Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 9
A Mansão Volturi


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Espero que estejam gostando de verdade da história.
Claro, que houve mudanças em alguns personagens. Alguns amadureceram mais que outros. E daqui por diante, alguns podem parecer perdidos. Mas Isabella, ela é uma mulher decidida agora.
Espero que se divirtam.
Beijos e espero pelos comentários.



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– Bella! Acorde, Bella!

Bella ainda não tinha assimilado direito aquilo tudo. Tinha acordado minutos antes, usando um vestido azul, seus pés estavam descalços e sentiu a terra fofa como um travesseiro embaixo de si. Ela olhou ao redor, viu que a terra estava por todos os lados, ela estava deitada em um buraco fundo e simétrico. Ergueu-se prontamente, aquilo lhe dera uma má impressão, estava arrepiada. Como tinha chegado ali? Como sairia? Pensou em gritar, chamar por ajuda quando enfim olhou para cima.

Agora ela sabia que estava em um sonho. Era um sonho terrível. Ouvia as vozes preocupadas lhe chamando, mas não tinha forças para se desvencilhar daquilo.

– Ela está presa neste pesadelo, vó, a muito tempo.

– Ela podia ouvi-las, aquilo não ajudava em nada. Lá em cima, eles ainda estavam parados olhando para baixo, para ela.

– Acorde! – Bella ergueu-se e pôs suas mãos sobre seu peito. Estava arfando e suava. – Oh menina, você está bem? – Nina passava a mão em sua testa.

– Foi um pesadelo, Bella. – Bella olhou para Rachel naquele momento. Estava situando-se.

– Sim.... Um pesadelo. – Nina afastou-se e pegou uma garrafa d’água no frigobar e lhe entregou. – Obrigada. – Ela bebeu ávida.

– Quer falar sobre isso? – Nina perguntou.

– Damon, meus tios.... Eles choravam. Eu estava morta, eu os vi de dentro de um buraco, era o meu túmulo.

– Shiii... – Nina sentou ao seu lado e a abraçou. - Não pense nisso.

***

Foi impossível dissuadir as duas de estarem no Bistrô, mesmo em outra mesa. Elas estavam definitivamente camufladas em suas roupas pesadas, cachecóis, boinas e óculos.... Camufladas para um humano. Bella não tinha tanta certeza quanto a eficiência daquilo para vampiros antigos.

Tinha pedido um café, ela estava tomando gosto para aquela bebida. Decididamente um costume de pessoas mais velhas. Para qualquer eventualidade o café era um bom companheiro, nada mais do que isso desceria em seu estomago. Era uma bebida reconfortante, não era?

Suas mãos estavam frias. Seria porque realmente a temperatura abaixara aquele dia? Bella não poderia se enganar, ela estava muito nervosa. De repente, lembrou-se do sonho e de estar deitada em seu túmulo. Isso poderia realmente acontecer, não poderia se enganar.

De repente ela viu três homens de estatura mediana e usando ternos que pareciam caríssimos no recinto. Todas as cabeças voltaram-se para aqueles homens. Pareciam pessoas muito importantes e tinham um magnetismo incomum. Bella teve a certeza de que se tratava do Clã Volturi. Um deles, de cabelos castanhos na altura dos ombros olhou diretamente para ela. Ergueu as mãos até os lábios como se estivesse surpreso. Bella achou que seus lábios se moveram rapidamente e então os outros dois olharam para ela.

Bella tentou sustentar o seu olhar. O louro definitivamente parecia enojado com ela, mas o outro, ele parecia desconcertado. Aquilo não demorou muito, todos eles se recompuseram e caminharam elegantemente até ela. Era normal seu coração batendo daquela maneira, mas não queria que eles ouvissem aquilo.

– Isabella Salvatore? – Bella assentiu. – Por favor, permita que nos apresente. Sou Aro Volturi. – Ele pegou em sua mão e quase não pode evitar a ansiedade que isso lhe causava. Ela sabia que ele lia todos os pensamentos que a pessoa já teve apenas com um toque. Bella temeu por alguns segundos por esse fato sentido a pele fria e lisa dele. – Esplêndido.... Não vejo nada, nada... – Ele soltou a sua mão e olhou para os outros um pouco perdido em pensamentos. – Este é Marcus e Caius. – Ele mostrou os outros membros que apenas acenaram brevemente para ela antes de sentarem assim como Aro.

