Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 39
Capítulo: 38 - A tia Alice vai ter os bebês!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Acho que o capítulo por si só é bem sugestivo, sim?
Então, vamos ler e ver o que mais ele aguarda (hehe)?
Boa leitura!



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Bella

Acordei por volta das dez horas da manhã de sábado. Escovei os dentes, passei uma água no rosto, tomei meu analgésico, vesti roupas quentes (minhas meias coloridas estavam incluídas) e fui atrás de algo para comer. Chegando a cozinha, encontrei Emmett sentado em um dos bancos do balcão, devorando um pão com café e tinha mais dois em seu prato. Olhei-o assustada.

— Bom dia, Bella. – cumprimentou com a boca cheia.

Dei uma tapa em sua testa.

— Engole antes de falar, porco. – resmunguei indo pegar café para mim na cafeteira.

Meu irmão idiota só fez rir.

— Está realmente frio hoje. – Renné chegou comentando, esfregando a mão em seus braços cobertos por um casaco de lã – Bom dia querida. – desejou, sorrindo para mim.

— Bom dia. Já comeu? – perguntei distraidamente, pegando um pacote de biscoitos de leite e uma fatia do bolo que estava exposto em cima da mesa.

— Já sim. – respondeu, sentando-se ao lado de Emmett.

— Acho que está na hora de comprar um aquecedor. – refletiu Emmett, deixando a comida de lado por um segundo – Segunda eu vejo isso.

Emmett, Renné e eu entramos em uma conversa amena e tranquila, fazendo-me recordar dos cafés da manhã em Forks. A única figura que faltava ali era o papai. Sorri saudosa, lembrando-me de Charlie. Acho que está na hora de tirar um dia e voltar a Forks para visitá-lo – ou visitar o seu túmulo, como preferir.

Terminei meu café e avisei que iria ao apartamento de Adam, verificar se ele ainda estava vivo. Emmett e Renné assentiram com a cabeça, ainda distraídos com o diálogo.

Calcei minhas uggs e peguei meu casaco. Assim que abri a porta, deparei-me com a minha cunhada, prestes a tocar a campainha.

— Que timing perfeito, Bella. – elogiou com um sorriso.

— Obrigada, sei que sou maravilhosa. – comentei convencida, dando-lhe um abraço. Rose riu – Estou indo ver se Adam está vivo. Emmett está se empanturrando na cozinha. Coloque um freio nele.

— Claro, senhorita ‘’eu sou demais e sei disso’’. – disse com deboche e eu lhe dei a língua.

Sai do apartamento, caminhando em direção ao elevador. Ao entrar na caixa metálica, apertei o andar de Adam e esperei cerca de segundos até chegar lá – afinal, era só um andar acima do meu.

Quando as portas voltaram a se abrir, avistei uma senhora toda agasalhada e falando algo sozinha. Franzi um pouco a testa, mas decidi que não valeria à pena perguntar se tinha algum problema. Caminhei despreocupadamente até o apartamento 204, apertando a campainha.

— Se não for alguma fada que cure essa dor de cabeça, pode voltar. – falou com a voz arrastada assim que abriu a porta.

— Bom, uma fada eu não posso ser, mas eu posso piorar essa dor de cabeça se você não calar a boca. – sorri para ele, entrando em seu apartamento sem convite.

— Bella? – perguntou confuso, coçando a cabeça.

Virei para ele, olhando realmente para Adam. Ontem ele tinha ido dormir com um pijama composto por uma calça e blusa de mangas longas, mas hoje, estranhamente, ele só trajava uma samba canção e meias nos pés.

— Oh céus! Onde estão suas roupas? – indaguei, apontando para ele.

Adam olhou para baixo, confuso, e depois subiu o olhar novamente com um sorriso amarelo.

— Acho que eu senti calor durante a noite. – coçou a cabeça, semicerrando os olhos.

Olhei ceticamente para o seu rosto – tentando desviar do seu corpo perfeitamente delineado. Droga de homem bonito.

— Calor em pleno novembro? Onde acha que estamos? Em um país tropical?

— Não briga comigo. – pediu com um bico, rastejando para fora da sala – Sinto uma dor de cabeça do cão e agora também estou sentindo frio. Satisfeita? – indagou por fim, fechando a porta do quarto.

— Muito. E só saia daí com essa boca limpa e de roupas decentes. – falei indo me sentar no sofá.

Cerca de vinte minutos depois, Adam sai do quarto com o rosto um pouco melhor, cabelos molhados e com roupas quentes – resumidas em moletom cinza e botas uggs caramelas.

— Estou decente, querida? – fez deboche, dando uma voltinha.

Olhei-o de cima abaixo, sentindo um sorriso se espalhar pelo meu rosto. Levantei do sofá, parando em sua frente. Adam arqueou uma sobrancelha, esperando.

— Está querido. Se melhorar estraga mais do que já é estragado. – dei uma tapinha em seu rosto, fazendo-o bufar – Tomou remédio, manguaceiro?

Ele revirou os olhos, dando-me as costas e seguindo para cozinha. Eu o segui.

— Sim. E agora quero um café. Quer? – ofereceu, começando a preparar a bebida.

