Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 25
Capítulo: 24 - Em Dois Meses


Notas iniciais do capítulo

Oi peoples! How are you? Espero que todo mundo bem :p.
Trouxe mais um capítulo para vocês.
Apreciem!



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Bella

Incrivelmente, eu tinha acordado cedo na manhã de segunda feira. Olhei as horas no relógio do meu celular, constando que eram sete da manhã.

Voltei os olhos para o lado e encontrei Lily dormindo profundamente com um bracinho jogado sobre a minha cintura. Tirei-o de lá delicadamente para não acordá-la. Ela apenas se movimentou um pouco, virando-se para agarrar Peter ao seu lado. As crianças estavam de férias, então não havia motivos para acordá-las cedo.

Levantei-me do colchão, espreguiçando-me e sentindo-me um pouco dolorida pela forma que dormi. Surpreendi-me ao encontrar Edward ainda no quarto dormindo com Melanie sobre ele. Era uma cena adorável. Eles eram adoráveis. Edward era bonito até dormindo, com aquele cabelo todo bagunçado e seus lábios projetados em um pequeno bico.

Sai do quarto antes que eu derramasse um litro de baba sobre o meu chefe bonito e gostosão. Cheguei ao meu quarto, já tirando o pijama que usava para tomar um banho e escovar os dentes. Hoje era uma manhã clara de segunda feira e a rotina precisava continuar.

Após terminar minha higiene completa, fui para o meu mini-closet catar uma roupa para vestir. Optei por uma blusa curta, com um macacão jeans, sapatilha e chapéu charmoso. Olhei-me no espelho, aprovando o look do dia.

Caminhei para a cozinha cantarolando uma música qualquer. Ninguém havia acordado ainda e Anne hoje só chegaria às oito horas. Pensando nisso, decidi que seria eu quem faria o café da manhã. Porém, dois segundos depois, me vi presa no problema sobre o que fazer. Eu era ótima em doces, mas não era muito boa no resto.

Ponderei por um instante, até chegar a uma decisão de fazer Waffles com mel e suco de laranja (o preferido dos Cullens). Liguei o rádio da cozinha e ajustei-o até chegar em uma estação que tocava uma música do Maroon 5. Sorri, aprovando, e comecei meus preparativos.

Preparei os Waffles. Coloquei na máquina de Waffle para assar. Espremi as laranjas. Fiz o suco. Arrumei a mesa com pães, os biscoitos da Anne que sobraram, mel para os Waffles, pratos, talheres, copos e outros tipos de alimento. E tudo isso cantarolando alegremente as canções que passavam no rádio (pelo menos as que eu conhecia).

For some reason I can't explain, once you'd gone there was never never an honest word. That was when I ruled the world. – cantei alegremente o trecho de Viva La Vida. Eu simplesmente amava aquela música. Principalmente o instrumental.

Só percebi que estava empolgada demais quando escutei uma risada, ainda que baixa, soar pelo ambiente. Meus olhos voaram procurando o dono dela, até que dei de cara com o chefinho. Ele ainda estava de pijama, mas era notável que ele tinha jogado uma água no rosto e, provavelmente, escovado os dentes.

— Não se deve chegar de surdina, Cullen. – avisei com meu melhor sorriso simpático.

Ele sorriu torto (daquele jeito mesmo) e puxou um dos bancos do balcão para sentar-se.

— Você estava tão empolgada cantando que eu não quis atrapalhar. – deu de ombros, desviando o olhar para a máquina de Waffles indicando que a comida estava pronta. – Uh, vou ter que pagar a mais por seus serviços de culinária?

— Idiota. – sussurrei, pegando um prato para colocar os Waffles.

Edward riu.

— Oh, não esqueça que eu ainda sou seu chefe, Isabella. – fingiu sua melhor expressão séria.

Revirei os olhos, caminhando para a sala de jantar com o prato abastecido de comida, depositando-o no seu lugar específico. Quando dei a volta para pegar a jarra de suco, eis que trombo com o peitoral do Edward. Ele me segura, antes que eu caia de bunda no chão.

Olho para cima, encontrando seus olhos divertidos em mim e um sorriso lhe escapulindo pelos lábios. Mordo o meu lábio inferior, tentando conter o sorriso.

