Angels and Devils escrita por FChastel


Capítulo 8
Get strong


Notas iniciais do capítulo

Aeeee!! Feliz por ter terminado!
Mesmo com poucos reviews eu estou com tudo né?
Leitores fiéis me fazem feliz, e é por vocês que eu posto! Agradeço a akida-san, Senbonzakura Kageioshi e Kuchiki Mikasa por sempre deixarem recadinhos. Aproveitem o capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/525774/chapter/8

ANGELS [AND DEVILS]

GET STRONG

Os passos dirigiam se com indignação e pressa pelo cômodo. Colocava as meias enquanto mordia a torrada que sua mãe deixara para ele e tentava achar os sapatos. Sem contar o atraso, ainda havia o fato de duas pessoas dormindo calmamente no sofázinho. “Ótima proteção!”, pensava consigo mesmo.

Claro que não ignorava as ações de Rukia na noite passada. Arrepiava-se só de pensar nelas, mas ficarem dormindo enquanto ele se matava pra chegar no terceiro horário era, no mínimo, um insulto.

Fitou de novo o maior, que ressonava agarrando os ombros de Rukia como se esta fosse um bichinho de pelúcia, nem se conheciam e já sentiam raiva um do outro, claro que por culpa do outro, afinal, quem chegava a algum lugar já ofendendo e menosprezando os presentes ali? Renji.

Abotoou a camisa bufando e pegou todos os materiais, quando se virou para a porta ouviu um barulho na cama. Rapidamente olhou, viu o outro ruivo colocando Rukia na cama delicadamente.

— O que está fazendo? – Dirigiu-se ao maior já irritado com a existência dele.

— Tenho que te acompanhar enquanto ela não pode. – Dando um beijo na testa da morena ele saiu pela janela.

“Era só o que me faltava”, a frase se repetia na cabeça de Ichigo no caminho para a escola, não trocavam nenhuma palavra e nem ousavam se fitar, em respeito à Rukia não se pegariam no soco. Não hoje.

Perguntava-se sobre o tipo de relacionamento que os dois anjos podiam ter, não era estranho pensar no assunto após observar o jeito que dormiram e a demonstração de carinho antes de saírem. O stress corroía cada uma de suas veias, tinha tanto na cabeça com o que se preocupar e agora mais uma.

Afinal, por quê? Por que ele tinha algo que devia ser protegido? Ele era um adolescente normal, filho de pais normais e até conhecer Rukia não se lembrava de nenhum contato com anjos ou demônios. Ele não sentia poder em si, não sentia força, não se sentia digno daquilo.

Um som irritante tirou Ichigo de seus pensamentos. Ele fitou o ruivo ao seu lado que agora segurava um celular como o de Rukia.

— Certo certo... Se precisar de algo de novo chame.

Renji segurou o braço de Ichigo com força.

— Nos separamos aqui, Kurosaki. E espero que até a minha volta você tenha deixado de ser um fracote. – Apesar da “ofensa” o homem acenou de modo amigável antes de correr por uma das ruas dali.

O ruivo suspirou aliviado, a tensão no ar se dissipava tornando tudo mais fácil. Já havia deixado de se preocupar com o atraso, se chegasse no horário do intervalo ainda teria chance, então, pra que correr? Colocou os fones em seus ouvidos e se concentrou no som.

Rapidamente os pés o levaram até a escola, o caminho novo já era conhecido apesar das poucas idas e voltas, como estimado, chegou na hora do intervalo. Após guardar o material em seu armário foi encontrar-se com seus amigos.

— Yo pessoal! – A mesma carranca de sempre enfeitava seu rosto, os amigos sorriram.

— Atrasado, Kurosaki. Bem atrasado por sinal... – Ishida Uryuu. Mesmo se conhecendo há poucos meses já eram bons amigos.

— Bom dia, Ichigo! – Desferindo um soco no ombro do maior Tatsuki o cumprimentou. Amigos desde a infância contavam um com o outro sempre, inclusive, Ichigo precisava ter uma conversa com ela.

— Bom dia, Kurosaki-kun! – Dando um beijo na bochecha do garoto Inoue Orihime, ruiva e bonita, o saudou. Amiga de Tatsuki e recentemente transferida para o colégio, foi logo aceita por todo o grupo devido a seu jeito delicado e gentil com todos.

Sado, conhecido como Chad, amigo há um bom tempo, sempre ao lado do ruivo em suas encrencas o cumprimentou com um aceno. Ainda sem jeito devido ao beijo que recebeu ele acompanhou os amigos durante o intervalo, mesmo sem perceber olhos que o fitavam de modo curioso.

Não era difícil perceber que apesar do cabelo chamativo, as constantes confusões e o mau humor de sempre o garoto tinha uma aura que chamava para perto pessoas especiais. Seus amigos apreciavam a presença do garoto e sempre estavam por perto, pois o outro também era assim, ajudava os amigos até nas situações mais difíceis e absurdas sem se importar.

Os minutos não demoraram a passar, e ao tocar do alarme todos se dirigiam para as respectivas salas, sem chamar a atenção Ichigo ficou a sós com Tatsuki, mesmo que sua expressão disfarçasse o que sentia a amiga não deixou escapar o que se passava pela cabeça dele.

