Como Se Ainda Fosse Real escrita por Anna


Capítulo 2
''―Olá mamãe!''




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‘’ ―Não acredito nisso!

―Bom, então somos dois! ―os passos do rapaz ecoavam no piso brilhante, enquanto Hermione se esforçava para não derramar nenhuma lágrima. ―Não acredito que pensou na possibilidade de ir.

― É claro que eu pensei, e, se não se lembra, foi você quem disse para eu me inscrever nesse estágio. Sabia muito bem que eu poderia ser escolhida!

―Claro que sim, mas não achei que aceitaria, de fato. Na melhor das hipóteses, seria escolhida e recusaria, não escolheria viajar para o outro lado do mundo por três anos.

―Mas foi você quem disse para eu me inscrever! ―a garota rebateu, irritada. ―Se não queria que eu o fizesse, poderia ter dito logo de cara!

―Para que você agisse como uma menina mimada que não consegue o que quer, como está fazendo agora?!

―Ah. ―Hermione desviou o olhar dos olhos verdes do rapaz, impressionada com sua atitude. ―É claro. Quando você voltar ao normal, nós conversamos. ― passou pelo rapaz, esbarrando em seu ombro e batendo a porta ao sair, caminhando rapidamente pelo corredor da casa abarrotada de gente, enquanto sentia um leve enjoo.

Passou pelos ruivos que a olharam confusa, e foi até o jardim, aparatando para casa, sem se despedir. Precisava de um banheiro, e logo.’’



Hermione havia acordado mais cedo que o habitual na quarta-feira ensolarada.

Assim que colocou os pés para fora da cama, uma coruja negra bicou o vidro da janela, carregando uma carta consigo.

Levantou-se preguiçosamente e abriu o vidro, acariciando a cabeça do animal, que soltou o pergaminho que carregava na mão livre da castanha. Assim que bebericou alguns goles de água, concedidos pela menina, levantou voo, planando do céu azul.

‘’Querida Hermione,

O que acha de petiscos e cerveja amanteigada hoje à noite?

Presumo que tenha ido ―ou ainda vá ―passar o dia com seus pais, já que eles ainda não conheciam a ruivinha que você chama de filha, então decidi que seria melhor visitar as mocinhas ainda hoje.

Se precisar de alguma coisa, é só mandar uma coruja!

Com carinho,

Draco Malfoy.

P.S. Os petiscos são por sua conta!’’

Sorriu ao terminar o bilhete do amigo, e o deixou na cômoda. Tomou um rápido banho, se vestindo com a mesma rapidez. Procurou um casaco mais quentinho no guarda-roupa, e desceu até a cozinha, ainda calçando as pantufas. Encontrou Bichento dormindo no sofá e revirou os olhos com a comodidade do bicho. Seguiu seu caminho e parou somente na cozinha, finalmente encontrando o que procurava.

Calçou o pé da bota que encontrou, e voltou para sua busca, parando somente na própria varanda. Deixou os sapatos de pelúcia ao lado da cama e foi até o quarto de Rose, que dormia tranquilamente, coberta até a cabeça.

Acordou a filha delicadamente e arrumou os fios, ainda úmidos, em uma trança, ajudando-a a se vestir, instantes depois. Seus olhos azul-esverdeados não pareciam nem um pouco com os de Hermione, completamente castanhos. O nariz e os cabelos, embora estes fossem ruivos, era o que lembravam a mãe. Ou era o que todos diziam.

Terminou de abotoar o casaco da pequena e sorriu, enquanto a ruiva terminava de contar sobre seus sonhos.

―Pronta para conhecer seus avós?

―Sim! ―completamente desperta, Rose sorriu.

―Então vamos, porque à noite, eu tenho uma grande surpresa para você. ―fez cócegas ao pegar a filha no colo e aparatou uma rua atrás da casa dos pais.