– Quero agradecê-los por terem vindo. – Bella falou pausadamente observando a reação de cada um. A garçonete atenciosa veio a mesa.

– Bom dia. Deseja algo senhores? – Aro ainda se demorou olhando para Bella e só depois respondeu a garçonete.

– O que está bebendo, Isabella?

– Um expresso.

– Traga-nos três desses. Deseja outro, Isabella? – É claro que aquilo só era um disfarce.

– Ainda tenho o meu, mas obrigada. – Bella bebericou e sorriu para a garçonete agradecida.

– Então apenas isso, linda dama.

– Pois não, com licença. – Ela afastou-se para preparar a bebida.

– Isso, não é divertido, Marcus, Caius? – Aro sorriu. Era um sorriso contido e inteligente. Seus olhos não negavam a curiosidade em vê-la. – Você é muito corajosa. E é linda, sem dúvidas uma das humanas mas lindas que já vi. Se fosse uma de nós, seria deslumbrante, nenhum humano seria capaz de negar qualquer coisa a você. Talvez, nem mesmo os vampiros. Talvez não precise disso, não é? Você é deslumbrante nessa forma. A prova disso somos nós mesmos. Estamos aqui sem nem ao menos tê-la visto pessoalmente. Embora tenha que admitir que já a vi repetidas vezes nas lembranças dos Cullen, nossos hospedes maravilhosos. E agora que te vejo pessoalmente, não sei se poderia negar algo a você. – Bella ficou sem jeito com o que tinha escutado, não esperava por aquilo. No entanto, sabia que Aro estava exagerando quando falava de não lhe negar nada. – Veja, estou tagarelando, mas foi você quem pediu essa audiência.

– Obrigada.

– O que te fez marcar conosco sozinha?

– Deve ter perdido a noção do perigo. – Caius falou mais para os seus companheiros do que para ela, mas ele também carregava no olhar a curiosidade.

– Acabemos logo com isso. - Marcus falou impaciente, parecendo ser um esforço enorme permanecer ali.

– Acalmem-se. Não é todo o dia que nos deparamos com uma geradora e tão jovem... – Bella pensou que tinha visto Aro salivar. – Marcus... Olhe para ela.

– Devemos resolver a situação, Aro. Sem rodeios. – Marcus na verdade olhou para Aro e não para Bella. Aro por sua vez riu divertido.

– Está vendo isso, Caius?

– Já vimos isso antes. – Caius sorriu enojado. O que aquilo significava? Os expressos chegaram e se foram e eles permaneceram calados até ficarem a sós novamente.

– Ora Caius, não vê que são situações diferentes e pessoas diferentes? Isabella veio a nós de livre e espontânea vontade. Uma garota humana sozinha com três vampiros. – Ele sorriu. – Ela tem um talento e tanto. É um escudo, não é mesmo? E está aqui sozinha com três vampiros. Permita –me dizer que esse lugar, esses humanos aqui presentes não significariam nada se realmente quiséssemos fazer algo. O tempo nos dá muitas vantagens, como a discrição.

– Conviver com vampiros deve ter corrompido o seu julgamento, caro Aro. – Caius disse.

Aro olhou para Bella que não tinha se alterado em nada.

– Mas você sabe, não sabe? E está tranquila com isso. – Bella bebeu do seu café e Aro pareceu intrigado com aquele gesto despreocupado. Nenhum deles havia tocado nas xícaras a sua frente. Para que? – Pediu que viéssemos aqui por causa dos Cullen? E porque veio sem mais ninguém? – Aro perguntou para ela como se não tivesse escutado o que Caius dissera.

– Por minha família. E pedi esse encontro fora da morada de vocês porque sei a natureza da minha família. Eles não permitiriam que ficássemos a sós. São muito protetores.

– Sua família? – Aro perguntou olhando relance para os outros dois ao seu lado. – E quis evitar um desentendimento entre nós... – Aro olhou novamente para seus irmãos. – Foi muito ruim convencer o Edward a não vir. Ele está ficando muito genioso. Talvez o amor faça isso. E o coração dele estava tão esperançoso com aquele beijo... – Bella abriu a boca horrorizada com a sua intimidade ali exposta. – Desculpe, querida. Ás vezes digo o que me vem à cabeça.

