Chicago University escrita por JuliaChase


Capítulo 2
Mix da Marie!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Como prometido, eu to postando o capitulo novo essa semana ainda!!! Obrigada ao pessoal que comentou e favoritou a historia!! Fiquei muito feliz!! Espero que gostem. Me desculpe os erros de ortografia!! Mas n deu tempo de revisar e meu celular é doido de vez em quando ! nos vemos lá em baixo!!



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LEIAM AS NOTAS INICIAIS

Pov. Tobias

Ainda não consigo acreditar que a Tris é filha dos Prior. Eu sabia que a conhecia de algum lugar assim que a vi pela primeira vez. Fiquei dias tentando lembrar de onde, mas não consegui. Até que ela apareceu aqui no apartamento e tudo se esclareceu.

Eu procurei bem fundo na minha memória em busca de alguma recordação. A única que me veio na cabeça até agora foi o dia do enterro da minha mãe.

Ela estava com os pais e o irmão, que se chama Caleb se não me engano, em um canto isolado. Andrew e Natalie se mostraram muito fortes em não chorar, afinal, os quatro, meus pais e os de Tris, eram muito próximos. Já a pequena não parava de me olhar. Ela parecia triste em me ver chorando, e eu pude perceber que ela queria de aproximar para me consolar, mas tinha vergonha e receio. Eu me lembro de sorrir para ela em retribuição por um segundo, mas retornando a chorar logo em seguida.Desde aquela época ela já mexia comigo, eu apenas não sabia.

Não que agora eu tenha descoberto que ela é especial para mim, nem a conheço direito. Mas de alguma forma, eu me sinto no direito de protege-la de tudo que venha de ruim em seu caminho. Sem contar daquele arrepio maledeto que eu sinto toda vez que a toco.

Enfim. Eu havia acordado cedo naquele sábado. Para falar a verdade, não consegui dormir direito. Eu tive uma sexta-feira conturbada. Afinal, quem no mundo compra o mesmo apartamento que uma outra e só descobrem ao chegar no local?

Me levantei, fui ao banheiro e coloquei uma calça de moletom. Não ia sair só com a cueca que eu uso para dormir. Vai que a Tris aparece do nada. Sai do quarto e me dirigi a cozinha. Me toquei que não havia feito compras ainda. Não tinha nada para comer. Quando a Tris acordar nós vamos ao supermercado.

Andei em direção a sala, me sentei no sofá e liguei a televisão em um canal de esportes. Sempre gostei de jogar futebol americano, tanto que fui o capitão do time da escola. E estava contando com a possibilidade de jogar na faculdade. Quem sabe?

Fiquei embaçando em frente a TV por mais ou menos umas duas horas, até que eu ouço uma porta se abrindo em algum lugar no apartamento.

– Bom dia- eu ouço a voz de Tris atrás de mim e me viro para olhá-la. Sinto um arrepio na espinha ao fazer isso. Ela está usando uma camisola de cetim vermelha que vai ate o começo de suas pernas e que define muito bem suas curvas, seus cabelos dourados estão soltos e meio desgrenhados, porém bonitos e com cachos definidos.- Dormiu bem?

– Bom dia- eu estou quase babando, e percebo que ela cora da cabeça aos pés com o meu olhar sobre seu corpo. Eu limpo a garganta com uma tosse de leve- Hu hum... É... eu não consegui dormir muito bem.- digo me levantando. Logo depois eu percebo seu olhar sobre meu abdômen descoberto. Trato de cruzar os braços para tentar esconder um pouco e deixá-la mais relaxada. Mas parece que isso piora, por que os músculos de meus braços acabam se sobressaindo mais ainda e eu fico com uma postura mais definida. Ela solta um suspiro e tenta disfarçar.

– Hum... é... Ah... Por... Por que... que "cof cof"( N/a Autora: ela tosse... kkk)- ela parece sem jeito. É engraçado ver a cara dela.

