Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 27
Capítulo: 26 - Eu sou uma garota grande


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Sei que eu demorei bastante, me perdoem, mas a minha vida não está nada fácil com os assuntos do colégio, então, adianto logo que atrasos desse tipo poderão acontecer outra vez, apesar de não querer tomá-los como regra. Quero que todos fiquem cientes que não abandonarei UBSN, só preciso que tenham paciência, ok?
Espero que gostem do capítulo ;).



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Bella

─ Bella! – Jacob exclamou feliz assim que entrei em seu campo de visão. Ele se levantou da cadeira a qual estava sentado para cumprimentar-me com um abraço. – Desculpe-me por não poder ter ido pegá-la, estava realmente enrolado com algumas coisas da boate. – se desculpou assim que nos soltamos.

Eu sorri para ele enquanto revirava os olhos.

─ Sem problemas, Jake. Edward permite que eu use o carro fora do trabalho também. Segundo ele, nunca se sabe quando pode ser útil. – arqueei uma sobrancelha.

Jacob riu, puxando uma cadeira do restaurante, de aparência requintada, para que eu sentasse. Eu agradeci pelo cavalheirismo e ele retomou o seu lugar.

─ Você está muito bonita. – elogiou. – Parece até uma mocinha. – debochou com uma risadinha.

Bati-lhe com um dos cardápios que estava em cima da mesa. Ele me olhou com um bico fingido, tentando reprimir a gargalhada.

Jacob era tão idiota!

─ Você me chamou para tirar sarro com a minha cara? – perguntei, fingindo estar brava.

Ele pegou a minha mão, beijando-a de forma galante.

─ Eu nunca tiraria sarro de uma dama. Ainda mais uma dama como a senhorita. – pegou uma das flores que enfeitava a mesa, estendendo-a para mim. – Pegue esta flor como sinal das minhas profundas desculpas. – soou extremamente piegas.

Aceitei a flor, entrando na brincadeira idiota do meu amigo. Levei-a até meu nariz, sentindo o agradável aroma.

─ Oh, muito obrigada, nobre cavalheiro. – coloquei uma mão sobre o peito, fingindo está emocionada.

Jacob sorriu de lado, tentando ser charmoso. Revirei os olhos.

─ Ok, agora é sério. – neutralizou sua expressão. – Eu pensei que você viria com suas meias coloridas. Você parece tão apaixonada por elas!

Sorri.

─ Eu sou apaixonada por elas. Entretanto, digamos que certo serzinho loiro não me deixou usá-las. Lily sabe ser bem convincente quando quer. – semicerrei os olhos, relembrando todos os pontos listados pela pequena garota de cinco anos para que eu viesse a esse almoço com a roupa que ela tinha escolhido.

Jake riu.

─ Aquela garotinha é uma cópia de Alice. Não sei como ela não é filha da nanica.

─ Bom, pelo menos elas são parentes. Isso explica alguma coisa.

Nós rimos.

─ Pronta para pedir? – Jake me questionou, entregando─me o cardápio.

─ O que me sugere? – interpelei, deixando o cardápio de lado.

─ Eu vou comer um belo salmão. Acompanha-me? – assenti, acatando o pedido.

Jacob chamou o garçom que rapidamente anotou os nossos pedidos. No prato, nos ficamos com a mesma coisa, porém na bebida houve divergências. Jake quis vinho e eu preferi uma coca, afinal, eu ainda estava em horário de trabalho.

─ Sem vinho? Pensei que o vinho fosse seu ídolo. – Jake falou inocentemente, mas um sorriso malicioso pairava em seus lábios.

Bati com a mão na testa, não acreditando que Jake ainda lembrava-se da loucura que foi o meu aniversário na semana passada. Bom, vamos dizer que o negócio foi o seguinte...

{Flashback – on}

─ Alice, eu realmente não acho necessário uma comemoração. – falei pelo telefone enquanto estava de olho nas crianças fazendo os deveres escolares.

