RPG Really Pleasant Guys escrita por Fabriciu


Capítulo 3
Você não pode




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Fabricio conhecia aquela voz, olhou para sua frente e lá estava ele, do outro lado daquela sala enorme e vazia, sentado atrás de uma mesa, como se fosse um executivo de muito sucesso, bebendo algo em um cálice de ouro, o sol que brilhava atrás dele não era o suficiente para que Fabricio tivesse um pingo de dúvida, era o professor novo de geografia.

–Desgraçado!; Fabricio puxou sua espada e pulou por cima de Iago, correu muito rápido em direção ao homem que era o rei daquele lugar.

–Por favor..; O homem deu mais um gole em seu cálice e o jogou para o lado, se levantou da mesa e a chutou com muita força para frente, Fabricio ainda estava no meio da sala quando a mesa o acertou. Foi como se fosse atropelado por um carro, rodopiou no ar por cima da mesa que atingiu suas pernas com muita força, caiu no chão de costas e ficou um tempo sem ar.

Iago e Victor desviaram da mesa pulando para os lados no último segundo. A mesa bateu na parede e ficou presa nela, fechando a porta.

–Cara! Se isso acerta a gente..; Iago olhou pra Victor, Victor não tirava os olhos do homem parado do outro lado da sala.

–Não vamos brigar não é garotos?; O homem se sentou em sua cadeira de novo.;-Vocês me conhecem por “professor” mas meu nome mesmo é Algorn, aqui nesse mundo, é claro.. Lá de onde viemos meu nome é Rodrigo;

–Oque você é?; Fabricio perguntou se levantando com certa dificuldade.

–Sou o deus desse lugar, é isso que eu sou.; Um cálice novo apareceu em suas mãos, este com inúmeras pedras de diamantes o enfeitando.

–Então é para aquele castelo?; Fabricio limpava suas roupas com alguns tapas enquanto falava.

–Que castelo?; Algorn sorriu encarando Fabricio.

–Aquele na frente da sua janela..; Fabricio apontou para o castelo do horizonte.;- Você não tem controle sobre a vida que você criou não é?!;

–Aí que está! A vida aqui não fui eu que criei, foram vocês, O subconsciente de cada um de vocês está aqui, tudo oque vocês já imaginaram, todo o mundo que vocês criaram.. Mas onde eu entro?! Na porta de saída..; Ele se levantou e se dirigiu a janela para olhar o castelo do horizonte.;- Já podem sair..;

–Antes de sairmos desse mundo.. Vamos te matar, pode contar com isso..; Fabricio pegou sua espada no chão e andou até Iago e Victor.

–Você ta bem cara?; Iago botou a mão no ombro de Fabricio.

–To sim cara..; Fabricio Passou por cima da mesa e empurrou a porta que saiu das dobradiças e bateu com muita força no chão, fazendo um barulho muito alto, como uma explosão.

Quase no mesmo instante o cavaleiro que escoltou Fabricio e os demais para a sala do rei apareceu correndo.

–Oque aconteceu aqui?; Ele sacou a espada, estava sem o capacete e sem o cabelo na frente de seu olho, seu olho esquerdo era roxo, Fabricio o encarou por algum tempo.

–Nada Roland.. Por favor, dê a recompensa por matar Zaharl aos garotos, e escolte-os para fora do castelo.; Algorn puxou a mesa e foi se sentar na frente da janela de novo.;-Boa sorte garotos..;

–Vamos para a frente do castelo.; Roland tapou seu olho esquerdo com o cabelo e os levou até o portão da frente do castelo, ninguém disse nada.;-Tomem; Roland jogou três sacos com algumas moedas para Victor, Fabricio e Iago.

–Quantas moedas tem aqui?; Victor perguntou.

–São 5000 Aros para cada um de vocês.;

–A moeda aqui é o Aro?!; Iago falou olhando para o saco.

–Vamos embora..; Fabricio guardou o dinheiro no inventário e começou a caminhar para a cidade, pararam na primeira loja que viram, parecia um depósito, e parecia ter de tudo, comida, bebida, utensílios domésticos, etc.

–Vamos comprar algumas coisas pra irmos pro castelo, eu acho que to com fome.; A barriga de Iago roncou.

Victor e Fabricio o acompanharam para dentro do depósito.

Os três compraram uma mochila, que acrescentava mais espaço ao seu inventário, compraram corda, sacos de dormir, fósforos, e mais outras coisas. Os três gastaram 1000 aros, antes de sairem da cidade perguntaram ao vendedor onde poderiam ficar ele os falou sobre uma hospedaria no fim da cidade.

Os três ficaram com o maior quarto, era bem largo e tinha três camas, uma em cada parede tirando a parede da porta.

–Eu não consigo dormir; Iago foi o primeiro a falar algo durante todo o dia.

–Eu também, mas temos que dormir. Amanhã vamos tentar sair daqui..; Fabricio se virou em sua cama.

–Qual é o plano?; Victor estava parado olhando para cima.