– Tris, quer que eu coloque uma camisa?- eu pergunto descaradamente e ela arregala os olhos

– NÃO- ela gritou tão alto que me assustou. Eu estava segurando a risada. Mas um sorriso se formava em meu rosto- Quer dizer... é... hum... não precisa.- ela tenta esconder o rosto entre as mãos, respira fundo e me encara novamente, porém sem olhar do meu ombro para baixo- Por que você não conseguiu dormir bem?- ela retorna ao assunto

– Por que eu fiquei pensando em tudo o que aconteceu ontem. Não é todo dia que você encontra a filha do governador de Nova York em seu apartamento.- eu brinco e ela dá risada

– Pensa no meu caso então.- ela sorri- Não é todo dia que você entra em seu apartamento novo e dá de cara com o filho do prefeito da cidade de Nova York.

– Ta bom. Você venceu.- ela faz uma dancinha meio desengonçada e me faz gargalhar- Se o mundo dependesse de uma apresentação sua de dança, nós estaríamos fritos.- ela me olha e mostra a língua.

– Hahaha- ela cruza os braços e eu vou até a lua e volto. Isso só fez com que seus peitos se erguessem mais ainda- Não vi graça.

– Pois eu vi- falo com um duplo sentido, mas ela não parece perceber.- Precisamos ir no supermercado. Eu estou morrendo de fome. E nós não temos nada na cozinha.- tento mudar o meu foco

– É verdade- ela fala pensativa- Vamos fazer assim... Nós nos arrumamos, depois de um banho é lógico, e então procuramos algum lugar onde possamos comer. Por que não dá para aguentar a fome até comprarmos tudo e prepararmos alguma coisa para comer. - eu apenas ouço e concordo com a cabeça- E então nós vamos para o mercado e fazemos a compra do mês.- ela conclui sua fala.

– Por mim tudo bem- eu digo sorrindo

Ainda não havia parado para pensar em uma coisa. Eu e a Tris vamos cursar Astronomia juntos na faculdade. Caramba, agora que eu estou ferrado de vez. Eu vou ter meus pensamentos invadidos pelo sorriso dela, pelo seu jeito meigo, pela sua gentileza e por todo o resto de seu ser, 24Hs por dia durante uns quatro anos. Ela vai me deixar louco.

– Eu vou tomar banho- ela diz e começa a se afastar em direção ao quarto.

– Tá- eu digo alto o suficiente para ela ouvir- Eu também.

Desligo a TV e vou direto pra de baixo do chuveiro. Tomo um banho rápido e saio do banheiro. Coloco uma blusa polo azul marinho Lacoste, uma bermuda caqui e um tênis polo Ralph Lauren Vito Sneaker branco. Deixo meu cabelo secar naturalmente e deixo a barba por fazer. Pego minha carteira e meus documentos, passo meu perfume Malbec e saio do quarto.

Espero pela Tris durante uns vinte minutos, até que ela aparece. Senhor, me dê forças para não cair ao seus pés. Ela estava mais linda que o normal. Uma blusa preta de manga comprida que vai até o umbigo,um shorts jeans, e um keds azul. Seu cabelo está solto e natural, ou seja, maravilhoso. E ela está com uma bolsa marrom de franjas.

Eu sei o que você deve estar pensando. " Como esse cara sabe do que está falando? Ele é um homem, nem sabe o que é keds, bolsa de franja. Será que ele sabe o tipo do sapato que está usando? blá blá blá", mas quando se tem uma melhor amiga que ama moda, tudo fica mais fácil. Mas isso é história para um outro momento.

– Nossa- eu arregalo os olhos e dou um assobio- Você está... UAU!- coisa super inteligente de se falar

– Obrigada- ela sorri envergonhada- você também não esta nem um pouco feio.