Como assim não acha necessário? Bella é seu aniversário de 23 anos! É mais um ano de vida. Temos que comemorar!— cantarolou com sua voz de pássaro. Para Alice, tudo era motivo de festa.

─ É mais um ano perto da morte também. – contra-argumentei. Eu realmente não estava a fim de festa.

Ela bufou.

Se serve de consolo, todos nós vamos morrer um dia. – poderia jurar que ela estava revirando os olhos. – Enfim, não seja chata, é apenas uma pequena comemoração. Um jantar não é grande coisa. Emmett está animado.

─ Você ligou para ele? – perguntei frustrada, distanciando─me um pouco de onde as crianças estavam.

E para Rose, para o meu irmãozinho, para o Jake. Você sabe, não podemos convidar as pessoas tão em cima da hora. – falou com se não fosse nada demais.

Bati a testa na parede. Alice era um perigo.

─ Meu Deus, Alice! E você faz isso sem me consultar?

Eu sei que você vai aceitar, então, pare de choro. Ninguém aqui está indo para forca.

Suspirei, sentando-me em um dos puffs da sala de estudos. Lily olhava para mim curiosamente.

─ Pense como o pessoal irá ficar feliz em se reunir. Como as crianças irão gostar. Vai ser um bom momento, Bells. – persuadiu.

E a guerra estava ganha. Acabei acatando a mais uma loucura de Alice, para a total alegria da mesma.

[...]

As sete e ponto eu estava devidamente pronta juntamente com as crianças. Só faltava Edward, esse que estava terminando de se ajeitar. Ele havia chegado a pouco tempo do trabalho e eu nem tinha o visto subir.

As crianças estavam empolgadas enquanto conversavam entre si. Já eu estava nervosa. Principalmente pela roupa que estava usando. Alice fez questão de me mandar um presente uma hora depois da nossa ligação. Parece que aquela pequena anã do mal tinha arquitetado tudo. Agora, aqui estava eu, dentro de um vestido azul tomara que caia com uma parte exposta na região que ficava abaixo dos meus seios. O vestido era bonito, porém não fazia muito o meu estilo.

─ Isa! Controle sua perna. – Melanie pediu, colocando a mão sobre a minha perna esquerda que balançava frequentemente.

─ Eu estou bonita? Não estou parecendo indecente, sim? – praticamente cuspi as palavras, olhando para as crianças.

Mel revirou os olhos enquanto os outros três sorriram.

─ Você está linda, Isa. Quantas vezes a gente vai ter que te dizer isso? – Lily perguntou com uma cara engraçada.

Suspirei, pegando a garotinha em meu colo para abraçá-la que nem um urso de pelúcia.

─ Só estou um pouco nervosa. Ugh! – respirei fundo.

Lily deixou um beijo em minha bochecha. Ela estava adorável em seu vestido doce.

─ Todo mundo pronto? – escutei a voz de Edward vinda da escada.

Segundos depois, ele entra em meu campo de visão, tirando-me o fôlego por alguns segundos. O chefinho estava impecável dentro de uma blusa de mangas longas de malha, calça jeans preta – assim como a blusa – e sapatos estilo tênis. Seus cabelos estavam à mesma rebeldia de sempre e em seu rosto tinha uma barba rala.

Fodido homem gostoso!

Melanie assobiou enquanto os meninos falavam algo como ‘’quando crescer, eu quero ser bonitão que nem o papai. ’’ Já Lily saltou do meu colo, agarrando as pernas do pai.

─ Papai, o senhor um gato! – elogiou.

Edward passou a mão pelos cabelos, levemente constrangido pela reação dos filhos.

─ Ahn, obrigado. – ele sorriu, colocando Lily no colo. – Vocês estão maravilhosos. – ele pairou seu olhar por cada um dos seus filhos, até pará-lo sobre mim. – Senhorita Swan? – Edward chamou, olhando-me de uma forma estranha. Eu, provavelmente, estava com a maior cara de bocó de todos os tempos.