— BOM DIAAAA! – gritou Lily animadamente, fazendo com que eu me desenlaçasse de Edward.

— Bom dia filhota. – Edward desejou, abrindo os braços em um pedido mudo para um abraço.

Minha pequena foi de boa vontade, correndo ainda de pijama e com os cabelos loirinhos soltos. Edward a pegou no colo, enchendo seu rostinho de beijos.

— Bom dia princesa. Espero que tenha escovado os dentes para poder comer junto com o seu pai. – afastei a cabeça do Edward para deixar um beijo estalado na bochecha da caçula.

Voltei para cozinha em busca da jarra de suco, e assim que a depositei na mesa, subi para acordar o restante da turma. Surpreendentemente, minha turminha já estava de pé, todo mundo se organizando para o café.

— Que milagre é esse todo mundo já acordado? – questionei para Melanie, enquanto ela escolhia sua roupa do dia.

— Acho que foi a boa noite de sono. Vou combinar com os meus irmãos de trazer o papai e você para dormir conosco mais vezes. – Melanie brincou e eu lhe dei língua.

— Não é festa, coisa fofa. Minhas costas estão doendo por dormir em um espaço tão pequeno. – fiz uma careta.

Agora foi a vez dela de me lançar a língua.

— Vamos comer que eu estou com fome. – puxou-me pela mão.

Saímos do quarto, topando com Liam e Peter no caminho. O mais novo fez bico e estendeu os braços para mim.

— Você não acha que está grandinho para ficar no braço, moço? – perguntei com uma mão na cintura.

Em resposta, ele apenas aumentou o bico e sacolejou os bracinhos. Vencida, peguei o gêmeo no colo e ele escondeu o rosto em meu pescoço.

Chegamos à sala de jantar e Edward já comia com Lily ao seu lado. Ambos estavam sujos de iogurte no rosto e carregavam sorrisos sapecas no rosto.

— O que foi isso na vida de vocês? – questionou Melanie para o pai e a irmã, tomando o lugar ao lado de Peter.

Eles se entreolharam e soltaram risadas baixas. Mel revirou os olhos e Peter riu.

— Papai está parecendo uma criança com esse nariz rosa. – zombou Peter e muito maduramente, seu pai lhe fez uma careta.

Fui colocar Liam ao lado de Edward, mas o garoto não quis sair do meu colo.

— Hey, o que foi garotão? – perguntou Edward, limpando o nariz sujo de iogurte enquanto olhava preocupado para o filho.

— Só quelo ficá com a Isa. – sussurrou.

— Mas a Isa tem que comer, bebê. – falou carinhosamente, passando a mão nas costas do Liam.

— Não tem problema. Eu fico com ele. – sorri para o garotinho e sentei-me ao lado de Edward com ele em meu colo.

— Bebezão. – zombou Melanie ganhando o Liam lhe dando a língua.

— Sem brigas. – alertei, olhando para os dois.

O café se seguiu até normalmente. Teve algumas briguinhas; Edward insistindo para que eu comesse com todos eles, já que eu tinha feito a comida; Anne chegando exatamente às oito horas e Edward pedindo para que ela se juntasse a nós (ela, diferente de mim, conseguiu escapar com a desculpa que tinha muita coisa para fazer), conversas, risadas, até a hora que Edward soltou uma pequena curiosidade.

— Bella, quero que leve as crianças para empresa hoje na hora do almoço. Inclusive, está livre na parte da tarde.

— Por quê? – Lily perguntou docemente.

— Tenho algo a lhes contar.

— Conta agora, ué. – Melanie pediu.

Ele sorriu, abaixando a cabeça.

— Tem que ser no horário certo.

Edward levantou-se da mesa, depositando um beijo na testa de Liam, um beijo na minha bochecha, pegando-me de surpresa. Depois, beijou as testas de Melanie e Peter e se despediu de nós, indo se arrumar para o trabalho.

— O que será que ele vai falar? – Melanie questionou a si mesma.

— Espero que seja algo bom. – murmurou Lily.

[...]

