POV Thalia

Eu estava deitada em uma espreguiçadeira com meus fones de ouvido no volume mais alto. Estava de olhos fechados, mas conseguia sentir o calor do sol em minha pele, queimando. E, de um momento para o outro, esse sol acabou.

–Quem foi o infeliz que está atrapalhando o meu sol? – eu disse brava, mas continuando de olhos fechados.

O infeliz não respondeu. Eu estava prestes a abrir os olhos para brigar com o infeliz, quando senti meus fones sendo arrancados com força dos meus ouvidos.

–HEY! – gritei abrindo os olhos e dando de cara com Luke.

–Desculpa aí morena – ele disse levantando as mãos, como forma de rendição – Estava falando com você, mas o volume dessa música impedia. Tive que tirar seus fones.

Revirei os olhos.

–O que você quer? – eu disse bufando e me sentando. Ele se sentou na minha frente, onde meus pés ficariam.

–Só quero conversar – ele disse calmo – Todo mundo aproveitando e você aí sozinha.

–Acho que é o contrario – eu disse sorrindo - Estava muito bem aqui na companhia de minha música e, você, está sozinho. Sendo assim, veio procurar a mim!

Ele abriu a boca para falar algo, mas pareceu mudar de idéia.

–Eu venho aqui na maior inocência para te ajudar e você me trata assim? – ele diz fingindo estar decepcionado – Que tristeza Thalia Grace!

–Estou falando a verdade – eu digo e me inclinando para bem perto dele – Não quer ficar de vela perto dos seus amigos, não tem um par, ou seja, está sozinho.

–Não tenho um par? – ele disse rindo – Thalia Grace, eu posso pegar qualquer dessas meninas que estão nesse clube em um estalar de dedos!

–Então porque veio até mim? – eu disse sorrindo mais ainda. Estava ganhando.

Ele me olhou e ficou em silencio.

Cheguei mais perto dele.

–Nunca pensei que iria falar isso – eu disse, nossos narizes estavam quase se encostando – Mas você está caidinho por mim Luke.

E nisso me levantei, andando até o bar para pegar alguma bebida, sem olhar para trás.

POV Charles

Estava andando pelo clube. Estava um sol forte e eu estava procurando uma sombra para me esconder. Acabei achando uma lanchonete e decidi sentar em uma daquelas meses para descansar um pouco na sombra. Quando sentei, vi que, na fila da lanchonete, estava Silena. Ela estava muito gata com aquele biquíni Pink. E o corpo dela... Não consegui tirar os olhos em nenhum momento. Ela não pareceu me ver.

Observei que ela comprou um sorvete de limão e já estava indo embora para o outro lado do clube. Já estava me levantando para ir atrás dela, mas alguém foi mais rápido. Um cara, que eu não faço a menor idéia de quem era, apareceu na frente dela e começou a mexer com ela. Como eu estava longe, não consegui ouvir o que ele falava, apenas conseguia ver o cara passar a mão pelo rosto dela e ela bater na mão dele. Depois ele mexeu no cabelo dela e ela afastou do mesmo modo. Ele disse alguma coisa e ela fez teatro, como se estivesse vomitando. Ri com a situação. Era engraçado ver Silena dando fora em um garoto.

Mas, logo depois, as coisas pioraram. Parece que o garoto se irritou. Em um gesto rápido ele a segurou pelo pulso, disse alguma coisa e a puxou para perto dele. Ela começou a se debater, mas não conseguia sair. Ninguém, além de mim, tinha reparado nisso. Eu já sabia o que iria acontecer em seguida, então fui até os dois.

–Solte ela – eu disse calmamente. O garoto percebeu minha presença, mas nem ligou. A puxou para mais perto ainda.

–ME SOLTA, SEU CRETINO – Silena começou a bater nele, sem resultado.

–Solta ela – eu disse respirando fundo para segurar a raiva.

–IDIOTA – Silena estava fazendo um escândalo.

–Vou fazer você calar um pouco a boca, gata. – ele disse sorrindo maliciosamente.

–Ah! Não vai não! – eu disse dando puxando ele antes que o mesmo encostasse aquela boca imunda na boca dela.

Dei um soco bem dado na cara dele e o mesmo caiu no chão, tonto. Pulei em cima dele e comecei a bater cada vez mais nele. Em um momento me virei para ver se Silena estava traumatizada, chorando ou alguma coisa do tipo, mas ela estava pulando gritando algo como “Acaba com ele Charles!”, ou “C-H-A-R-L-E-S, Charles é demais!”. Sorri com a situação e estava pronto para bater mais uma vez no infeliz quando senti duas mãos me puxando para longe.

–Ta louco Charles? – era Nico.

O garoto levantou e saiu correndo resmungando algumas coisas.

–Ele estava machucando a Silena! – eu disse bravo.

–Mas não é por isso que precisa cometer assassinato! – ele disse respirando fundo. Com o tempo as pessoas começaram a sair de perto da confusão.

Ele iria me dar outra bronca, mas foi atrapalhado por Silena, que se jogou nos meus braços (devo admitir que aquela aproximação toda com ela só de biquíni me deixou muito feliz). Ela gritava vários “Obrigada” no meu ouvido, dizendo que eu era o herói dela. Vi Nico rir um pouco e sair de perto, me deixando um pouco sozinho com ela.

Começamos a andar por perto das piscinas. Silena não parou de falar por um minuto, dizendo que eu era muito forte e corajoso para fazer o que eu fiz e que ela se sentiu em um filme romântico, blábláblá, essas coisas de menina, mas devo dizer que eu gostei... E muito por sinal.

Passamos o resto do dia juntos. Ela ficou me abraçando, tomamos sorvete, entramos na piscina, rimos, conversamos e outras coisas.

–Como será que eu devo agradecer meu príncipe por ter me salvado? – ela perguntou sorrindo. Em nossa frente, um lindo por do sol desaparecia, deixando o clima calmo, tranqüilo e romântico.

–Não gosto muito dessas coisas de conto de fadas – eu disse – Mas pelo o que eu sei, as princesas agradecem com um beijo.

Me inclinei até Silena e selei nossos lábios. Foi um beijo calmo e cheio de paixão. Até semana passada, não conseguia trocar uma palavra com essa garota e todos achavam que eu nunca iria conseguir e, agora, aqui estava eu, sendo o primeiro de todos a conquistar a menina que realmente quer.

Fomos separados por muita água sendo jogada em nós. Eram algumas crianças batendo na água, espirrando para todos os lados. Rimos da situação. E ficamos assim até o sol se por...