‘’ ‘Voltar para casa depois de certo tempo longe lhe traz uma sensação estranha. É como se você tivesse ido para um outro lugar como outra pessoa, porque, o que fez durante esse tempo, não faria como ‘’ a pessoa que era’’ antes de sair para o mundo. E então, você percebe o quão tudo e todos mudaram, o quanto estão diferentes. Porque, assim como a sua, a vida deles continuou, e o mundo prosseguiu com sua rotação, por pelo menos, três vezes, enquanto você vivia sua nova vida. E você se pega pensando, ao reconstar sua cabeça na pequena janela de vidro do avião silencioso, em como será quando você vir às pessoas que te fizeram pensar, todos os dias, em voltar, deixando seus novos planos de lado. Ainda mais quando uma dessas pessoas é o pai da sua filha.’

Hermione fechou o caderno no qual escrevia e se virou para a pequena ruiva, que brincava com sua coruja de pelúcia, concentrada. Acariciou seus cabelos e voltou sua atenção para o resto do avião.

Era muito estranho ter que usar os meios trouxas para se locomover, mas com Rose e os colegas de trabalho lhe acompanhando, não tinha outra alternativa; aparatar seria estranho demais. Ajeitou o pequeno caderno na bolsa ao seu lado e virou-se para a janela outra vez, admirando os céus desconhecidos enquanto voltava para Londres.

Não sabia muito bem o que esperar ao chegar lá, afinal, três anos haviam se passado desde que tinha viajado para Buenos Aires, na Argentina. A garota havia ficado responsável por um caso de magia com trouxas, que gerou uma grande confusão. Depois de muito trabalho duro, teve êxito no estágio do Ministério, conseguindo o cargo oficial. Agora era só esperar para ver como seria retornar à Londres, e voltar a viver sua vida como antes, mesmo que ela não pudesse voltar a ser assim.