Diários de uma Pensão escrita por Izzie, Keth


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey gente!
voltamos com o primeiro cap :D
Espero que gostem.

obs: Em (North) Haven não neva, mas irá nevar :D haha



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Rachel queria tacar o telefone pela janela quando ele tocou pela décima quarta vez naquele dia, ela respirou fundo e atendeu, mentalmente jurando que, se fosse outro pedido de entrevista ou noite de autografo, ela desligaria o telefone na cara da pessoa.

Não que ela não gostasse dos seus fãs ou da fama, ela sabia que com a publicação do livro, vinha a perda de privacidade, mas ela não tinha nem ideia do estrondoso sucesso que o livro ia fazer, e nem que, quase do dia para a noite, seu nome estaria no New York Times como um dos livros mais vendidos. A fama trazia consequências, ela não negava, mas também coisas inestimáveis.

Sorriu aliviada quando escutou a voz de sua amiga mais antiga do outro lado da linha.

– Lizzie - falou Rachel animada, e por um momento esquecendo todo o aborrecimento que já havia sofrido naquele dia.

– Até que enfim me atendeu, senhora sou-uma-escritora-foda-e-por-isso-não-falo-mais-com-as-amigas - disse Lizzie em tom autoritário.

Rachel e Lizzie haviam se conhecido há vinte anos, quando ambas entraram para o jardim de infância da Dona Manuela. Elas tinham cinco anos na época, e pareciam pingos de gente. Desde aquele dia, as duas haviam se tornado inseparáveis.

– Ah, não me venha com essa! - Rachel disse não podendo deixar de abrir um sorriso. Lizzie era uma das poucas pessoas com qual Rachel podia conversar normalmente, como se o livro não existisse. Com Lizzie, ela sempre seria a velha Rachel Miller, e não R. M. Black, A escritora.

– Venho com essa sim, por que diabos você não me responde nem por E-mail? - Rachel apoiou o telefone no ombro e voltou a mexer no computador para atualizar seu E-mail.

– Eu te responderia, se nesse meio tempo que estou com você não tivesse recebido mais 12.

– Quem diria que um dia eu ia ouvir você reclamar da fama. - Lizzie gargalhou do outro lado da linha.

– Não estou reclamando, é só que... Me sinto sufocada. - Lizzie pode sentir o desanimo na fala da amiga.

– Hey, relaxa. Por que não tira umas férias? -Sugeriu.

– Férias? Lizzie, querida, quem dera eu pudesse tirar férias, mas tenho que terminar o livro em seis meses ou Charlie arrancará minha cabeça, e toda vez que tento começar o livro, algo me atrapalha.

– Sinto que isso foi uma indireta para mim, mas como sou uma boa amigam, vou ignorar. Por que não sai de NY por um tempo? Tente achar um lugar agradável para escrever.

– Sair de NY? E ir para onde ? - questionou Rachel, achando graça da ideia.

– Sei lá, vai para uma cidade pequena, sabe, fuja um pouco das pessoas. Talvez em uma cidade pequena você não sofra tantas interrupções .

Olhando por esse ângulo...

– Que tipo de cidade? - quis saber Rachel

– Não sei... Haven? - Disse Lizzie, falando a primeira cidade que veio em sua mente.

Rachel parou um instante para pensar, mas no mesmo momento seu celular tocou. Ela tentou ignorar, mas quando viu o nome de Charlie no visor, soube que era melhor atender.

– Lizzie, vou realmente pensar na sua ideia, mas agora tenho que ir, te ligo mais tarde.

– Acho bom ligar mesmo, sei nome de revistas que me dariam uma nota pelas histórias que sei sobre sua vida.

Lizzie pode escutar Rachel gargalhar antes dela desligar.

– Boa tarde, Charlie - falou Rachel, assim que atendeu o celular.

– Boa tarde, Rachel. Então, sendo direto, Peter me ligou hoje, querendo saber se você irá ou não no programa dele.

– Charlie - Rachel precisou respirar fundo para não demostrar raiva. um Editor, sempre agia como um editor - já disse para você que, no momento, não estou aceitando nenhuma entrevista. Só voltarei a aceita-las quando terminar o livro - Enquanto dizia isso Rachel atualizava mais uma vez seu E-mail.

– E o que fará nos próximos seis meses? ficará trancada em casa até colocar a palavra "fim" ? - perguntou ele irônico.

O comentário dele a irritou, e quando olhou para os novos 13 E-mails Rachel soube que iria explodir.

– Irei viajar - disse ela com toda a calma do mundo - Passarei os próximos seis meses em outra cidade para poder terminar o livro.

– O que, você está maluca? - Rachel sentiu o desespero na voz de Charlie, e aquilo a fez achar sua decisão ainda mais certa.