As crianças estavam descabeladas, suadas e sujas. Ah, ainda mais de pijama. Isso tudo porque inventaram de ir brincar com o Snoop logo depois do café da manhã. Eu estava sentada no batente da casa, apenas vigiando-os se divertirem. Estava uma manhã boa para brincar no jardim, então os deixei fazendo a festa.

— Espero que eles não destruam as minhas flores. Deu um trabalho para plantá-las. – olhei para o lado, assustada com Pietro – o jardineiro gostosão – parado ao meu lado. – Oh, desculpe-me. Não quis assustá-la, ragazza. – se desculpou, notando minha expressão. Sim ele era italiano.

— Sem problemas Pietro. E eles não irão destruir. – pisquei para ele e o moço sentou-se ao meu lado, sorrindo.

— Bella, não é? – perguntou simpático.

— Sim.

— É nome mesmo ou apelido?

— Apelido. Meu nome mesmo é Isabella. – fitei-o confusa, estranhando todo aquele papo. O jardineiro nunca foi de conversar comigo. – Por quê?

— Isabella. Nome italiano. Bello. – estalou os dedos com um olhar distante.

Confesso que deu vontade de rir. Que cara estranho!

— Sim. Minha mãe teve algumas aventuras na Itália e gostou deste nome. – dei de ombros.

— Então, gosta de flores? Posso plantar o seu gosto para você. – sorriu-me cortês. Realmente cortês, sem malicia, ou segundas intenções. Acho que ele só estava querendo ser legal.

Sorri de volto, gostando da ideia.

— Adoro tulipas.

— Oh, tens sortes porque tenho algumas plantas. Vou colhê-las para você e a entrego, ok? – assenti. — Gosto de dar flores a damas. Elas sono speciales.

Agora eu sorri abertamente, um pouco tímida.

— Oh, você é muito gentil. Obrigada Pietro. – falei realmente tocada com a gentileza.

Ele levantou-se, fazendo uma reverencia para mim, e logo após deixando-me sozinha.

— O que Pietro queria? – Lily chegou perguntando com a respiração ofegante.

— Oferecer-me flores. – dei de ombros.

— Ele sempre faz isso. – Melanie chegou comentando com um sorriso no rosto. – Pietro quando chegou aqui, perguntou a todas as mulheres da casa qual era sua flor preferida. Inclusive a vovó Esme e a tia Alice.

Franzi o cenho.

— Mas, porque ele só veio me perguntar agora?

— Talvez vergonha. Ele é um cara quieto. Meio maluquinho, mas quieto.

Peter se juntou a nós com Snoop no seu colo, lambendo-lhe a face e Liam ao seu lado.

— Ele teve uma quedinha pela tia Alice. Falou que lembrava uma fada, que ela era encantada. – contou Lily, soltando uma risadinha no final.

Eu gargalhei. Eu só queria ter visto o rosto de Alice neste dia.

— Do que estão falando? – Peter perguntou curioso.

— Pietro e suas flores. – respondeu Melanie.

Ele revirou os olhos.

— Hmm. Acho que está na hora de tomar banho e ir para empresa do papai. – avisei, levantando-me das escadas.

Eles resmungaram um pouco por conta do banho, mas logo saíram em disparada para tomá-lo.

[...]

Parei com o carro em frente ao enorme prédio espelhado com o nome da empresa estampado em letras grandes e prata. Fazia quanto tempo mesmo que eu tinha estado ali? Pareciam anos!

Peguei o elevador para a sala do Edward e assim que cheguei lá, encontrei a mesma secretária loira (a abusada da blusa decotada) que estava da outra vez. A diferença agora é que eu estava contratada e ela tomou vergonha na cara e vestiu algo mais apropriado.

─ Bom dia, eu... – minha fala foi interrompida quando a porta do escritório de Edward foi aberta e por ela, passaram o mesmo e Alice.

Peraí... Alice? O que a baixinha faz aqui? E pela cara dela, o que quer que tenha acontecido lá dentro não fora muito bom.

─ Meus amores! – Alice deu um leve sorriso ao nos ver e abraçou a mim e as crianças.

─ Oi tia, como vão os bebês? – perguntou Lily, pegando na barriga redonda de Alice.