– Obrigado - eu pego a chave do meu carro e vou em direção a Tris.- Vamos?- eu pergunto

– Vamos- eu coloco meu braço esquerdo ao redor de sua cintura e a guio até o veículo mais perfeito do mundo.

Chegando no estacionamento do prédio, eu avisto a minha linda, maravilhosa, sensacional e perfeita BMW. Ela acabou de sair da fábrica, e só para mim.

– Onde você guarda seu dinheiro?- pergunta Tris ao ver meu carro- Estou pensando em te assaltar.- ela olha de novo para mim- Você é louco de gastar dinheiro em um carro desse.

– Não sou louco- eu digo abrindo a porta do passageiro para ela- Só gasto o dinheiro do meu pai como uma forma de demonstração do quanto eu o amo.- falo com sarcasmo e ela me olha confusa- Desculpa. Eu falo sobre isso depois.

– Tudo bem- eu fecho a porta dela e dou a volta entrando do lado do motorista.- Onde vamos comer?

Eu já estive em Chicago antes. Eu era pequeno da última vez que vim para cá. Minha mãe amava esse lugar, então eu vivia aqui. Mas depois que ela morreu, eu fui perdendo o hábito e a vontade de retornar.

Começo a procurar em minha memória algum lugar bom para se comer. Tinha um restaurante que eu e minha mãe amávamos. Eles serviam uma série de pratos diferentes para nós, mas só podíamos comer vendados. Aquele que acertasse o que estava comendo mais vezes, ganhava.

– Tem um lugar- eu sorri ao me lembrar do pudim de sorvete pelo rosto da minha mãe e dou partida no carro.

– Onde?- seus olhos brilhavam de excitação e curiosidade

– É uma surpresa.- eu digo querendo provoca-la

– Me fala por favor.

Ver a Tris emplorando por uma pista não tinha preço. É bom saber que ela é curiosa. Vou usar essa arma qualquer dia.

– Se acalme Seis. Não é muito longe daqui. Só me dê uns dez minutinhos e estaremos lá- eu digo

Ela ficou feliz em ouvir seu apelido. Mas acho que o principal motivo pela sua felicidade foi a segunda frase. Ela deve estar com muita fome. Não me lembro de vê-la comer ontem e nem hoje de manhã. Eu pelo menos comi um pacote de bolacha antes de sua chegada na noite passada.

– Quando foi a última vez que você comeu?- eu pergunto preocupado

– No avião. Eu comi uns cinco pacotes de amendoim e tomei uns dois refrigerantes.- ela fala pensativa

– Você deve estar morrendo de fome

– Não faz ideia.- ela falou toda dramática- Falta muito?

– Calma moça.- eu continuo dirigindo e paro em
um sinal vermelho, mas pude ver que logo em frente estava tudo parado. Nós não vamos por ali, e sim pela rua do lado, mas decidi que não ia contar para Tris. Vou tortura-la um pouco- Parece que está trânsito.

– Só pode ser brincadeira- ela grita perplexa e eu a encaro.

Tris está com a cabeça apoiada no vidro e com uma cara de brava. Olho pra suas pernas e posso perceber que elas estão cruzadas e que seus pés se movem impacientemente. Olho para frente novamente com um sorriso no rosto. Logo que o sinal fica verde, eu viro o carro para a esquerda e Tris me olha confusa.

– Nós não vamos pegar transito?- ela pergunta esperançosa

– Não.- eu digo simplesmente

– Mas você disse que...

– Eu disse que estava trânsito- eu falei a interrompendo - Mas nunca disse que íamos por aquele lado.- eu estaciono o carro em frente ao restaurante e vejo que continua o mesmo.- Chegamos.

– Eu mato você se me deixar desesperada mais uma vez.- ela me dá um soco no braço que eu nem sinto. Mas finjo dor e dou risada- Eu estou morrendo de fome.

– Tá. Tá. Tá. Chega- ela ainda está me batendo.