Tentando retomar a compostura, pigarreei, levantando-me do sofá.

─ A Isa não ta linda, papai? – Lily o cutucou, olhando sorridente para mim.

E foi ai que os olhos verdes de Edward me esquadrinharam de cima a abaixo e eu notei um pequeno brilho passar pelo seu olhar antes de ele sorrir para mim. E então eu corei, apenas com a porcaria de um olhar.

─ Verdadeiramente bela. – elogiou, fazendo um pequeno trocadilho com o meu apelido.

Revirei os olhos, mas ainda pude sentir minhas orelhas queimarem.

─ Obrigada. – olhei para baixo.

Pensei em ter ouvido algumas risadinhas, mas assim que meus olhos pairaram sobre Melanie, Liam e Peter, eles pareciam distraídos com a decoração da casa.

─ Vamos! Vamos! – Liam apressou, arrastando a mim e a Edward para fora da casa.

E lá vamos nós.

[...]

Para a minha alegria, e total delírio de Alice, o jantar ocorreu super bem. Foi algo sinceramente simples, com a presença apenas de: Alice, seu marido (e os dois bebês ainda na barriga), Rose, Emm, Jake, Edward e as crianças. Nós comemos a comida maravilhosa feita pela doce cozinheira de Alice e conversamos sobre várias coisas. Parecíamos um grupo de velhos amigos e isso foi bastante agradável.

O cruel da noite foi o bolo que Alice encomendou – e que eu não sabia – e os parabéns que cantaram animadamente para mim. Ainda tiveram a audácia de usar aqueles típicos chapeuzinhos de aniversário – e enfiar um em mim, é claro. Senti-me como uma criança completando seu primeiro ano de vida, porém tive que rir com a pequena guerra de glacê que ocorreu depois. Jogar um pouco na cara do meu chefinho foi impagável.

Assim que os presentes foram dados, as crianças praticamente desmaiaram de cansaço em dos quartos de hospedes, por correr e pular tanto. Com cada um perdido em seu mundo do sonho, a casa se tornou praticamente só dos adultos.

Estava sem os meus sapatos, deitada de bruços no tapete fofinho de Alice enquanto degustava de uma taça de vinho. A mesinha de centro de Alice tinha se tornado um verdadeiro mini-bar com tequila, vinho e champanhe. Olhei para minha amiga deitada confortavelmente no sofá com a cabeça sobre o colo do seu marido, que bebia uma taça de champanhe. No sofá ao lado, estava Emmett com Rose em seu colo e ambos consumiam tequila. Jake estava colocando alguma música no som. E Edward parecia alheio a tudo a sua volta enquanto tomava seu vinho lentamente.

─ O que acham de... – Jacob falou, dando o play na música. – Beyoncé? – então a voz maravilhosa da Beyoncé começou a sair das caixas de som.

─ Essa música é bem sexy. – Rose murmurou com a língua um pouco enrolada. Ela já estava meio alta. ─ I just wanna show you how much I appreciate you.— cantarolou juntamente com a música, sua voz saindo de forma arrastada.

─ Ela me lembra uma coisa. – comentou Alice, lançando um olhar bastante sugestivo para Jasper.

─ Ugh! – fizeram Edward e Rosalie juntos. – Muda isso, porque esses dois acabaram de foder com minha mente. – resmungou Rose.

Jacob gargalhou.

─ Acho que eles foderam outra coisa, Rose. – comentou maliciosamente, trocando a faixa da música.

A loira fingiu desmaiar enquanto meu irmão tentava conter sua risada para não apanhar da namorada. Uma nova música da Beyoncé começou a tocar. Dessa vez era mais animada e Alice rapidamente levantou para balançar a sua bunda gorda.