─ Vão bem, princesa.

─ Ainda bem que chegaram. – Edward se pronunciou – Oi, Bella. – ele sorriu, e assim como de manhã, deu-me um beijo na bochecha.

Sorri um pouco sem graça.

─ Oi, Edward.

─ E esse cabelo? – Edward questionou olhando para a bagunça dos fios de Liam.

─ A Isa disse que achava chalmoso seus cabelos todo lebeldes, aí eu quis fica chalmoso também. – respondeu dando de ombros.

Senti meu rosto esquentar.

─ Liam! – repreendi envergonhada.

As crianças, Edward e até Alice, riram.

─ Então meus cabelos são charmosos, senhorita Swan? – lançou-me um olhar malicioso.

Dei de ombros, completamente constrangida, arrancado mais risadas deles. Afê! Bando de nojentos!

─ Bom, já que está levando as crianças para almoçarem... – Alice interrompeu as risadas e fez uma careta. Franzi o cenho. Realmente, tinha acontecido alguma coisa. – Eu vou raptar a Bella esta tarde, tudo bem?

─ Claro. – Edward sorriu um pouco cansado e lançou um olhar significativo para irmã que suspirou – Nos vemos mais tarde, senhorita Swan. – ele ainda teve a cara de pau de sorrir malicioso.

Digo e repito: Cretino. Esse homem é um puta cretino!

─ Igualmente, senhor Cullen. – respondi com uma pontada de sarcasmo.

Despedi-me das crianças e fui, praticamente, arrastada por Alice que discava algum número em seu celular.

─ Rose? Poderia segurar as coisas por aí, vou demorar mais um pouco. – calou-se esperando Rose responder – Okay, obrigada amiga. Não, não, ta tudo bem com eles. Depois conto o que aconteceu. Beijos. – desligou – Bella, você veio no carro da casa? – assenti. – Então pode deixá-lo no estacionamento da empresa, depois Edward manda buscá-lo. Vamos almoçar juntas, quero falar com você.

Apenas concordei e entrei junto com Alice em seu Porsche amarelo-canário mais chamativo do que semáforo.

─ O que aconteceu na sala do seu irmão? Vocês pareciam bem tensos. – comentei com despreocupação, mas com o olhar bem atento em Alice.

Ela suspirou enquanto guiava o carro.

─ O Edward vai se casar. – falou.

Juntei as sobrancelhas.

─ Sim, o que tem de novo nisso? – indaguei confusa.

Ela sorriu sem humor.

─ O que tem de novo? Quer será daqui a dois meses e meu irmão quer que eu e Rose façamos o vestido. E que eu ajude na decoração da festa. – meu coração perdeu uma batida ao ouvir aquelas palavras.

Edward vai se casar... Daqui a dois meses? Mas...

─ Porque tão rápido? – minha voz saiu em um sussurro.

─ Eu não sei Bella, mas algo me diz que Edward tá escondendo alguma coisa. – apertou com força o volante – Eu não quero que meu irmão se case com aquela interesseira! Porque Edward tem um dedo tão podre para mulheres? – questionou irritada.

Sem querer, acabei rindo do tom indignado da Alice.

─ Queria ver se em vez de Rose, Emmett tivesse escolhido uma interesseira qualquer. – disse carrancuda.

─ Ainda bem que ele escolheu Rose. – joguei as mãos para cima. – As crianças vão ficar arrasadas. Foi por isso que ele chamou para o almoço?

Ela assentiu com a cabeça, sorrindo logo em seguida.

— Estou louca para te contar as novidades boas! – e ali estava Alice em sua alegria de sempre.

A baixinha já tinha estacionado o carro em um restaurante italiano e eu nem havia percebido. Entramos e ela pediu uma mesa para nós duas. Em poucos minutos, fizemos os nossos pedidos e enquanto eles não ficavam prontos, Alice decidiu contar o que tanto a alegrava.

─ Fui a uma ultra com Jasper hoje antes de ir até a empresa. – começou alegre. – E adivinha?

─ Não eram gêmeos e sim trigêmeos? – chutei.

Alice riu.