Ela para de me "espancar" e olha para fora do carro na direção do restaurante. A fachada é vermelha, com janelas de vidro escuro e uma porta de madeira. Em cima está a placa com o nome do lugar. " Mix da Marie".

– O que eles servem aqui?- me perguntou Tris tirando o cinto de segurança

– De tudo o que você possa imaginar.

Eu tiro o meu cinto e saio do carro para abrir a porta para que Tris possa sair também. Ela agradece o gesto e me espera trancar o veículo.
Eu vou em sua direção e coloco as mãos envolta de sua cintura em um gesto protetor.

Ao entrarmos no local eu começo a me lembrar da minha mãe. As padres totalmente coloridas e cheias de nomes de pessoas que vieram aqui anteriormente, as mesas de madeira com marcas de todos os tipos, as cadeiras brancas com estofado preto e o piso de madeira. Parece um lugar Hippie, mas eu adoro aqui.

Tris escolhe a mesa e eu percebo que é a mesma em que eu e minha mae ficávamos. Sem querer deixo uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Trato de enxuga-la bem rápido. Olho para Seis e vejo que ela está com uma cara de preocupação.

– Esta tudo bem Quatro?- ela pergunta colocando uma de suas mãos em cima da minha.

– Sim. É que esse lugar me traz tantas lembranças- eu digo e ela sorri

– É a sua mãe não é?- ela é muito esperta. To ferrado.

– Como você sabe?

– É um dom ler as pessoas- ela diz

– Bem, eu e ela vínhamos muito aqui.- eu começo a contar- Marie, a dona deste lugar, era amiga da minha mãe. E toda vez que vínhamos para Chicago, dávamos uma passada por aqui.- eu olho para a mesa e vejo um desenho de um coração com um T no centro- Esse desenho foi ela quem fez. Nós costumávamos sentar nessa mesma mesa.- eu digo dedilhando o pequeno coração com o dedo e Tris faz o mesmo logo em seguida.

– É bom lembrar dela- olho em seus olhos azuis tão lindos- Nossas lembranças são aquelas que nos revelam quem realmente somos.

Fico pensando no que ela acabou de me falar e me toco que é verdade. Se formos parar para pensar, uma pessoa que perde a memória, fica perdida e sem entender nada que acontece a sua volta. É mais ou menos assim que eu me sinto só de pensar em não ter todo minha mãe.

– Verdade.- eu a olho com um sorriso e ela retribui.- Vamos escrever isso na parede.

– O que?- ela me olha sem entender e eu riu de sua cara

– É uma tradição. Toda vez que vier aqui, tem que escrever algo na parede e deixar sua marca na mesa.- eu digo e ela abre um sorriso enorme- Mas só quando terminarmos de comer.

– Que legal!- ela exclama

– Você ainda não viu nada. Espere até eles nos servirem- eu pego uma de suas mãos.

Eu ouço o barulho de alguém andando em nossa direção e então me viro para ver quem é.

– Tobias?- ele pergunta surpreso e feliz em me ver.

Posso perceber que continua o mesmo. O estilo Rock N' Roll, com roupas pretas, coturnos e piercings por toda parte do rosto.

– Sou eu cara- eu me levanto e o abraço bem forte- Que saudades!

– Para com esse papo de mulherzinha- nós separamos e eu vejo que ele esta se segurando para não chorar.

– Que isso Eric? Você sabe que eu te amo. E eu sei que você me ama- eu exclamo e ele dá uma risada estridente

– A gente ta parecendo gay- ele me encara com um olhar divertido no rosto- Mas me fala. O que faz aqui?

– Eu vim estudar aqui. Vou para a Universidade de Chicago.- ele me dá um soco amigável no ombro

– Vamos nos ver muito então. Eu estudo Física lá. Esse ano vai ser o segundo para mim.

– Legal- eu digo e olho para trás. Tris está perdidinha- Ah... quase me esqueci- eu aceno para que ela venha em nossa direção- Essa é Beatrice.

