Como Se Ainda Fosse Real escrita por Anna


Capítulo 9
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Assim como o Natal, o Ano-Novo passara tranquilamente. A neve não impediu as festividades em lugar nenhum, e não foi diferente n’ A Toca. Os fogos que iluminaram o céu na noite da virada formaram belas lembranças na mente de todos os presentes.

Com a troca de ano, Hermione se viu acarretada de coisas a serem feitas. Logo voltaria ao trabalho, e não tinha com quem deixar Rose, que estava cada vez mais esperta e marota. Se antes a morena não podia deixa-la sem supervisão por cinco minutos, agora estava pior; a convivência com a família estava a deixando mais e mais parecida com eles.

O que a deixava cada vez mais preocupada. Era burrice de sua parte tudo esse mistério, e um tanto desnecessário, podemos dizer, mas havia sido difícil contar a George, mesmo ele tendo aceitado bem, Hermione não queria parar para pensar em como seria contar para o resto da família. E para Fred, que parecia se afeiçoar cada vez mais a ruivinha, que nutria os mesmos sentimentos por ele. E por Bichento, que não saia de perto da pequena.

― Rose, meu amor. ― Hermione riu ao entrar na sala com a mamadeira da filha em mãos. ― Por que não deixa o Bichento ir comer também? Ele deve estar com fome, assim como você.

―Não, mamãe.

― Vocês brincaram demais hoje, Rô. Vem aqui. ― Hermione pegou a filha no colo, sentando-se no sofá com ela, acariciando os fios ruivos enquanto ela segurava a mamadeira firmemente. ― O que acha de irmos ver a vovó Weasley amanhã? ― sorriu quando a pequena assentiu e levou-a para a cama logo em seguida.

Quando o sono venceu a pequena, Hermione simplesmente jogou-se no sofá, pensativa. Precisava agir, e rápido. Esconder tudo isso estava se tornando irritante e repetitivo, e cada vez mais errado. Iria agir, e logo.


***


―Você tem certeza disso?

― George, é a décima vez que você me pergunta isso. ― Fred olhou para seu gêmeo, revirando os olhos. ― Não entendo porque toda essa surpresa. Você, mais que ninguém queria que eu superasse Hermione. Fiz isso, não está feliz?

― Claro que estou. ― George levantou, passando a mão nos cabelos. ― Só fiquei surpreso por tomar essa atitude. Você não parece o tipo de pessoa que noiva.

―Hey! ― Fred reclamou, rindo com o irmão.

― Fred? Você realmente a ama?

― Uhum. ― o ruivo respondeu, se jogando na cama, sem olhar para George.

―Mesmo?

― Onde quer chegar? ― Fred perguntou, tirando o sorriso do rosto.

― Em lugar nenhum. Só quero ter certeza de que vai continuar com essa decisão mesmo com Hermione e Rose de volta.

― Por que Rose me faria mudar de ideia? ― Fred perguntou confuso, fazendo o irmão responde-lo rapidamente.

― Nunca disse que faria, mas Hermione...

― Hermione deixou claro, tanto quanto estou deixando agora, que ela seguiu em frente. Caso contrário, não teria voltado de Buenos Aires com uma filha. Entenda, George, ela faz parte do meu passado agora. Acredite em mim, estou certo do que estou fazendo.

― Se você também acreditar. ― George murmurou, antes de desligar a luz do pequeno quarto que dividia com o irmão, de volta à casa dos pais, onde passavam as férias.

―Estou tentando. ― foram as palavras não ditas por Fred, antes de cair no sono.


***


― Hermione, você tem certeza de que está tudo bem? Nunca te vi tão nervosa em todos esses anos!

― Estou sim, Harry. ― a garota respondeu, forçando meio sorriso e se voltando para os papéis em sua mesa.

― Tem certeza? Você está suada. Tem alguma coisa acontecendo? Rose está bem? ― Harry voltou a perguntar, nem cinco minutos depois. Estava realmente preocupado com a amiga, que se encontrava quieta demais, e estava meio pálida.

― Tenho, tenho sim. Eu só... Ah, deixa para lá, Harry. ― Hermione levantou-se, prendendo os cabelos em um rabo baixo, apenas para tirar alguns fios rebeldes do rosto. ― Já terminei esses aqui. Tem mais alguma coisa para arquivar?

― Por ora, são esses aí. Mas, por favor, Hermione. O que está acontecendo? ― Harry colocou a pilha de papéis de lado, encarando Hermione outra vez. ― Você não é muito boa no quesito esconder segredos, Mione.

