Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 14
Capítulo: 13 - A Viagem


Notas iniciais do capítulo

Olá! Voltei com mais um capítulo, babes.
Boa Leitura!



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Bella

Pulei em cima da minha mala, tentando fechá-la sem sucesso. Isso é que dá arrumá-las em cima da hora!

— Droga! — resmunguei com vontade chutar aquela porcaria.

Ontem, Alice praticamente exigiu que hoje todos viajássemos para a casa de praia que ela tinha em Connecticut. A baixinha estava louca para contar e comemorar sobre a sua gravidez. Ela tinha recebido o resultado dos exames no mesmo dia que os fez, confirmando a gravidez de dois meses.

As crianças estavam eufóricas para passarem um fim de semana na praia e ontem encherem-me o saco para ajudá-las com as malas e o resultado foi esse: não tive tempo de arrumar as minhas. Daqui a alguns minutos, Alice aparece por aqui e ainda estou tentando fechar essa droga.

— Toc. Toc — escutei a voz doce de Alice adentrar no ambiente.

O que eu falei?

Ela estava vestida lindamente com um vestido e saltos enormes. Perguntei-me se ela surtaria quando o médico os proibisse (se é que já não proibiu).

— Ah! Oi, Alice! Será que pode me ajudar com as malas aqui? — pedi, enxugando o suor que descia pela minha testa.

Ela me olhou de cenho franzido.

— Ainda não arrumou as malas? — questionou e me analisou de cima a abaixo — Bella, você está parecendo um arco-íris! — exclamou.

Fiz uma carranca.

— Não estou não. Esse vestido é o menos colorido que eu tenho — fiz um biquinho, me fitando no espelho.

O vestido longo e tomara que caia na coloração rosa e com a barra roxa não era muito extravagante. Prendi meus cabelos no alto em um coque mal feito.

— E esse saltões? Não eram para serem proibidos? — arquei uma sobrancelha.

Alice deu uma risadinha sem graça.

— Eram, mas eu não posso ficar sem meus saltos — choramingou com um bico.

— Alice, sabe que isso é pela saúde e segurança do seu bebê — repreendi.

— São bebês, Bella — confidenciou com a voz ciciada.

— QUE? DOIS? — gritei surpresa.

— Cala essa boca — pediu aos sussurros, vindo tapar a minha boca — São dois Bellinha. Gêmeos! — sorriu abobalhada.

— Você não me contou esse detalhe — tirei a sua mão da minha boca, falando ironicamente.

— Eu só contei ao Jazz — seus olhos se iluminaram ao falar o nome do marido — Ele está tão feliz Bella! O brilho é radiante dos seus olhos. Vai ser o papai mais babão do mundo — passou a mãos na barriga ternamente e percebi que a barriga de Alice estava grande demais para quem só tem dois meses — Vocês vão ser tão amados filhotinhos!

— Pode apostar — disse sorrindo e depositando uma das minhas mãos na barriga de Alice — Agora, pode me dá uma forcinha?

Dei um sorriso amarelo, apontando para onde minha mala estava. Ela bufou, mas se postou sentada em cima do amontoado de roupas, enquanto eu fechava.

— Quem vai está tanto nessa casa? — indaguei curiosa, passando o zíper.

— Só a família. Mamãe, papai, os pais do Jazz, Emm, Rose, Você, Edward, as crianças, Tanya e o filho dela. O Jake não vai poder ir. Vai ter uma despedida de solteiro na boate esse fim de semana e ele tem que ficar por lá — fez um bico.

— Ah — fiz um bico também — O Jake é legal.

Alice sorriu maliciosamente para mim.

— Hmm, dona Isabella, tem algo que eu preciso saber? — questionou maliciosa.

Dei uma tapinha em seu ombro.

— Somos amigos, Alice.

— Ah, mas bem que vocês ficariam fofinhos juntos — ela apertou minhas bochechas.

Revirei os olhos.

— Não viaja.

Ela levantou os braços como quem se rende. Decidi voltar a falar sobre a viagem.

— Mas e então? Vai fazer o que para contar?

— Vamos chegar a Connecticut no fim da tarde, então um jantar vai cair bem. Estou curiosa para saber a reação dos meus pais.

— Eles vão amar — assegurei para Alice.

— Estou contando com isso.

— Posso te pedir uma coisa? — perguntei tímida.

— O que?

— Quer levar o Snoop para praia como seu cachorrinho? — fiz minha melhor cara pidona.

— Que? — exaltou-se — Você arrumou um cachorro Bella?!

— Não me julgue. Fiz pelas crianças. Sabe como sou!

Ela suspirou.

— Você é impossível — grunhiu — Onde está o cachorro?

Sorri vitoriosa. Sabia que poderia contar com a minha anãzinha.

Melanie

Tudo bem. Tudo bem. A ideia de ir para a praia é ótima, eu simplesmente amei, mas ir ao mesmo carro que a vaca loira e o filho nojento dela, é demais né? Daqui a pouco eu jogo esse moleque pela janela, se ele continuar me cutucando. Eu tenho cara de facebook por acaso?

— Olha aqui moleque, fica quietinho na tua, senão, eu parto pra briga — ameacei o cretino mirim.

Sabe o que ele fez? Cutucou-me de novo. Ah, mas eu não aguentei.

