Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 26
Capítulo: 25 - Algo mais sobre Edward Cullen


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei com mais um capítulo para vocês.
Espero que gostem c:



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Bella

{Uma semana depois}

Cantarolava uma música qualquer enquanto juntava as roupas sujas das crianças para levar para a área de serviço. Saí do último quarto (que era o de Melanie) e desci as escadas para levar o super balde de roupa para lavar.

Crianças sujam roupa. E como sujam!

Passei pela cozinha e observei pela janela Edward brincando com os filhos no jardim. Sorri com a cena e voltei a fazer meu caminho. Depois do trágico dia que descobri estar apaixonada por Edward, eu tenho tentado de tudo para reprimir esses sentimentos, pois eles realmente não vingariam. Edward era apenas o meu chefe.

Assim que abri a porta da área de serviços, escutei uns sons estranhos, parecidos com... Gemidos? Assustada, tateei a parede em busca do interruptor. Encontrando, apertei-o, mas no momento em que meus olhos captaram o ambiente, preferi ter deixado a luz apagada.

─ AHH! – soltei um pequeno grito, jogando o cesto de roupas que eu carregava no chão.

Imprensada em um canto da parede, Jessica estava com as pernas ao redor do jardineiro bonitão que estava no meio delas. Detalhe: eles não possuíam roupa de baixo.

Assim que eles se deram conta de que tinha mais gente no recinto, tentaram se aprumar, parecendo constrangidos. Eu abri a boca algumas vezes, em busca de alguma coisa para falar, mas minha voz simplesmente sumiu.

─ Bella, por favor, não fala nada a ninguém. – Jessica veio para perto de mim – já vestida. Sua expressão era de puro espanto.

─ OMG! Eu to passada. – consegui falar, colocando uma mão no coração, respirando fundo. – Jess! Isso não é coisa que se faça aqui. – repreendi, olhando para os lados. – Você não tinha um namorado?

Jessica bufou, cruzando os braços.

─ Aquele bundão? Dei um fora nele semana passada.

─ E já está com o Pietro? – ela deu de ombros. – Mas você não perde tempo hein. – Jess deu um sorriso malicioso, fazendo-me revirar os olhos.

Pietro – já composto também, porém com um pequeno problema nas calças – se aproximou de nós. Ele me olhava com certa timidez.

─ Desculpe-nos pela cena, Bella. Jessica disse que não vinha muita gente aqui. – lançou um olhar acusatório para cima dela.

─ Realmente não vem, mas nunca se sabe, sim? Imagina se fosse o Edward entrando aqui e não eu? Vocês estariam fodidos! – exclamei em um sussurro.

Jessica soltou uma risada descrente.

─ O Edward nunca colocaria os pés aqui. – zombou, fazendo um sinal de descaso com as mãos.

─ Bella? – a voz do Edward chamou por mim.

Jessica, Pietro e eu nos olhamos alarmados.

─ Vai lá e tira ele daqui. – a reação de Jessica foi automática.

Ela nem esperou eu me mover e já foi me empurrando para porta, sussurrando um ‘’maldita boca’’. Saí da área de serviço com a cara mais deslavada do mundo, dando de cara com Edward, que estava escorado na soleira da porta que dava da área de serviço para o quintal.

─ Oi. – falei sem jeito.

Edward franziu o cenho.

─ Tudo bem? Você estava falando sozinha.

─ Claro! Porque não estaria? – sorri. – Eu tenho a mania de falar sozinha às vezes. – dei de ombros. ─ O que está fazendo aqui? Patrões não frequentam muito a área de serviço.

─ Vim buscar uma camisa minha que não achei no guarda roupa. Acho que a senhorita Stanley esqueceu-se de levar. – ele explicou e caminhou em direção a porta da área de serviços.

Alarmada, eu o puxei pelo braço, fazendo-o parar. Edward olhou mais confuso que nunca para mim.

