White escrita por Ruki-chan


Capítulo 2
Capítulo 2 — Reencontro com a morte


Notas iniciais do capítulo

Olá! (:

E aqui está o segundo capítulo de White recém revisado e fresquinho pra vocês! ;D

Boa leitura, amados.



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CAPÍTULO 2: Reencontro com a morte

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Ichigo entrou em seu quarto com um único objetivo: dormir. Estava exausto e precisava descansar para que pudesse levantar disposto no dia seguinte.

O relógio marcava onze e meia da noite quando recebeu um telefonema urgente de Unagiya que o fez ir correndo até sua casa. Ela alegava ter uma encomenda inadiável. Possivelmente o cliente fosse lhe ceder um generoso pagamento por conta disto.

Felizmente, a entrega era numa casa próxima - o que fez com que Ichigo se perguntasse o porquê de ele ter de ir entregá-la e não a própria dona da loja.

— Aqui está o endereço, agora vá! — Ordenou Ikumi para o empregado, que não parava de resmungar por um minuto sequer. — E ai de você se eu souber que o cliente está insatisfeito! Vou descontar do seu salário!

— Aí eu peço demissão! — Retrucou.

— E vai ficar sem trabalhar?! — Rebateu.

Sem muito o que dizer, Ichigo pegou o caixote e saiu.

— 414, 416... — O frio incomodava cada vez mais. Segundos depois de ler a plaquinha da casa marcando 416, encontrou o número 420 que sua chefe havia anotado no papel. Caminhou até a porta, tocou a campainha, entregou o pacote, e se retirou com o devido pagamento do freguês.

Voltava para casa sentindo os pés congelando dentro dos sapatos. “Assim que chegar em casa, vou tomar um banho bem quente.”, pensava.

Virou uma das ruas no intuito de pegar um atalho para chegar logo e nem imaginava a surpresa que teria ao tomar essa decisão.

A neve voltara a cair pouco antes de entrar naquela larga rua, esta nunca havia o irritado tanto como naquele momento. Reclamava por ainda estar longe de casa e exigia que o corpo cansado se apressasse ainda mais.

Momentaneamente, uma voz ecoou dentro de sua mente.

Era ela.

— Rukia? — Voltou-se para trás rapidamente. A voz pareceu próxima, embora agora tivesse certeza de que era apenas coisa de sua fértil imaginação.

Voltou o olhar para frente, ajeitou o casaco no corpo e continuou a caminhar até avistar um estranho vulto no horizonte. Quando este se aproximou, Ichigo paralisou surpreso. Não podia acreditar. O cabelo negro, os olhos violetas, a pele alva...

— Rukia! — Correu em sua direção, esquecendo-se instantaneamente da exaustão que sentia. Nada mais importava, precisava abraçá-la, senti-la novamente. Um ano inteiro sem vê-la... Era castigo demais para alguém que estava apaixonado.

Levantou-a num único movimento, a garota não evitou que o ruivo a segurasse daquele jeito, retribuiu o inesperado abraço com um leve sorriso no rosto... E com as bochechas levemente coradas.

— Senti sua falta... — Sussurrou para a garota que suspirou pesadamente.

— Desculpe. — Disse somente.

Ichigo soltou-a delicadamente, e fitou seus olhos que agora pareciam tristes ou preocupados com algo. Não quis perguntar o que poderia ter acontecido, achou melhor desviar o assunto.

— Vamos pra minha casa. O pessoal vai adorar te ver depois de tanto tempo.

— Não sei se é uma boa ideia, Ichigo. — Respondeu somente.

— Por quê?

— Vim resolver uns assuntos.

— Problemas na Soul Society? — Seu tom de voz se agravou.

— Na verdade, sim. Mas, não se preocupe, já enfrentamos coisas piores. — Disse não querendo preocupá-lo ainda mais.

— Está tarde. Por que não vai pra minha casa e descansa um pouco? Amanhã posso te ajudar em sua missão.

— Não quero que se incomode comigo.

— Vou me sentir mal se você não for, isso sim. — Rebateu com o já conhecido temperamento alterado.

Após um longo suspiro, olhou fixamente para Ichigo. Ela havia decidido o que faria.

— Ok. Vou com você.

