Como Se Ainda Fosse Real escrita por Anna


Capítulo 3
Filha!




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‘’—Por favor, não diga isso.

—Por que não? —o ruivo sussurrou, os lábios colados no pescoço de Hermione. —Não acredita nelas?

—É claro que acredito, mas são palavras ‘’fortes’’ demais, e...

—E o quê? Você... Você não sente o mesmo? —a castanha sorriu com a insegurança nunca demonstrada antes pelo rapaz e acariciou seu rosto de leve antes de responder:

—Pode ter certeza de que eu sinto. Mas não prefere guardá-las para o momento certo? Quando essas palavras parecerem menos...

—Forçadas? —o ruivo sorria, acompanhado por Hermione, ao completar a frase. A garota aproximou seus lábios novamente, sorrindo com as palavras quase ditas.

(...)

—Você tem certeza do que está dizendo? Hermione, por favor!

—Eu... Eu quero isso tanto quanto você, e Mérlin sabe que não queremos isso! Mas, por favor, a última coisa que eu quero é te deixar preso a mim desse jeito. Tanta coisa pode acontecer durante esse tempo, ainda mais com um cara como você, e...

—E o quê? Acha que eu vou deixar de gostar de você só porque vamos ficar separados por três anos? Por Mérlin, Hermione! Será que não dá para entender que eu amo você?! Eu sei que dei chilique por você ter aceitado, mas eu estava de cabeça quente. Entenda, de uma vez por todas, eu amo você! E não são três anos que vão mudar esse sentimento.

—E você acha que eu não sinto o mesmo? Acha que eu vou deixar de pensar em você durante esse tempo? Que eu vou deixar de te amar? —era uma das poucas vezes que Hermione usava essas palavras, mas era necessário. Queria deixar claro o que sentia, mas, ao mesmo tempo, deixar claro o porquê de ter tomado a decisão de terminar com o namorado. Suas lágrimas provavam que ela se sentia tão partida quanto ele.— Eu só não quero que se sinta preso a mim. Sei como você é, e sei como sua vida é. Você é encantador¸ meu amor. Qualquer uma percebe isso. E, talvez, possa acontecer de você também se encantar por outro alguém. Não quero que passe esse tempo focado em alguma coisa que pode ou não dar certo.

—Talvez algum dia você entenda que a pessoa que me encantou é você. —seus passos firmes ecoaram pela escada de madeira, assim como a batida na porta, segundos depois.

As lágrimas já não eram mais controláveis no rosto de Hermione, e ela deixou que caíssem; não havia muita coisa para fazer agora.’’


Apesar do rigoroso inverno ainda não ter chegado, uma névoa —ainda que fina — pareava no lago perto da casa sustentada por magia. A grama ainda por cortar fez Hermione sorrir, sua memória revirando-se em busca de boas lembranças que não demoraram a se mostrar.

Rose carregava consigo apenas Mack, a coruja de pelúcia que não largava por nada, enquanto a mão livre estava agarrada a mãe, como se ela pudesse lhe fugir a qualquer momento. Seu rosto estava enfiado na blusa, já que mantas eram peças que não paravam em seu corpo, e admirava o novo lugar em silêncio.

Hermione lhe dissera que iriam encontrar seus amigos, e ela estava ansiosa para conhece-los; as pessoas das fotos da mãe pareciam ser legais.

Não havia demorado muito para que as duas chegassem à porta da casa, a castanha mais nervosa do que nunca. Mas não tinha o que temer, eram seus amigos que estavam ali.

—Vamos lá, Hermione. Honre sua casa. —sussurrou para si mesma antes de dar leves batidinhas na porta, que logo foi aberta por uma senhora sorridente.

—Oh, Hermione! — aquelas palavras proporcionaram um grande alarido, já que, aparentemente, toda a família de ruivos —e um moreno— estava reunida.

Logo, muitos pares de braço a envolveram em abraços apertados, beijos no rosto e sorrisos, que eram retribuídos na mesma intensidade; talvez não devesse mais ficar tanto tempo longe. Mas a atenção não foi voltada somente para si.

Não demorou muito para que a ruivinha que chegara com Hermione chamasse atenção, e também fosse cumprimentada por todos. A castanha sorriu ao notar a facilidade da filha ao se relacionar com, até este momento, estranhos. Até Mack fora esquecida por bons minutos.

—Ela continua um doce. — comentou Molly, postando-se ao lado de Hermione.

—Obrigada. Eu não sabia como seria quando ela conhecesse a todos, mas acho que a ruivinha está se saindo bem. —as duas sorriram e Gina, com Rose no colo, se voltou para Hermione.

—Ela é um amor, Mione! Nem parece sua.. o quê? Prima? — a castanha sentiu o sangue subir para o rosto, as palavras embaralhando-se na ponta da língua, prontas para serem cuspidas para fora — o que faltava era como.

—Na verdade, ela é minha filha. — a surpresa estampada no rosto de todos foi quase impagável. Sabia que tratavam de assuntos sérios, mas olhos se arregalaram tão rápida e conjuntamente que sentiu os lábios se curvarem por míseros centésimos.

Filha? — Gina foi quem se pronunciou primeiro, disfarçando o torpor em que se encontrava antes. —Não me entenda mal, mas você só ficou três anos fora! Como conseguiu ser tão rápida?

—Gina! — a mais velha ruiva repreendeu a filha, enquanto Hermione lutava para encontrar as palavras certas.

—É uma longa história, Gina. Mas não acho que deva ser contada agora... —baixou a voz ao falar, como se esperasse a aprovação de todos, que tentaram a encaixar em assuntos em poucos segundos.

Os minutos de conversa pareceram durar uma eternidade.

Novidades foram postas em dia enquanto o almoço era preparado, e Hermione acabou descobrindo que o Ministério estava de folga naquele dia. Teria que esperar mais alguns dias para conversar com Kingsley outra vez, mas não preocupou-se com isso; seus amigos estavam em evidência no dia de hoje.

Assim que o sol se tornou visível, aquecendo o jardim, Hermione ‘’perdeu’’ a filha para o gramado que ia deixando o verde de lado. A pequena corria atrás de alguns gnomos que ainda passeavam por ali, gargalhando divertida.

Sentiu dois corpos de aproximarem dela, passando os braços pelo pescoço dos amigos, formando o Trio de Ouro novamente. As orelhas de Rony já não estavam tão vermelhas, e Harry já não escondia o sorriso, então estava tudo bem.

O almoço, que não demorou a ficar pronto, veio com uma surpresa para Hermione.

No fundo, não era tão surpresa assim, mas não pode controlar os batimentos cardíacos quando dois ruivos idênticos aparataram na cozinha, os sorrisos estampados em seus rostos.


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