One More Day escrita por majestyas


Capítulo 4
Capitulo 4.




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Táxi!- chamo, frustrada. Nunca aparecia um quando eu precisava, era incrível! Eu era muito azarada.
–Ei, moça, tudo bem?- um cara vestido de carteiro pergunta. Devia ser uns 3 anos mais velho que eu. Ele tinha uma cara travessa, do tipo que fazia as pessoas esconderem a carteira. Mas o brilho brincalham nos olhos castanhos dele mudavam um pouco essa impressão.
–Não. Nunca para um maldito táxi quando eu preciso! É incrível! Os deuses devem me odiar!- exclamo, pondo a mão na cintura e olhando pro céu nublado.
–Nem todos.- ele diz, com um sorriso de canto. Oh-ow. Não me diz que...
–Deixe-me adivinhar...grego?- falo, mais brincando do qualquer outra coisa, claro. Se bem que a essa altura do campeonato... já não parece tão absurda a ideia de deuses serem... reais.
–Sim! Nossa, garota, você é boa! Bem que o povo do Olimpo estão comentando...- ele diz, animado.
–O que estão comentando?- pergunto, curiosa.
Não. Não, o que?! O que eu tô falando! Isso é loucura! Completamente!
–Nada demais. Alguns querem te matar, outros te conhecer... Deméter adorou você e fala isso pra todo mundo, você tinha que ver! É tão engraçado ela falando "uma boa garota, com um nome encantador e um bom gosto para jardinagem".- ele riu- Afrodite está em êxtase por causa da proposta de ir ao shopping. E a perspectiva de uma vida amorosa bem agitada. E Apolo está interessado em você... se bem que ele se interessa por qualquer mulher bonita que...
–Ei! Ei! Calma ai, Sr. Estranho. Eu nem te conheço! - exclamo, fazendo um sinal de "pare" e interrompendo ele.
–Ah, esqueci de me apresentar. Sou Hermes.
–Viajantes, ladrões e corredores, certo?- sorrio um pouco.
–Certíssima, Safira.
–Legal. Prazer te conhecer, senhor Hermes, mas agora eu...
–Primeiro: nada de "senhor". Somos meio que primos, então nem rola me tratar como um velho. Segundo: calma! Se quiser eu posso te levar até sua casa. Estou indo para a Índia... fica no caminho!
–Minha casa fica no caminho para... ah, deixa pra lá.- encolho um pouco os ombros- aceito a carona... primo.
Que mal teria? Já tinha aceitado a carona de Apolo, mesmo.
–Entra ai.- ele diz, apontando para uma vã (que eu poderia jurar que não estava lá a um minuto atrás) branca, com o nome "Hermes Express" em azul. Oh.
Entro na vã e ponho o cinto. Mal olho pro lado e Hermes já estava colocando a vã em movimento.
Ele é rápido!
–Então, prima, como é saber que é uma semideusa?- pergunta Hermes.
–Eu não sabia até agora.- comento.
–Ah... desculpa ai, então.- ele diz, parecendo sem graça.- mudando de assunto. O que faz da vida?
–Estudo advocacia.- respondo prontamente.
–Uau. Uma advogada na família.- ele ri e eu sorrio -isso é legal, e bem incomum.
–Por quê?
–Porque semideuses geralmente tem dislexia e TEDAH (transtorno de Deficit de Atenção).- ele explica -isso faz com que eles trabalhem em algo que exija ação, ou pelo menos em algo que não fiquem parados.
–Então ficar atrás de uma mesa de escritório vendo casos e casos não é o futuro ideal para um semideus.- concluo.
–Exato. Você é diferente.
–Sou diferente no meio de pessoas diferentes.- suspiro -isso não soa muito bem.
–Não mesmo.- admite ele -mas com certeza é melhor do que parece.
–Tomara.- murmuro.
Ele sorri calmamente para mim, enquanto eu desvio o olhar e olho para fora do carro. As coisas passam como um borrão.
–Wow! Estamos indo rápido!- comento, impressionada. Estava com medo de olhar o quanto por hora estávamos indo.
Ele ri.
–No meu ramo, velocidade é tudo!- ele diz.
–Deus das corridas... hm, sabe, sou péssima correndo.- admito -nunca fui muito boa nisso.
–Triste.- ele ri -mas tudo bem. Todo mundo é ruim ou bom em alguma coisa.
–É a vida.- suspiro.
–É, é a vida.- ele concorda.
–Então, Hermes... como é ser você?- pergunto, quebrando o silêncio que tinha se formado.
Ele pensa um pouco.
–Ahn, bom, acho. Eu sou um cara relativamente livre, tirando a parte em que preciso fazer entregas toda hora.- ele responde -adoro festas e gosto... "passar o rodo". Não gosto de coisas sérias e detesto regras. Sou tão bonito quanto Apolo -ele passa a mão pelo cabelo e eu rio - e muito mais esperto que ele. Não vou com a cara da minha madrasta, Hera, e ela também me detesta. Mas mima Apolo como se fosse seu bebezinho especial. Pregar peças nos outros, principalmente nos deuses, é um dos meus passatempos preferidos. Diferente de alguns deuses, cof Atena cof, tenho senso de humor. Um excelente, aliás. Gosto de doces e como sempre que posso... hm, tento dar atenção aos meus filhos sempre que posso e atualmente estou tentando evitar ter mais.
–Uau.- murmuro - você tem muitos filhos?
Ele faz uma careta.
–Nem tanto... mas meu chalé no acampamento vive cheio... sabe como é, eu abrigo os semideuses que estão de passagem.- diz.
–Acampamento? Que Acampamento?- pergunto.
Hermes bate na própria testa.
–Merda. Não era pra eu ter falado. Seu pai vai me matar!- ele diz.
–Ah, não... pode deixar, quando eu ver ele...- me corrijo- se eu ver ele, vou deixar claro que você me ajudou bastante.
Ele sorri.
–Valeu, Safira.
Assinto.
Sssenhor, ligaçção de Deméter.– uma voz sibilante avisa.
Novamente. Ela essssstá furiosssa.– outra voz sibilante diz.
Me assusto, olhando para Hermes.
–Ah, relaxe. É só Marta e George.- diz meu primo, tirando um tipo de celular do bolso... onde tinham duas cobras enroladas. Uma vermelha e outra verde.
–Oi.- digo, tímida. Eu estava falando com cobras!
Tem um rato ai?– George pergunta.
–Ah-hn, não. Desculpe!- falo.
Tudo bem, queridaa. Pare de ser chato, George.– diz Marta.
Sorrio.
–Digam a Deméter que eu estou ocupado!- fala Hermes -não posso ficar dando prioridade a ela!
Ela insssssiste que suasss floress são maisss importantess!– diz Marta, parecendo um pouco brava.
–Mande ela ir para...!
–Acho melhor eu ir!- falo, abrindo a porta da vã.- obrigada por tudo, H! Nos vemos por ai!
–Até logo, Safira!- ele se despede.
Saio rapidamente da vã e mal piso no meu gramado para ela desaparecer, deixando apenas uma leve nuvem de poeira no ar.
Okay, respira, inspira!
Em um dia eu descubro ser uma semideusa -seja lá o que isso for-, que meu pai é imortal, que -logicamente- está vivo, que tenho um primo que é um deus grego -literalmente-, que Apolo, Afrodite e Deméter também são deuses gregos, que tenho uma maldição para cuidar, que corro perigo constante, que o deus dos funerais egípcio é bonito, que minha mãe mentiu para mim a vida inteira e que... bom, eu tenho uma puta falta de sorte!
Ótimo, eu preciso dormir!


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