— ARGH! — gritei, mordendo — com força — o braço da praga.

— AAAAAAAH! SOCORRO MAMÃE! ELA ME MORDEU! MORDEU! — berrou com lágrimas nos olhos. Sorri para o resultado. Aposto que iria ficar roxo.

Liam se acabava de rir do meu lado. É. Ele também teve que vim nesse sofrimento.

— Mel! Não morda o Ethan, ele não fez nada para você — repreendeu a sebosa.

— Cala boca que você não é ninguém para mandar em mim — esbravejei.

— Melanie, olhe os modos! Se comporte e não implique com o Ethan — ralhou Edward.

— Ele que está me cutucando Edward! Quer que eu fique quieta? — continuei a esbravejar.

— Baixe o tom de voz comigo mocinha. Eu sou seu pai.

Olhei para ele, com ar de deboche.

— Sério? Que eu saiba, pais ligam para os filhos — depositei toda minha amargura naquelas palavras.

Vi ele agarrar o volante do carro com força e engolir em seco.

— Melanie, por favor — pediu com a voz sufocada.

— Eu não vou discutir com você, Edward. Isso não vai me levar a nada — resmunguei, cruzando os braços, fitando a janela.

Ele soltou uma respiração pesada.

— Relaxe querido. É só uma fase — escutei a voz da sebosa, ronronar para o meu pai.

Rapidamente, ele relaxou. Droga! Como ele podia ser tão idiota? Não vê que essa mulher vai acabar com tudo?

Emiti um som enojado, contando os minutos para chegar logo em Connecticut.

Bella

Depois de algumas horas de viagem, finalmente havíamos chegado à casa da praia de Alice. Lily dormia tranquilamente no meu colo, enquanto Peter dormia escorado em meu ombro. Um braço meu repousava na sua cintura.

— Jazz, pode levar o Peter? Não quero acordá-lo — sussurrei.

— Claro Bella — ele sorriu e veio tirar o menininho do banco de trás.

Saí do carro, com cuidado, para não acordar Lily. Alice ficou com um Snoop quieto em seu braço.

— Fico imaginando quando for os meus — disse Jasper com um olhar paterno sobre Peter.

Alice sorriu para eles.

— Você vai ser o pai mais babão que eu conheço — sussurrou, beijando de leve os seus lábios.

— Acho que vou mesmo — sorriu torto.

Sorri ao ver um casal tão apaixonado. Era bom ver minha baixinha feliz.

— Bella... Não te escolhi por acaso — falou Alice de repente.

— Me escolheu? — perguntei confusa, franzindo a testa.

— Sim. Eu sabia que se você surgisse na vida dos meus pequenos, as coisas iriam começar a mudar. Nunca os vi tão feliz Bella. Sou eternamente agradecida a você por isso.

Corei com as palavras de Alice.

— Obrigada Alice, mas não precisa ser grata. Eu me apeguei às crianças. Eles fazem parte de mim também — beijei os cabelos loirinhos de Lily.

Alice sorriu.

— Bom, vamos entrar. Mamãe, papai e os meus sogrinhos já chegaram — cantarolou.

— Onde a coloco? — perguntei.

— Jasper sabe onde todos vão ficar. Siga-o — piscou um olho e eu fui atrás do loiro que já caminhava para casa.

Antes de entrar, vi um volvo estacionar em frente à casa e duas crianças emburradas saírem dele.

Só não ri para não acordar Lily.

Edward

Já estava perto da hora do jantar. Só as loucuras da minha irmã para me tirar de reuniões importantes. Em frente a um espelho, tentava - inutilmente - fazer um nó na gravata.

Nunca fui bom em fazer isto. Sempre pedia para Anne me dá uma ajudinha.

— Filho? — sussurrou a doce voz da minha mãe.

— Ah, oi mãe! Poderia dá uma ajuda aqui? — dei um sorriso de canto apontando para a gravata.

— Claro — ela sorriu.

Esme entrou no quarto e começou a dá o nó com uma facilidade impressionante.

— Vim pedir para que seja paciente essa noite. O que Alice tem a dizer deve ser muito importante.

— Vou tentar mãe, e espero que seja algo importante mesmo — sussurrei.

— E será Edward. Apesar de não saber, posso sentir isso — sorriu, ajustando a gravata — Onde está Tanya?

— No banho — dei de ombros.

— Não demorem muito — se despediu com um beijo em meu rosto, saindo do cômodo.

— Quem era amor? — a voz ciciada de Tanya se fez presente.

Ela andava pelo quarto apenas de roupão e uma toalha na cabeça.

— Minha mãe — falei, pegando o blazer em cima da cadeira.

— Hmm, ela veio nos chamar?

— Também.

Joguei-me na cama, fitando o teto branco.

— Quando vamos contar sobre o nosso noivado a eles? — sussurrou em meu ouvido, dando um leve beijo em meus lábios.

— Não sei. Talvez depois do que Alice tem a dizer...

— VOCÊS VÃO SE CASAR? — gritou Melanie.

Ela estava parada na porta do quarto com os olhos arregalados.

— Melanie, fique calma — pedi com a voz baixa, aproximando-me dela.

— NÃO PEÇA PARA FICAR CALMA! — esbravejou — VOCÊ NÃO VAI CASAR COM ELA!