─ Não. Eu descobri o sexo dos bebês! – bateu palminhas. – É um casal. – seus olhos brilharam ao falar.

Sorri feliz pela minha amiga. Levantei para dá um abraço apertado.

─ Aiw! Eu vou ser titia de uma menininha e de um menininho! – funguei.

─ E madrinha dos dois. – comunicou.

Automaticamente, senti meus olhos se encherem de lágrimas. Apertei Alice ainda mais em meu abraço enquanto a mirim ria.

─ Porra, Alice! Você tem que me preparar para essas coisas. Sabe como sou uma manteiga derretida. – falei com a voz embargada, secando algumas lágrimas. – Rose não vai ficar chateada?

─ Que nada. – fez um sinal de desdém com as mãos. – Ela já vai ser a tia, já tem seu cargo. E mesmo que você se considere tia também, eu quero te dá o posto de madrinha. Assim como darei a Emmett o posto de padrinho.

Sorri gigante.

─ E os nomes? Já sabe algum?

─ Ainda não. Estou vendo com o Jasper. Ele disse que ia comprar um livro com vários nomes e seus significados. Meu marido tem cada coisa. – rolou os olhos, fazendo-me rir.

Alice era fogo!

Edward

Um pouco antes...

Assim que saí de casa, a primeira coisa que fiz foi ligar para Tanya enquanto dirigia. Eu sei que foi um ato imprudente, mas eu precisava conversar com ela o mais rápido possível. Marquei de nos encontrarmos em uma cafeteria, já que a mesma tinha tido que não tinha tomado café da manhã, apesar de que eu já tinha tomado. E muito bem, diga-se de passagem.

— Espero que esteja aqui para se desculpar por seu comportamento lastimável de sábado. – foi a primeira coisa que ela falou assim que colocou os olhos raivosos em mim.

— Bom dia para você também, Tanya. – murmurei um tanto irônico. – Sente-se. – apontei para cadeira a minha frente.

Ela soltou um suspiro, acatando ao meu pedido. Seus olhos se voltaram para mim, muito mais suavizados.

— Aconteceu algum problema? – pediu com a voz tranquila.

Sorri levemente.

— Nada de grave. Quer pedir logo alguma coisa? – ela assentiu e eu chamei com a mão o garçom.

— Quero um capuccino com bolinhos. – Tanya pediu. – E você?

— Apenas um café puro.

O garçom anotou os pedidos, falando que logo os traria. Assim que ele saiu, Tanya voltou os olhos questionadores para mim.

— Não está com fome?

— Tomei café antes de sair de casa.

— Ah.

Ela olhou para o lado, fazendo com que o silêncio reinasse sobre a mesa. Soltei um pequeno suspiro, pegando em sua mão delicadamente. Ele olhou para mim com um pequeno sorriso.

Tanya era uma boa mulher, educada e responsável. Um tanto ambiciosa e ciumenta, mas não era de todo ruim. Casar-me com ela não seria difícil, afinal, não tinha sentimentos fortes. Não precisava deles. As crianças iriam se acostumar com ela. E assim que enxergassem o mesmo que eu, gostariam também.

— Pode falar agora? – interpelou, tomando um gole de seu café.

— Nosso casamento será daqui a dois meses. Está bom para você? – fui direto.

Ela pousou o café sobre a mesa, olhando-me surpresa. Porém, o sorriso no seu rosto mostrava o quanto ela estava feliz.

— Isto é perfeito, querido! – exclamou entusiasmada, inclinando-se para beijar-me os lábios rapidamente. – Você sabe que por mim, já tínhamos nos casado há tempos.

— É, eu sei, mas estamos perto, sim? – ela assentiu.

— E os seus filhos? Conversou com eles? – ela chegou no ponto crucial da conversa.

— Bom, estive pensando em um almoço. Nós dois contarmos. O que acha? – sugeri um pouco hesitante.

— Maravilhoso! – ela aprovou, para o meu alívio. – Quero ter mais contato com eles e tentar desmistificar a imagem ruim que possuem de mim.

Sorri, aprovando. Espero que tudo dê certo.

[...]

─ Estamos esperando alguém? – perguntou Melanie olhando atentamente o cardápio.