─ VAMOS DANÇAR! – gritou Alice, mas logo tapou a boca ao perceber que tinha falado um pouco alto demais. Ela olhou para o corredor, onde ficavam os quartos, e ficou aliviada ao perceber que seus sobrinhos não tinham acordado. – Eeeeh! – completou em um sussurro, nos fazendo rir.

[...]

Já se passavam das duas da madrugada, mas ninguém parecia se importar. Estavam todos muitos felizes em seu estado de embriaguez e animação. Inclusive eu e meu amante da noite: o vinho. Pensando nele, peguei a garrafa quase vazia em cima da mesa de centro e a fitei intensamente.

─ Gente! – chamei, pedindo a atenção de todos. Eles rapidamente olharam para mim. – Esxe cara é meu ídolo! – exclamei com a voz embaraçada, balançando a garrafa de vinho em minha mão.

Os bêbados aplaudiram e gritaram, incentivando a minha escolha. Eu me senti poderosa. Alice ria histericamente. A nojenta era a única sóbria entre nós.

─ Viva ao vinho! – Edward gritou, chocalhando os braços. Ele era um bêbado engraçado.

─ VIVA! – gritou o restante, incluindo a louca da Alice.

{Flashback – off}

Apesar de toda a história com a bebida, meu aniversario foi um acontecimento divertido. Não é todo dia que você vê Rosalie Hale e Edward Cullen perdendo a linha.

─ Viajou na maionese, né? Aposto que você amou aquele dia. – Jake comentou, trazendo-me de volta para a realidade.

Um sorriso escapou por meus lábios.

─ Não posso falar ao contrário. Alice realmente fez algo simples, e eu valorizo muito isso.

─ Confesso que fiquei surpreso por ela não ter feito uma festa de arromba, afinal, simplicidade não consta no dicionário de Alice Hale. – apontei para ele, concordando, e nós sorrimos ao nos lembrar as extravagâncias da nossa amiga.

No momento que o nosso almoço chegou, meu celular vibrou no bolso avisando que alguém estava me ligando. Intrigada, puxei o celular da bolsa e meus lábios se contraíram involuntariamente em um sorriso.

─ É o Edward. Preciso atender. Volto já. – falei para Jake, que já começara a se servir, e joguei o guardanapo em cima da mesa. – Oi Edward. Algum problema? – atendi assim que cheguei ao banheiro feminino.

Oi Bella. Não, nenhum. Só te liguei para pedir que arrume as crianças depois que elas chegarem do colégio. Vamos jantar fora hoje à noite, inclusive, você está livre na hora do jantar.— informou.

Meus lábios se projetaram em um biquinho e eu me perguntei se eles iriam jantar com a noiva.

─ Ok, Edward, as crianças estarão devidamente arrumadas. – assenti, sem ter muito que fazer.

─ Obrigado Bella. Até mais.

─ Até. – me despedi e guardei o celular de volta na bolsa.

Olhei-me no espelho e ajeitei o meu cabelo que estava um pouco bagunçado. Voltei à mesa e encontrei Jacob com um olhar sugestivo para cima de mim enquanto degustava do seu vinho.

─ Que cara é essa, Jake? – questionei, retomando meu lugar na mesa. Peguei uma taça com água e a levei a boca.

─ Você está afim do Edward. – a convicção de suas palavras fez com que eu expelisse o líquido que estava em minha boca.

─ O quê? – meus olhos se arregalaram.

─ Vamos lá, Bella. Não minta para mim.

─ Eu não estou mentindo para ninguém. – desviei o olhar, tentando conter a mentira implícita em minha voz.

Jake solta uma risadinha.

─ Ah, não? Então me explica os seus olhares para ele em seu aniversário, sua cara de boba quando ele colocou o colar que te deu de presente em seu pescoço e o seu sorriso de agora? Se isso não é característica de quem está apaixonada, não sei mais o que é isso. – ele colocou os braços atrás da nuca, relaxando em sua cadeira com um maldito sorriso prepotente em seu rosto.