–Como assim plano?;

–O castelo sempre está a vista, a direita e a esquerda, então são dois lados para ir, mas somos 3..;

–Vamos todos para um lado não é Fabricio?;

–Claro que não!; Victor não deixou que Fabricio respondesse;- Pensa comigo Iago, o cara lá falou que já deram uma volta ao mundo atrás do castelo, então é melhor irmos para os dois lados, assim alguém vai chegar antes no castelo.;

–Mas não temos que sair daqui juntos?;

–Não sei.. Mas não custa tentar sair o mais rápido que der.;

–Ele ta certo Iago..; Fabricio não virou para os outros dois, continuou encarando a parede.;- Mas alguém tem que ir com o Iago, não podemos deixar ele sozinho, é bem capaz dele morrer na primeira cidade em que passar.;

–Qual é cara!; Iago se levantou da cama.

–Eu vou sozinho, não me dou tanto com o Iago, então..; Victor se virou para a parede.

–Beleza.. Boa noite.; Fabricio se ajeitou na cama e começou a dormir.

–Vocês só podem estar zoando! Vamos tirar isso no zero ou um, vamos brigar como homens! Aaahh qual é!; Iago gritou a noite toda.

Quando Iago acordou estava sozinho no quarto, as outras camas já arrumadas e uma arrumadeira mexia em sua mochila.

–Ou! Que isso?!; Iago se levantou e segurou seu braço.

–Perdão senhor! Um dos que estavam com você pediu que arrumasse suas coisas, não tive a intenção de irrita-lo.; A mulher correu para a porta, parecia muito tímida.

–Espera! Me desculpa, eu não sabia. Eles já foram?;

–Estão lá embaixo senhor, o café da manhã acaba em breve, é melhor descer logo.; A mulher foi embora pelo corredor.

Iago pegou sua mochila e desceu o mais rápido que pode, quando chegou onde era servido o café da manhã Victor não estava mais lá, e Fabricio estava encostado numa árvore olhando para o castelo, antes de ir até Fabricio Iago comeu bastante, tinha leite, pão e muita carne, assim que ficou satisfeito foi até Fabricio, que não se moveu nem um pouco desde que Iago tinha começado a comer.

–Vamos?; Iago ajeitava sua mochila.

Fabricio se virou como se tivesse levado um susto.

–Ahh! Claro, vamos!; Fabricio sorriu, e deu dois tapas no ombro de Iago antes de ir em direção ao castelo.

–Você ta bem cara?;

–Sim. Vamos logo, se não vamos ficar pra trás.; Fabricio já estava na frente, ele não se virou, só continuou andando.

Saindo da cidade tinha um campo enorme e aberto, com grama baixa e uma subida para uma montanha. Os dois andaram por bastante tempo, e pararam no topo da montanha, já estava de tarde quando chegaram lá. A cidade já estava longe, e logo a sua frente vinha uma floresta densa, e cercada por ela uma cidade que parece abandonada, a cidade são dois corredores que ficam no meio da floresta, com casas e estabelecimentos de madeira, mas a descida da montanha é muito íngreme, Fabricio e Iago teriam que descer a montanha por algum dos lados.

–Tem uma cidade lá na frente, mas acho que só chegamos amanhã, vamos ter que passar a noite na floresta, ou podemos descançar aqui e tentar descer amanhã.; Fabricio senta na beirada da montanha.

–Você que sabe cara.; Iago senta um pouco mais atrás.

Fabricio pega sua espada no seu inventário, e a desembainha, deixa a espada no chão e se levanta, aponta a bainha para Iago.

–Vamos nessa, não tem muito oque fazer, vamos dar uma treinada.;

Iago se levanta a e pega sua bainha também.

Fabricio pula na direção de Iago assim que ele joga a espada para o lado, acerta um golpe certeiro na costela de Iago, Iago cai de joelhos no chão.

–Aaiii! Ta maluco?!; Iago se levanta devagar.

–Eu ainda to meio doído da porrada que a mesa me deu, vamos igualar as coisas..; Fabricio da uma risada.

Iago também ri um pouco, e assim que Fabricio baixa a guarda o acerta uma estocada no peito de Fabricio, o jogando no chão de costas, Fabricio fica um pouco sem ar.

–Ahh viado!; Fabricio se levanta e ataca Iago na cabeça, Iago se abaixa e ataca as pernas de Fabricio, que pula e o acerta um chute no rosto, Iago cai para trás.; Temos que ficar em pé depois que nos acertam alguns golpes, ainda estamos muito fracos, manda ver!; Fabricio segura a bainha com as duas mãos, Iago se levanta e o ataca bem rápido, Fabricio consegue defender quase todos os ataques, alguns o acertam em seus braços e pernas, mas consegue defender sua cabeça e seu torso muito bem.

Iago se cansa rapidamente, Fabricio usa toda sua força para acertar sua cabeça, Iago põe a bainha na frente para se defender mas a força faz com que a própria bainha de Iago acerte sua cabeça. Iago cai no chão bastante tonto, Fabricio senta no chão respirando bem rápido.

–Já cansou?; Fabricio ri olhando para cima.