─ Fique aqui. Eu vou buscá-la para você. – sugeri.

─ Não precisa. Eu...

─ Eu insisto. – minha voz saiu um pouco aguda. – Qual a cor e o modelo?

─ Você me ajuda a procurar, ok? Talvez ela esteja suja. – decretou por fim, puxando-me pela mão para a área de serviço.

─ Ah, então vai querer mesmo procurar na área de serviço. – falei com a voz alta suficiente para que os depravados lá dentro conseguissem a oportunidade de se esconder.

Edward lançou-me um olhar estranho, mas ficou calado.

Na área de serviço, tinha algumas máquinas de lavar, cestos com roupas (algumas sujas), prateleiras grossas para colocar as roupas, passadeiras e produtos de limpeza. Possuía ótimos lugares para se esconder e, pela graça divina, os dois entenderam meu recado. A área de serviços estava vazia quando Edward e eu entramos.

─ Porque isto está jogado no chão? – apontou para o cesto que eu havia deixado cair.

─ Assustei-me com uma borboleta quando entrei e acabei por deixar cair. – expliquei sem graça.

Abaixei-me para pegar as roupas e colocá-las de volta no cesto. Neste movimento, percebi uma ponta da roupa de Jessica, que estava escondida atrás das maquinas de lavar.

─ Você procura pelas máquinas e eu pelos cestos de roupas, ok? – Edward sugeriu.

─ Ótimo! – assenti e assim o fizemos.

Procurei por dentro das cinco máquinas enfileiradas lado a lado – com pequenas brechas entre si – e não encontrei nada.

─ Não está aqui. – avisei.

─ Eu acho que... Ah, encontrei. – falou, puxando uma camisa de mangas curtas de cor verde de uma pilha de roupas sujas. – Hmmm... Acho que vou ter que lavá-la. – estalou a língua, andando em direção as máquinas, ou seja, em direção a mim – e Jessica e seu amante também.

─ Você sabe lavar roupa? – questionei um tanto nervosa, tentando distraí-los dos detalhes ao seu redor.

Edward soltou uma sonora gargalhada, enquanto ligava a máquina e colocava para encher.

─ Bella, antes que eu virasse um empresário milionário, eu tive meus momentos de ‘’dono de casa’’. – comentou, deixando-me momentaneamente chocada.

Edward? Dono de casa? Conta outra!

─ Até onde eu saiba você é rico desde o berço, Cullen. Porque você seria dono de casa? – perguntei descrente, esquecendo-me por um instante que Jessica e seu amante estavam atrás das máquinas de lavar roupas.

Ele suspirou, encostando-se na máquina de lavar que tinha posto sua camisa. Seus olhos pareciam desfocados.

─ Quando Eleanor engravidou, minha avó falou que eu tinha que tomar atitudes de um homem, já que eu tinha imposto isto a mim mesmo. – sorriu sem humor. ─ Eu tinha que ter minha própria casa, pagar minhas próprias contas e cuidar da minha família. – olhou para as mãos. – Minha avó ainda nos deu uma casa, mas ela disse que eu tinha que arrumar um emprego e sustentar a mim, a minha mulher e a minha filha. Então assim o fiz. Comecei a trabalhar em um restaurante. Eleanor também estava trabalhando como secretaria em um escritório, mas ela tirou a licença maternidade poucos meses depois. – pausou. – Quando foi chegando aos últimos meses de gestação, ela estava ficando cansada com mais rapidez, então tinha que ajudá-la a cuidar da nossa casa também. Aí acabei aprendendo a cozinhar, a lavar roupas e fazer essas coisas de casa. – deu de ombros, com um sorriso saudoso. – Foram meses difíceis, mas foram os melhores. – ele engoliu em seco, finalmente voltando seus olhos para mim. O verde estava saudoso e um pouco dolorido.

Eu lhe dei um sorriso confortador, afagando-lhe o braço. Edward realmente amava muito a mãe de Melanie. Confesso que senti um pouco de inveja dela, porque, provavelmente, ela seria o único amor da vida dele.