Eu estava pasmada. Isso estava tão óbvio assim?

─ Está tão óbvio assim? – externei meus pensamentos.

─ Para um bom observador, sim.

Alarmei-me.

─ Uh, então você acha que Emm ou Alie... – se um deles soubesse, eu estava completamente ferrada.

─ Oh, não. Quer dizer, Emmett estava bêbado demais em seu aniversário para perceber. Já Alice, eu não tenho muita certeza, ela não comentou nada comigo. ─ murmurou pensativo.

Franzi o cenho.

─ O que isso tem a ver? Vocês por um acaso ficam fofocando que nem velhinhas?

Jake sorrir sem vergonha.

─ Às vezes.

Revirei os olhos.

─ Mas, não fuja do foco mocinha. Conte-me tudo sobre isso. – ele apoiou o queixo em suas mãos, olhando fixamente para mim.

Desviei o olhar, sentindo-me deslocada.

─ Não tem o que contar Jake. Edward e eu apenas temos uma relação profissional, e um pouco de amizade adicionado a isso, mas é tudo e sempre será tudo. – confessei com tristeza, uma pontada de dor em meu coração ao reconhecer aquilo em voz alta.

─ Ai é que você se engana, Bella. – ele suspirou. – Deixe-me lhe contar uma coisa. – pediu. Rapidamente, trouxe meus olhos para cima, para encontrar os seus amáveis olhos negros que pareciam mais gentis do que nunca. ─ Sabe, teve uma época que eu tive uma queda por você. – Jacob solta, fazendo-me arregalar os olhos amplamente. Ele sorri timidamente. ─ Pois é. Como não ter uma queda por você? Linda, doce e divertida, você é o sonho de consumo de muitos. Mas, não se preocupe, que isso tudo se converteu em amor fraternal, e assim como Alice e Rose, te vejo como uma irmã que nunca tive. ─ sorrimos um para o outro. ─ Edward com certeza deve ter percebido isso também B, pois acredito que aquele cara gosta de você também. Então vá atrás Bella, não fale que isso sempre será tudo, porque não será. Apenas pegue esse homem para si e vá ser feliz. ─ terminou seu discurso tomando um gole de vinho.

─ Ele vai se casar em poucos dias, Jake. Sem chances. – balancei a cabeça, trazendo um garfo com comida a minha boca.

O moreno a minha frente bufou.

─ E dai? – arqueou as sobrancelhas

─ E dai que eu não sou uma vadia! ─ exclamei como se aquilo fosse o óbvio, o que não deixava de ser.

Jacob me olhou com cara de tédio.

─ Bella, baby, você só seria uma vadia se fosse amante do cara. Aqui você só vai lutar pelo o que quer. – sorriu como se isso fosse à coisa mais simples do mundo.

─ Jake...

─ Olhe, B, pare de arrumar desculpas para isso, ok? Você eu sabemos que Edward não ama aquela mulher e que provavelmente ele está fazendo uma má escolha. – olhei assustada para ele. Como ele...— Como eu sei? Eu tenho Alice e meus olhos para saber disso, baby, mas vamos voltar ao que interessa. Eu sei que você gosta dele e sei que ele possivelmente gosta de você. Olhares não mentem. – refletiu. – Faça a sua estratégia e tente mostrar ao cara os seus sentimentos, consequentemente ele mostrará os seus, eu aposto nisso. Bella, você só conseguirá descobrir se isso vai dá certo ou não tentando. Tem certeza que vai querer viver com um ‘’e se’’? – olhou para mim com os olhos

Arriei os ombros, engolindo em seco. Eu sabia que a resposta para aquilo seria um enorme não, mas eu tinha tanto medo. Você também vai querer se grudar a esse medo Isabella? Uma voz no fundo da minha consciência ecoou o discurso de Jacob. Eu não poderia ser guiada pelo medo.