Depois de muito esforço, Hermione havia desfeito o feitiço em seus pais, que voltaram a trabalhar como dentistas, depois de alguns anos. Aproveitaram o máximo de tempo que podiam com a filha, antes que ela viajasse para longe, pelos longos três anos. O casal já sabia das novidades, mas ainda não conhecia a neta, o que deixava os três apreensivos.

A castanha sorriu ao chegarem em frente a casa, observando a fachada.

As janelas, ainda pintadas de branco, contrastavam com o tom verde da casa, cujo pequeno jardim continuava bem cuidado. A única árvore ali presente já perdia algumas folhas, depositando-as no gramado não mais tão verde. Sorriu e voltou a pegar a filha, que havia insistido em caminhar, no colo. Caminhou até a porta, dando leves batidas. Ela logo foi aberta, revelando uma senhora Granger, sorridente.

―Olá mamãe!


(...)


―Tio Draco!

―Olá, ruivinha! ―Draco ergueu Rose, arrumando- a em seu colo, enquanto Hermione saía da cozinha. ―Senti saudades de você.

―Eu também. ―a pequena sorriu, pulando do colo do loiro, que se aproximou de Hermione.

Passou os braços pela cintura da castanha, e sorriu. Quando se afastaram, o loiro estendeu um embrulho, entregando a Hermione o combinado da noite. Ela sorriu e voltou para a cozinha, agora sendo seguida.

―Como está?

―Bem, e você?―Hermione separou duas canecas, servindo Cerveja Amanteigada em ambas.

―Perfeitamente bem. Quando voltaram? ―Draco furtou alguns petiços da bandeja, mastigando-os lentamente.

―Chegamos ontem à noite. Rose dormiu assim que a coloquei na cama, e como ainda era cedo, consegui dar um jeito em seu quarto. Não que isso fosse muito difícil. ―Hermione suspirou, estendendo a caneca para o loiro.

Eles logo foram para a sala, conversando sobre qualquer coisa por um longo tempo. Não demorou muito para Rose grudar no loiro, o qual adorava. Relutou um pouco quando Hermione levou-a para o quarto, mas fez com que o tio de aluguel prometesse que visitaria logo.

Já não era mais tão estranho dizer que Draco era seu amigo. Quando voltou para Hogwarts, sem a companhia de Ron ou Harry, recebeu um pedido de desculpas do garoto, que foi bem aceito em sua vida. As pessoas demoraram a aceitar a ideia de que velhos inimigos eram, agora, quase melhores amigos. Talvez não quase ― o loiro havia sido o único com quem mantivera um contato mais assíduo durante a viagem.

Ficaram de papo furado até tarde, quando o loiro resolveu ir para casa, rebatendo que teria que acordar cedo no dia seguinte. Ajudou a castanha com a bagunça feita pelos dois, e se despediu.

―Vai vê-los amanhã, não vai? ―virou-se para Hermione, que respirou fundo.

―Eu preciso. Gina deve estar querendo me matar, já faz meses desde a última carta. ―deixou escapar um sorriso, virando-se para Draco.

―Está preparada para vê-lo? ―Draco tentou não demonstrar, mas a pergunta que tinha feito não era bem essa. Hermione teria que contar a verdade uma hora ou outra, e tinha quase certeza de que seus amigos não sabiam sobre Rose. Nunca indagara a garota sobre isso, mas conhecendo seu gênio, as dúvidas eram as menores possíveis.

―Ainda não parei para pensar nisso.

―Então boa sorte! ―os dois riram, e Draco foi embora, deixando Hermione praticamente sozinha outra vez.

Assim que desligou tudo na cozinha, foi até o quarto bege da filha, de mantinha a respiração pesada. Sorriu e foi para o próprio quarto, pensando na última pergunta de Draco.

É claro que ainda não estava preparada para vê-lo, e ainda mais para contar a verdade, mas era algo que precisava ser feito. Intimamente, torcia para que ele não estivesse n’ A Toca na próxima manhã, mas nada era garantido.

Suspirou e fechou os olhos, teria um grande dia amanhã.


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