Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 10
Forastiere


Notas iniciais do capítulo

Mais aventuras.
Vamos lá



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Bella tinha descoberto um banheiro no quarto. Ela resolveu tomar um banho para se sentir mais relaxada e segura de si. Estava na banheira de olhos fechados, as mãos para fora e em uma delas havia o frasco com a poção feita por Nina e Rachel. Ela estava lembrando de momentos felizes da sua vida. A sua infância foi muito divertida com a presença dos Cullen. E quando cresceu, ficou feliz por estar com Damon. O beijo após o seu afogamento na praia. Aquele beijo próximo a lareira, estava sob os cobertores dele e logo em seguida em seus braços. Ela abiu os olhos e bebeu todo o liquido do frasco. Seu tempo estava contado.

Ela levantou e se enxugou fora da banheira. Logo estava novamente no quarto e já com os cabelos secos, vestia o vestido azul que lhe deram. Não queria ficar desconfortável aquele dia, então simplesmente usou pôs novamente seu allstar cinza. Penteou seus cabelos e olhando para o espelho sentiu que fazia a coisa certa. Não usava acessório algum, apenas o seu relicário que tinha entre os dedos agora.

– Damon... – Ela fechou os olhos e sentiu-se tonta imediatamente. Abiu os olhos assustada e procurou o apoio da cama. – Não tão rápido. – Ela começou uma sequência de respiração e melhorou. – Estou bem, eu ainda estou bem. – Ouviu uma batida na porta.

– Bella, sou eu. – Era a voz de Edward. – Ela foi abrir a porta com seu equilíbrio restaurado. Edward arregalou os olhos ao vê-la. – Essa cor é mesmo maravilhosa em sua pele. – Ela sorriu e notou que ele estava vestido a caráter. E estava lindo em seu terno escuro.

– Você está muito bem neste terno. – Ele sorriu.

– Permaneça calma, não terão muito deles. E Carlisle, Emmet e eu estaremos lá.

– Não estou assustada. Estou bem. – Ele assentiu e ofereceu o braço que ela aceitou. Mas depois de dar dois passos ela o fez parar. – Amo você e amarei eternamente, Edward. Então viva para sempre. Promete? – Ele sorriu com aquelas palavras.

– Sim.

Novamente usaram o elevador. Bella não saberia andar por aqueles corredores sem se perder se a deixassem sozinha. Ainda bem que o Edward estava ali com ela. Chegaram a um espaçoso salão, novamente com uma ostentação agressiva. Detalhes no que parecia ouro, grande lustre, estatuas e quadros de pintores famosos e Bella não tinha dúvidas de que eram os originais. Uma grande mesa de madeira talhada estava diante dela. Ela viu Aro, Marcus e Caius e logo Emmet lhe abraçava apertado assim como o Carlisle.

– Bella, você está realmente bem? – Carlisle mantinha as mãos em seus ombros. Ora como aquilo era reconfortante naquele momento.

– Sim, estou com vocês. Está tudo bem e continuará bem. – Carlisle beijou-lhe o rosto e a conduziu a mesa. Aro ergueu-se e os outros vampiros fizeram o mesmo.

– Isabella, você está fabulosa neste vestido. Edward realmente tem razão quanto essa cor em sua pele branca.

– Você é muito gentil, Aro.

– Deixe-me apresenta-la aos meus mais adorados súditos. Estes são Jane e Alec.

Os dois que pareciam uma cópia exata de si mesmos olharam para ela curiosos, mas com certo distanciamento. Jane tinha olhos duros assim como seus lábios finos. Os dois possuíam cabelos louros.

– E aquele que já viu algumas vezes é o Demetri. – Ele acenou para ela sorrindo. – Por favor, agora sentem-se. Bella sentou-se o mais longe dos três maiores vampiros. Edward tinha feito com que se sentassem ao seu lado.

– Ela parece uma reles humanazinha. – Jane não parava de olhar para Bella.

– Não seja tão mal-educada e ranzinza, minha pequena Jane. Isabella é muito mais do que apenas uma humanazinha. Lembre-se que foi o que enxerguei em você, mesmo ainda sendo humana que me fez trazê-la para mim.