Nós já estávamos no restaurante. Ela estava de frente para mim com Liam e Peter um de cada lado seu. Eu estava do outro lado, com Lily a minha direita e um lugar vago a minha esquerda.

─ Na verdade... – quando ia começar a responder, Tanya aparece na porta do restaurante acenando para mim.

─ Ouh-ouh. – disse Lily olhando fixamente para loira que caminhava em nossa direção com um sorriso amplo em seu rosto..

─ Tanya. – falei com um meio sorriso abraçando-a. Ela retribuiu o abraço e me deu um leve selinho nos lábios.

─ O que ela faz aqui? – indaga Melanie com um tom rude, colocando o cardápio de volta na mesa e encarando a loira furiosamente.

─ Mel, comporte-se. – pedi em um tom de voz calmo.

Ela bufou, cruzou os braços e desviou o olhar. Voltei a sentar-me no meu lugar e Tanya ocupou o lugar vazio com um sorriso complacente.

─ Espero que nossa relação melhore depois do que temos a falar. – disse Tanya, pegando em minha mão por debaixo da mesa.

─ O que quer dizer com isso? – Melanie arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

─ Depois conversaremos sobre isso, primeiro vamos aos pedidos. –tentei amenizar o clima.

Chamei o garçom que rapidamente nos atendeu. Aproveitei o tempo em que nossa comida não chegava para contar o que Alice havia me dito mais cedo. Um pequeno sorriso espalhou-se pelos meus lábios.

─ Eu tenho uma coisa para contar-lhes sobre Alice. – pausei. Cinco olhares se direcionaram a mim. – Ela está esperando uma menina e um menino.

Todos eles sorriram. Até Mel que estava com uma expressão carrancuda a suavizou.

─ Fico feliz por ela. – sussurrou Tanya.

─ Eu disse à tia que ela iria ter uma menininha! – Lily bateu palmas, feliz.

─ Pelo menos tem um garoto para brincar com a gente de bola. – Peter disse. Ele e Liam trocaram um toque de mãos.

─ Isso me lembrou a Isa tentando jogar bola com vocês. – Lily falou com uma voz travessa.

As crianças riram.

─ Coitada! Ficou com um galo na testa. – disse Peter entre risadas.

Bella era mesmo uma criatura atrapalha. Pensando nela, lembrei-me de suas bochechas corada mais cedo e involuntariamente sorri. Pensei ter escutado um bufo ao meu lado, mas assim que virei apenas encontrei Tanya sorrindo. O sorriso me pareceu um pouco forçado. Talvez seja coisa da minha cabeça.

Os nossos pedidos chegaram e comemos em silêncio. Uma vez ou outra recebia um olhar crispado de Melanie e um fofo com uma pontada de medo de Lily. Eu quis saber o porquê do medo.

Após almoçarmos e eu pagar a conta, Liam não foi muito paciente.

─ Pode fala agola?

Puxei a respiração lentamente e pus as minhas mãos entrelaçadas sobre a mesa. Tanya afagou meu braço, lançando-me um olhar encorajador.

─ Filhos, vocês já sabem que Tanya e eu estamos noivos, certo? – comecei. Eles assentiram lentamente e um pouco temerosos. – Então, andei pensando e resolvi que seria melhor que nos casássemos daqui a dois meses. – falei de vez.

Um minuto de silêncio se fez. Eles ficaram fitando ceticamente Tanya e a mim. Do nada, Melanie explodiu em uma gargalhada e os outros continuaram a nos olhar ceticamente.

─ Diz que isso é brincadeira. – falou Mel enxugando uma lágrima.

Mantive-me sério. Tanya suspirou.

─ Eu não acredito nisso! – ela tomou consciência das minhas palavras e bateu uma mão na mesa. – Eu não vou permitir que isso aconteça!

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Tanya se pôs a minha frente.

─ Mel, eu entendo que você queira seu pai apenas para você e seus irmãos, mas tem que entender que ele também tem uma vida. – Tanya falou com uma voz doce.

─ Eu nunca vou aceitar você nela. E não me chame de Mel, não te dei permissão para isso. – Melanie soltou asperamente, lançando ainda o mesmo olhar furioso.