— Acabei de comer.

— Acordou agora também, Swan? – sorriu debochadamente para mim.

— Não importa. Estou sem ressaca, isso é o que importa.— alfinetei, sorrindo como o gato cheshire.

— Vá à merda, Swan. – resmungou, fazendo-me gargalhar – Aposto que seu irmão está péssimo.

— Para falar a verdade... – deixei no ar, cruzando as pernas – Emmett parece muito bem. Poderia comer um boi no café da manhã. Acho que meu irmão lida melhor com a bebedeira do que você.

— Ótimo. – resmungou a contragosto, vindo se sentar-se a mesa com uma xícara de café em mãos – E a quem devo a honra de sua visita?

— Você pediu para que eu viesse, lembra?

Ele fez cara de pensativo por uns instantes, até seu rosto se iluminar com a compreensão.

— Ah, claro. – assentiu, tomando o resto do seu café – O que acha do almoço ser em sua casa hoje? Eu ajudo. – sorriu, mostrando as fileiras de dentes brancos.

Arqueei uma sobrancelha para ele.

[...]

Às onze horas estávamos Emmett, Rose, Renné, Adam e eu na cozinha, preparando uma lasanha – depois de uma rápida votação sobre o que comeríamos. Depois de um tempo, Emmett terminou sua tarefa e saiu arrastando Rosalie para fora da cozinha, com risadinhas e tapinhas nas costas.

Olhei feio para eles, desejando que não fossem fazer coisas indecentes. Ficamos apenas Renné, Adam e eu na cozinha, finalizando o alimento e curtindo o som de rock antigo que tocava no rádio.

— Merda. – resmunguei, percebendo que a mangueirinha da pia não estava prestando.

— O que foi? – Adam perguntou, enxugando as mãos no pano de prato e vindo para perto de mim.

— Essa merda que não presta. Emmett nunca conserta isso. – falei, batendo a mangueirinha na pia e ligando-a outra vez.

Foi ai que um jato de água saiu indo parar todo na camisa branca que Adam usava – já que ele tinha retirado o moletom, falando que a cozinha estava deixando-o com calor.

Arregalei os olhos para ele, desligando a torneira.

— Oh, meu Deus. – ri – A culpa é toda sua!

Ele olhou-me descrente.

— Minha? Foi você que jogou a água em mim, sua pequena Cruela! – semicerrou os olhos para mim, colocando uma falsa entonação de ofendido em sua voz.

Eu ri mais um pouco, soltando a mangueira dentro da pia e escorando-me nela.

— Eu devia molhar você também... – pensou alto, olhando-me de forma maligna.

Adam aproximou-se de mim, fazendo com que eu ficasse encurralada entre a pia e ele. Meus olhos ficaram de frente para a camisa molhada, que agora marcava o seu peitoral – bom peitoral. Engoli em seco, subindo o olhar para o de Adam, encontrando em seus olhos divertimento e uma pitada de desejo. Antes que eu pudesse falar algo, ele foi mais rápido, aproximando sua boca da minha orelha.

— O que acha que ficar molhada e com frio, Swan? – disse com a voz muito baixa, levando um arrepio para o meu corpo.

Pisquei os olhos rapidamente, sem saber o que fazer. Um pigarro nos tirou daquele momento e eu afastei-me de Adam, percebendo que Renné nos olhava com uma sobrancelha arqueada. Tinha esquecido que ela ainda estava ali. Meu rosto esquentou.

— Acho que posso colocar sua camisa na secadora, Adam. – ofereceu solicita.

— Deixa que eu coloco, mãe. – fui mais rápida, tentando fugir do constrangimento.

Adam entregou-me a camisa – agora ficando com o peito exposto – e eu quase corri da cozinha.

Fui para área de serviço, confusa com aquelas reações que Adam provocava. Tinha que confessar que ele me atraia – e sabia criar um momento para a sedução.

Quase que imediatamene, Edward surgiu em minha cabeça e eu acabei por concluir algo: Adam me atraia, mas não da forma que Edward me atraia. E, oh, ele ainda me atraia. De uma forma louca. Os olhos verdes, o corpo alto, as costas largas o suficiente, os cabelos rebeles e o maldito sorriso torto.

Antes que eu pudesse perceber, já estava ofegando apenas com a imagem de Edward em minha cabeça. Será que eu nunca deixaria esse sentimento de lado?

O Adam pode ser uma boa oportunidade. Falou uma voz em minha cabeça.

Pode até ser, mas ela ainda gosta – e muito – do bonitão. Disse outra voz em minha cabeça, com um tom petulante.

Não querendo ir parar em um manicômio, liguei à secadora e coloquei a blusa de Adam lá, tentando dissipar os pensamentos.

Respirei fundo umas quinhentas vezes, coloquei um sorriso no rosto e voltei a cozinha. Lá encontrei apenas Renné, colocando a travessa de lasanha no forno.

— Onde está Adam?

— Ele foi atender a porta. – respondeu distraidamente, ligando o forno.