Antes que eu começasse a chorar feito uma idiota pelo rumo dos meus pensamentos, pigarreei, desviando o olhar do dele.

─ Ela realmente te ensinou a cozinhar bem. Aquela panqueca estava uma delicia. – dei de ombros, tentando dissipar o clima melancólico que tinha se instalado.

Deu certo. Edward soltou uma risada, fazendo-me sorrir.

─ Obrigado, senhorita. – fingiu uma reverência. Revirei os olhos.

Nós ficamos em um silêncio aceitável, esperando a máquina terminar de fazer o seu processo. Nesse meio tempo, lancei umas olhadelas para o esconderijo dos amantes. Jessica fez gesto de que morreria se não saíssemos logo dali. Eu sorri sarcasticamente, achando pouco.

Quem mandou ficar de saliência no horário de trabalho?

Quando Edward finalmente estendeu a roupa quase seca em um dos varais que tinha na área de serviço, eu dei graças a Deus em silêncio. Estávamos prontos para sair quando um espirro nos interrompeu.

Edward voltou-se para trás e eu tive que fingir que o espirro era meu. Ah, mais Jessica estava me devendo! E não era pouco não.

─ Vou ter que falar com uma das meninas para dá uma geral aqui. – inventei uma desculpa qualquer, esfregando o nariz.

─ É uma boa ideia. – Edward acatou.

Voltamos a tomar nosso caminho, mas outra vez o espirro nos interrompeu. E dessa vez foram em sequência, fazendo com que eu acabasse me perdendo no meio dela. Bastante desconfiado, Edward caminhou de volta para perto das máquinas. A única coisa que eu consegui pensar foi: fodeu. Ele olhou por ali, enquanto eu roía a unha do dedão nervosamente.

─ Quem está aqui? – perguntou, olhando para mim.

Eu choraminguei em resposta. Depois de mais uma vasculhada, ele acabou encontrando o tesouro encantado. Seus olhos se arregalaram ao ver Jessica e Pietro atrás da maquina de lavar.

─ Senhorita Stanley? Senhor Tardoc? – interpelou. – O que estão fazendo aqui?

Ambos se levantaram, olhando para Edward com sorrisinhos sem graça.

[...]

Estávamos no escritório de Edward, pois ele pediu que nós fossemos explicar aquela chafurdaria toda. O único que teve coragem de relatar o ocorrido foi o Pietro. Antes que Edward falasse qualquer coisa, Jessica estava se jogando no chão.

─ NÃO ME DEMITA, POR FAVOR, SENHOR CULLEN! – gritou. – EU SÓ TENHO ESSE EMPREGO PARA ME SUSTENTAR E SUSTENTAR MINHA MÃEZINHA! COITADINHA! VAI FICAR TÃO DECEPCIONADA SE EU PERDER O EMPREGO! – seus olhos tinham lágrimas.

Nós três (Pietro, Edward e eu) olhamos chocados para a garota.

─ Senhorita Stanley... – Edward tentou, mas a doidinha não deixou, atirando-se aos seus pés.

─ EU IMPLORO, SE FOR POSSÍVEL! POUPE MINHA VIDA E EU SEREI ETERNAMENTE GRATA!

Agora ela exagerou no drama!

─ Aquieta esse fogo Jess e senta aqui pelo amor de Deus. – pedi, apontando para o lugar vago ao meu lado.

Ela fez um bico, mas acatou ao meu pedido. Edward suspirou.

─ Obrigado, Bella. – sorriu duramente. Apenas meneei a cabeça levemente. – Bom, o que vocês dois fizeram foi muito grave. – ele começou usando um tom de voz bem sério, assim como a sua expressão.

Então tudo mudou. Ali não estava mais o Edward legal que me deixava chamá-lo de idiota. Ali estava o Edward Cullen, dono de uma das maiores empresas de motores para automóvel do mundo, altamente linha dura.