– Não. Parto amanhã para Haven. Não quero que nenhum jornalista saiba aonde estou, se souber, saberei que foi você, e não pensarei duas vezes antes de te demitir. E você sabe muito bem que existe uma fila de editores que iam me querer.

Charlie ficou estático, nunca haviam lhe dado um ultimato, e , vindo de Rachel, sabia que aquelas palavras poderiam se tornar verdade. Respirou fundo e achou melhor deixar ela fazer o que quisesse.

– Vá para onde quiser, por tanto que em seis meses o livro esteja em minhas mãos e que você atenda todas as minhas ligações.

– Nada mais que justo. Até breve, Char - Rachel desligou sem esperar uma reposta.

Ok, eu estou louca, pensou Rachel. Mas se é para fazer algo louco, que seja realmente uma loucura completa.

Sem perder mais tempo Rachel ignorou o computador e ligou para sua assistente Caya. Pediu para que ela ligasse para algum hotel pequeno da cidade.. Qual era mesmo o nome da cidade?... Haven. Algum lugar onde ela pudesse passar seis meses na paz e na tranquilidade. Quando desligou o telefone, pela primeira vez em meses, Rachel sentiu a pressão sobre seu corpo diminuir drasticamente. Parecia que haviam acabado de tirar um peso enorme de suas costas.

Estava na hora de um novo começo.

Ela iria para Haven e terminaria seu livro...

Seus livros: há 5 anos ela havia começado a escrever a história de Lexie, e agora estava prestes a por um fim nela. Lexie havia se tornado parte de sua vida, quase como uma amiga, e agora estava na hora de deixa-la ir, por um fim em sua história e começar outra. E nada como passar um tempo longe de tudo para poder dar a despedida digna que Lexie merecia.

(...)

Rachel praguejou. Mesmo com o Mapa que Caya havia lhe dado ela havia errado o caminho. Mas onde diabos era essa cidade?! Respirando fundo mais uma vez, ela voltou a olhar o mapa. Ok, eu perdi a entrada, para chegar em Haven basta pegar o retorno e virar na primeira saída.

Ao conseguir pegar o retorno e virar na primeira saída Rachel suspirou aliviada, lá estava a placa " Bem- Vindos à Haven"

Haven seguia a linha do litoral, era composta por casinhas de madeira. Havia um pequeno deque e diversos barquinhos flutuando ao sabor da maré. Na costa, no alto de um rochedo havia um farol de madeira vermelha, que começava a descascar devido ao tempo. As garças contavam e voavam manchando o céu cinza com suas asas brancas.

Haven era basicamente uma cidade pesqueira, e Rachel tinha certeza que, se não fosse a neve que cobria toda sua extensão, ela poderia sentir um o cheiro de peixe. Mas era incio de novembro, o inverno mal havia chegado e estava pronto para ficar por vários meses, e até que o inverno terminasse, ela agradeceria todos os dias por não sentir o cheiro de peixe 'fresco'.

Diferentemente de New York, aquela cidade parecia ser tranquila, do tipo que as pessoas deixam suas portas destrancadas e deixam seus filhos saírem a tarde para comprar doces ou brincar sem ter medo que algo pudesse acontecer a eles. Também pudera, naquela cidade viviam menos de 400 pessoas.

Rachel encostou o carro e pegou outro mapa do porta luvas. Esse era o mapa da cidade, no qual havia um grande 'X' que marcava o lugar que viveria os próximos seis meses. Pelo que Caya havia dito, a casa ficava há pouco mais que dois quilômetros da cidade. Perto, mas ao mesmo tempo longe.

Decorando o caminho, Rachel jogou o mapa no banco do passageiro e seguiu as coordenadas. Passou pelo centro da cidade e olhou curiosa as pequenas lojinhas, prometendo a si mesma que em breve voltaria ali para comprar algumas coisinhas( Lizzie ficaria magoada se ela não levasse nada de presente). Depois passou rapidamente pela praia, fria e abandonada. Por fim, entrou a esquerda e sua visão foi imundada por pinheiros manchados de branco.

Bastou seguir a estrada por pouco mais de dois quilômetros para avistar os enormes portões verdes e a placa ' Pensão Eros". O imenso portão não parecia querer afastar os intrusos, mas sim um convite de que todos que entrassem seriam bem vindos. Diminuindo a velocidade Rachel entrou na propriedade e deixou ser conduzida pela pequena trilha de pedras até chegar no estacionamento da propriedade.

Foi quando viu a casa.

A casa era toda feita de madeira pintada de bege e possuía três andares. Havia também uma pequena torre na lateral, que dava um ar vitoriano para a imensa mansão, que era o que realmente era. O primeiro andar era cercado por uma varanda branca, aonde se encontrava algumas cadeiras e uma cadeira de balanço, convidando todos para que se sentassem ali e vissem a noite cair. As janelas eram grandes e pintadas de marrom escuro, o que gerava certo charme e criava uma harmonia tranquilizante por toda a casa. Bem ao lado da casa havia outra, essa bem menor, com apenas dois andares, mas seguindo a mesma pintura da grande.