Estranhando, encaminhei-me para sala, encontrado Adam ainda sem camisa e de costas, falando com alguém que estava do lado de fora. Ele poderia colocar uma camisa, né? Para qualquer caso de dúvidas, decidi avisá-lo com a seguinte frase: Adam, eu coloquei sua camisa na secadora, agora, por favor, vá vestir o moletom.

Entretanto, o destino tinha outras palavras para mim. Ao aproximar-me da porta, proferindo as três primeiras palavras da frase, eu consegui enxergar com quem Adam falava.

Então minha voz morreu.

Quem estava do outro lado era Edward, trajando um grosso sobretudo cinza e com os cabelos úmidos, parecendo uma porra de modelo masculino. Meu coração deu um salto forte em meu peito e eu quis me bater um pouco por isso.

— Edward? – o nome escapuliu dos meus lábios, minha voz saindo um pouco descrente – O que está fazendo aqui?

Seus olhos voaram para mim. O verde transbordava desconforto, mas no momento em que ele conseguiu captar-me, uma pontada de desespero o tomou.

— Eu... – começou, interrompendo-se por dois segundos e franzindo o cenho – Vim buscar uma boneca que Lily esqueceu, mas se estiver atrapalhando...

— Que nada. – Adam interrompeu – Você é o pai das crianças que Bella ama? – perguntou sorrindo, olhando de mim para Edward.

— Sim... – respondeu um pouco confuso.

Adam sorriu ainda mais.

— Bacana. São crianças bonitas. Belo trabalho. – piscou um olho.

Revirei os olhos, empurrando o Adam para o lado.

— Ignorei-o. – falei para Edward, mas com o olhar feio mirado para Adam. Ele olhou-me como se dissesse ‘’o que?’’ – Adam, porque não vai ver se mamãe não precisa de ajuda, hm?

Um suspiro de alívio foi dado e meu olhar voou para Edward, que olhou para o lado, parecendo distraído. Franzi o cenho para ele, mas não entrei no mérito da questão.

— Ok, mamãe. – deu de ombros, já dando as costas para sair.

— E vista seu moletom! – exclamei, para enfatizar bem o pedido.

Ele bufou alto, desaparecendo da sala. Sorri para Edward, convidando-o para entrar com a mão.

— Desculpe-me pelo o Adam. Acho que ele ainda está sob o efeito do álcool.

Edward sorriu de lado, parecendo mais tranquilo.

— Ele não disse nada de ofensivo. Fique tranquila, Bella.

Sorri amarelo, mordendo o lábio.

— Ahm... Você disse sobre boneca, não é? – ele assentiu – Acho que Lily não deixou nada aqui, pelo o que eu lembre. A única coisa foi uma blusa de Melanie, mas eu liguei para avisá-la.

Edward franziu o cenho, colocando a mão nos bolsos.

— Aposto que ela deve ter perdido por dentro de casa e não procurou direito. – balançou a cabeça.

— Pode ter sido. – dei de ombros – Espere um pouco que vou pegar a camisa para você levar, ok? Pode se sentar. – apontei para o sofá e Edward assim o fez.

Com o nervosismo atingindo níveis elevados, acabei distraindo-me do ambiente ao meu redor e esbarrei com Rosalie no corredor.

— Está com a cabeça nas nuvens, Bella? – brincou.

Percebi que ela trajava outra roupa agora. Minha cunhada deixava algumas roupas dela no apartamento de Emmett, e ele fazia a mesma coisa com relação ao apartamento dela.

— Edward está na sala. – murmurei, olhando para os lados, a fim de constatar que estávamos sozinhas. Ela sabia da história, de qualquer forma.

Rosalie olhou-me curiosa.

— O que ele veio fazer aqui? – perguntou aos sussurros.

— Lily lhe disse que tinha esquecido uma boneca aqui, mas tenho certeza que não. Só tem uma blusa da Melanie mesmo.

— Estranho... – Rose deixou no ar com uma cara pensativa.

— Talvez. – finalizei a conversa indo para o meu quarto.

Como esperado, não tinha nenhuma boneca lá, apenas a blusa de Mel bem guardada em meu closet. Voltei para sala, encontrando Edward conversando com Emmett. Entreguei a blusa para o ruivo, que agradeceu com um ‘’obrigado’’ sussurrado acompanhado de um sorriso.

— Acho que agora preciso ir. Hoje o almoço será na casa de Alice, e se eu me atrasar, ela come meu fígado. – comentou, revirando os olhos.

Emmett riu.

— Pior que come mesmo. – bateu de leve nas costas de Edward – Se quiser aparecer por aqui, fique à vontade. Você é um cara legal, Edward.

— Você também, Emmett.

Fiquei olhando para aquela troca de afeto, imaginando se meu irmão pensaria da mesma forma se descobrisse do meu pequeno segredinho com o Cullen. Algo me dizia fortemente que não.

— Bom, eu o levo até a porta, Edward. – ofereci, querendo acabar com aquela tensão que tomava conta do meu corpo.

Edward assentiu com a cabeça e eu o levei até a porta. Antes de ir, ele parou em minha frente, parecendo está hesitante com algo.

— Você gostou da cor das tulipas? – perguntou, parecendo ansioso por algo.