Pietro enrijeceu-se ao meu lado, à medida que Jessica mordia o dedo furiosamente.

─ Como todos sabem, não é permitido ato sexual na hora do trabalho e isso implica em demissão. – Jessica começou a choramingar ao meu lado, mas eu dei uma cotovelada nas costelas dela, fazendo-a calar. – Porém, como já são antigos aqui, e eu não estou com o mínimo tempo de procurar alguém que confie para assumir os cargos em brancos, eu vou deixá-los ficar...

─ AAAAAAAAAAAAAH SENHOR CULLEN! EU SABIA QUE O SENHOR ERA UMA ALMA BOA! – Jessica se manifestou outra vez, correndo até Edward e abraçando as suas pernas. – SE O SENHOR DEIXASSE, DAVA-LHE UM BEIJO NA BOCA AGORA MESMO!

Pietro pigarreou, porém Jessica fez questão de ignorá-lo, encantada demais com a bondade do Edward.

─ Não é para tanto, senhorita Stanley. E eu não terminei de falar. – ela sorriu sem graça, distanciando-se dele. – Darei uma segunda chance a ambos, entretanto, se voltarem a praticar esse tipo de ato no trabalho novamente, é rua, estão me escutando?

Eles assentiram freneticamente. Jessica lhe deu um abraço apertado e Pietro balançou a sua mão diversas vezes, agradecendo em uma mistura de inglês e italiano.

─ Os dois estão dispensados para voltar as suas atividades. – eles sorriram. ─ Menos a senhorita Swan. – suas expressões murcharam.

Eu congelei.

─ Senhor Cullen... – Jessica tentou falar, mas Edward a impediu apenas com o levantar da mão direita.

─ Vão. – mandou impassível.

Eles deixaram a sala lançando olhares temerosos para mim. Quando Edward e eu ficamos a sós na sala, engoli em seco pelo o olhar do mal que ele me lançou. Edward cruzou suas mãos em cima da mesa, aproximando-se mais de mim.

─ Que coisa feia, senhorita Swan. Escondendo-me os atos ilícitos dentro da minha próprios casa. – fez um muxoxo.

Encolhi-me na cadeira, sentindo-me pequena diante daquele homem.

─ Jess é minha amiga. E Pietro é um cara legal. Não podia deixá-los na mão. – sussurrei.

─ Mesmo que isso tenha o valor de seu emprego? – assenti, engolindo em seco. Era normal que eu sempre fizesse alguma merda causando a perda do meu emprego, mesmo que às vezes elas sejam para o bem. – Então, senhorita Swan, quero lhe dizer que não pretendo me livrar nem tão cedo de você. – sorriu travesso, relaxando a postura em sua cadeira.

Minha boca se abriu no mesmo momento que o alivio preenchia meu corpo. Eu não iria ser demitida! Edward estava apenas curtindo com a minha cara.

Edward estava apenas curtindo com a minha cara. Essa frase ecoou na minha cabeça diversas vezes, fazendo com que o alivio fosse substituído pela raiva.

─ Não acredito que você estava tocando o terror de propósito! – exclamei indignada.

Sabe o que o cretininho fez? Ele riu. Riu da minha face. Ah, mas eu não aguentei. Levantei-me da cadeira enfurecida e comecei a distribuir tapas no Cullen. Ele continuava a rir, esquivando-se das minhas tapas idiotas.

─ Seu cruel! Isso não é coisa que se faça! Imagina se eu tenho um ataque do coração aqui e morra? – esbravejei.

─ Seu coração é tão frágil assim? – ironizou.

─ Mas do que você imagina. – murmurei, levando aquelas palavras para um sentido diferente do que Edward pensara.

Notando minha súbita desanimação, Edward puxou-me para sentar-me na cadeira com ele. Ela era espaçosa, porém um pouco da minha perna direita ficou em seu colo.