– Mas ela ainda é humana. Quando a transformará?

– Isso é assunto nosso, Jane. Porque não aprecia a sua bebida? – Ele encerrava aquele assunto com ela. – E como estava me dizendo, Carlisle? – Ele voltou a olhar para Carlisle.

– Emmet por enquanto voltará para Forks e avisará sobre nós para os outros. Enquanto isso gostaria de pedir mais um tempo da ótima hospedagem aqui na mansão.

– Mas isso não é maravilhoso, irmãos? – Aro sorriu para Bella. – Adoraríamos tê-los conosco mais algum tempo. Isso também parece uma boa reação e aceitação por parte de vocês sobre a Isabella ao nosso lado.

– Eles não poderiam discordar. – Caius apenas falou enquanto bebia do seu cálice.

– Não, não poderiam. – Aro riu. - Um outro vampiro que Bella não conhecia apareceu, com uma grande bandeja de prata e dispôs em sua frente pratos, talheres e taças, além de guardanapos. – Este é o Santiago. – Bella ficou impressionada com o porte físico dele, parecia muito com o Emmet.

– Olá. – Bella se sentiu um pouco intimidada com o olhar dele e foi desperta pelo som da gargalhada de Aro.

– O que eu vejo é que existem vampiros que precisam de pouco menos de um minuto para se encantar com a nossa doce Isabella. Traga-lhe logo o alimento, Santiago. E depois disso, saia daqui para seu próprio bem. – Aro pareceu feroz. Bella ficou um pouco sobressaltada com aquilo e novamente ficou tonta. Via tudo girar a sua volta. – Isabella, você está tão quieta. – Bella tentou se manter firme. Ainda não era o momento de desabar.

– Estou apreciando a conversa. Mas gostaria de dizer que essa mansão é simplesmente fabulosa, Aro. Sabe a época que foi construída? – Ele sorriu gostando de sua conversa.

– Sim, sou mais velho do que ela. Eu mandei construí-la. Tem em torno de 600 anos e tentei manter as coisas mais ou menos intocáveis desde então. É claro que alguma modernidade teve que entrar.

– É um lugar fabuloso.

– Vê, Edward? Isabella gosta da mansão e quer ficar.

– Eu ainda acredito, Aro que possa considerar o que lhe propus. – Aro bebeu de uma só vez o sangue em seu cálice.

– Isabella, veja só como parece um desperdício. Edward Cullen veio a mim esta tarde para propor que o mate no lugar de tê-la aqui conosco. Como se você estivesse sendo mantida a força.

– Isso nunca, Edward.

– Eu tive que tentar. – Ele virou para Bella com os olhos arregalados, parecendo desesperados. – Seus tios estão te esperando em Forks, dissemos que iriamos leva-la. Sua casa não é aqui.

– Agora será, Edward. Se quiser ir embora, vá, mas eu ficarei aqui.

– Você deve estar enfeitiçada! Sempre tem que ser do seu jeito? – Edward estava transtornado e alterava a voz.

– Não, era sempre do jeito de vocês, todos vocês! Porque a Bella deveria ser protegida, mas agora isso acabou. Eu os libero disso! E sim, será do meu jeito agora.

– Então tudo o que queria era ficar longe de nós?

– Você sabe que não. Sabe que amo vocês. – Bella estava chorando? Droga! Sua garganta ardia, ardia muito. Ela bebeu da agua que lhe estava sendo servida. Nem tinha percebido que Santiago a estava servindo. Olhou para todos os vampiros ali, estavam todos intrigados com a cena, menos Carlisle e Emmet que pareciam tristes.

– Deixe-me tentar então. – Edward continuou mais tranquilo.

– Não a custo de sua morte. Não há negociação aqui, Edward.

– Ótimas palavras. Não há negociações. – Aro continuou. – Isabella, por favor, espero que goste deste alimento. – Bella assentiu e percebeu que aquela massa parecia saborosa, mas não estava com fome. Ela espetou a comida com o garfo.

– Coma. – Edward ordenou ao seu lado.

– Irá transformá-la? – Carlisle perguntou.

– Devo, são as regras.

– Então ocorrerá em breve.

– No tempo certo. – Aro foi vago.

