Como Se Ainda Fosse Real escrita por Anna


Capítulo 8
Na hora certa.




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― Como é, Hermione? ― a morena se virou, encarando o ruivo que a encarava sério. ― A Rose é o que?

― Olha, nós precisamos conversar....

― Eu vou deixá-los sozinhos. ― Molly disse, saindo da cozinha discretamente.

― Pode falar. Agora. ― o ruivo manteve o olhar sério, enquanto Hermione pensava em como começar.

― Eu sei que tenho muita coisa para te falar, mas não acho que aqui seja o melhor lugar... ― a garota enrolou, mesmo sem querer.

― Ótimo. Vamos caminhar.

O vento que soprava nos jardins d ‘A Toca fazia com que as plantas dançassem, e o ambiente seria encantador em outras circunstâncias. Hermione encarava os próprios pés enquanto os dois caminhavam.

― Então, que história é essa sobre Fred ser pai? ― o ruivo quebrou o silêncio.

― O Fred...? Quê?― Hermione olhou para o ruivo em sua frente confusa.

Qual é, Hermione?! Depois de todo esse tempo você ainda não aprendeu a reconhecer o gêmeo certo? ― George agora ria descaradamente. ― Eu sei que não é hora para isso, mas a cara que você fez quando cheguei a cozinha foi impagável!

― George, eu te odeio! ― Hermione desferiu alguns golpes no rapaz, que riu por poucos minutos, reassumindo a expressão séria logo em seguida.

― Agora, me explique essa história. ― os dois pararam perto de uma árvore, Hermione admirando as estrelas que já apareciam no céu.

― Você sabe como isso acontece, George. Não acho que eu precise te explicar.― a garota disse apenas, sem olhar para o ruivo.

― É, isso acho que eu ainda sei como acontece, Hermione. Mas e o fato dele não saber? Ou de Rose ter uns dois anos?

Hermione suspirou antes de responder: ― O que quer saber?

― Tudo.

― Você sabe da história até eu viajar, não é?! ― Hermione começou, tomando coragem.― O que vocês não sabem é que, quando viajei para Buenos Aires, já tinha Rose comigo. Eu sei que você vai dizer que eu poderia ter contado antes de ir, mas imagine comigo, George. Eu terminei com seu irmão porque não queria que ele se sentisse preso a mim enquanto eu estivesse fora, o que aconteceria se eu dissesse que eu estava grávida dele?

― Então você achou melhor esconder? Desculpe, Hermione, mas não faz sentido.

― Eu não queria esconder por tanto tempo. Eu tinha planejado contar quando ela nascesse, mas nós já não tínhamos contato algum, e eu não mandaria uma carta apenas para dizer que ele tinha uma filha.

― Acho que isso soou melhor na sua mente, Hermione.― George disse, arrancando um sorriso da garota.

― Talvez. Mas, George, tente me entender. Depois de tudo pelo que o fiz passar, não seria demais fazer isso?

― Talvez.

― Viu? ― Hermione olhou para o ruivo.― Só que os três anos já acabaram, e meu tempo também. Eu não contei para ele, e agora estamos nisso. É mais grave do que deveria ser, porque não é só ele que não sabe que tem uma filha. Seu pai não sabe que tem uma neta, seus irmãos não sabem que tem uma sobrinha. Sempre pareceu mais fácil na minha cabeça. ― o ruivo ia interromper, mas Hermione continuou falando.― Eu sei que seria só chegar e falar agora, mas quando eu tento, é como se essas palavras sumissem da minha boca. Eu simplesmente não consigo contar. É frustrante.

― Hey, você vai conseguir falar. Mas, pelo amor de Mérlin, fale logo, Hermione. Esse segredo já foi mantido por muito tempo, e as consequências podem ser muito piores do que aparentam ser. Não sabemos como eles vão reagir.― o ruivo puxou Hermione para um abraço, suspirando.

― Eu vou, George. Prometo.― disse a garota, olhando para os olhos do rapaz, que sorriu. ― Mas preciso que me prometa algo.

