu não queira dizer isso, Stark tem razão. — Clint Barton disse, e o silêncio predominou por alguns segundos.

— Tragam a garota. — Nick Fury disse, e Natasha olhou para ele irritada. — Como ela já foi lá um vez, pode nos ajudar a entrar. Caso não funcione, Thor e doutor Benner nos ajudarão a entrar.

— Não. — Natasha cortou,imponente. Fury a olhou com o cenho franzido — Isso é estupidez,ela é só uma garota. — Ela olhou para Fury — Como poderemos saber se haverá alguma chance disso dar certo?

— Agente Romanoff,controle-se. — Ele disse e Natasha cruzou os braços. — Se existir qualquer chance, nós vamos aproveitá-la.

— E se não funcionar? — perguntou Natasha e Clint sentiu o tom de voz dela afinar levemente.

— Temos que arriscar. — Nick disse,dando de ombros. — Alguma coisa contra, Natasha? — ele perguntou,o olho se apertando,examinando a ruiva.

— Não. — Ela disse,engolindo em seco.

— Tragam a garota. Amanhã a noite vocês pegarão um vôo. — Nick Fury disse, e Natasha suspirou.

— Deixe que eu vou com Natasha,conhecemos a garota. – Gavião disse,e Natasha o fuzilou com o olhar.

— Conhecem a... – Ele fez uma cara de “O que”? E olhou para a viúva negra — O que está acontecendo aqui? – perguntou Fury e a ruiva deu de ombros.

— Conheço o pai dela. — A agente deu um olhar significativo para Nick, que franziu o cenho. — Já trabalhei algumas vezes com o doutor Lionel.

— Tudo bem. — Nick bufou dando de ombros. — Rogers,vai com o Stark e doutor Benner. Consigam informações a respeito desse... “Forte” ou o que quer que seja aquilo.

–Haa...Porque o Legolas fica com o melhor e eu com o capicolé? – perguntou ele, resignado.

–Pelo amor de Deus,só vão embora. – Nick Fury disse,jogando os braços pro alto.

Todos saíram da sala e Nick segurou o braço de Natasha.

— É ele? — O diretor perguntou e a menina assentiu — Você sabe que não vou poder segurar essa informação por muito tempo. — ele disse e ela suspirou.

— Se tivermos que iniciá-la nesse mundo, deixe que seja eu quem faça isso. Sabíamos que essa hora iria chegar. — Nick Fury concordou e soltou a mulher.

Natasha saiu da sala e torceu para que desse tudo certo. Rever o homem que amara não seria fácil, ainda mais tendo Clint Barton ao seu lado.

*~~


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Notas finais do capítulo

Então... Gostaram?
Espero que sim, continuem acompanhando e até o próximo capitulo.
*-*
Beijos midgardianos pra todos!

Fields ♥