— Melanie eu já sou bastante grandinho para saber o que fazer da minha vida — falei com a voz dura.

Melanie às vezes me irritava com tanta implicância!

— Só que às vezes não parece! Onde você está com a cabeça Edward? Se casar com essa... essa... coisa! Não vê que ela só pensa em seu dinheiro?!

— Ah! — arfou Tanya — De onde você tirou essa imagem, Mel? Foi àquela babá, não foi?

— NÃO FALE NADA DA ISA! VOCÊ NÃO TEM DIREITO DE ABRIR A BOCA PARA FALAR DELA — ladrou para Tanya — E sabe Edward, se fosse para escolher uma mulher, porque não escolhia alguém como a Isa? Ela é tudo que uma criança precisa. Ela é como uma mãe. Mãe que eu nunca tive a oportunidade de ter! — as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

Meu coração se apertou de uma forma estranha com a cena.

— Melanie, as coisas não são assim...

— NÃO QUERO SABER! — interrompeu-me — VOCÊS SÓ SE CASAM POR CIMA DO MEU CADÁVER — gritou por fim, batendo a porta do quarto com força.

— Melanie!

Ia atrás dela, mas uma mão me segurou.

— Deixei-a querido. Melanie precisa aceitar e aprender que o mundo não gira em torno dela.

Bella

Faltavam dez minutos para o jantar. Todos conversavam animadamente na sala entre doses de vinho e champanhe. Olhei ao redor mais uma vez atrás de Mel e nada.

Bella, o que houve? — perguntou Alice ao meu lado. Ela estava vestida lindamente com um vestido e saltos não tão altos. Os cabelos grandes estavam soltos em um penteado elegante.

— Você viu a Mel? — mordi os lábios.

— Não vi — a expressão animada de Alice, passou para a preocupada — Ela na está por aqui?

— Não. Deixei as crianças se arrumando em seus quarto e fui me vestir no meu.

— Oh, meu Deus! — exclamou aflita.

— Aconteceu alguma coisa Alice? — perguntou Sarah, mãe de Jazz e Rose. Notei os olhares do Jonny (senhor Hale), Esme, Carlisle e Jasper sobre nós

— Nada, Sarah — Alice deu um sorriso amarelo.

— Vou atrás dela — sussurrei no ouvido de Alice e pedi licença ao sai da sala.

Vaguei pela enorme casa de veraneio. Olhei nos quartos, cozinha, sala de jantar, varanda e todos os outros cômodos disponíveis e nada. Caminhava pelo corredor do primeiro andar quando vi uma figura humana sentada na areia da praia. Suspirei ao notar que era Melanie pelo corpinho pequeno.

Melanie? — chamei insegura, andando para perto da sombra.

— Eu não vou para o jantar — disse com a voz embargada.

— O que houve com você, minha princesinha rock? — murmurei, sentando-me ao seu lado.

— Nada — fungou.

— Aconteceu sim. As pessoas não choram por nada.

— Eu não estou chorando — passou as mãos pelo rosto rapidamente.

Revirei os olhos.

— Sua tentativa de me enganar foi totalmente frustrada — disse com tédio.

Ela riu baixinho.

— Eu escutei a Tanya perguntando ao Edward quando eles falariam sobre o noivado — desabafou.

— Noivado? — perguntei surpresa.

Ela apenas assentiu com a cabeça.

Trouxe Melanie para o meu colo que veio sem hesitar. Passei as mãos pelo seu cabelo cacheado naquele estranho – e maravilhoso – tom de bronze.

— Princesinha rock, eu sei que nem você e nenhum dos seus irmãos queriam isso, mas não podemos fazer nada — suspirei.

Ela se levantou, olhando-me ceticamente.

— Claro que podemos! Não vamos deixar isso acontecer, Isa. Já tenho várias idéias na minha cabeça. Vou fazer a vida dela um inferno aqui na praia e no dia do casamento coloco fogo no vestido de casamento dela e ainda detono com toda a festa... — tagarelou.

— Melanie! — exclamei.

— Desculpa — pediu tímida.

— Que desculpa o que, garota. Suas ideias são maravilhosas! — um sorriso se espalhou pelo seu rosto — Vamos infernizá-la aqui. E se tiver casamento, incendiaremos o vestido.

Ah, qual é? Eu posso ter vinte e dois anos e o certo seria não incentivar uma criança de dez fazer atos psicopatas, mas dá um desconto. Aquela vaca loira merece bem mais que isso.

Melanie me deu um sorriso enorme e em uma atitude inesperada, abraçou-me.

— Obrigada Isa. Por isso, por tudo — sussurrou no meu ouvido.

— Não precisa me agradecer, Melanie.

— Chame-me de Mel. Eu prefiro.

Sorri, sentindo-me feliz por ter dado mais um passo com a garotinha. Apertei-a mais em meus braços.

— Eu te amo princesinha rock — murmurei.

— Só não me deixe – pediu baixinho com a voz embargada.

Meu coração se apertou e eu tive que engolir a bile.

— Nunca.

...

No momento que Mel e eu passamos pela porta da sala, Alice abriu um sorriso aliviado e chamou a todos para jantar. Assim que todos se acomodaram a mesa, ela ficou de pé junto com Jasper. Dava para ver a ansiedade em seus rostos.