– Os tios devem querer vir ficar com ela antes do momento. E ainda há o Damon. – Aro sorriu.

– Claro, sob nossas regras, eles serão bem-vindos. Mas a Isabella Salvatore de hoje e para sempre não é mais propriedade nem dos Cullen e nem dos Salvatore. Espero que compreendam isso.

– Ela nunca foi a nossa propriedade. Ela é a nossa família, Aro. – Carlisle replicou.

– Sim, família... – Aro parecia devagar e depois de um segundo seus olhos encontraram os de Bella e ela viu quando ele olhou para a Jane a assentiu levemente.

– Aro, não! – Edward ergueu-se puxando a Bella para junto de si.

– Edward! – Carlisle também se aproximou assim como Emmet.

– Jane. – Edward falou angustiado então todos olharam para ela que parecia frustrada. Aro bateu palmas.

– Você sabia que isso ia acontecer. – Caius disse sem humor algum.

– Esplêndido! O poder da Jane, Isabella, é de criar ilusão de dor na pessoa que ela se concentra. E nada aconteceu com você. Você é um escudo excelente.

– Não faça mais isso. – Edward ameaçou.

– Mas eu tenho que fazer e farei, porque como eu disse, Isabella é nossa. Alec, faça. – Edward se desvencilhou de Bella e avançaria em Alec se não fosse Emmet segurá-lo. – Está vendo? Nada novamente. Alec, paralisa todos os sentidos de sua vítima. Novamente, seu desempenho foi nota 10. Agora sentem-se todos antes que eu fique mal-humorado. – Carlisle obrigou Edward a sentar.

– Aro, por favor, peço que avise a Bella antes de ser testada assim.

– Tudo bem, Carlisle. Talvez tenha sido precipitado. – O coração de Bella estava disparado, mas o que a incomodava era que sua respiração parecia ficar suspensa as vezes. E a sua garganta ainda ardia. – Isabella, perdoe-me, sim?

– Claro.

– Agora podemos ser amigos, Edward. – Ele falou. Bella viu que Emmet bebia o seu sangue e fazia careta.

– Emm, qual o problema?

– Sangue de javali. Sinto falta do sangue de urso.

– Logo estará em casa e pegará seus ursos. Espero que pegue um grande em minha homenagem.

– Claro, Bellinha.

– Você irá para casa também, não sei quando, mas irá. – Edward falou ao seu lado. – Agora por favor, coma. - Ela se obrigou a comer, sob os olhares dos vampiros ali, mas não comeu tudo. Sua garganta estava fechando, sentia frio por todo o corpo e sua cabeça estava leve como se sua pressão estivesse baixa. Ela estava fraca e talvez pálida.

– Temos sobremesa para você. – Aro falou.

– Oh, desculpe, mas terei que dispensar. Sinto-me satisfeita.

– Você parece pálida, Bella. – Emmet percebeu. Ela franziu o cenho. Sentia que podia desmaiar.

– Bella, sente-se mal? – Carlisle perguntava enquanto Edward pegava o seu pulso.

– O pulso dela está fraco. – Sua garganta estava fechando, não respirava, ela estava caindo. Edward a segurou, não via mais com tanta clareza. Ouvia seu peito chiar, estava deitada ao chão, sua cabeça apoiada por Edward.

– Parece uma reação alérgica. – Ouviu Carlisle falando. Bella segurou sua garganta, estava difícil respirar. Era para ser daquele jeito ou ela estaria morrendo de verdade? Viu Emmet com seu prato e cheirava o conteúdo dele.

– O que colocaram na comida dela? – Ele perguntou feroz.

– Emm, por favor, acalme-se. Temos que leva-la a um hospital. – Carlisle ergueu-se e segurou seu ombro. – Aro, por favor, precisamos de um carro.

– Viva para sempre. – Ela conseguiu falar mesmo sem respirar direito. Ele pareceu ainda mais angustiado.

– Não sem você, não sem você.

– Você... você prometeu.

Bella não ouviu mais nada, apagou por alguns segundos. Quando acordou novamente estava num carro em movimento. Edward ainda estava com ela. Ele aprecia enlouquecido.