─ Mas vai ter que começar a se acostumar, minha querida, afinal, em pouco tempo estarei morando com você. – retrucou ainda com a voz doce.

─ NUNCA! – minha filha gritou, levantando-se da cadeira e arrancando alguns olhares das pessoas no restaurante.

─ Melanie! Pare com isso já! Você está grande para ficar dando show. Estamos em um local público, se não percebeu. – falei severamente.

Ela me fitou chocada e se levantou da mesa, correndo para fora do restaurante. Passei a mão pelos cabelos, exasperado.

Sem alternativas a segui.

─ Melanie. – a peguei pelo braço antes que ela atravessa-se a rua.

─ Me solta! – pediu, se debatendo.

─ Melanie, por favor, não faça isso. – pedi suplicante.

─ O que você quer que eu faça? Desenhe o quanto detesto essa mulher? – apontou para um ponto atrás de mim. Tanya arfou chocada, os olhos ligeiramente cristalinos.

─ Eu não entendo o motivo de tanto ódio! Eu sempre gostei tanto de você. – falou com a voz machucada, tentando se aproximar.

─ NÃO ENCOSTE UM DEDO EM MIM SUA COBRA FALSA! EU ODEIO VOCÊ! ODEIO. – gritou descontrolada.

─ Deixe nossa irmã em paz. Você só traz discórdia. – falou Lily zangada. Liam e Peter concordaram com um aceno de cabeça.

Tanya começou a chorar perguntando o que tinha feito para merecer tanto rancor.

As crianças correram para o lado da irmã que mantinha a cabeça baixa. Eu soltei Melanie, prevendo que ela não iria sair correndo. Abracei Tanya pelos ombros e ela enterrou o rosto em meu peito.

─ Crianças, quero que peçam desculpas a Tanya. É inaceitável esse tipo de comportamento com ela. – falei com a voz impassível.

Eles me olharam incrédulos.

─ Se não pedirem desculpas, vou colocá-los de castigo.

Lily sussurrou alguma coisa na orelha de Melanie que assentiu e passou para os outros irmãos. Olhei tudo desconfiado. Mel levantou a cabeça com um sorriso travesso no rosto.

─ Desculpa. – pediu com os olhos crispados, desafiadores.

─ Desculpa. – pediram os outros três com o mesmo sorriso no rosto.

Porque algo me dizia que eles estão aprontando?

Bella

O almoço com Alice tinha sido regado a falar sobre: os bebês, como seriam eles, as melhores cores para os quartos e mais uma infinidade de coisas.

Depois do almoço, fomos ao shopping comprar algumas roupinhas na companhia de Rose. Nós nos divertimos e babamos muito naquelas coisas pequeninhas e fofas. Os bebês ficariam adoráveis!

Já era fim de tarde quando entrei na mansão Cullen. Estava tudo muito silencioso, o que eu estranhei, afinal, minhas pestinhas adoram um barulho e eu pensei que eles fariam muito hoje depois do que descobriram. Ao lembrar que Edward iria casar-se dali a dois meses uma sensação incomoda de vazio me abateu, e eu me vi suspirando lentamente.

Mas que merda é essa, Isabella? Edward é só o seu patrão e uma espécie de amigo. Não viaja! Mandou a parte racional do meu consciente.

Quando me virei para subir as escadas, eis que encontro Tanya Denali. Ela está com um copo de água nas mãos e um sorriso debochado nos lábios.

─ Olá Isabella. – cumprimentou cordialmente.

─ Senhorita Denali. – maneei a cabeça e tentei subir novamente, mas sua mão me impediu. Percebi que suas unhas eram longas e bem feitas.

─ Deseja alguma coisa? – sorri da forma mais educada que eu pude.

Ela arqueou uma sobrancelha.

─ Está sabendo que vou casar-me com Edward em dois meses? – questionou com um sorrisinho vitorioso. Assenti com a cabeça, tentando entender o que ela queria com aquilo tudo. – Bom, vejo que está bem informada. Então eu só quero lhe dizer para não tentar se intrometer em nossas vidas com algum tipo de paixão platônica, pois eu não pensarei duas vezes antes de despejá-la daqui. – ela soltou uma risada irônica enquanto me olhava de cima abaixo. – Se bem que Edward gosta de mulheres, não de menininhas que acabaram de sair das fraldas como você. – levou o copo de água a boca.