— Claro. – sorri, sendo sincera – Gosto da cor vermelha. Também gosto de tulipas amarelas. – comentei, desviando o olhar e me perguntando por que diabos eu tinha dito aquilo.

— Isso é interessante. – colocou simplesmente.

Um silêncio estranho pairou sobre nós dois, sendo quebrado por um pigarro de Edward.

— Eu vou indo. Até mais vê, Bella.

— Até. – sussurrei.

Fiquei na porta, olhando-o caminhar de forma rápida e elegante pelo corredor, entrar no elevador e desaparecer atrás das portas fechadas. Com um suspiro, obriguei-me a entrar, fechando a porta com calma. Assim que ela bateu, escorei-me nela de olhos fechados, tentando retomar a minha tranquilidade.

— Vocês estão agindo estranho um com outro.

A voz de Emmett fez com que eu pulasse no lugar, arregalando os olhos para a sua figura parada atrás do sofá.

— O que? – perguntei por mais pura confusão do que por falta de entendimento.

— Você e o Edward estão estranhos um com o outro, e não é de hoje que eu percebo isso. – ele deu a volta no sofá com um olhar preocupado – É porque você saiu da casa?

— Não. – enfatizei balançando a cabeça negativamente – Estamos normais, Emmett. Você deve está vendo algo errado.

Seus olhos pularam de preocupados para debochados.

— Como se vê algo errado, Bella?

— Vendo, ué. – disse como se fosse o óbvio – Porque não vai escolher algo para gente beber, hm? – mudei o assunto, empurrando-o para cozinha.

Edward

No caminho de volta para casa, não consegui conter o alívio que percorreu o meu corpo ao saber que Bella e Adam estavam de forma inocente em casa, afinal, eles não estavam sós. Senti-me um pouco idiota também em pensar logo na pior das hipóteses, mas quando você se sente amedrontado em perder algo que não é seu – que irônico – as coisas acabam saindo um pouco de controle.

Agora, estava com os meus filhos indo para a casa da minha irmã. Eles estavam estranhamente silenciosos, e por isso liguei o som do carro, a fim de espantar a falta de vozes incomoda. Nem o fato de eu ter falado que não tinha boneca na casa de Bella – e ela misteriosamente aparecer – os fizeram falar alguma coisa.

— Então... – Melanie falou, tirando-me dos meus pensamentos.

— Sim? – perguntei, ansiando por conversa.

— Como foi lá em Bella?

Olhei de soslaio para ela – que estava sentada no banco ao meu lado – não entendendo onde ela queria chegar.

— Normal? – respondi um tanto confuso.

— Não aconteceu nada? – Lily entrou na conversa, colocando a cabeça entre os bancos.

Fiquei mais confuso ainda.

— Era para ter acontecido algo?

Um suspiro de indignação coletivo foi dado e Lily voltou para o seu lugar. Olhei assustado para os meus filhos, tentando entender o que estava acontecido.

— O que foi?

— Pai, o senhor gosta da Bella? – Melanie perguntou, olhando para mim de forma séria.

— Gosto. Ela é uma boa pessoa...

— Não, pai. – interrompeu – Quero saber se tem interesse romântico nela.

Soltei uma risada nervosa, agora querendo saber de onde minha filha tinha tirado aquilo. Estava tão óbvio assim?

— É claro que tem, Mel! Você sabe a cara de bobão que ele faz quando olha para Isa. – contra-atacou Lily, achando-se muito esperta.

É. Parece que estava óbvio demais.

— Sinceramente, Lily, eu estou começando a duvidar. Se gosta, porque não acontece nada? Onde estão errando? – virou-se no banco para olhar para a irmã.

— Talvez seja essa coisa de ser adulto. – intrometeu-se Liam.

— Ou talvez sejam lentos. – Peter colocou seu ponto também.

— Dá para pararem de falar como se eu não estivesse aqui? – pedi irritado – E que história é essa que eu gosto da Bella?

— Vai negar? – Melanie rebateu.

Olhei para ela, surpreso com o seu tom. Ela encarava-me com a sobrancelha arqueada. E então eu percebi que não tinha para onde fugir.

— Só queremos ajudar, papai. – Lily colocou com a voz doce.

Suspirei.

— Eu gosto da Bella de forma romântica, ok? – confessei, mantendo os olhos focados na estrada – Só que as coisas entre nós são um pouco complicadas.

— Eu disse. – Liam se gabou.

— Porque vocês gostam de complicar tudo? O senhor gosta da Isa, ela gosta de você. Poderiam se casar e viveríamos juntos como uma família! – Melanie disse.

— A vida é real é muito mais que um conto de fadas, Mel.

— E quem disse que estou pedindo um conto de fadas? Só quero que sejamos uma família. – rebateu outra vez, deixando sem palavras por um momento – Porque não falou com ela hoje? A convidou para sair, sei lá?

— Não seria uma ocasião apropriada e... – pausei, tomando consciência do fato – Foi por isso que vocês me fizeram ir para a casa de Bella?

— Papai, não foge do assunto. – disse Melanie.

Eu revirei os olhos. A afirmação estava implícita em suas palavras, mas eu não criaria caso.

— O cara da festa estava lá. O tal do Adam.