Ele fez com que eu olhasse para o seu rosto, enquanto ajeitava alguns fios de cabelo que caia por meu rosto.

─ Desculpe-me pela brincadeira, mas adoro ver a sua cara brava. – passou a mão pela minha bochecha, sorrindo levemente.

Eu mordi o lábio, contento o suspiro que queria sair por meus lábios. Ficar naquela posição com Edward, ainda mais com ele acariciando meu rosto, não era nada bom para a operação OLX: Desapega Isabella Swan.

─ Tudo bem. Eu que sou dramática demais às vezes. – revirei os olhos.

─ Tem razão. – zombou e em troca lhe dei uma tapa estalada no braço. – Ai! Eu só concordei, poxa. – fez bico.

Porra! Como eu queria beijar aquele bico até que eles ficassem vermelho!

─ Cala a boca, Edward. – grunhi, tirando sua mão do meu rosto. Não que estivesse ruim, apenas não estava me ajudando.

─ Você adora me mandar calar a boca. – sussurrou com o rosto próximo ao meu.

─ Claro! Você quer que eu a cale? – soprei em seu rosto, arqueando uma sobrancelha.

─ Depende. – sorriu de lado, atraindo-me para ele. Aquele sorriso sempre me tirava de órbita.

Antes que eu fizesse uma besteira, eis que a porta do escritório é aberta com força. Saltei da cadeira totalmente alarmada, olhando para as crianças que entravam no escritório. Elas nos olharam desconfiadas.

─ Podemos brincar na piscina? – pediu Lily, quebrando o silêncio. Ela pulava ao redor de onde nós (Edward e eu) estávamos.

─ Claro, princesa. É só colocar a roupa de banho. – Edward acatou ao pedido.

Ela bateu palminhas, igualzinho a tia faria.

─ Vamos Bella! Quero que me ajude a escolher um biquíni bem bonito! – falou, arrastando-me para fora do escritório.

Melanie, Peter e Liam se juntaram a nós duas. Saí do escritório com as crianças tagarelando. Não olhei para trás.

Edward

(Setembro)

Daqui a exatamente uma semana eu finalmente me casaria com a Tanya. O tempo passou voando e nós já estávamos na penúltima semana de setembro. As coisas estavam normais e ao mesmo tempo estranhas. Normais, porque nada de extraordinário aconteceu. E estranhas porque nada de extraordinário aconteceu. Confuso? Não mais do que Isabella Swan. Ultimamente, notei minha babá um pouco distante e com menos frequência de sorrisos. Eu até perguntei se tinha acontecido alguma coisa com ela, mas a mesma só me lançou um sorriso e um balançar negativo com a cabeça. Tentei as crianças, só que essas apenas disseram que era coisa da minha cabeça que a Isa continuava com o mesmo jeito alegre e divertido. O que me fez questionar se o tratamento distante era só comigo ou era só coisa da minha cabeça, pois...

─ EDWARD! – Alice gritou fazendo-me sobressaltar. A baixinha estava de pé na minha frente, com uma expressão furiosa com a mão na cintura desaparecida por causa da barriga com os seus recém-completados seis meses.

Nós estávamos no meu escritório e ela falava alguma coisa sobre o meu casamento.

─ Desculpe-me, Alice. O que falava mesmo? – dei meu melhor sorriso.

Ela bufou e cruzou os braços. Bem que Jasper disse que Alice estava com os nervos à flor da pele ultimamente.

─ Nem venha com essa porcaria de sorriso para mim, que eu não caio na tua laia não - grunhiu - Posso saber em que porra de mundo você estava viajando? Eu perguntei qual cor de terno você prefere, cinza ou preto, eu tenho os dois modelos, mas eu acho que o terno preto caí bem melhor – voltou a sentar-se na cadeira.

─ Então pode ser preto. – ela assentiu e anotou em seu tablet, antes de suspirar.