Levantei o olhar para Jacob, sentindo a confiança se alastrar por minhas entranhas aos poucos.

─ Não, eu não quero viver com isso. – minha voz saiu mais determinada que o esperado, pegando-me de surpresa.

O sorriso de Jacob foi gigantesco.

─ Agora olhe para mim e repita: eu sou uma garota grande e vou atrás do cara que eu quero, custe o que custar. – falou seriamente.

Franzi o nariz.

─ Ugh, Jake, eu não vou falar isso.

─ Vamos lá, B. Ajuda a levantar a moral. Repita. – tentou mais uma vez.

─ Eu sou uma garota grande e vou atrás do cara que eu quero, custe o que custar. – sussurrei, olhando para os lados.

─ Mais alto.

─ Que? – o olhei chocada.

─ Mais alto.

─ Eu sou uma garota grande e vou atrás do cara que eu quero, custe o que custar.

─ MAIS ALTO! – exclamou, levantando-se da cadeira.

Com uma energia totalmente diferente, eu me levantei também, falando em bom som: ─ EU SOU UMA GAROTA GRANDE E VOU ATRÁS DO CARA QUE EU QUERO, CUSTE O QUE CUSTAR.

Todos os olhares do pessoal do restaurante caíram em cima de nós, provavelmente eles estavam questionando a nossa sanidade.

Olhei mortificada para baixo, sendo acompanhada da risada acalorada do meu amigo idiota.

[...]

─ LIAM, POR FAVOR! – gritei para o pequeno garotinho loiro que corria de mim.

Ele parecia estar se divertindo, pois suas gargalhadas eram altas. Parei por um instante, tomando fôlego. Faz mais ou menos uns cinco minutos que eu estava correndo pela mansão atrás do pestinha. Liam não era um grande fã de banhos, assim como os gatos, e sempre fugia quando as palavrinhas mágicas ‘’tomar banho’’ surgia.

─ Porque toda criança tem uma fase suja, meu Deus? – olhei para cima, questionando.

─ Me tire dessa, pois sou uma garota limpinha. – a voz doce de Lily surgiu.

Olhei para trás. Lily vendo chegava à sala, vestindo apenas uma calcinha e com uma toalha enrolada em sua cabeça. Estava parecendo uma mocinha.

— Penteia meu cabelo? – pediu, estendendo o pente em sua mãozinha para mim.

─ Espera só um minutinho, amor. Deixe-me colocar seu irmão debaixo do chuveiro primeiro. – ela assentiu. – Os outros terminaram o banho?

─ A Mel sim, mas o Peter não.

Beijei a sua bochecha e tratei de procurar o seu irmão, que aproveitando do meu momento ‘’retomar o fôlego’’, se escondeu.

─ Liam, coisa fofa, apareça, por favor. Se seu papai chegar e não encontrar vocês limpinhos e cheirosos, vai me trucidar! – apelei, procurando-o entre os sofás e os moveis.

─ Você realmente acha que eu seria capaz de fazer isso? – ao escutar a voz melodiosa do chefinho, me virei automaticamente para trás.

Edward estava parado próximo a porta com um sorriso enfeitando o seu rosto bonito. Ao vê-lo, toda conversa que eu tive com Jacob na hora do almoço rodou em minha cabeça e eu tive que piscar os olhos rapidamente para dissipá-la da minha cabeça. Foquei meus olhos nos braços de Edward, onde estava nada mais, nada menos, que Liam Cullen com uma cara de travesso.

─ Não se deve duvidar de ninguém, não é mesmo. – sorri, tomando Liam do seu colo. Edward revira os olhos. – E você, seu moço, quer que eu perca o emprego?

─ O papai nunca vai te demiti, Isa. – anunciou convicto, abraçando meu pescoço. – Eu não deixo.

Revirei os olhos, mas sorri com as palavras da criança.