— Tinha que ser o Elvis Presley de meia tigela. – resmungou Peter, causando um enorme burburinho dentro do carro.

Pelo o que consegui entender da discussão dos quatro, eles não pareciam muito satisfeitos com o Adam também não. Não pude conter um sorrisinho de satisfação no meu rosto, afinal, meus filhos me apoiavam com Bella e não com o Adam.

Será que eles te apoiariam se soubessem o que realmente aconteceu entre vocês? Uma voz chata fez o favor de lembrar e eu logo refutei aquele pensamento da minha cabeça.

— E eu podelia afogá a cabeça dele em uma plivada... – uma parte do discurso de Liam chegou aos meus ouvidos com clareza.

— Liam, não é assim que resolvemos as coisas. – o repreendi.

— Ah, papai, vai dize que o senho não quelia? Imagina só colocá aqueles cabelos pletos na plivada cheia de xixi. – riu maldosamente no final.

Sem minha permissão, imagens de Adam com a cabeça na privada preencheram a minha cabeça, fazendo meu lado sádico aprovar a ideia.

— Pode ser uma ideia interessante, mas não devemos fazer isso com as pessoas. – tentei ser maduro, mas arranquei algumas risadinhas por conta do começo da frase – Agora fiquem quietos, pois chegamos à casa da tia Alice. – avisei, avistando a vistosa casa que minha irmã morava.

— Antes de descer, eu, por meio dos meus irmãos e de mim, tenho um comunicado a fazer. – Melanie disse, colocando um tom de voz muito sério. Olhei para ela, esperando – O senhor está disposto a ficar com a Isa?

— É o que eu mais quero. – sorri sem jeito.

— Então vamos dá nossa última ajuda para vocês e, por favor, faça acontecer. – praticamente suplicou e aquilo me deixou um pouco mal.

Meus filhos tinham adotado Bella como mãe deles há tempos, e tudo que queriam, era nos juntar, aproveitando os sentimentos que cresceram.

— Vamos fazer com que a Isa vá dormir na terça lá em casa. Chame-a para uma conversa e se acertem, ok? Por favor, faça direito dessa vez. – estranhei a última frase de Melanie, mas acabei por assentir com a cabeça. Ela sorriu – Ótimo. Agora vamos, porque sei que a tia Alice deve está pirando.

Eles saltaram do carro e eu fui o único a sair, sentindo o sentimento de confiança crescer dentro de mim. Eu reconquistaria Bella. Agora não só por mim, mas pelo os meus filhos também. Eu não os desapontaria.

[...]

O domingo e a segunda passaram como uma flecha lançada, trazendo-me logo a ansiada terça feira. Por intermédio de alguma graça divina, meus filhos comunicaram-me que Bella tinha aceitado vim dormir aqui.

Eu já tinha arquitetado um bom plano na minha cabeça, e o dia frio e chuvoso só fizeram melhorar o cenário. Pode parecer um tanto clichê, mas existe algo mais romântico do que a chuva?

— O senhor parece distraído. – a voz tranquila da minha secretária tirou-me do transe em que eu me encontrava.

Nós estávamos em uma reunião na minha sala para definir datas de reuniões e viagens para o exterior. Olhei para a senhorita Collins, que olhava para o tablet em sua mão, digitando alguma coisa.

— Talvez eu esteja. – confessei, sorrindo amarelo.

Ela voltou os olhos castanho-claros para mim, olhando-me de forma complacente.

— Quer cancelar algum compromisso de hoje?

— Não. – neguei rapidamente – Eu só preciso de um chá. Pode trazer-me um chá? – pedi educadamente, voltando minha atenção para o meu computador.

— Claro. Acho que já marcamos tudo. – avisou – Volto em cinco minutos. – e com isso, ela saiu da minha sala.

[...]

Às cinco e meia da tarde, eu estacionava o meu volvo em frente à quadra de futsal em que Liam e Peter estavam. Eu já tinha buscado as meninas em suas respectivas atividades extracurriculares e elas seguiam conversa entre si, sentadas no banco de trás do carro.

Peguei o meu guarda-chuva no banco do carona e preparei-me para sair do carro. Agradeci aos céus por eles já estarem na área de fora – em uma parte coberta para não se molharem. Corri até lá, pegando suas mochilas e guiando-os para o carro.

— Papai! – cumprimentaram juntos. Cada um estava agarrado em uma perna minha.

— Calma aí, garotões. Preciso andar. – pedi e eles riram, desprendendo-se das minhas pernas, porém firmando bem as mãos na minha calça.

Abri a porta do carona para Peter entrar e logo após fui abrir a porta traseira para colocar Liam. Dei a volta no carro, abrindo a porta do meu lado e fechando o guarda-chuva para poder entrar. Coloquei o objeto molhado aos pés de Peter, que acabou por levá-los para próximo do seu peito.

— Sem sapatos, mocinho. – avisei, dando partida no carro.

Ele deu um sorrisinho para mim e tirou o calçado dos pés, largando-o junto ao guarda-chuva.

— Cadê a Meg? – Liam perguntou, estranhando a ausência da babá.