– Só Tris na verdade. Muito prazer.

Ela estende a mão para cumprimentar Eric, mas este apenas dá um beijo na parte de cima . Não sei por que ,mas esse gesto me incomoda profundamente.

– O prazer é todo meu- ele me encara com um olhar malicioso. Lá vem merda- Por que nao me contou que estava namorando Quatro?

– Por que eu não estou- eu vejo que Tris cora da cabeça aos pés e eu acabo por ficar igual.- Ela é só uma amiga- parece que eu estou tentando a convencer a mim mesmo também.

– Aham. Sei.- fala ele

Eric me conhece. Sabe que tem alguma coisa a mais e eu não quero contar. Eu apenas faço um gesto para ele do tipo " Depois te explico".

– É uma longa história, na verdade- fala Tris

– É. Depois te explico- eu digo e ele a faz cara de " Quero só ver. "- Mas então, como vai sua mãe?
– me toco que a Tris não está entendendo nada-Só para esclarecer. Eric é o filho da dona do Restaurante, a Marie. Ele é um mês mais novo que eu. O conheci quando vim para cá pela primeira vez. Acabamos por tornarmos melhores amigos, mas a distância acabou nos afastando um pouco.

– Pois é, mas nada acaba com essa amizade. Muito menos alguns quilômetros. - ele esta totalmente animado, então da um soquinho de leve na minha mão.- E respondendo a sua pergunta, minha mãe continua na mesma- ele diz coçando a cabeça- Trabalho, trabalho e família.

– Onde ela está?- pergunto

– Lá dentro- ele me responde- Eu posso chamá-la. Só vou anotar o pedido antes.- ele diz pegando o bloquinho e a caneta na mão.

– Ok- eu ajudo Tris a se sentar e logo em seguida vou para o meu lugar.- Bom Tris. Eu vou escolher alguns pratos para você comer, e vice-versa.- ela me olha atentamente e quase me perco em seu olhar. - É... então- me recupero um pouco- O Eric vai trazer duas vendas para colocar em nós dois.- eu digo- Nós temos que acertar o prato. Aquele que tiver mais pontos, ganha a surpresa no final.- ela parece super animada

– Por mim tudo bem.- ela joga o cabelo para trás em um gesto de superioridade- Eu vou ganhar mesmo.- Eric faz um som do tipo "Vish"

– Isso é o que vamos ver.- eu digo sorrindo.- Eu vou pedir o de sempre Eric

– Pode deixar- ele anota o pedido em um dos caderninhos e se volta para Tris.- Agora, você vai escolher e escrever nesse outro bloquinho os números dos pedidos.- ele a entrega o objeto e ela logo começa a escolher.

Eu me perco olhando para ela durante o tempo em que seus dedos ágeis escrevem desesperadamente o papel em branco. Seus cabelos se movem com tanta sutileza, seus olhos que brilham o tempo todo, seus lábios que esboçam um sorriso tão lindo, e principalmente suas bochechas risadas que mostram o quão concentrada ela está.

– Terra chamando Tobias - só então eu percebo que ele está passando a mão em frente ao meu rosto.- Você ouviu o que eu falei?

– O que?- eu o olho confuso- O que você disse?

– Deixa para lá- ele dá um sorriso malicioso em minha direção- Vi que estava muito concentrado.

– Cala a boca- eu falo entre dentes

– Acabei- fala Tris e ela entrega o papel para Eric. Ele apenas arregala os olhos

– Você é do mal garota- ele diz ao ler o papel- Gostei de você- ele se retira em direção a cozinha e me deixa a sós com a Tris novamente.

Eu fico meio sem graça e fico tentando pensar em alguma coisa para puxar assunto. Mas nada vem em minha mente. De repente um silêncio constrangedor se instala.

– Eu não te perguntei uma coisa ainda Quatro- fala ela e eu dou graças a Deus. Eu aceno com a cabeça para que ela prossiga- Quantos anos você tem?