Na hora que abri a boca para retrucar, irritada com a ousadia de bitch da mulher, eis que aparece o chefinho. Ele sorriu um pouco confuso ao nos ver.

─ Do que falavam? – perguntou curioso.

─ Nada. Só estava perguntando se a senhorita Isabella sabia do nosso casamento e, pelo jeito, ela está bem informada. – falou com a voz doce, botando a sua melhor máscara de cobra.

Uma expressão de choque passou no rosto de Edward, antes dele passar a mãos pelos cabelos e sorrir sem graça.

─ A Alice te contou?

─ É. – minha voz saiu estranhamente em um sussurro – Com licença. – pedi e subi para meu quarto.

Assim que fechei a porta, vários sentimentos explodiram dentro de mim, fazendo com o que eu deslizasse pela porta até sentar-me no chão, com a cabeça entre os joelhos. Senti meu peito apertar e meus olhos arderem.

Porque eu estava assim? Pelas palavras de Tanya? Pelo fato de que ela se casará com o Edward? Ou pelos dois?

’Se bem que Edward gosta de mulheres, não de menininhas que acabaram de sair das fraldas como você’’. Aquelas palavras ficaram ecoando em minha cabeça. Isso tudo porque eu uso algumas meias coloridas e tenho um espírito um pouco infantil? Qual é o problema de ser diferente? Eu não enxergava nenhum!

Mas a pergunta que não quer calar é: Porque estou me importando tanto com isso? Porque meu coração dói só de pensar em Edward dentro de um terno com aquele sorriso torto que só ele tem, esperando Tanya no altar?

Será que ainda não percebeu que aconteceu o clichê com você, Isabella? Falou a parte encapetada da minha mente, em um tom sério. Você se apaixonou pelo gostosão do seu chefe, piscou maliciosamente.

Que? Eu não conseguia acreditar e comecei a me desesperar quando a minha parte racional ficou em absoluto silêncio. Que droga! Isso não pode está acontecendo comigo, não pode.

Levantei-me do chão exasperada até que parei em frente ao espelho da penteadeira. Então só ali percebi que deixei algumas lágrimas escaparem. Desviei o olhar do espelho por um momento e assim que voltei a fita-lo, um flashback de todos os momentos perto do Edward que se revelou ser uma pessoa boa, passaram. As conversas, os sorrisos, as brincadeiras, o beijo (maldito beijo), os momentos.

Droga! Eu estava mesmo apaixonada por ele. Maldito Cullen!

Enraivecida, caminhei a passos duros até a janela do quarto, abrindo-a para que os raios de sol do fim da tarde adentrassem na minha pele e me fizessem relaxar. Soltei um suspiro pesado, sentando-me no chão com as pernas cruzadas em posição de índio.

─ Isa? – a voz infantil de Peter chamou-me de forma hesitante.

Olhei para trás, encontrado meus raios de sol preferidos. Apenas sorri para eles, encorajando-os a vim para mais perto. Eles não pensaram duas vezes antes de correr e jogarem-se em cima de mim.

─ O papai vai se casar, Isa. – murmurou Lily.

Dei um beijo em sua cabeça.

─ Eu sei anjinho, mas não tema. Nada de ruim vai acontecer a vocês, ok?

Eles assentiram, acreditando em minhas palavras. E eu faria de tudo para mantê-las.


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Notas finais do capítulo

Snif, snif, que final mais coisado né? asdfghjkl ai, não surtem muito, ok? O fim está mais próximo do que vocês imaginam hehehe. Se der, trago outro capítulo para vocês antes do carnaval para vocês (pra quem gosta, espero que tenham um ótimo carnaval, e pra quem não gosta, espero que tenham ótimo alguns dias em casa fghjklkj).
Quero ver todo mundo nos rewiens, hein? Muitos rewiens para vim capítulo. Só trago o capítulo ainda no carnaval se chover rewien na horta u.u. Ok, ok, deixem-me ir.
Beijos e até a próxima!



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