– Estou aqui para interceder por eles. – Bella decidiu ignorar aquilo. - Estou aqui para convencê-los de que eles nunca colocaram a espécie de vocês em risco. Os Salvatore me criaram, faço parte da família humana da Helena. Foi uma questão de honra para ela criar a filha de sua irmã, mas mesmo ela e o Stefan sempre me alertaram a nunca mencionar a existência de vampiros. Sobre eu ser uma geradora, não sabíamos disso até pouco tempo.

– Quantos anos tem Isabella?

– 16. – Bella não entendeu a pergunta dele, mas respondeu.

– Ela é um filhote de humanos. – Caius disso.

– Mas já pode procriar. – Aro continuou.

– Eu não sou um filhote e não sou um animal para procriar! – Eles foram pegos de surpresa com a resposta dela. – Quero resolver essa situação assim como vocês. O que é necessário para que libertem os meus amigos?

– Ah, tudo o que vi sobre você nas lembranças deles. Não faz jus, Isabella. E entendo a posse que eles sentem por você. Mas como você pode se importar tanto com séries como nós?

– Eles são a minha família.

– Não pode de verdade salvá-los. Eles sabiam das regras. Serão julgados e quem sabe podem receber um castigo leve por pelo menos não saberem a sua natureza. Mas sobre criar uma humana.... Isso pode levar um ou dois deles a morte. Temos que manter a ordem. Sobre o Klaus, nós os perdoamos. Achamos que foi legitima defesa.

– Há algo que possa reverter a decisão? Talvez, se eu me entregar.

– Isabella, não seria necessário que se entregasse. Nós a pegaríamos quando fosse necessário. Mas nos poupou tempo vindo até nós.

– Aro, você está falando sobre me matar. Eu entendo isso. Não podem arriscar que uma nova espécie surja, quando não sabem o que isso pode significar para a sua própria espécie.

– Prossiga. – Ele pediu cruzando os dedos das mãos diante do queixo.

– Estou propondo que me coloque no lugar de qualquer outro Cullen ou Salvatore que possa querer em sua guarda ou que queira matar. Não vê as possibilidades? Poderia me manter humana até bem desejasse, poderia me transformar ou não, mas saberia que a maioria deles ou talvez todos eles voltassem e escolhessem permanecer em sua guarda apenas para ficar ao meu lado.

– O amor... – Ele disse novamente. Caius e Marcus se entreolharam.

– Eles iriam para onde eu estivesse e se eu estiver com vocês por espontânea vontade, eles fariam o mesmo. Pense só, seria uma grande revolução em sua guarda com todos aqueles vampiros talentosos... Os Cullen e Salvatore. Só precisam liberá-los e depois eles voltarão.

– Não é como se nunca houvesse pensado nisso. – Ele sorriu. – E tem você. Humana é um perigo, até eu confesso que me sinto um pouco atraído. Mas é um escudo com potencial mesmo assim. Imagine se transformada.

– O que está pensando, Aro? – Perguntou Caius preocupado.

– Que seria ótimo tê-los todos conosco, sem precisar matar nenhum deles. Todos são valiosos. E eu estou tão curioso em conhecer os Salvatore. São nossos compatriotas.

– Aro, temos que conversar sobre isso. – Caius avisou.

– Sim, sim, conversaremos. Isabella não é inteligente? Bella... – Ele a olhava deliciado. Ele olhou rapidamente para Marcus. – Essa não é realmente poderosa em seu fogo? Somos os vagalumes... – Ele ria. – Ela nos arrebata, não é mesmo?

– Tenha cuidado com isso. – Caius falou.

– Mas eu tenho, tenho sim. – Ao respondeu.

– Temos que ir, Aro. Devemos conversar. – Caius insistiu.

– Sim. Isabella, amanhã neste mesmo horário retornaremos para lhe dar uma resposta.

– Ficarei aguardando.

– Até mais, Isabella Salvatore. – Aro pegou a sua mão novamente e a beijou. Eles levantaram e caminharam até a saída, mas antes de passar pela porta, Marcus olhou para ela novamente com o rosto vincado.