– Eu tenho 20 anos- eu estranho a pergunta- Por que?

– Nada- ela diz- Só curiosidade.

– E você?- ela não deve ser tão mais nova que eu.

– Eu tenho 18.- ela fala com um sorriso no rosto- Por que?

– Só curiosidade- respondo do mesmo modo que ela.

Ficamos jogando conversa fora durante um tempo, até que finalmente eu vejo Eric vindo com nossos pedidos cobertos por uma redoma de metal os cobrindo, e logo atrás dele, está a Marie. Ao me ver, ela começa a chorar. Continua a mesma também. Baixinha, com os cabelos castanhos sempre presos, as roupas coloridas e com um sorriso no rosto.

– Tobias- ela vem em minha direção e me abraça- Que saudades querido.- eu retribuo o abraço da mesma forma

– Eu também senti saudades Marie- eu digo sentindo suas lágrimas em meus ombros- Você não faz ideia.- eu a solto e ela se volta para Tris

– Oi querida- elas se abraçam- Muito prazer. Eu sou a Marie. Eu e a mãe de Tobias éramos muito amigas

– O prazer é todo meu. Eu sou a Tris- elas se soltam- O Tobias me contou. Adorei aqui.

– É bom saber que meu Tobias está namorando alguém tão educada. E bonita também.

Vejo Eric segurar a bandeja com mais força para não cair ao ouvir a frase e começar a rir. Tris cora novamente e se encolhe um pouco. E eu acabo sentindo as minha bochechas queimarem.

– Na verdade, ela é só minha amiga- eu falo educadamente e Marie dá um risinho.

– Não por muito tempo- isso faz com que Eric ria mais ainda e com que eu e Tris tenhamos vontade de enfiar a cabeça em baixo da terra.- Mas vamos ao que interessa.- ela pega as vendas na bandeja que está nas mãos de Eric.- Sentem-se- nós a obedecemos e esperamos.- Quem vai primeiro?

– Eu vou- diz Tris.

– Já sabe as regras Tobias- fala Marie

Eu me levanto, pego uma das vendas e coloco sobre os olhos de Tris. Logo em seguida, Eric me entrega um dos pratos ainda cobertos da redoma de metal e eu coloco sobre a mesa, bem em frente a Seis. Tiro a parte que cobre a comida e vejo tudo o que eu pedia quando vinha com a minha mãe. Batata com cheddar e bacon para o prato inicial. Escondidinho de carne seca para o prato principal. E para sobremesa, fondue de frutas com chocolate preto e branco derretidos.

– Preparada?- eu pergunto

– Sim- ela diz confiante

– Primeiro a entrada. São três nomes.

Eu pego uma batata cheia de cheddar e bacon e coloco em sua boca. Ela mastiga durante um tempo e faz cara de pensativa.

– Parece batata frita- ela diz

– Sim, mas o que tem junto com a batata?- nesse momento eu percebo que Eric e Marie não estão mais ali e que levaram o outro prato com eles.

– Bacon?- ela fala ao provar outra

– Isso. E o que mais?- eu depósito mais uma em sua boca

– Não sei.- ela fala e eu dou um sorriso- Parece algum tipo de queijo, mas eu não sei qual é.

– Vou considerar certo- eu me dou por vencido- É batata frita, com cheddar e bacon.

– É uma delícia- ela exclama- me dá outra?

– Tem muita coisa ainda.- eu digo- Calma Seis.

Eu pego o prato com o escondidinho de carne seca e coloco a sua frente. Pego um garfo e encho com um pouco da comida.

– Prato principal agora Tris.- eu depósito o garfo em sua boca e ela fica meio tensa

– Eu conheço esse sabor. Mas não me lembro de onde.- eu lhe dou mais uma colherada.- É purê e mais alguma coisa. Parece carne seca.

– Eu só considero certo se você me disser o nome politicamente correto.