– Permaneça acordada dessa vez, já chegamos. Vamos cuidar de você.

– Vamos Edward. – Ouviu a voz distante de Emmet. Apagou novamente e quando recobrou a consciência foi por pouco tempo novamente, mas viu os três com ela. Ela estava em uma maca, podia perceber e depois a escuridão total.

***

– Está na hora. – Nina desligou o telefone depois de falar em italiano a frase que Bella havia ensinado e que seria o código para começar a ação do seu contato no hospital.

– Vamos, vovó? – Rachel parecia ansiosa.

– Sim, vamos. – Elas seguiram pelos corredores, ambas vestidas como as enfermeiras ali. Passaram por Edward e Emmet e abaixaram a cabeça nesse momento para não serem vistas.

Apenas Carlisle estava com ela, seria muito mais fácil do que tinha imaginado. Estavam relatando a hora do óbito dela. Carlisle parecia arrasado, petrificado com a dor. Edward tentava retornar diante do corredor, Emmet o segurava. Os dois se abraçaram. Carlisle saiu, provavelmente para falar com eles. Elas seguiram e sabiam que quando o corpo fosse movido, haveria a troca. Elas tinham que esperar.

***

– Bella! Bella! – Edward estava diante dela e a sacodia levemente. Ele estava chorando assim como os outros dois.

– Edward, ela se foi. Ela se foi. – Carlisle dizia a ele.

– Princesa... – Ele a beijou nos lábios.

– Vamos leva-la para casa agora. – Carlisle disse triste. – Emmet, vá até a mansão. Avise o que aconteceu e sobre a nossa decisão de leva-la para casa. Não podem negar isso. Pegue nossas coisas e faça de tudo para nos colocar no próximo voo.

– Sim. – Emmet apenas balbuciou e tocou na mão de Bella antes de ir.

– Edward, irei preparar tudo para retirá-la daqui. – Edward pareceu não o ouvir, mas Carlisle o deixou.

– Bella, eu te amo. Desculpe... Por Deus, você como isso aconteceu? – Edward pegou a sua mão e a beijou repetidas vezes. – Desculpe, desculpe...

Edward saiu do quarto, o corpo de Bella seria transferido de ala até que fosse liberada. Tentou não imaginar para onde iriam leva-la.

Lá, o contato de Bella a estava esperando com sua cúmplice, uma enfermeira. Eles fizeram a troca dos corpos. Como Bella havia deixado claro, apenas deixaram com ela o relicário. Minutos depois Bella estava sendo levada para os fundos discretamente e o mais rápido possível.

O carro que a levaria já estava lá. A colocaram dentro com a ajuda de Nina e Rachel. Rachel pegou o dinheiro em uma pequena bolsa e pagou o restante do acordo. Eles se despediram com acenos breves. Rachel foi para trás com Bella, apoiando a cabeça dela em seu colo. Nina assumiu a direção.

– Ela parece morta de verdade. – Rachel sinalizou e Nina começou a mover o carro.

– Dê-lhe logo o antídoto.

– Sim, vovó. – Rachel tirou de sua bolsa um frasco idêntico ao que Bella havia levado para a mansão. E a fez beber. – Beba, beba... – Rachel guardou o frasco e esperou Bella reagir, mas ela não reagia. – Ela continua na mesma. – Rachel começou a se desesperar.

– Calma, Rachel, vamos dar o tempo dela.

– Mas e se ela não acordar? Bella! – Ela sacodiu a amiga que abriu os olhos imediatamente e começou a tossir. Rachel ficou espantada, mas feliz e começou a abraçar Bella.

– Rachel, você vai me matar. – Falou com dificuldades e Nina gargalhou.

– Bem-vinda de volta. – Nina estava feliz por ter dado certo.

Bella sentou sem acreditar que estava com elas naquele carro. Estava grogue, vestida com uma roupa de hospital, mas longe dos Volturi. Porém, também soube que estaria longe da sua família para sempre. Ela tinha renascido, ela era dali por diante uma nova Isabella, ela era Isabella Forastiere. Soava bem para a sua vida e então porque estava chorando?

– Oh, Bella. Eles ficarão bem agora. – Rachel tentou consola-la.


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