–Eu?! Nem um pouco.. Você?

–Ainda ta bem cedo, só começou a escurecer agora.; Fabricio se levanta e aponta a bainha para Iago. Iago faz o mesmo gesto, os dois lutam a noite toda.

A noite é fria, mas os dois não pararam por nenhum momento, quando começou a amanhecer os dois deitaram na grama fofa, com machucados em todo o corpo, e já suando frio.

–Acho que com isso.. Pelo menos da... Pra sobreviver..; Fabricio quase não conseguia falar e respirar.

–É..; Iago quase não conseguia falar também.

Os dois dormiram por um tempo, foram acordados por um grito. O sol estava forte, e o grito vinha de baixo da montanha, o grito parecia de uma mulher.

–Segura!; Fabricio deu sua corda para Iago, e a amarrou em sua cintura.;- Segura mesmo!; Fabricio deu bastente ênfase ao “mesmo”.

Pegou sua espada e sua bainha e começou a descer a montanha, Iago conseguia o segurar sem muitas dificildades, Fabricio descia devagar para não cansar muito Iago.

–Fabricio.. A corda ta acabando!; Iago gritou tentando olhar de cima da montanha onde estava Fabricio.

–Tudo bem, eu já to quase numa árvore aqui.; Fabricio gritou de lá de baixo.;- Fica por ae, eu já volto!;

O peso afrouxou e Iago ouviu o som de madeira quebrando, depois a corda foi embora de suas mãos muito rápido.

–EU TO BEM!; Fabricio gritou de lá de baixo.

–Ta bom..; Iago disse rindo um pouco.

–Tenta descer pela direita da montanha, eu te encontro por lá!; Na parte de baixo da montanha era um pouco mais escuro, o sol não chegava naquela parte da floresta, os gritos pararam, e a floresta era bem silenciosa. A mata era baixa, mas algumas plantas atrapalhavam o caminho ás vezes. Fabricio usou a bainha para entrar pela floresta, o barulho de pássaros e alguns o barulho do vento eram bastante intimidadores.

–Socorro!; O grito começava a fazer sentido, a palavra que estavam gritando era “socorro”, veio da direita de Fabricio, Fabricio segurou sua espada com bastante força e saiu correndo em direção ao grito, passou por árvores, pedras enormes e chegou em uma caverna, já estava com falta de ar, Fabricio parou um pouco para respirar e olhou vem volta da caverna. A caverna dava para baixo, não tinha muita luz dentro dela, era muito difícil ver lá dentro.

–Socorro!; Mais uma vez, o grito, agora com certeza vinha de dentro da caverna. Fabricio escondeu sua mochila atrás de uma roxa perto da caverna e entrou.

Era bastante difícil ver oque acontecia lá dentro, Fabricio andou devagar por um tempo até que avistou o mais pequeno vestígio de luz, vinha de uma tocha, que iluminava uma sala com bastantes armas, e com um homem sentado à uma mesa, dormindo em cima de um livro.

“Ele não pode estar dormindo com esses gritos”

Fabricio pegou uma pedra no chão da caverna e a jogou com toda a força que tinha em sua cabeça. O homem acordou e olhou em volta, ele era magro e muito pálido, não tinha nada ameaçador nele, ele parecia assustado, e quando a mulher gritou socorro de novo pulou de susto.

Fabricio sacou sua espada e andou em sua direção.

–Hey! Não se mexa e eu não te fatio.; Fabricio apontou a espada para ele e conseguiu ver o resto da sala, parecia uma biblioteca, a caverna adiante parava de descer, parecia um esconderijo, atrás do homem era possível ver um corredor que dava numa bifurcação.

–Garoto.. Por favor, leve oque quiser, mas não me mate! O mestre ficaria furioso com você.; O homem falava olhando para o chão e se mexia muito.

–Por favor tente ficar parado. Eu quero saber onde está a garota.;

–Garota? Que garota? A garota do mestre não é?! Você não pode ter a garota do mestre, não pode.; O homem se mexia cada vez mais rápido e mais aleatóriamente, dessa vez derrubou os livros de cima da mesa.

–Nem você! Por isso ela está gritando por socorro! Onde ela está?;

–Você não pode..; O homem parou de se mexer e ficou encarando o chão;- Não pode; Sua voz começou a ficar mais grossa enquanto ele repetia, “não pode, não pode, não pode..”

–Olha.. Eu.. Vou..; Fabricio não sabia oque fazer, começou a sentir medo.

–VOCÊ NÃO PODE!; O grito foi amedrontador, o homem tinha uma voz demoníaca, seubraço direito cresceu, e mudou de cor, sua pele era vermelha, e tinha escamas como a de um dragão, seus olhos eram negros, e uma fumaça muito escura começou a sair de seu corpo.

–Eita porra..; Fabricio correu em sua direção e com um único golpe o decaptou.

A cabeça caiu no chão, metade dela estava com as escamas vermelhas, a outra ainda era humana, olhando mais de perto o homem era muito magro, parece que não comia a dias, a cabeça então continuou a falar “não pode, não pode, não pode”


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