— Bom — Alice começou — Primeiramente, quero agradecer a todos que aceitaram o meu convite — sorriu — E segundo, anunciar o motivo de reuni-los na minha simpática casa de veraneio. Queremos — apontou para ela e Jasper — compartilhar nossa recente alegria — trocou um olhar cúmplice com o marido e finalmente anunciou: — Eu estou grávida. De gêmeos!

Com a declaração, Jasper pousou a mão sobre o ventre pouco volumoso de Lice, deixando a barriga mais visível. A felicidade estava estampada nos rostos dos dois e, rapidamente, se espalhou para os outros também.

— Oh, Deus! — Esme foi a primeira a falar — Eu sabia. Não disse Carl? — lançou um olhar para o marido que sorriu torto.

Esme abraçou a filha mais nova, apertadamente, e uma fila se formou para repetir o gesto, em Alice e em Jasper. A senhora Hale estava bastante emocionada, pois seriam seus primeiros netos e já os paparicava. E é que nem haviam nascido. As pequenas pestes ficaram eufóricas por ganhar dois priminhos e já planejam uni-los a gangue. Curiosos, pediram para tocar na barriga de Alice e riram da tia, pois ela estava ‘’redonda’’.

O senhor Cullen foi abraçar Alice, sem jeito, mas carregava um sorriso de canto sincero. Trocou um aperto de mãos com Jasper, o parabenizando, e deu espaço para Tanya cumprimentar também o novo casal de papais. O sorriso que a cobra deu foi mais falso do que a água oxigenada do cabelo dela.

— Essa loira é a Tanya? — Emmett sussurrou perto da minha orelha. Havia mencionado ela uma vez em nossas conversas e sem contar que ele tinha visto-a no casamento.

— A própria — falei com desdém.

Emmett deu uma risadinha marota.

— Uh, não gosta dela? — arqueou uma sobrancelha e fitou a loira novamente — Bonitona.

Fiz um ruído enojado. Emmett riu alto, sorte que ninguém ouviu por estarem entretidos demais com perguntas sobre os bebês de Alice.

— Isso é pior do que cobra. O Cullen ainda vai quebrar muito a cara com ela — semicerrei os olhos.

— O que ela te fez, formiga?

— Mexeu com as pessoas erradas — olhei sugestivamente para onde as crianças estavam conversando com Rose.

Emmett entendeu o recado: — Então ela é uma madrasta? Literalmente?

Assenti com a cabeça.

— Ela é aquelas típicas ‘’golpe do baú’’. Vai se casar com o ricaço e mandar os filhos deles para um internato. Quando abusar, lhe dá um belo chute no traseiro e foge com a metade da grana.

Emmet riu de novo.

— Você é maluca Bells. Quem sabe a mulher gosta mesmo dele e tem ciúmes dos filhos?

Revirei os olhos.

— Às vezes você é tão inocente, tsc.

Emmett se levantou, ainda rindo, e foi cumprimentar Alice e Jasper. Também dei outro abraço nos futuros papais e antes que pudéssemos comer, o Cullen chamou a atenção.

— Antes de jantarmos tenho algo a comunicar também — falou e todos o fitaram em expectativa. Mel correu para o meu lado, pegando em minha mão. Segurei-a bem forte para mostra-lhe que eu estava aqui — Tanya e eu vamos nos casar — anunciou com um sorriso singelo e a vaca ao seu lado sorriu triunfante, como se tivesse ganhado na mega-sena, e de fato, tinha. Direcionou-me um olhar de deboche e eu retribuí com um sorriso sarcástico.

Quem tem medo de loira é demente!

Todos ficaram surpresos momentaneamente, mas foram cumprimentar o novo casalzinho vinte. Alice forçou um sorriso e percebi que Esme não estava muito satisfeita.

Olhei para as crianças que tinham expressões emburradas e tristes. Estranhei a falta de rebeldia, mas sabia que o pior estava por vim. Respirei aliviada por eles não terem dado show no jantar de Alice.

Levantei da minha cadeira, pois a babá show de bola aqui tinha que cumprimentar o adorável patrãozinho e a cadela dele, ops, a noiva dele.

— Parabéns Sr. Cullen e Srta. Denali — dei um sorrisinho falso, apertando a mão de ambos.

#NotaMental: Lavar a mão com água sanitária depois.

— Obrigada — murmurou a cadela com a voz mansa.

— Obrigado, senhorita Swan — o Cullen foi cortês.

Com um aceno de cabeça, voltei para o meu lugar, dando a vez para as outras pessoas. Depois das novidades, finalmente jantamos.

[...]

Sono. Era isso que me faltava. Rolava de um lado para o outro, mas não conseguia dormir. Pensei que o problema fosse os roncos do meu irmão, que estava na outra cama, e até joguei um travesseiro nele. Deu certo, porém esse não era o motivo da minha insônia.

Irritada, calcei minhas sandálias e resolvi dá uma volta pela praia, não sem antes de colocar um robe e prender os cabelos revoltos.

Tive vontade de passar no quarto onde Rose e as meninas estavam, mas achei melhor não acordá-las.