Imediatamente Nina e Rachel sentaram onde antes estava Aro e Caius. Pareciam ansiosas e falavam sem parar. Bella não entendia quase nada.

– Parece que está tudo seguindo o plano. – Ela começou a contar toda a conversa. Mas guardou para si a impressão que Marcus havia lhe deixado. Parecia que ele não gostava da ideia de tê-la entre eles, mais do que isso, ele parecia se importar.

– Bella, eles te levarão logo para a mansão deles e ficaremos sem saber de você. – Essa era a parte do plano que Nina temia.

– Ainda assim, ficará tudo sob controle.

– Se eles quiserem transformá-la antes do tempo?

– Daí, eles se machucarão. – Bella encolheu os ombros. – Bebi tanta infusão que meu sangue deve estar impregnado.

– E os outros o que farão com você e com os Cullen?

– Nina, não pode entrar em pânico. Eu preciso de você. – Bella esticou-se para segurar as suas mãos. Nina as apertou.

– Desculpe, tudo bem.

– Amanhã eles voltarão para dar a resposta. Então, ainda temos hoje para tentarmos ficar tranquilas. E pode ser muita loucura, mas podemos andar pela cidade. Não teremos muito mais o que fazer mesmo.

– Eu acho uma boa ideia. – Rachel piscou. – E, você não quis saber, mas você foi aprovada na College Disciplinary MacCall. – Bella olhou para Rachel e depois para Nina buscando a verdade naquelas palavras.

– Juram? – Nina assentiu sorridente. – Oh Deus! Que bom! O que eu faria se não fosse aceita? Onde eu moraria?

– É claro que resolveríamos isso. – Nina afirmou dando tapinhas em suas mãos. Bella sentiu-se agradecida. Teria para onde ir quando aquilo tudo terminasse.

***

Bella olhou novamente para seu relógio no pulso. Eles não estavam atrasados, mas com o ápice do seu plano cada vez mais ao alcance, sentia seu sistema nervoso sofrendo um pequeno descontrole. Naquelas últimas horas enquanto caminhava pelas ruas da cidade com a Nina e a Rachel, ela evitou pensar em seus tios, amigos e em seu namorado. Àquela altura eles já sabiam que ela estava em Volterra. E talvez soubessem também sobre ela ter conversado com os Volturi. Não queria pensar na angustia que eles estavam sentindo, nem como Damon estava lidando com aquilo. Ela ouviu um pigarrear a sua frente e piscou despertando.

– Isabella. – Aro estava ali, imponente e lindo. Ele tinha uma beleza madura e discreta, não era de se jogar fora.

– Olá, Aro. – Ela estendeu a mão para tocar na mão que ele oferecia. Novamente ele fez uma mensura e lhe beijou a mão. – Por favor sente-se. – Aro olhou para os lados, talvez para se certificar das pessoas em volta e sentou. – Onde estão Marcus e Caius? – Bella notou a ausência deles.

– Decidimos que não seria necessária a presença deles. – Decidiram? Bella sabia que era ele, Aro, quem dava a última palavra. Notara esse grande detalhe ontem quando conversaram. A mesma garçonete do dia anterior foi até eles e educadamente perguntou se ele queria algo. Aro naquele dia não aceitou nada.

– Ah, quero agradecer por ter pago a minha conta ontem. – Bella tinha ficado surpresa quando ao tentar pagar a conta, avisaram que o senhor Aro já tinha deixado tudo quitado. Aquilo a fez pensar na grande articulação que ele tinha por toda a cidade.

– Não foi nada. – Aro ainda mantinha seu olhar sereno, mas Bella percebia que ele a estava estudando e o fato dele estar sozinho significava algo.

– Tenho uma resposta?

– Sim, claro. O fato é que ainda me impressiono com a sua coragem. Não devo ficar falando de coisas que já sabe. – Ele suspirou ainda mantendo o suspense. - Nós a aceitamos conosco de bom grado. Libertaremos os Cullen assim que estiver sob nossa proteção. – Ele respirou fundo mantendo um sorriso discreto nos lábios. – Ninguém ousará tocar em você, assim poderemos controlar essa vontade inconsequente que os da nossa espécie sentem em tê-la nos braços.

– Tudo bem para mim. – Bella estava mais do que aliviada.