─ Pois é, filho. A senhorita Swan terá que nos suportar por muito tempo. – e com isso, ele piscou um dos seus maravilhosos olhos para mim. Sorri como uma abestalhada. – Agora vá tomar o seu banho. Sairemos em uma hora.

[...]

Depois que as crianças e Edward foram para o seu compromisso, eu fui preparar um jantar simples e rápido para mim: macarrão com queijo. Enquanto eu comia no balcão de mármore preto da cozinha, meu celular tocou.

Formiga!— Emmett me saudou quando atendi ao telefone.

─ Oi, Emm. – sorri. Eu sempre gostava de conversar com meu irmão.

Como você está?

─ Bem. E você? Tudo ok com Rose? – sorri, pegando um lápis e um papel para rabiscar.

Estamos ótimos, formiga. Se melhorar, estraga. – rimos. Emmett não mudava mesmo.

─ E então? Porque sua importantíssima pessoa está ligando para mim?

Um irmão não pode mais ligar para a irmã?— revirei os olhos. – E não revire os olhos.— ri. Aquela grande montanha de músculos me conhecia como ninguém.

─ Desembucha logo, Emm.

Ele suspirou contrariado, mas acabou soltando o que queria.

─ Pensou na minha proposta?

Agora foi a minha vez de soltar um suspiro, só que dessa vez era algo mais puxado para o cansaço. No dia do meu aniversário, Emmett me chamou para uma conversa a sós antes de irmos para a casa de Alice. Ele queria me dá o meu primeiro presente: uma bolsa para estudar psicologia na NYU. Eu fiquei animada com a ideia, confesso, mas se eu fosse para a universidade, eu não poderia mais trabalhar na mansão. Isso gerou um enorme conflito dentro de mim, porque eu queria ir, entretanto não podia deixar as crianças. No fim das contas, acabei pedindo uns dias para pensar.

─ Emm, eu vou ser bem sincera com você: eu não pensei. – admiti, enrolando o macarrão no garfo.

Bells, eu não estou entendo você. Pensei que psicologia fosse o que você sempre quisesse fazer, mas agora parece tão hesitante com relação a isso.

─ Eu quero isso, Emm, mas as coisas não são mais como antes.

Isso é por causa das crianças?— fiquei calada. Emm suspirou. – Olha, Bells, eu já te falei sobre isso. Ir para a NYU não é sinônimo de abandonar as crianças. É sinônimo de conquista do seu sonho. Você não vai querer passar o resto da sua vida sendo babá, vai?— perguntou, contudo, outra vez, permaneci calada. – Só pensa, ok? Você ainda tem uma semana para responder se vai querer ou não. Lembre-se que esse é o seu futuro, o seu sonho. E você ainda terá as crianças consigo. Promete que vai pensar?

─ Prometo.

De dedo mindinho?

Sorri para a infantilidade.

─ De dedo mindinho.

Ok. Vou indo jantar lá na Rose agora, então, beijos. Cuide-se.

─ Cuide-se também.

Encerramos a ligação e eu larguei o celular. Meu apetite tinha ido para o espaço e eu acabei empurrando o prato pela metade para o lado, baixando minha cabeça sobre o balcão. Como se não bastasse meus sentimentos com relação a Edward, agora vinha meu sentimento de realização profissional misturado com o medo de deixar as crianças, principalmente agora que o casamento do Edward com aquela cobra estava tão perto.

─ O que fazer com você, Isabella? – sussurrei para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Uh, parece que nossa querida babá tem um par de coisas em sua cabeça agora, né? Quem está ansiosa para descobrir como ela vai demonstrar seus sentimentos e, principalmente, como Edward vai reagir a isso? Trago tudinho no próximo capítulo, as coisas vão começar a... esquentar, em praticamente todos os sentidos.
Ella, minha querida, muito obrigada por sua recomendação *-*.
Por hoje é só, babes, até a próxima!