Sentir a areia fofa debaixo dos meus pés e a brisa gostosa do mar me tocar, fez uma onda de paz tomar conta de mim. Tirei as sandálias sentindo as ondas quebrarem sob meus pés. Andei por alguns minutos e sentei-me próxima a algumas pedras, fitando a imensidão negra à minha frente. O único som que se escutava era o barulho das ondas.

— Sem sono, senhorita Swan? — reconheci a voz rouca e aveludada do meu chefe.

— Infelizmente — sussurrei, sem virar para olhá-lo. Segundos depois, senti que ele tinha se sentado ao meu lado.

Curiosa, o encontrei apenas com uma calça moletom azul claro, cabelos desgrenhados, peito desnudo e um copo de uísque em mãos. Fitava o oceano enquanto tomava a bebida. A cena se tornava mais sexy ainda, quando o vento passava por seus cabelos, os bagunçando mais.

Com esses pensamentos, virei meu rosto para frente, percebendo que eles estavam soltos demais.

— Está com o mesmo problema? — perguntei calmamente.

Ele deu um sorriso torto.

— Só não estou a fim de dormir — deu de ombros.

— Hm.

O silêncio que se instalou foi um tanto desagradável.

— Senhorita Swan? — chamou o quebrando.

— Sim?

— Porque as crianças não gostam de Tanya?

Mordi o lábio, pensando em como responder aquela pergunta. Se eu falasse a verdade, era quase certo que ele não acreditaria. Do jeito que aquela loira se faz de santa, ele nunca iria imaginar que a noivinha dele detesta as crianças.

Então, o que sobrou foi falar a mentira. Mesmo contra minha vontade.

— Só estão se sentindo ameaçadas — falei por fim. Aquilo não era bem uma mentira.

— Ameaçadas? — ele não entendeu.

— Sim. Elas têm medo que Tanya lhes tirem aquilo que mal têm — olhei-o sugestivamente.

O Cullen engoliu em seco e desviou o olhar. Tomou um gole do se uísque, e eu esperei ele falar.

— Sou um péssimo pai — murmurou com a voz triste, tomando um gole da sua bebida.

— Desculpe, mas não posso discordar — fui sincera.

Ele riu sem humor.

— Eu só me mantenho distante para o bem deles. Não merecem alguém como eu por perto — falou com a voz um tanto arrastada. Ele devia estar ficando bêbado.

— Por quê? — minha voz não foi mais que um sussurro.

— Porque eles merecem alguém que se dediquem a eles cem por cento. Que os levem para passear, para ter uma vida de criança. Alguém que seja divertido e animado e sempre esteja pronto para novas brincadeiras. Alguém que os faça sorrir e viverem intensamente — pausou para respirar fundo — E-eu não posso fazer isso — engoliu em seco — Não posso dá a eles coisa que nem mesmo tenho. Eu sou vazio, senhorita Swan. Não tenho nada a oferecer — confessou derrotado.

Ele olhou para mim com os olhos angustiados e a boca franzida. Naquele momento eu não enxerguei aquele Edward sério e prepotente. Parece que as facetas mascaradas de Edward Cullen haviam caído, revelando um menino profundamente machucado.

Virei-me de forma que eu ficasse de frente para ele. Edward já não olhava mais para mim. Pousei uma mão em seu braço, atraindo sua atenção, porém não falou nada.

— Mostrar que se importa já é um sinal de que aqui dentro — engolindo em seco, coloquei meu dedo indicador no lugar onde ficava seu coração — Não é um lugar vazio. E outra prova disso é o seu noivado com a senhorita Denali.

Ele bufou, se afastando e passando as mãos pelo cabelo.

— Vou casar com Tanya por necessidade — suspirou — Sou um empresário reconhecido nos Estados Unidos e preciso de uma mulher ao meu lado.

— Então não a ama? — arquei uma sobrancelha.

Ele negou com a cabeça.

— Pode até parecer um ato egoísta, mas Tanya sabe onde está se metendo. Se ela ficou até aqui, é porque quer.

— Acho que esse não é o melhor caminho. — expus minha opinião — Deveria encontrar alguém que amasse e que isso fosse correspondido. Seria uma nova chance para ser plenamente feliz.

O Cullen olhou-me com desdém.

Amor — bufou — Não se iluda com isso, garota.

Com essa fala, me lembrei das mães das crianças.

— Isso é por causa das suas ex-esposas? — murmurei timidamente.

Esperei que ele gritasse, falando que não era para me intrometer em sua vida, mas, superando todas as minhas expectativas, ele apenas deu um sorriso triste.

— Não culpo a minha ex-esposa por ter me abandonado. Até eu teria feito isso — estranhei por ter colocado no singular — Angeline era uma mulher extremamente romântica. Queria alguém que a amasse verdadeiramente, algo como príncipe encantado — revirou os olhos — Claro que eu não era aquilo. Só nos casamos porque ela engravidou de Peter. Ficamos casados por três anos até que ela não suportou mais. Assim que teve os gêmeos, largou a mim e aos meus filhos e se mandou com um europeu — fez uma expressão amarga — A única mulher que amei realmente, me deixou da pior forma possível — engoliu em seco — Faleceu quando deu a luz a Melanie. Aquele foi o dia mais triste e mais feliz da minha vida. Tinha conhecido a minha filha, mas perdi a mulher que amava — eu sabia daquela história, pelo menos uma parte dela, mas mesmo assim, fiquei triste com a história trágica — Eleanor ficou tão feliz quando soube que iríamos ter uma menina! Mesmo sendo jovens, nós nunca nos arrependemos da nossa pequena Melanie — disse com um tom nostálgico e doce — Eu daria tudo para tê-la de volta.