— O que foi Ichigo? Algum problema?

— Na verdade, sim. – Ele coçou a nuca, bagunçando os cabelos, sinal de nervosismo. Sem falar nada, Tatsuki deixou que ele se sentisse mais a vontade e falasse. O que não demorou. – Eu... Recentemente tenho tido alguns problemas e acabei não conseguindo ajudar uma pessoa que se machucou bastante por mim. Me sinto um idiota.

— Você é um idiota. – A outra bufou. – Por me perguntar algo assim. – Ele a fitou curioso. – Se alguém está te ajudando e você foi fraco e não pode fazer nada treine e fique forte para que não aconteça de novo. Você já foi mais inteligente, Ichigo.

Ela sorriu e se afastou. Ela tinha razão, ele ficaria mais forte para que as pessoas não se machucassem mais. Para que Rukia não se machucasse mais. Voltou para as aulas com um sorriso.

X-------------------------X-----------------------------X--------------------------X-----------------------X

Como de costume, Ichigo, Orihime e Tatsuki voltavam juntos para a casa, conversando e rindo seguiam o caminho devagar. Orihime se despediu primeiro, abraçando a amiga e Ichigo, que prosseguiram em silêncio, por pouco tempo, já que a amiga adorava irritá-lo.

— Então, quando vai abrir o jogo e me contar sobre o seu romance? – Ela tinha um sorriso de deboche estampado na face.

— Ro-Romance? – Ele gaguejou. – Que romance? – Ele quase gritava.

— Vai dizer que não tem uma quedinha pela Orihime? Todos sabem que ela tem um tombo épico por você!

— Ah, ela... – Ichigo corou, odiava esse tipo de assunto. – Ela é linda... Mas não sei se consigo olhar para ela dessa maneira. E além do mais, tem outra pessoa... – Ele interrompeu o sussurro, que graças a Deus Tatsuki não ouvira. Não tinha outra pessoa. Tinha?

— Você nunca foi bom nesses assuntos. – Ela riu. – Mas, pense um pouco Ichigo, ela se importa bastante com você. Dê a si mesmo, e a ela, uma chance.

— Claro...

Ichigo seguiu seu caminho chegando em casa rapidamente. Encontrou em casa apenas um bilhete com a escrita da mãe. Tinha saído com as meninas e o marido. Iam ao mercado, como Ichigo odiava ficar escolhendo entre duas marcas de coisas iguais ela o deixara livre. Desta vez. Sorriu. Amava a mãe mais do que tudo.

Tomou um banho e comeu alguma coisa, como de costume. Assistiu a um programa qualquer na televisão, mas sentia falta de algo. Companhia talvez.

— Rukia? – Disse em voz alta. Não obteve resposta e preocupou-se. – Rukia? – Chamou, dessa vez com um tom mais alto.

— Meu Deus, que garoto impaciente! – A voz dela soou assustando-o um pouco. – Estava tentando achar alguma roupa que me sirva, até suas irmãs são maiores que eu!

Ela apareceu, usava uma bermuda clara e uma camiseta branca com uma estampa violenta. Reconheceu as roupas como sendo de sua irmã Karin. Ela tinha razão, as roupas estavam largas nela, mas não tiravam a beleza da garota.

— Com esse tamanho até roupas de anão devem ficar largas. – Ele debochou.

A morena socou as costelas dele, causando uma dor aguda e depois riu.

— Pelo menos não tenho que procurar por roupas que combinem com cabelos estranhamente alaranjados!

— Não são estranhos! – Ele se irritou, mas depois riu também. Apesar de tudo conviver com ela era fácil. – Você já está recuperada?

— Sim... Eu só dormi devido à exaustão que senti. Se não fosse por isso teria te acompanhado. Mas acho que Renji fez tudo certo.

Renji. A curiosidade sobre ele, ou melhor, sobre ele e Rukia era grande, porém não ousou dizer nada. Outras coisas o perturbavam mais.

— Como diabos você está usando as roupas da minha irmã se você sequer é material? – Ele esbravejou.

— Oras, eu posso ser material se quiser! Só não o faço para que ninguém me veja, e nem compensa já que você tem força espiritual o bastante para me ver e me tocar. É só me tornar material, pegar as roupas e voltar à forma espiritual. – Ela deu de ombros.

— Não pode ficar roubando as roupas da minha irmã!

— Então está decidido, vou passar a pegar as suas! – Ela mostrou a língua, provocando-o.

— Ah não---

Ele continuaria a brigar por horas se necessário, mas Rukia tocou os lábios do ruivo com o indicador. Diferente das outras vezes em que ela o tocou agora sua pele estava mais quente.

— Nem mais uma palavra, Ichigo. – Ela disse devagar.

A proximidade era assustadora, porém não de maneira ruim. Ele sentiu algo que não se lembrava de ter sentido antes. Sorriu sob o dedo dela, mesmo corado.

— Rukia. – Foi o último suspiro que saiu da boca dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse Ichigo suspirando pela Kia! Sugestivo *¬*
Será que rola meu povo?
Até o próximo e obrigada por lerem!
[TO AGITADA COM ESSA HISTÓRIA 100OR!]