— Tem certeza que não quer desistir? Juro que não ficarei chateada. – olhou para mim como o gato de botas do Shrek.

─ Alice. – meio falei, meio gemi.

Minha irmã está com esta mania irritante ultimamente de pedir para que eu desista do casamento.

─ Eu só quero seu bem, maninho. – ela afagou minha mão – Assim como a mamãe. Falando nela, a mesma está vindo essa semana com o papai para cá. – recordou.

Eu me afundei um pouco mais na minha cadeira de couro. Minha mãe não ficou muito feliz em saber que eu casaria em breve, mas não por achar Tanya ruim, e sim por saber que eu não amo, então acho que vem sermão por aí.

─ Não sei porque tanta coisa com a Tanya. – disse chateado. ─ Ela nunca fez nada demais para vocês, sempre foi gentil e respeitosa.

Alice suspirou.

─ Ela pode até ser educada, ─ murmurou alguma coisa que eu não ouvi e continuou – Mas algo nela me cheira errado. E meu sexto sentido nunca falhou.

Revirei os olhos.

─ Okay, senhorita paranormal.— disse em deboche e ela me lançou um olhar zangado. – Falta ainda mais alguma coisa?

Ela olhou o seu tablet.

─ Não, acho que tá tudo okay para o seu dia de forca, ops, casamento. – sorriu falsamente.

Essa baixinha é uma diabinha mesmo! Revirei os olhos e me levantei para levar Alice até a porta.

─ Lembre-se que eu não impliquei com o seu casamento.

Ela bufou.

─ E tinha em que implicar? Jasper é um amor. – falou com carinho sobre seu marido.

─ Okay. Tchau, Alice. – beijei seu rosto – Cuida bem dos meus sobrinhos. – acariciei rapidamente sua barriga.

─ Tchau Edward. E toma cuidado com suas decisões.

Suspirei, virando-me em direção a janela. Eu estava começando a ficar inseguro em relação ao meu casamento com Tanya e só tinha uma pessoa que poderia me ajudar.

[...]

Estacionei meu volvo na garagem após um longo dia de trabalho. Caminhava em direção a mansão folgando a gravata em meu pescoço, quando uma cena me chamou atenção.

Involuntariamente, sorri.

Isabella estava dançando distraidamente com fones de ouvido sob o velho carvalho. Ela vestia um lindo vestido branco, os cabelos cor de mogno caindo livremente por suas costas com grossos e bonitos cachos, fazendo o contraste perfeito com sua roupa. Ela mantinha um sorriso suave nos lábios que pareciam ainda mais rosados. Seus passos eram tão graciosos enquanto dançava que nem parecia à desastrada Isabella Swan. Isso me fez lembrar o dia que eu a peguei dançando com os meus filhos e a mesma acabou por desmaiar. Bella era uma menina presa no corpo de uma mulher e de certa forma a achava fascinante.

─ Não é elegante ficar observando os outros, Sr. Cullen. – sua voz suave tirou-me de meus pensamentos.

Ela estava parada com as mãos na cintura, fingindo estar brava, mas um sorriso travesso brincava pelos seus lábios.

─ Estou surpreendido que não tenha desmaiado. – pisquei um olho, aproximando-me mais dela.

Ela sorriu sem graça e vi suas bochechas ganharem uma tonalidade adorável de rosa.

─ Aquele dia foi uma fatalidade. – murmurou.

─ Onde estão as crianças? – mudei de assunto, mas ainda com o sorriso divertido nos lábios.

Ela percebeu e revirou os olhos. Sentou-se no balanço de pneu (que as crianças insistiram em ter) que ficava suspenso na resistente árvore antes de responder.

─ Estão assistindo televisão, já que hoje não teve atividades escolares para eles. – deu de ombros, enquanto balançava-se.

Sentei-me na grama, ficando de frente para Bella. Afrouxei a gravata em meu pescoço e tirei os sapatos dos meus pés para relaxar. Ficamos um tempo em silêncio. Eu estava tomando coragem para falar com ela. Bella era a única que poderia me dá uma luz.