Ele largou o copo de whisky a se jogou na areia com um ar derrotado. Fiquei alguns minutos em silencio, absorvendo as informações, enquanto fitava o mar.

A vida não tinha sido fácil para Edward e algo me dizia que aquilo não era nem a metade dela, mas quem disse que a vida era justa? Eu perdi meu pai quando tinha apenas dezesseis anos e aquela foi à pior época da minha vida, mas eu tive que seguir em frente. Ficar me lamentando pela perda não era o que Charlie iria querer para mim. E era isso que o Cullen tinha que fazer.

Seguir em frente.

— Tem que seguir em frente, senhor Cullen — verbalizei meus pensamentos.

Ele me olhou aturdido.

— Como?

— Isso mesmo! — ajoelhei-me ao seu lado — A vida continua. Ela não é fácil e nunca será, mas temos que seguir com ela. Temos que mostrar que estamos prontos para enfrentá-la. E eu sei do que estou falando, pois perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida: meu pai. Passei meses em quase depressão e cheguei até perder o ano letivo no colégio, até que um dia eu acordei me perguntando se era isso que Charlie queria para mim. Eu sabia que era não. Charlie queria que eu fosse guerreira e seguisse meus sonhos. Agora se pergunte se era isso que Eleanor iria querer para você? — ele parou para pensar, mas nem dei tempo para isso — Claro que não! Ela queria que você continuasse aquele mesmo homem feliz e apaixonado que ela conheceu. Que cuidasse do fruto do amor de vocês com o maior amor possível — sorri, impressionada com as minhas palavras — Então está na hora de acordar, senhor Cullen. Pela sua família, pelos seus filhos e por você.

Ele ficou alguns segundos em estado catatônico, até me olhar com uma expressão cômica.

— Não sei como fazer isso — admitiu derrotado.

— Pela tentativa — pisquei um olho — Eu te ajudo.

Em uma atitude inesperada, ele me abraçou apertado e mesmo sem jeito, retribui o gesto.

— Alice tinha razão! Você é uma pessoa boa — murmurou, quando desfez o abraço.

Com essa eu tive que rir. Ele ficou me olhando por algum tempo e eu vi certo brilho em seu olhar. Brilho de esperança. Fiquei feliz em ter ajudado a colocá-lo ali.

— Obrigado — sussurrou rouco e eu me perdi na gratidão de suas palavras.

[...]

O meu sono tranquilo foi interrompido quando escutei risadinhas e mãos me cutucando. Resmunguei algumas vezes para ver se me deixavam em paz, porém não surtiu muito efeito.

— No três — escutei a voz de Emmett sussurrar — 1, 2, 3... ACORDA PREGUIÇOSA! — gritaram em coro e riram.

Abri os olhos minimamente só para ver as minhas pestes preferidas amontoadas em cima da minha cama e ainda mais com o boboca do meu irmão de brinde. Dei um sorriso mínimo.

— Ow, estou com sono. Deixem-me dormir — fiz charminho, colocando um travesseiro no rosto.

— Já são onze horas da manhã. Não acha que já dormiu o suficiente? — Emmett indagou divertido.

Em um ímpeto, sentei-me na cama e me senti um pouco tonta.

— OMG! Porque não me acordaram antes?

— Você estava tão bonitinha dormindo, não queríamos acordar — Peter explicou e Liam deu uma risadinha sapeca.

Semicerrei os olhos.

— O que vocês estavam aprontando?

— Nada — Liam se fez de desentendido.

Cocei meus olhos e assim que minhas mãos entraram em contato com o meu rosto, percebi uma coisa pastosa nele. Corri até o banheiro e olhei-me no espelho, constando que minha cara estava melada de creme dental.

— ACHO QUE ESTÁ MUITO CEDO PARA ME FANTASIAREM DE PAPAI NOEL! — gritei. Segundos depois, escutei as risadas das cinco crianças.

Sim, cinco, porque meu irmão conta na equação.

— Ah, ficou gatona, formiga — zombou Emmett.

Tirei aquela palhaçada do meu rosto e aproveitei para escovar os dentes e tomar um banho. Já higienizada, escolhi uma roupa qualquer e vesti. Deixei meus cabelos soltos e voltei para perto da cama.

— Posso saber a que devo a honra de encontrar minhas pestes no meu quarto? — coloquei a mão na cintura.

— Nós queremos falar sobre aquele planinho com você — Mel piscou um olho e eu entendi do que ela falava.

Emmett fez cara de perdido.

— Vocês não me contaram esse detalhe — ele fez um biquinho, emburrado.

— Ow, tio Emm, logo você descobre — Lily o consolou.

Abri a boca levemente.

— Desde quando vocês são íntimos? — pisquei os olhos.

— Desde quando senhorita estava roncando nessa cama — falou Lily.

— É. O tio Emm nos ajudou com o café da manhã e nos levou para dá uma voltinha com o Snoop — explicou Liam.

