Angels and Devils escrita por FChastel


Capítulo 9
Time goes


Notas iniciais do capítulo

AEEE! Alguém lê isso aqui?
Acho que não e eu fico tagarelando feito idiota! Enfiiim! Saiu bitches do meu coração!
Pode ter ficado meio bosta, mas é que tenho uma idéia e não sabia como chegar a ela. Aproveitem!



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ANGELS [AND DEVILS]

TIME GOES

— Rukia. – Foi o último suspiro que saiu da boca dele.

Ela ainda não o olhava nos olhos, ela não o olhou nos olhos desde o primeiro encontro dos dois. No momento ela fitava um ponto entre seu queixo e pescoço. “Hora de mudar isso” ele pensou.

Na cabeça da morena os pensamentos se chocavam enquanto observava os lábios úmidos de Ichigo com sua visão periférica. Afinal, o que ela estava fazendo? Desde quando se permitira ficar tão próxima do garoto? Literalmente próxima. Céus! Ela sentia a respiração quente batendo em seu rosto, as mãos dele, que até agora estavam em seus antebraços, começaram a mover-se fazendo com que ela se arrepiasse.

Sem hesitar ele segurou o rosto dela entre as mãos, estava nervoso, as mãos estavam frias e Rukia não deixou de perceber. Levantou o rosto dela com um movimento lento, os olhos foram andando pelo rosto dele até que os olhares se encontraram.

A pressão sobre o corpo de Ichigo foi imediata, ele arfou, mas ainda assim resistiu. Afogou-se novamente nos olhos azuis deixando-se levar por eles. Nenhum humano teria olhos de tal cor, de tal perfeição. Como duas ametistas encravadas em alabastro. Respirar ainda era difícil e uma tontura leve confundia seus sentidos. Não sentira isso ao fitar os olhos escuros de Renji e perguntava-se o porquê.

Inconscientemente eles se aproximavam. As mãos de Rukia apertavam levemente seus ombros e as dele ainda a forçavam a fitá-lo nos olhos. Assim que seus narizes se encostaram uma onda de choque passou por seus corpos, em seguida os lábios se tocaram por um instante tão curto que parecia não ter acontecido, e no segundo seguinte as bocas se pressionavam calmamente.

Rukia ainda tentou impedir que outro beijo acontecesse, mas Ichigo a prendia ali de um jeito não físico. Tentava achar razões para não fazê-lo, mas todos os argumentos eram falhos. Pensou nos dias que passara com ele onde o ruivo tinha consciência de sua presença, eram poucos e mesmo assim ele não a afastara nem uma vez. A cabeça latejou com tantos pensamentos e decidiu deixar-se levar pela situação.

Uma, duas, três vezes os lábios se pressionaram, e justamente quando Rukia deixara de resistir totalmente ele ouviu a porta ser aberta. O ruivo só pode observá-la se afastar e abaixar a cabeça, vergonha talvez, enquanto via a mãe dele entrar pela porta chamando seu nome.

— Deixe-me carregar isso, Masaki! – O pai tentava pegar as sacolas da mulher que ainda estava parada mirando um ponto além do filho no sofá. Ele também passou a olhar.

Ichigo virou a cabeça, eles estavam olhando para Rukia? A garota quase reverenciava, não era vergonha como ele havia pensado antes, era respeito. Podia sentir emanando dela. Por quê?

— Uma aranha! – A mãe soltou, mas a mentira não era convincente.

— Oh meu Deus! – O pai a acompanhava. – Pena que fugiu, depois eu procuro por ela amor.

Ele pegou as sacolas e manejou a cabeça para que o filho o ajudasse. Ainda desconfiado ele foi. Pode ver a mãe sorrindo, mas não era pra ele, e sim para a “aranha”, e após se distrair com as compras e com as irmãs percebeu que Rukia sumira. Bufou.

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Sentada no telhado a morena pensava no que tinha acabado de fazer. Céus! Ela tinha o beijado, e beijaria mais se não fossem interrompidos.

O que estava pensando?! Ele nem a conhecia! Passaram pouco tempo juntos e apesar de Rukia conhecer cada detalhe do outro, desde sua cor favorita aos seus amigos, as músicas que apreciava e as que não gostava, cada mania e medo, ele não sabia nada sobre ela! Era simplesmente ilógico para ela que ele tivesse deixado aquilo acontecer.

Bagunçou os cabelos com os dedos um pouco trêmulos. As questões pairando acima de sua cabeça a incomodavam, e após um bom tempo pensando decidira guardar tudo aquilo dentro de si e fingir que nunca acontecera, afinal achava que Ichigo faria o mesmo.

Kuchiki Rukia nunca esteve tão errada.

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Os dias passaram rápido, apesar de tudo. Constantemente demônios iam atrás de Ichigo, e Rukia os eliminava sem problemas sendo ajudada por Ichigo, o corpo a corpo dele era louvável, quebrava costelas e braços enquanto só apresentava pequenos machucados. Claro, demônios fracos eram fáceis de derrotar, e mesmo atacando em bandos de cinco a sete, nenhum dos dois saía da luta com mais de quatro hematomas.