– Enquanto estiver conosco, sua ligação com os Cullen ou Salvatore será restrita. Não queremos fomentar ideias revolucionárias, não é?

– Claro que não.

– E em breve, eles estarão com você novamente.

– Sim. – Bella tinha ganhado. Ela tinha conseguido. Mas havia algo mais. – E estou errada em acreditar que quer falar algo mais? – Aro inclinou um pouco a cabeça para um lado como se tivesse estudando a situação.

– Você obedecerá diretamente a mim e a mais ninguém. Seremos amigos, trabalharemos diretamente. Acho que assim está claro, não?

– Não exatamente. O que isso significa? – Bella piscou tentando entender.

– Que tenho grandes planos para nós.

– Espera... – Bella passou as mãos pelos cabelos. – Quer dizer.... Isso quer dizer que quer gerar.... Quer.... Tentar gerar um... – Aro bateu palmas rindo, achando mesmo graça naquilo.

– Eu não sou bobo, Bella. Não tentarei gerar uma nova espécie contigo, se eu quisesse isso já teria feito. Porque geraria uma coisa da qual não tenho certeza que conseguiria controlar? O que seria essa coisa? – Bella respirou mais tranquilamente depois da sua resposta. – Mas existem outros pontos, por exemplo, quero inicialmente desfrutar de toda a companhia que possa me dar. Parece razoável?

– Soa como o Klaus.

– Sabe que te tratarei melhor do que Klaus. Lamentável que ele tenha enlouquecido e querido tanto gerar pequenos monstrinhos contigo. Tornou-se um perigo e teve o seu fim. Mas o que quero saber é se os termos estão razoáveis.

– Até demais. – Ela foi sincera sem querer. Ele pareceu não se importar. – E depois?

– Depois você saberá quando chegar o momento.

– Tudo bem.

– Onde posso mandar busca-la com suas coisas?

– Não vim com tantas coisas e posso chegar em sua casa sozinha.

– Tudo bem, se é assim que deseja. Mas insisto que faça isso ainda hoje. – Seus olhos relampejaram com aquela ordem subentendida.

– Pode ficar tranquilo, Aro. Não pretendia adiar isso muito mais.

– Lembre-se Bella. Você é minha. – Sentia que daquilo não sairia boa coisa. – Minha mais linda aquisição. – Aro sorriu novamente e levantou. – Não precisa se preocupar com o que consumir aqui. E vá ao anoitecer, sim? Não seria perfeito, ter sua chegada no horário que Edward adora? – Bella não pode evitar a raiva que sentiu naquele momento e aquilo transpareceu em seu rosto. – Adorável.... Até mais.

– Então? – Nina perguntou ao sentar ao seu lado depois que Aro sumiu porta a fora.

– Eles me querem.... Quer dizer, Aro me quer. É ele quem dá as cartas como eu havia imaginado. E ele parece ter planos para mim que não quis me contar. Não é gerar um híbrido, ele teme o que possa ser essa nova espécie. Mas ele está mesmo interessado.

– Talvez seja seu sangue de geradora. Isso não é o que os leva até você?

– Pode ser, Nina. Ele é diferente, muito diferente. Eu podia ver o que Klaus queria, era simples. E ele?

– Mas ele não terá chance, Bella. Qualquer que seja o plano dele será frustrado. – Rachel lembrou.

– Sim, e por isso temos que alinhar tudo agora. Ele quer que eu vá ao anoitecer. Temos que avisar ao nosso contato no hospital. Deixá-lo sobre aviso. Vamos para o hotel fazer o check out e enquanto estiver com eles, vocês fazem a sua magia com o corpo no hospital.

– Tudo bem. – Nina a abraçou.

– Esse é o momento mais importante.

– Vai dar certo. – Rachel afirmou.

***

– Ok, Bella. Você consegue. – Ela esfregou as mãos diante da escadaria da mansão, depois consertou a única mochila que carregava em suas costas. Novamente se permitiu lembrar dos abraços de despedida trocados entre ela, Nina e Rachel e não pôde deixar de associar aquele momento com o último abraço que dera em seus tios e em Damon. O que eles estariam pensando? – Vai dar tudo certo. – Foi o que a Rachel dissera e teria que confiar ou as consequências poderiam ser terríveis. Ela então caminhou e tocou a campainha.