— Bella, você é doidinha. Como colocou um cachorro para dentro de casa se é proibido? Ai é demitida e não sabe o porquê — meu irmão fazia uma cara fingida de reprovação.

Atirei uma almofada no rosto dele e o boboca abriu um sorrisão.

— O tio Emm foi muito legal, mas está na hora dele ir dá uma voltinha. Xô, xô — expulsei.

— Poxa, formiga! Quero ficar! Juro que me comporto — beijou os dedos.

— Nada disso. Rapá fora moleque.

Ele fez uma carinha de cão abandonado, só que não me comoveu.

— Vá encher o saco de Rosalie — sugeri.

Ele abriu um sorriso malicioso.

— Sabe, isso não é uma má ideia — piscou um olho e saiu confiante.

Revirei os olhos, fechando a porta. As crianças encaravam-me, sentadas na cama.

— Realmente, vocês são irmãos — afirmou Mel.

— Doidinhos de pedra — gargalhou Lily.

Sorri de canto.

— Fazer o que — dei de ombros.

— Deixando o papo de lado... Já bolei o nosso plano — animou-se Mel.

— Conta — pedi, mordendo os lábios e me juntando a eles.

Mel contou todas as suas artimanhas e eu fiquei impressionada com as ideias da garotinha.

[...]

Antes de colocarmos o plano em ação, decidi ir comer alguma coisa na cozinha, pois estava mortinha de fome. Comi uma maçã, tomei um iogurte e mordisquei mais umas coisinhas ali e aqui. As crianças já tinham ido para a praia, afinal, todos estavam lá, pois segundo Lily, o seu vovô, o seu papai, o tio Jazz e o tio Emm iam jogar frescobol e todos estavam animados para assistir. Confesso que me surpreendi quando soube que o senhor Cullen estaria jogando. Acho que a conversa que tivemos ontem surtiu algum efeito.

Como ofereci a minha ajuda, combinei a primeira ação para ele se reaproximar dos filhos: A apresentação de balé de Lily. O Cullen me garantiu que ia fazer de tudo para está lá e eu gostei da sua atitude. Talvez o chefinho pudesse se tornar um bom amigo.

De estômago cheio, caminhei até onde todos estavam olhando o jogo dos homens, e como Melanie dissera, Tanya estaria sobre a sua toalha, em um canto mais afastado, tomando um banho de sol.

Lily e Liam chegaram sorridentes perto de mim.

— Já cuidamos do moleque — anunciou Lily.

— O que fizeram com ele? — fiquei de fora desse fato.

Eles trocaram um olhar cúmplice.

— Ah, só o trancamos em um dos quartos. Com a boca bem fechada — Liam deu de ombros, como se aquele fato não fosse nada.

Eu ri. Aqueles gêmeos sabiam ser do mal. Com certeza, era aquela parada sinistra de ligação.

— Então, vamos continuar a primeira etapa? — alonguei minhas pernas.

— Agora! — exclamaram juntos fazendo um toque com as mãos.

#11h40# 1º Etapa: Areia x bolada x ice cream and chili

Melanie estava próxima a Tanya ‘’fazendo’’ um castelinho de areia, enquanto Liam, Peter, Lily e eu estávamos um pouco mais afastados ‘’brincando’’ de bola. Assim que Mel piscou um olho (nosso sinal), vi que a primeira parte do plano iria entrar em ação. ‘’Sem querer’’ a pequena peste jogou uma pá de areia na branquela que estava a fim de virar uma lagosta.

Percebi que ela fez uma careta enquanto se sentava e tentava tirar à areia do seu corpo.

E foi aí que entramos em ação. Com uma sacada perfeita, Peter jogou a bola em cheio na cara da mocréia. Se os óculos não quebraram, não me chamo Isabella. Seguramos a risada, pois tudo tinha que ser um ‘’acidente’’, ou ‘’não foi nossa culpa’’.

— Desculpa Tanya — pediu Lily com a maior cara de anjinho, piscando os olhos — O Peter é muito lesado — ela deu uma tapa na cabeça do irmão que protestou.

Ela suspirou e forçou um sorriso.

— Tudo bem querida.

Argh!

— Podemos te pagar um sorvete para se desculpar? A gente ficaria melhor assim — Peter fez uma voz mansinha.

— Tudo bem — ela disse um pouco desconfiada. As crianças correram em direção a uma barraquinha de sorvete próxima.

— Deveria ter mais cuidado com as coisas que eles fazem — repreendeu Tanya.

Semicerrei os olhos e dei um sorriso sarcástico. Pena que a lesada não percebeu.

— Não posso controlar o destino da bola, senhorita Denali. Ainda não tenho esse dom — falei com a maior educação possível.

Ela bufou e as crianças voltaram com o sorvete.

— Aqui tia Tanya — Liam brincou com o fogo.

A loira soltou um gemido de desgosto, mas pegou o sorvete da mão da criança. Despedimo-nos com um tchauzinho e a última coisa que escutei antes de entrar em casa foi o grito da cobra.

Isso é que dá tomar sorvete com pimenta.