O garoto treinava com uma amiga todo dia, e Rukia também, porém nunca dissera onde. Ela já não se preocupava tanto em deixar o ruivo sozinho por pouco tempo, ele havia se tornado forte o bastante para se defender até que ela chegasse. Não escondia o orgulho nem um pouco.

Havia constantes brigas entre os dois, coisas em que nunca concordaram e nunca concordariam, mas mesmo que brigassem por horas e acabassem sem nem se fitarem hora ou outra já estariam conversando normalmente, sorrindo e se “elogiando” de maneira amigável. Acostumaram-se rapidamente com a convivência que tinham e isso os levou a se conhecerem melhor. Mesmo que pouco a pouco Ichigo descobria mais sobre Rukia e estava satisfeito com o ritmo lento em que progredia. Sentia-se em desvantagem já que a garota sabia muito sobre ele, mas não reclamava desde que um dia também soubesse sobre ela.

Renji os visitava sempre que tinha uma chance, afinal também tinha deveres. Ichigo sempre se irritava com a presença do maior e com os avanços dele sobre a morena, sempre a abraçando e beijando suas bochechas, testa, mãos, ombros, topo da cabeça, fazendo com que o outro sempre quisesse socá-lo, o que não demorava acontecer. Brigavam constantemente e todas as vezes que o outro aparecia. Agradecia silenciosamente quando ele ia embora.

Após as visitas do tatuado o mesmo assunto era posto em discussão: o beijo. E esse assunto levava à maior parte das brigas que tinham, afinal a morena escapava com louvor das perguntas e deixava um Ichigo incomodado para trás toda vez que saia pela janela.

Apesar de não saber como e onde Rukia treinava ele podia perceber o resultado. A resistência física dela se elevara rapidamente e assim não se cansava durante lutas mais árduas. Agora dormia no quarto de Ichigo, no sofázinho. Não sem antes desenhar por um bom tempo no caderninho que tomara para si. Ichigo se lembrava do quão incomodado ficara ao vê-la fuçando o baú e o pequeno caderno. Ela tomou os dois para si e agora guardava objetos dela lá.

A reação dela ao observar o tecido preto fora de pura dúvida. O rosto dela revelava a pergunta: “O que isso faz aqui?”. E mesmo que Ichigo perguntasse o que era, o que ela sabia, qual era a importância e muitas outras a garota dizia um “Não sei”, uma mentira que o ruivo aceitava.

Ichigo passava bastante tempo com os amigos, saía com eles como um adolescente comum, e mesmo guardando dúvidas sobre si que nenhum outro jovem de sua idade possuía ele era um amigo para todas as horas. Às vezes Rukia o acompanhava, andando junto com os jovens e, mesmo não estando ali, se divertia com eles. Ichigo se aproximava de Orihime, conhecendo os detalhes da bela garota que sempre se preocupava com ele e acabaram tornando-se próximos. As brincadeiras dos amigos sobre o relacionamento dos dois eram inevitáveis e deixava os dois um tanto constrangidos, porém nunca mudaram a maneira de se relacionar.

Ichigo acabou saindo com ela, e apenas com ela, três vezes. Claro que na cabeça do ruivo era por pura amizade, mas ainda assim o coração da ruiva se aquecia esperançoso. Rukia era realmente bipolar quanto ao assunto, hora estava feliz por ele e até fazia piadinhas e hora simplesmente odiava aquilo. Queria explodir a cabeça de alguém e socar o ruivo até ele cuspir os órgãos internos. Sem saber o porquê de tudo isso, claro.

Mas a vida seguia, e Ichigo continuava a pressioná-la sobre o assunto do beijo, Rukia chegou a um ponto em que não aguentava mais e agora o socava com raiva toda vez que ele perguntava. Porém já era hora de mudar isso.

O ruivo sorriu quando ela entrava pela janela e se sentava no sofázinho, um sorriso encoberto pelo mangá que ele segurava. Guardou o objeto na estante ao lado do sofázinho e observou a garota.

— Rukia. – A voz séria preocupou a garota.

— O que foi? – Ela se levantou, observando-o com as sobrancelhas franzidas.

— Temos que conversar.

Rukia levantou uma das sobrancelhas, tentava adivinhar o que deixara o garoto tão sério. Será que descobrira seus poderes? Que os pais lhe contaram a verdade? Tinha se machucado?

— Fala! Está me deixando preocupada. – A voz tremia um pouco.

— Por que me beijou daquela vez?

Num décimo de segundo ela jogou o punho com força na direção do peito do maior, o pulso foi segurado com força, tentou desferir outro soco, mas novamente teve o pulso segurado. Não tinha como escapar, ele a segurava com força, porém sem machucá-la. Um passo, dois, e agora os corpos quase se tocavam. A respiração dele tocava levemente o rosto dela.

— Não pode ter sido só o calor do momento... – Ele esperou, mas o silêncio se manteve. – Não vai falar nada? – Ele se aproximou ainda mais, abaixando-se para que os narizes se encostassem.

E infelizmente Rukia não pode resistir. Buscou com os lábios os dele e antes do contato um alarme estridente soou. Não era um toque normal de seu celular. Era uma emergência. Rukia se soltou imediatamente e pegou o objeto no sofázinho.

A voz de Renji a preocupou. Estavam ferrados.


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Notas finais do capítulo

Espero reviews e obrigada!!