— Já foi para casa, querido. Esqueceu-se que sou eu quem busca vocês na terça? Ela só os leva.

— Ah, é mesmo.

— E eu marquei sua primeira consulta na fonoaudióloga para próxima semana. Vamos vê se dessa vez da certo, ok?

Olhei para trás, vendo-o dá de ombros. Contive um suspiro, trazendo meus olhos para a estrada a minha frente de novo. Eu já tinha levado Liam no fonoaudiólogo no começo do ano, mas não surtiu muito efeito, porque meu filho simplesmente não quis falar. Acredito que tenha sido birra, e já que agora as coisas estão melhores, talvez ele se empenhe.

O caminho, como sempre, foi regado a músicas e conversas aleatórias. Minutos mais tarde estacionei o volvo na garagem de casa. Agitados, meus filhos desceram do carro correndo, entrando no maior barulho em casa. Eu sorri para eles, feliz por suas felicidades.

— Eles parecem agitados. – comentou Anne quando eu entrei. Ela tinha os olhos nas escadas, por onde meus filhos seguiam agora.

Eu sorri, lembrando-me do por que.

— Bella está vindo para cá.

Ela arregalou os olhos levemente.

— Uh. Isso é um motivo. – disse vagamente, olhando para os lados – Pretende ficar em casa esta noite, senhor Cullen? – voltou a olhar para mim.

Franzi o cenho para ela.

— Claro. Para onde eu iria?

Ela sorriu, dando de ombros.

— Bom, vou preparar o jantar então. Alguma sugestão?

— O que você fizer está ótimo, Anne.

— Então, com licença. – sorriu, retirando-se da sala.

Sentei-me no sofá, refletindo sobre a penúltima pergunta de Anne.

— Eu também quero apreciar a visita. – sussurrei para mim mesmo no silêncio da sala.

Bella

Terminava de arrumar minha mochila, colocando os itens de higiene pessoal que faltavam. Eu não estava exatamente contente em voltar para mansão – e dormir lá!— mas eu não conseguia negar as coisas para as crianças. Principalmente quando elas me questionam ‘’tem algum problema na nossa casa, Isa’’ e a vontade de responder ‘’O seu pai!!!’’ grita de uma forma insana em minha cabeça. Eles não precisavam saber da história fatídica entre Edward e eu.

— Pensando em como enlouquecer o chefe, Bella? – a voz de Rosalie surgiu do nada, fazendo com que eu pulasse no lugar.

— Que susto. – disse para ela, colocando uma mão sobre o lugar em que ficava o coração – E que história é essa de ‘’enlouquecer o chefe’’? Por acaso está me convidando para alguma orgia? – debochei, ganhando um revirar de olhos da minha cunhada.

Rosalie se jogou em minha cama de forma despreocupada.

— Não se faça de desentendida. E se eu fosse participar de uma orgia, não chamaria a irmã do meu namorado. Seria estranho. – sorriu com ironia e eu taquei-lhe uma blusa na cara.

Rose riu.

— Besta. – resmunguei, mas não estava chateada.

— Vamos ao assunto, docinho. Você estará indo para casa de Edward, dormir debaixo do mesmo teto e no mesmo andar. Como está se sentindo com relação a isso? – sorriu de forma inocente.

Semicerrei os olhos para ela.

— Você gosta de me ver sofrer, sua cunhada diabólica?

— Nunca. Eu te amo querida, mas sou uma menina impertinente e curiosa às vezes. – piscou os olhos de forma inocente.

Derrotada, sentei-me ao seu lado e resolvi demonstrar todo o meu desespero bem disfarçado.

— Eu estou quase indo para o Canadá! Eu não queria ir, mas as crianças estavam com aqueles olhares de cães abandonados. Fiquei de mãos atadas. – suspirei, olhando para as minhas mãos.

— Tem certeza que é só isso? – maliciou e eu olhei feio para ela – Ok, eu só queria saber como você estava mesmo, então, se acalme. Ninguém lá vai te estuprar. E, por favor, seja mais atenta.

Franzi o cenho, não entendo o seu pedido.

— Ser atenta? Ser atenta com o que?

Ela se levantou da cama com uma expressão quase angelical em seu rosto.

— Não sei. Apenas olhe as coisas ao seu redor com mais clareza. – olhou as horas em seu relógio – Preciso ir. Ainda tenho que me arrumar para o jantar mais tarde. Emmett e eu estamos fazendo seis meses de namoro. – comemorou, sorrindo largamente e deixando seu amor evidente.

Involuntariamente sorri também, o assunto de ‘’ser atenta’’ esquecido por um momento.

— Eu fico muito feliz por isso. Não me lembro de Emmett tendo um relacionamento tão longo.

Seus olhos brilharam. Rosalie geralmente era uma pessoa séria – algo parecido com o seu irmão – mas era falar de Emmett que ela parecia uma garotinha tendo o seu primeiro namorado. E isso era fofo.

— Isso quer dizer que sou especial, sim? – sua pergunta era alegre, mas ainda assim tinha um que de insegurança.

— Se isso, somado com roupas na casa de cada um, você viver basicamente aqui e escorrer mel de vocês todas as vezes que estão juntos, não for especial, eu não sei o que é.