― Não vou contar nada por enquanto, Hermione. Mas se você demorar muito, não posso garantir que eu esconda esse segredo por muito tempo.

― Eu sei.― Hermione disse, voltando para a casa. ― Mas obrigada, mesmo assim.

(...)

― Tem certeza que vai fazer isso?

― Sim, Draco. É só um jantar de Natal, o que pode acontecer? ― Hermione arrumava a bolsa de Rose, que brincava com Bichento na sala.

― Natal significa família, Hermione. Reunião de todo mundo. E se ele resolve apresentar a namorada para a família? ― o loiro estava atirado na poltrona fofinha, ao lado da cama da pequena ruiva.

― Ele já a apresentou, Draco. Você sabe disso. Mas, se ela for, qual é o problema? ― Hermione evitava olhar para o amigo. ― Não estamos mais juntos, e estou indo para a casa da família dele. Ele leva quem quiser.

― Vou fingir que acredito que você não vai se abalar se vê-la, Granger. Apesar de não parecer, conheço você. E não quero mais te ver com essa cara de quem comeu e não gostou por mais alguns anos.

― Vou fingir que não ouvi isso. ― Hermione fechou a bolsa da filha, finalmente olhando para o loiro. ― Vai jantar com seus pais?

― E com Sue.

― Quando é que você vai me apresentar Sue, hein?!

― Na hora certa. Quando você vai contar para Fred sobre a ruivinha ali?

― Na hora certa.

― Engraçadinha. ― o loiro levantou.― Preciso ir.

― Já? Achei que ia ficar por mais tempo.― Hermione disse, enquanto Draco se despedia da pequena, que mesmo com Bichento ao seu lado, não largava o urso que ganhara do ''tio''.

― Adoraria te ver sofrer um pouco mais, Granger. Mas não posso. ― os dois se abraçaram, sorrindo.― Feliz Natal, Hermione.

― Feliz Natal, Draco.

(...)

― Que tal abrirmos os presentes? ― Rony sugeriu, pela milésima vez, para a família, que estava reunida na sala, minuciosamente decorada. Até os gnomos que apareceram por lá estavam em clima natalino.

Hermione resolvera brincar esse ano, e distribuiu toucas de Papai Noel para todos n' A Toca, fazendo Harry gargalhar quando as viu pela primeira vez. Rose já vestia a dela desde que chegou a casa dos Weasley's, o Natal era uma das comemorações que a pequena mais havia gostado no ano anterior, ainda mais quando Hermione resolvera decorar a casa com luzes pisca-pisca.

― Presente? ― Rose virou-se para a mãe, quase fazendo biquinho.

― Obrigada, Rony.― Hermione disse, enquanto os outros ruivos riam.

Fizeram a troca de presentes, e Hermione se surpreendeu quando Rose aparecera carregando um pacote para ela abrir. Um suéter feito pela Sra. Weasley, com a letra R bordada sob a linha azul claro, estava empacotado para a pequena ruiva que quis vesti-lo logo que o viu.

Disse obrigada à mãe e voltou a brincar com Victorie, que exibia a boneca nova. Hermione ficava feliz por ver que a facilidade da pequena para fazer amigos vinha do pai, mesmo que ele não soubesse disso.

Quando a meia-noite finalmente chegou, a troca de abraços foi quase igual a virada do ano, mas sem os fogos de artifício. Quando soltou-se do abraço de Harry, viu Rose no colo de Fred e sorriu, indo cumprimentá-lo.

Quando chegou perto dos dois, Rose quis pular para seu colo, dando-lhe um abraço apertado. Assim que a pequena voltou a correr pela sala, por entre abraços, Hermione se aproximou de Fred, que a abraçou fortemente. Era o primeiro abraço de verdade desde... muito tempo, e ambos se surpreenderam por notar algo diferente quando se separaram.

― Feliz Natal, Fred.

― Feliz Natal, Hermione.


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