Ela parece pensar durante um bom tempo, prova mais um pouco, pensa mais.

– Desisto. Não lembro o nome.- ela se dá por vencida

– Escondidinho de carne seca.- eu digo e ela bate a mão na testa

– É verdade- ela diz- minha vó fazia para mim quando eu era menor.- ela se prepara para mais um- Próximo.

Eu pego dois pedaços de morando e mergulho um no chocolate preto e o outro no chocolate branco.

– Agora é a sobremesa- eu lhe dou o com chocolate preto na boca

– Morango com chocolate preto- eu pego o outro e o coloco em sua boca- E morando com chocolate branco.

– Parabéns senhorita- eu tiro a venda de seus olhos e a encaro.- Você acertou dois de três pratos.- ela esboça um meio sorriso- Eu tenho que acertar os três ou empatar.

– Se empatar acontece o que?- ela me pergunta curiosa

– Nós dois ganhamos o prêmio- eu digo e me sento novamente- Minha vez- eu chamo Eric e Marie novamente.

Tris pega a outra bandana e coloca sobre meus olhos.Tudo fica preto e eu não consigo ver mais nada.

– Prato de entrada Quatro- ela coloca alguma coisa na minha boca.

Eu fico mastigando durante um bom tempo, mas de algum jeito, eu não consigo identificar o que está em minha boca. Mas não me é estranho.

– Essa é difícil- Tris me dá mais da tal "coisa" e eu mastigo mais um pouco.

– E ai Tobias?- ela me pergunta

– Desisto- não adianta tentar adivinhar.

– É croissant de frango com catupiry.- verdade, agora eu me toquei.

– Errei uma- me recupero- Próximo- eu abro bem a boca

Ela coloca algo na minha boca e eu já sei o que é, essa foi fácil demais. Pensei que ela ia ser mais malvada.

– Arroz, feijão, bife e batata frita- (N/a Autora: minha comida preferida)

– Acertou uma Quatro.- ela diz- Agora vamos para o último prato.

Sinto algo melado sobre meus lábios, e posso perceber que é gelado. Deve ser sorvete. Ela coloca em minha boca e eu confirmo minha suposição. Sorvete de baunilha. Mas quando eu vou falar, ela coloca mais alguma coisa em minha boca. Provo e vejo que é bolo de chocolate.

– Nome politicamente correto por favor- ela fala

– Petit gateau- eu respondo simplesmente e ela tira a minha venda.

– Correto- ela me olha animadamente- Nós empatamos.

Me lembro de ficar tão ansioso com o prêmio quando era menor, que logo depois que chegou eu me decepcionei.

– O prêmio é a conta- eu digo e ela fica triste- Quem ganha não precisa pagar a conta. Como nós empatamos, a gente divide o valor.

– Pensei que era alguma coisa especial- ela diz chateada

– Bom, a gente pode comer mais um pouco- os olhos dela brilham- Percebi que você gosta de comer

– Eu amo comer.

Nós comemos todo o resto da comida que havia sobrado e conversamos um pouco. Bem percebi que o tempo estava passando. Só me dei conta no momento em que olhei o relógio e vi que eram 13:30, e nós havíamos chegado 12:00.

– Temos que ir. Ainda vamos passar no mercado- eu digo e ela assenti

– Mas antes eu quero escrever na parede.- ela procura alguma coisa na bolsa, e tira uma caneta de lá.

Posso ver que ela está super feliz. Então ela destampa o objeto e se inclina na parede para escrever a frase que comentado mais cedo. "Nossas lembranças são aquelas que nos revelam quem realmente somos." E devo admitir, a letra dela é linda.

– Ficou bonito- ela me olha- Me empresta a caneta?

Eu pego o objeto em minha mãos e começo a escrever. O resultado foi " Seis e Quatro estiveram aqui". Vejo um sorriso se formar no rosto de Tris e acabo fazendo o mesmo.