Bella

─ Você acha que estou fazendo certo? – Edward questionou de repente.

Olhei rapidamente para ele, extremamente confusa com a pergunta.

─ O que, exatamente? – pedi por uma especificação.

─ Casar-me com Tanya. Acha que estou fazendo certo?

Parei de balançar-me imediatamente, surpresa com a pergunta.

─ Quem deve saber disso é você, não eu, Edward. – sussurrei, fitando o chão.

─ Eu sei. É só que... – subi meus olhos para ele, vendo-o passar a mão por seus cabelos. – As crianças estão relutantes com relação a ela, Alice implica sempre que pode e mamãe não parece muito satisfeita. Eu não queria essas reações, entende? Eu só queria que eles notassem que Tanya é uma pessoa legal.

Legal. Eu quase revirei os olhos com o adjetivo. Entretanto, ele estava em busca de ajuda, e eu tinha que ajudá-lo.

─ Primeiramente, porque vai casar com ela?

Ele suspirou, ficando com uma postura mais ereta, os olhos sérios em mim. Cruzei os braços, esperando por uma resposta coerente.

─ Minha avó sempre me disse que um grande homem de negócios tinha que ter uma grande mulher ao seu lado. Ela tinha que ser inteligente, perspicaz, elegante e educada. Tinha que ser uma companheira para o marido, dona de uma opinião fiel. E ah, claro, tinha que possuir um pouquinho de ambição. – ele sorriu de lado. – Ela também dizia que não precisava existir amor. Apenas cumplicidade.

Franzi o cenho, enquanto absorvia as palavras dele.

─ Sua avó era um tanto complexada, não? – soltei com certo sarcasmo.

─ Talvez. – deu de ombros. – Mas não julgo que ela esteja errada. – sua voz saiu baixa.

Soltei um suspiro e desci do balanço para aproximar-me dele. Coloquei uma mão sobre seu ombro.

─ Apenas faça o que acha certo, Edward. E coloque na cabeça que às vezes seguir o coração não é uma opção ruim. – aconselhei.

Ele sorriu levemente, levantando-se do chão para me dá um beijo na têmpora. Confesso que fechei os olhos, apreciando melhor o carinho. E o seu cheiro gostoso também.

─ Obrigado. – sussurrou. – Agora vou encontrar minhas crianças.

Apenas assenti, sem encontrar mim voz realmente. Porcaria de homem! Ele saiu a passos ritmados e eu fiquei para trás, apenas observando como uma idiota.

Melanie

Meus irmãos e eu estávamos amontoados em um dos pequenos vidros da porta, totalmente fixados na imagem de nosso pai e Bella juntos no jardim. Papai nunca ficava tão relaxado como ficava quando Bella estava ao seu lado. E ela parecia ainda mais feliz ao lado dele.

─ Ele gosta dela. – sussurrou Lily ao meu lado. Seus lábios possuíam um sorriso satisfeito.

─ E ela gosta dele. – completou Peter.

─ A Isa selia uma ótima mãe pala gente. – suspirou Liam.

Concordei com as palavras deles, já incluindo uma nova etapa em nosso plano.

─ Depois de acabarmos com Tanya Denali, entraremos na operação cupido, caros irmãos. – avisei.

Os três sorriram enquanto observávamos o futuro casal totalmente alheio a nós.


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Notas finais do capítulo

Ihh gente, essa avó do Edward colocou algumas merdas na cabeça dele né? Ai complica as coisas :|. Aw, esse capítulo tem umas cenas tão fofas que dá vontade de apertá-lo!
Mores, fiquem tranquilas, porque O capítulo está bem pertinho de acontecer. Acho que muitas vão gostar do dias desse casamento, hehe.
Estou esperando vocês nos rewiens, por favor, compareçam sem medo de ser feliz!!!!



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