― Promete não ficar tão bravo comigo? E que vai deixar que eu resolva toda essa situação do meu jeito? ― a garota suspirou, olhando para o moreno.

― É tão sério assim? ― Harry deixou escapar.

― Mais do que você imagina.

― Tudo bem, farei o possível para cumprir seus pedidos.

― Rose. Ela...

― Aconteceu alguma coisa? ― Harry arqueou as sobrancelhas, preocupado.

― Não, não. Ela está ótima. ― Hermione respondeu. ― Mas não é isso o que eu preciso dizer. Eu ia contar hoje à noite, mas acho que você não vai conseguir esperar até lá, então, aí vai. Rose é filha do Fred.

Assim que terminou de falar, Gina fechou a porta da sala, encarando a amiga incrédula.

― Como é, Hermione?

― Gina... O quê? ― a garota estava trêmula, e, agora, ainda mais nervosa.

― Sinceramente, Hermione, eu esperava isso de qualquer um. Exceto de você. ― a ruiva saiu da sala, batendo a porta, enquanto Hermione se jogava na cadeira outra vez, escondendo o rosto, esperando a reação de Harry, que apenas respirou fundo e disse, em tom de brincadeira:

― Eu já desconfiava, na verdade. Ela é meio parecida com ele, sabe? O cabelo...


***


― Ou você conta para ele, ou conto eu.

― Gina, você não tem direito algum de fazer isso. ― Hermione via a amiga dar voltas e mais volta no pequeno quarto d’ A Toca, tentando se acalmar. ― Isso não te diz respeito..

Não me diz respeito, Hermione? É sobre minha família, me diz respeito sim! Você pode até querer continuar com seus segredinhos e com suas mentiras, Hermione, mas eu não vou fazer parte disso! ― a ruiva saiu do quarto, batendo a porta, fazendo Hermione segui-la até o andar de baixo onde estavam todos.

― Ah, olha só, Hermione! ― a ruiva exclamou quando Hermione chegou na sala, abarrotada de gente. ― Estão todos reunidos. Parece que o destino conspira a seu favor, não é?! Por que não fala logo?

A morena respirou fundo antes de abrir a boca. ― Gina...

― Gina nada. ― interrompeu a garota, rispidamente. ― Ou você fala ou eu falo, Hermione.

― Você não tem direito algum de fazer isso. É minha vida, Ginevra, não a sua. ― a morena direcionou o olhar para a amiga com certa raiva, ignorando os vários pares de olhos que assistiam a tudo como em um partida de pingue-pongue.

― Sim, é sua vida. E sim, são seus segredos. Mas eles me envolvem, Hermione. Envolvem Fr...

― Cale a boca! Eu sei a hora de contar isso, Gina. Pare de se meter.

― Vou parar de me ‘’meter’’ quando você parar de mentir, Hermione. Quando você contar, não só a ele, mas como para todo mundo. E acredite, é uma ótima oportunidade.

― Será que alguma das duas pode explicar o que está acontecendo? ― a Sra. Weasley interferiu na discussão das meninas, levantando-se do sofá.

― Acontece, mãe, que Hermione é uma grande mentirosa. Apenas isso.

― Gina! Isso é coisa que se diga?! ― repreendeu a senhora, olhando feio para a filha, e entendendo toda a situação.

― Não culpe a mim, mãe. Ela é quem está mentido!

Antes que Hermione pudesse abrir a boca para responder qualquer coisa, todas as cabeças se voltaram para a porta, de onde Fred e uma garota loira surgiam, sorrindo um para o outro e de mãos dadas.

― Ah, já estão todos aqui? ― o ruivo sorriu para a família, reparando então no clima pesado que se instalava na pequena sala de estar. ― Aconteceu alguma coisa?

― Não, não aconteceu nada! ― Molly disse, antes que qualquer outro falasse alguma coisa. ― Júlia, minha querida. Como está?

A senhora ruiva seguiu em direção a garota, que sorriu-lhe de volta, abraçando-lhe.

― Ótima, e a senhora? ― ela respondeu, sua voz tão encantadora quanto seus olhos esverdeados.

― Estamos todos muito bem, obrigada!

― Bem, se não se importarem, eu vou direto ao ponto. ― Fred sorriu, voltando a segurar a mão de Júlia. ― Nós temos novidades. ― o ruivo a olhou, ainda mais sorridente, e voltou a olhar para a família. ― Eu e Júlia estamos noivos!


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