Ela sorriu ainda mais.

— Bom, então me deixe ir. Vejo-te depois cunhadinha. Quero saber de todos os detalhes. – piscou um olho para mim e saiu do quarto antes que eu atirasse algo nela.

[...]

Às sete horas da noite, Emmett deixou-me em frente à mansão Cullen com um beijo no rosto e um sincero ‘’divirta-se’’. Ele estava cheiroso e bonito para o encontro com sua namorada. Alguém de nós dois merecia sorte no amor.

Eu não precisei de muita cerimônia para entrar na casa. George – o segurança da vez – ao me reconhecer, acenou simpaticamente e deu-me passagem no portão principal. O caminho, cercado de pedras até a grande porta branca que dava acesso ao hall da sala, pareceu extremamente carregado naquele momento. A última vez que estivera ali não foi por causa de uma situação agradável.

Com um engolido em seco, apertei a campainha. Esperei por cerca de um minuto, até a porta ser aberta pelo dono da residência. Edward abriu um caloroso sorriso a me ver e eu senti um calor estranho em meu peito. Querendo reprimir aquela sensação, desviei o olhar do seu rosto.

— Boa noite. – cumprimentei.

— Boa noite, Bella. É bom te ver por aqui de novo. Entre. – afastou-se para o lado, dando passagem para que eu entrasse.

— Anne já foi? – perguntei, estranhando o motivo de ele próprio está atendendo a porta.

— Sim. Ela preparou o jantar e se foi. Você está com fome? – perguntou docemente.

— Um pouco. Onde estão as crianças? – olhei ao redor, tentando encontrá-las.

— Estão na sala de jantar. Estávamos esperando por você. Quer que eu leve sua bolsa? – apontou para a pequena bagagem em minha mão, sendo muito solicito.

— Não precisa.

Ele sorriu.

— Bobagem. Vou colocá-la no quarto que você vai ficar. O que acha do que você costumava ficar?

Parei, olhando-o de forma analítica. O que era aquilo tudo?

— Você está bem?

Ele olhou para mim como se não tivesse entendido.

— Estou ótimo. Porque a pergunta?

— Você me parece estranho. Não precisa disso tudo, qualquer coisa eu me viro com as crianças.

Aquilo pareceu abalar um pouco a sua confiança, mas Edward logo se recompôs, tossindo de leve.

— Como queira.

Sentindo-me levemente culpada pela forma um tanto grosseira que tratei Edward, eu deixei a minha mochila em cima do sofá e o segui em silêncio até a sala de jantar. As crianças ficaram eufóricas a me verem, mas logo o silêncio recaiu outra vez enquanto comíamos.

— Então, Mel. – Edward começou, querendo quebrar o silêncio – Porque não conta a Bella como foi no psicólogo ontem?

Melanie fez uma careta, mexendo a comida com um garfo.

— Foi estranho. Quer dizer, falar sobre a minha vida com quem eu não conheço. O Dr. McPhee perguntou-me muitas coisas, mas eu não respondi tudo. O engraçado é que ele entendeu e disse que ao passar das sessões eu me sentiria mais confortável. – contou, enrolando o macarrão no garfo e colocando-o na boca – Eu gostei dele, eu acho.

— Isso é bom. – elogiei – Quando eu for psicóloga, você a mim também para uma ajuda profissional.

Ela sorriu para mim.

— Eu vou querer me consultar com você. Deve ser engraçado.

Liam, Peter e Lily – e até mesmo Edward – riram do comentário dela. Eu revirei os olhos, mas sorri também.

— Vou colocar alguns palhaços e caveiras em meu consultório, só de homenagem a você. – apertei o seu nariz, fazendo os outros ao redor rirem outra vez.

Depois de quebrado o gelo, a noite seguiu com mais fluidez. Lógico que está ao lado de Edward junto com as crianças parecendo um protótipo de família feliz perturbava-me um pouco, entretanto decidi deixar isso de lado. A noite não era sobre mim.

Quando o filme ‘’Procurando Nemo’’ estava chegando ao seu fim, notei que os quatro estavam sonolentos demais para continuarem acordados. Com cuidado, Edward e eu guiamo-los para os seus respectivos quartos, ajudando-os com os pijamas e mandando-os escovar os dentes. No fim, todos estavam deitados em suas camas, depois de um beijo de boa noite dado tanto por mim quanto por Edward.

E falando em Edward... Acabamos por nos encontrar no corredor, a sós, sem ninguém acordado por perto. Mordi o lábio com força, tentando encontrar alguma escapatória. Já Edward passava a mão pelos cabelos, parecendo está ansioso com algo.

— Podemos conversar, Bella? – pediu em sussurro, pegando-me completamente desprevenida.

— Não temos o que conversar, Edward. – sussurrei também, mas minha maior vontade era sair correndo.

— Eu sei que as coisas entre nós não terminaram de uma forma muito saudável, mas... – parou, unindo as sobrancelhas.

— Mas? – arqueei uma sobrancelha, esperando uma continuação.

— Podemos ir tomar um vinho, o que acha? – sugeriu, dando um sorriso de lado.