– Olá. Entre por favor. – O mesmo rapaz que lhe atendera antes estava ali diante dela abrindo a porta e convidando-a a entrar. Não era a primeira vez que ficaria numa casa cheia de vampiros, mas era a primeira vez que estaria numa casa com vampiros que poderiam matá-la a qualquer momento.

– Obrigada. – Bella entrou e quando a porta se fechou atrás de si, ela viu Edward chegando em passos largos e a tomou nos braços em um abraço apertado. Ela se agarrou a ele sentindo seus pés fora do chão.

– Minha princesa. – Ele repetia baixo entre os beijos em seus cabelos.

– Ed... – O que ela podia esperar ao encontra-lo? Ela estava tremendo, suas lágrimas teimavam em aparecer, mas resistia bravamente. Temia o que aconteceria se perdesse o controle. Ela se afastou dele. – Onde estão os outros?

– Estão bem, só não foi permitido que viessem.

– Não?

– Edward, Aro permitiu que a acompanhasse, mas não vá exagerar nisso. Ela tem que ficar no quarto até o momento que ele a chamar. – Edward ficou visivelmente irritado, mas engoliu em seco.

– Vamos, Bella. – Ele a pegou pela mão e a rebocou pelos corredores daquela imensa mansão cheia de quadros e artigos antigos de decoração. Aqueles móveis e objetos valiam uma fortuna por si só. Percebeu que aquela mansão possuía cômodos extensos. Aquilo era um pouco intimidador.

– Não brinca. – Bella ficou boquiaberta quando viu que Edward a guiava para dentro de um elevador. Ele fechou em seguida acionando-o para subir permanecendo calado. – A Mansão Volturi é realmente como o castelo da realeza, não é? – Bella perguntou quando o elevador chegou ao destino, Edward pareceu não ouvir ou não se importar em responder. Ele a levou por alguns corredores até parar em uma porta. – Onde estão todos os outros? – Bella perguntou ao notar que o único vampiro que encontrou além do Edward foi o que abrira a porta para ela. Edward não respondeu, puxou-a para dentro do quarto e fechou a porta.

– Aro designou ordens para todos, o que ele quer é muito simples: Evitar que os outros te vejam tão imediatamente e o quanto o mais tardar melhor. Porque? Porque você é uma humana que pode ter bebes vampiros!

– Meio vampiros, na verdade, e ninguém sabe exatamente como eles serão. – Ela o corrigiu.

– Que seja. E o que você faz? O que estava pensando, Isabella? É esse o seu grande plano? Estávamos cuidando disso. Iríamos voltar.

– Estavam mentindo para mim. E ainda continuam mentindo! Não sou idiota! – Bella não suportou aquilo, abraçou-o forte para que parecem de discutir. Ele retribuiu o abraço, estava com saudades daquilo, do cheiro dela, da pele dela.

– Você não é idiota, mas parece que tem sangue de mártir.

– Também não sou uma mártir, sou uma lutadora. Você não sabe de nada, Edward Cullen. – Bella estava irritada com o que ele dizia, como era vista por ele. Edward ficou surpreso pela maneira que ela falava com ele, sentiu a sua irritação.

– Não quis te irritar. É claro que é uma lutadora, princesa. – Ele a abraçou novamente. Mas talvez você não entenda de verdade quem eles são. – Ela afastou-se dele e lhe deu um sorriso misterioso e talvez até malicioso.

– Edward, ainda acha que sou ingênua. Talvez seja melhor assim.

– Está falando por enigmas. – Ela sorriu novamente agora parecendo triste. – Bella, fale para mim o que há.

– Estou aqui por vocês, faço tudo por vocês. Eu os amo, não posso lamentar nada. Nenhum de vocês deveria.

– Sabe que não poderei ir embora estando você aqui.

– Eu sei. – E Aro também sabia. Ele estava escutando a conversa deles de seus aposentos e sorria vitorioso.

– Talvez Carlisle ou Emmet volte para WC para tranquilizar os outros, mas não sei se eles se permitirão ficar distante também. Se Aro e os outros nos aceitarem, faremos parte deste... – Edward fechou os olhos. Odiava aquele lugar, mas não sairia dali sem Bella.

– Sinto muito... Mas eles liberaram vocês, não foi?