#13:30# 2º Etapa rã x xampu vermelho

Depois do almoço, todo mundo gosta de descansar, certo? Então, antes de todos irem almoçar, fui com Mel ao quarto onde o senhor Cullen estava com a putanya, ops, Tanya hospedados. Mel como uma boa criança arteira, trouxe um da sua coleção de xampus que colorem o cabelo e Liam arrumou uma rã.

Bom, a ideia da rã foi minha. Só Deus sabe o quando fiquei assustada com aquele bicho dentro da minha saboneteira, então faríamos o mesmo com a loira.

Esperamos todos se recolherem para os seus quartos para ficarmos a espreita na porta do quarto.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH — quando o grito ecoou alto dentro do cômodo, foi impossível não rir.

Faria de tudo para ver a cara da bruxa.

O que foi? — escutei a voz preocupada do Cullen.

Um-um, sa-sa-po — murmurou Tanya.

, sua burra — resmungou Liam.

— Rã, Liam. Rã — corrigiu Lily aos sussurros.

O garotinho fez cara de desdém. Eu ri baixinho da forma fofa que ele falava.

Fica calma. Vou buscar alguma coisa para tirá-lo daí — garantiu Edward.

Opa! Hora de se mandar. Rapidinho, entramos no quarto que eu estava com Emmett, que ficava ao lado, coincidentemente.

#19:00# 3º Etapa: Blargh!

Era hora do jantar e todos começavam a descer e se acomodar na sala de jantar. Fiquei nas escadas esperando o nosso motivo de zoação descer e quando fez o feito, tive que me esconder para não rir.

Parecia que o cabelo loiro e esbelto de Tanya estava pegando fogo de tão vermelho.

— Oh! — Alice exclamou, chocada, quando a viu — O que foi isso no seu cabelo?

— Não sei — choramingou — Alguém trocou meu xampu.

— E quem será que foi?

As duas olharam sugestivamente para mim. Assobiei, distraída com a arquitetura da casa. Realmente, aquela casa era sofisticada. Toda trabalha em tons claros e com poucas curvas. Havia algumas pilastras e muito espaço na sala, sem falar na enorme janela que dava uma visão privilegiada da praia.

— Isa! — gritaram as crianças entusiasmadas, descendo as escadas para me abraçarem.

— Oi pequenos — pisquei um olho e apontei, disfarçadamente, para Tanya.

Eles a olharam e caíram na risada. Vi que até Alice reprimia uma risada. Chateada, a loira, não-tão-loira, bufou e andou a passos firmes até a sala de jantar.

— Vocês não prestam — falou Alice.

— Nem um pouco — sorri matreira.

Antes que pudéssemos ir para sala de jantar, Emmett chegou próximo a nós – juntamente com Rose – rindo mais que uma hiena.

— Que isso! Tanya parece uma lagarta de fogo! — caçoou aos sussurros.

— Foram vocês? — Rose perguntou um pouco chocada.

As crianças e eu demos de ombros.

— Do que riem? — perguntou o senhor Cullen, aproximando-se de nós.

— Do cabelo da sua noiva — Emm explicou — Desculpa, mas está engraçado.

O Cullen revirou os olhos.

— Tanya não olha a embalagem das coisas antes de sair comprando, aí da nisso.

— Vamos deixar o cabelo da Tanya para lá e vamos jantar — falou Alice — Preciso alimentar mais dois além de mim — afagou a barriga.

— Vamos comilona — brincou Rose, colocando seu braço agarrado ao de Alice.

Sentamo-nos a sala de jantar e como combinado, Lily ficou próxima a Tanya. A loira deu até um sorrisinho, satisfeita, pensando que minha pequena estava querendo se aproximar.

Otária!

Todos começaram a comer em meio às conversas e, disfarçadamente, Lily pegou uma azeitona em um os pratos ali perto.

O propósito? Simples! Se Lily comer azeitonas ela vomita. O motivo? Ela não gosta de azeitonas e até tem nojo delas. Com muito esforço, a garotinha mastigou e nem deu tempo de engolir o troço e foi logo vomitando em cima de Tanya.

Pela expressão de Tanya, pude visualizar uma panela de pressão prestes a explodir. Na cara de pau, Liam, Peter e Mel começaram a rir.

— Eu desisto! — exclamou, jogando o guardanapo no chão. Todos da mesa se concentraram nela, totalmente calados. — Vou embora. Não aguento mais tanta humilhação — pegou na mão do filho e saiu o arrastando da sala de jantar, mas antes de ir...

— Quando você chegar a Nova York conversaremos, Edward — ela lançou um olhar ameaçador para o Cullen chocado.

— Pestes! — resmungou Ethan, antes de sumir com a mãe.

— Tanya... — começou Edward, saindo do transe e foi em busca da loira.

Assim que os três sumiram de vista, todos – todos mesmo – olharam para Lily em tom de reprovação. Ela se sentiu acanhada e baixou rosto, porém, foi pega de surpresa com os sons das risadas.

Lancei um olhar para Lily que correspondeu com uma piscadela. É, nós sabemos expulsar uma pessoa.


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Notas finais do capítulo

Na primeira postagem, esse capítulo tinha sido dividido em dois, porém, resolvi deixar em um só, pra ficar um mega capítulo :). Então, o que acharam desse capítulo? Na lista dos meus favoritos também! Deixe sua opinião na linda caixa aí embaixo.
Beijo e até a próxima!