Cruzei os braços, olhando-o um pouco descrente.

— Está querendo me embebedar?

Ele arregalou levemente os olhos.

— Longe de mim. Quero apenas deixar o ambiente mais agradável.

Passei a língua sobre os meus lábios, ponderando o seu pedido. Eu poderia ir tomar um vinho com Edward, conversar várias bobagens, ficar bêbada e acabar fazendo alguma merda. Ou eu poderia encontrar um quarto para dormir e mandá-lo ir à merda.

— Vamos. – cedi, dando-lhe as costas para poder seguir o caminho das escadas.

— Espere-me na sala, que eu vou pegar o vinho na adega.

— E eu pego as taças. – respondi e desci para o térreo, não interessada na qualquer que fosse a resposta que Edward me daria.

Passei na cozinha, pegando duas taças e me dirigindo a sala. Decidi abandonar minhas sapatilhas – já que eu estava com as minhas costumeiras meias – e sentei-me no tapete macio, dispensando o sofá. Eu trajava um vestido de mangas longas na cor preta e meus cabelos estavam devidamente soltos, dando-me uma boa cortina de bloqueio para eventuais indesejáveis olhares.

Edward estava de volta cerca de cinco minutos depois, agora dentro de moletons e com uma garrafa de vinho em sua mão. Pegou algum controle em cima do sofá e direcionou para a lareira a nossa frente, ligando-a.

— A noite está fria. – comentou, sentando-se ao meu lado.

— Põe fria nisso. – sussurrei inconscientemente, e logo peguei as taças para que ele as enchesse.

Edward foi rápido com o processo, já que ele tinha aproveitado para abrir a garrafa antes de vim para cá.

— E então, você está só em casa ou trabalhando? – perguntou, tomando um gole da bebida.

— Estou trabalhando na C&H. Sua irmã não te contou? – Edward fez cara de surpreso – Eu acho que não. – confirmei, tomando um gole do vinho.

A bebida desceu quente pela minha garganta, dando-me uma sensação boa. Hmmm... Lembrei porque gosto de vinho.

— Alice não comentou nada... – colocou vagamente, perdido em pensamentos – Está gostando de lá?

Dei de ombros.

— É algo tranquilo. E o meu horário é flexível por causa da universidade.

— Então você vai mesmo?

— Claro. – sorri – É o meu sonho.

Ele assentiu, olhando para bebida escura em sua taça. Eu continuei tomando o meu vinho – que estava uma delícia, por sinal – sentindo que o silêncio nos cercava com o passar dos minutos.

Quando terminei a primeira taça, estendi a mão para que Edward colocasse mais. Ele atendeu ao meu pedido, dando-me um olhar triste. Senti meu coração apertar um pouco ao ver o sentimento nos olhos verdes.

— Tudo bem? – murmurei.

— Bella você me odeia? – questionou, fazendo questão de manter seus olhos nos meus.

Eu não precisei de muito tempo para responder aquela pergunta.

— Não. — minha voz saiu tão baixa que eu quase não consegui me escutar.

— Você... Sente algo por mim ainda? – sua voz saiu ansiosa e ele se aproximou de mim.

Com medo da aproximação, afastei meu corpo um pouco para trás.

— Isso não importa. – continuei com a voz baixa, desviando o olhar.

— Claro que importa! – colocou de forma enérgica, quase desesperada.

Aquelas palavras surtiram um efeito de fúria dentro de mim e eu voltei a olhá-lo com os olhos flamejantes.

— Se importasse, não teria me dispensado, Cullen. Meus sentimentos são estúpidos, lembra? – despejei com acidez, lembrando-me das suas palavras.

A fala pareceu atingi-lo como uma foice, e eu me perguntei o porquê de tanto remorso agora. Meus olhos queimaram para expulsarem as lágrimas que estavam se formando, mas eu não me permiti chorar.

Antes que mais alguma coisa fosse dita, passinhos rápidos foram escutados, levando toda a nossa atenção para a garotinha de cabelos loiros e um sorriso muito grande no rosto que acabava de chegar à sala.

— A TIA ALICE VAI TER OS BEBÊS!


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Notas finais do capítulo

E a conversa Beward foi na trave! Bela hora para os gêmeos decidirem nascer, sim? kkkkk
E parece que alguém ainda tem ressentimentos... É como eu disse alguns capítulos atrás: Bella não será fácil, afinal, ela foi magoada e isso é algo que nos deixa com um pé atrás. Mas, também como foi dito, Edward irá a luta. Aqui foi só o pontapé inicial para eles.
Descobrimos o real motivo da falta de camisa do Adam, sim? Era meio que óbvio que não seria nada demais - O Cullen deve ter a mente perturbada kkk. Vi que muita gente apostou em café, mas foi só água u.u.
—_____
Não tenho muito o que comentar sobre o próximo capítulo - tenho algumas anotações, mas preciso ver como isso vai parar no word kkk.
—_____
Então, vou ficando por aqui. Comente, recomendem, favoritem, enfim, deem seu oi!
Um grande beijo e até a próxima!
♥ ♥
p.s: HOJE É ANIVERSÁRIO DO EDWARD!!!



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