– Sim, estamos livres para ir quando quiser. Mas Aro sabe que não poderemos...

– Não passarão por julgamentos ou punições. Esse era o meu plano.

– E o que farão com você, Bella? Eles tentam não pensar para que eu não saiba. Bella, você é tão jovem... – Edward tocou no rosto dela com delicadeza.

– Não tão jovem quanto você quando você foi transformado.

– E se não for só a transformação que eles querem? Ele está tão disposto. Olha só o que ele fez desde que decidiu trazê-la para cá. – Edward apontou para as coisas no quarto. Foi a primeira vez que Bella notou o ambiente.

– Uau! – Bella olhou em volta e ficou assustada com o imenso quarto. Não era apenas um comôdo, o quarto era constituído por dois cômodos. O primeiro onde estavam parecia como uma sala de estar. Havia um grande sofá, com estantes cheios de livros e revista, além de um grande aparelho de tv e home theater. Bella entrou no quarto e havia uma cama king size com lençóis da cor lilás e que combinavam com as pesadas cortinas. Ela viu mais livros, CD’s e DVD’s de objetos decorativos que sem dúvidas era do seu gosto.

– É claro que ele extraiu tudo o que necessitava de nossas lembranças. – Bella girou para ele para olhá-lo novamente e caminhou até onde estava antes.

– Eles terão que me transformar, não podem quebrar as próprias regras. – Era medo o que estava sentindo? Era pânico que subia a sua garganta? Controle, era isso o que tinha que manter em mente. Aquela dedicação, não era bem o que esperava. E o que estava tentando negar aquelas últimas horas, estava querendo vir à tona. O seu destino desconhecido caso o seu plano não desse certo.

– Não podem? – Edward riu sem humor. Estava amargurado.

– Ou se me matarem, ainda assim eles te libertaram. – Edward olhou para ela com desespero e foi assim que a segurou e a beijou nos lábios. – Ed... Não, não.

– Bella, você me ama também. – Ele sussurrou voltando a beijá-la.

– Isso é suscetível a discussão. – Edward riu, por um momento ela vislumbrou o Edward tranquilo de antes.

– É mesmo?

– Sim. – Ela pôs a mochila sobre o lindo sofá. Edward num instante estava segurando-a pela cintura e mantinha seus corpos juntos. Bateram à porta, Bella soltou o ar que nem sabia que prendia.

– Aro quer que a deixe descansar. Eu recomendo o mesmo. Daqui a duas horas virei te buscar. Deve estar pronta para a ocasião. – Ele beijou a sus testa, voltando a ser o Edward casto de antes. – Amo você. – Ele sussurrou antes de partir. Bella viu que o vampiro que tinha batido à porta esperava por ele do lado de fora.

Bella se viu sozinha naquele quarto imenso. Abraçou a si mesma, tentando afastar aquela sensação esquisita, era o pânico ressurgindo. O que ela tinha feito? Não, era certo, salvaria a todos. Só precisava confiar. Retornou ao quarto e viu que na porta do guarda roupa havia um lindo e delicado vestido de cor azul pendurado na porta por um cabide. Ela tocou no vestido, era muito parecido com o vestido que usava no sonho. Naquele terrível pesadelo onde estava em seu túmulo.

– Céus! – Ela tinha todos os pelos do corpo eriçados.

Aquilo tinha sido obra do Aro, e é claro, ele pegou a informação do Edward. Curiosamente abriu o guarda roupa e viu que estava repleto de roupas, abriu as outras portas e gavetas e estava tudo abarrotado.

– Pior que a Alice. – Ela sussurrou para si mesma.

Aro tinha lhe dado duas horas. Nina avisou que a poção faria efeito em mais ou menos uma hora, era o que estava escrito no livro de magia e poções dela. Bella deitou-se na grande cama que se revelou cheirosa e macia. Suspirou olhando para o teto. Como ela gostaria de estar com seus tios naquele momento, como gostaria de abraçar o Damon. Novamente tinha beijado o Edward... Iria morrer para essa vida antiga uma traidora como Katherine. Ela iria morrer, mas eles estavam livres. Ela iria morrer, talvez teria mais umas 3 ou 4 horas, mas seria aquele dia. Ela estava decidida.


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