Tudo parecia ter saído de um livro, pensou Rachel, não de um dos livros que ela escrevia, mas sim de um conto de fadas, no qual a última frase do livro seria " e viveram felizes para sempre".

Sem perder mais tempo Rachel desligou o motor.

Estava na hora.

Assim que saiu do carro, Rachel pode sentir o ar frio cortando sua pele, tentando ser o mais rápida possível foi até o porta malas e de lá tirou suas duas malas de rodinha e a mochila. Agradeceu à Deus que o caminho que levava até a varanda estar limpo de neve. Ajeitou a mochila no ombro ( dentro dela se encontrava sua vida: seu computador com todas as notas e observações sobre o livro de Lexie) e com cada mão começou a puxar as malas.

Com um pouco de dificuldade devido ao peso, conseguiu colocar as duas malas na varanda e foi até a porta, onde bateu com os punhos cerrados.

Rachel estava cansada da viagem, e realmente queria entrar, tomar uma boa ducha, ter um bom jantar ( que pelo que Caya falou, aquela era a melhor comida local) e dormir até o dia seguinte.

Foi então que a porta abriu, revelando uma pequena menina de cabelos longo e castanhos. Os olhos eram do mais puro verde que Rachel já tinha visto. A Menina era bem pequena, tinha pele clara e bochechas rosadas pelo frio. E no rosto, tinha um grande sorriso e um olhar de curiosidade.

Rachel se inclinou para ficar na altura da menina.

– Oi.

Natasha ainda estava desconfiada, papai falara que ela não devia falar com estranhos, mesmo que esses estivessem na porta da pensão. Mas aquela mulher não parecia má. Ela era bonita, pensou a garota, tinha olhos azuis e um cabelo loiro que batia no meio de suas costas como uma cascata de ouro. Será que se pedisse, ela deixaria que tocasse no seu cabelo?

– Oi, sou Natasha - disse estendendo a mão, como o pai havia ensinado - Mas todos me chamam de Tasha.

– Olá, Natasha, sou Rachel, é um prazer conhece-la - Rachel pegou a mão de Natasha e a cumprimentou. Não podendo deixar de sorrir para ela - Quantos anos você tem?

– Tenho cinco anos e dois meses - disse ela, orgulhosa.

– Ora, então já é uma mocinha.

Natasha estava adorando. Todos falavam que ela era uma criança. Mas Rachel havia dito que ela já era uma mocinha. Natasha, naquela momento, decidiu que gostava da moça.

– Vamos, entrar. A Dona Alma não gosta que deixemos o calor sair.

Natasha, com seu pequeno corpo, tentou começar a empurrar uma das malas de Rachel, papai havia dito que ela sempre devia ajudar os hospedes a se instalarem, porque assim eles sempre voltariam, mas a mala de Rachel era pesada.

– Pode deixar que eu levo, está pesada até para mim - Rachel passou as mãos no cabelo da menina e pegou a mala.

Assim que entrou na casa, soube que seu interior era tão mágico quanto seu exterior. A casa parecia ter parado no tempo, e seu interior era quente e aconchegante.

– O Jantar sai em.. - A menina olhou o relógio de ponteiros e tentou se lembrar de como se via as horas por ali. Mas era complicado - O jantar começa as oito, mas não sei quanto tempo falta, não gosto de relógio de ponteiros.

Rachel não pode deixar de rir, olhou para o relógio e viu que ainda eram seis e meia. Se inclinou em direção a menina e cochichou no seu ouvido quanto tempo faltava para o jantar.

Natasha Sorriu.

– Falta uma hora e meia para o jantar, ele é servido na salda de jantar. - Natasha realmente estava gostando dela, ela realmente parecia legal. Dona Alma havia dito que ela era uma contadora de histórias, mas que ela estava ali para fugir de pessoas que pediam para ela escrever, por isso não poderia pedir que lhe contasse uma história. Mas será que se ela se comportasse bem, Rachel contaria uma?

Sorrindo ainda mais para a mulher, decidiu que ia se comportar bem, quem sabe ela não contasse uma sobre princesas.

Naquele momento, saindo de avental da cozinha, estava Dona Alma.


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Notas finais do capítulo

Heey gente!
então, agora vocês conhecem a Rachel e a Tasha.
Vale lembrar que a Tasha tem 5 anos( e dois meses rs) e que muitas vezes suas falas e pensamentos podem soar repetitivos ou não agir com a norma :D
Espero q tenham gostado
Comentem: deixa a autora feliz e a faz escrever mais e em menos tempo :D



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