– Agora sim- eu digo- Vamos?- eu indago

– Vamos.

Nós nos dirigimos ao balcão e pagamos a conta meio a meio. Me despeço de Marie e Eric, prometendo que vou voltar.

Depois disso nosso dia foi normal. Fomos ao mercado, compramos tudo o que precisávamos para sobreviver e voltamos para o apartamento.

Chegando lá, arrumamos tudo em seu devido lugar, tomamos banho e fomos assistir TV. Afinal, não tinha mais o que fazer.

– O que vamos assistir?- me perguntou Tris

– Não sei.- eu começo a procurar algum filme, mas nada me agrada- O que você quer assistir?- ela pega o controle e vasculha os canais

– Que tal esse?- eu vejo o nome do filme e sorrio. Ela é uma menina romântica e chorona.- Titanic.

– Se você gosta de tragédia, por mim tudo bem.

Terminamos de assistir o filme e quando fui ver já eram 20:30 da noite. Me virei para olhar Tris e vejo que ela pegou no sono em meu ombro.

Ela já é linda acordada, dormindo ela consegue ficar mais perfeita do que já é. Ela está com um sorriso no rosto, os olhos fechado, e a respiração bem calma. Gostaria de poder ficar observando ela em seu sono durante mais tempo, só que lembro que ela deve estar com fome. Melhor acorda-la.

– Seis- eu a balanço bem devagar e ela desperta calmamente- Vamos comer alguma coisa e ir dormir. Já tá na hora da janta.- ela boceja e pisca os olhos

– Ta bom- ela se levanta e vai em direção a cozinha comigo em seu enlaço- Eu vou fazer arroz, feijão e filé de frango ok?

– Ok Chef- eu me apoio na parede- Eu te ajudo.

Nós ficamos cozinhando durante um tempo e fazendo a maior bagunça. Logo depois nós nos dirigimos até a mesa na sala de jantar e comemos animadamente e jogando conversa fora.

– Deixa que eu lavo os pratos- eu me ofereço já retirando a mesa

– E eu seco e guardo- ela me segue em direção a cozinha

Estou lavando a louça, até que surge uma ideia na minha cabeça. Eu pego a mangueira que tem na pia e jogo água na Tris. Ela se assusta e me olha com cara de brava.

– Você me paga- ela pega a mangueira da minha mão e faz a mesma coisa, gerando assim uma guerrinha de água.

Ficamos nessa durante um bom tempo, até que ela escorrega e eu corro para não deixa-la cair no chão.

– Te peguei- eu falo ao segura- la pela cintura

Nossos rostos estão bem próximos e então nós começamos a nos aproximar bem devagar. Até que nossos lábios se encostam e eu vejo unicórnios. O beijo começa calmo, mas depois se torna mais urgente. Eu peço passagem com a língua e ela concede. Ficamos nos beijando durante um tempo, mas então nós separamos em busca de ar.

Nós ficamos sem graça e com um sorriso idiota no rosto. Até que chega uma hora que começamos a gargalhar.

– Desculpa se eu passei dos limites- eu digo ainda rindo

– Não passou não- ela fala sonhadora e eu acabo sorrindo mais ainda- Vamos limpar essa bagunça e ir dormir.

E é exatamente o que fazemos. Depois de limpar a cozinha, cada uma vai em direção a seu respectivo quarto.

– Hum... é... Boa noite- eu digo. E quando vou dar um beijo em sua bochecha, ela vira o rosto e deposita um selinho demorado em meus lábios.

– Boa noite- ela se despede e entra no quarto dela.

Eu fico meio atordoado durante um tempo. Até me tocar e entrar no meu quarto com um sorriso no rosto.

Eu tomo um banho, coloco apenas uma cueca e vou me deitar. Mas novamente não consigo dormir. Afinal, eu beijei a Seis.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Odiaram? Amaram?
Sem reviews, sem o próximo!!
bjs de luz