Ichigo sorriu, satisfeito com a resposta. Caminhavam lado a lado sem dizer uma palavra até que o rapaz resolveu quebrar o silêncio.

— Rukia... Eu queria te perguntar uma coisa.

— Pergunte. — Respondeu sem fitá-lo.

— Por que sumiu por tanto tempo? — A resposta era simples: muito trabalho. Ser tenente não é tão fácil quanto se pensa por aí. — Você não está com raiv-

— Tive muito trabalho durante o ano. — Fez uma curta pausa e fitou o ruivo. — Não está sendo fácil para mim...

— Entendo. — Disse somente ao constatar que havia chegado na rua onde morava.

(...)

Assim que receberam a visita animadamente, todos da família Kurosaki queriam saber sobre o que Rukia havia feito durante todo o período ausente.

Ofereceram um lanche para a garota, que aceitou de bom grado. Yuzu insistiu para que ela ficasse, e o irmão a agradeceu mentalmente por isso.

— Rukia-chan, fique! Por favor! – Insistia com voz chorosa.

— Sim! Ichi-nii vai ficar muito feliz se você dormir aqui hoje! — Exclamou Karin. Ichigo pigarreou. Aquele tipo de comentário era totalmente desnecessário.

— Sim, sim! Fique Rukia-chan! — Isshin a abraçou amavelmente, deixando o filho ainda mais irritado. Ciúme? Provável. — Não se preocupe tanto! Fique pelo menos até amanhã. É melhor do que sair agora. Uma moça bonita como você não pode vacilar na rua...

— Concordo. — E pela primeira vez, Ichigo se manifestou naquele diálogo.

Depois de alguns segundos de reflexão, Rukia assentiu com a cabeça. Karin se levantou recolhendo os pratos com que Rukia havia lanchado e levou-os para serem lavados na pia da cozinha. Yuzu, por sua vez, foi buscar as mantas e o futton para que Rukia ficasse em seu quarto, claro que ela não deixaria o irmão dormir no mesmo cômodo que a convidada. Ciúme? Óbvio.

— Bom! Tenho algumas coisas para resolver no consultório amanhã bem cedo, então acho que já vou dormir! Boa noite para vocês! Juízo! — Piscou para o filho que o olhou com uma veia saltando-lhe a testa. Rukia riu discretamente.

— Cara, que sono... — Resmungou Ichigo enquanto se levantava da cadeira.

— É. Também estou. Deve fazer uns cinco dias que não durmo direito. — Disse espreguiçando-se.

— Bom, aqui você pode relaxar e dormir até tarde. Além do meu pai, ninguém vai acordar cedo amanhã.

— Certo. — Rukia voltou o olhar para o rapaz e sorriu graciosamente. — Obrigada.

Ichigo corou diante do sorriso da pequena.

Era estranho. Toda vez que se lembrava do acorrido há um ano, Ichigo achava que Rukia jamais fosse o olhar daquela maneira afetuosa. Algo que já raramente contemplava.

Lembrava-se do episódio toda vez que o nome “Rukia” vinha-lhe a mente, e agora, com ela ali tão próxima, era difícil controlar tais lembranças.

Não sabia no que pensar, ansiava tê-la perto de si novamente, porém o contato com o passado era difícil para ele, e sequer estava aproveitando o reencontro dos dois. Não sabia qual era a melhor opção: afastar-se ou encarar o medo que sentia pela presença dela?

(...)

Chegando ao quarto, Ichigo pegou a camisa e calça dobradas em cima do colchão de sua cama e foi diretamente para o banheiro. Esbarrou em Rukia pelo caminho, porém o contato não afetou seu estado emocional, seguiu em direção ao cômodo para que pudesse tomar o banho quente que pretendia desde antes do encontro com a shinigami.

Rukia caminhou até o quarto do rapaz sentindo uma imensa nostalgia. Lembrava-se de como eram bons os tempos em que ela vinha ao mundo humano e residia por ali mesmo que temporariamente. Além de divertido, era ótimo ter alguém como Kurosaki Ichigo por perto.

Jogou-se na cama virando-se para o lado da janela. Observou que lá fora, a neve caia incessantemente desde que chegara.

Concentrada naquele belo fenômeno da natureza, sequer havia notado que Ichigo adentrara ao local vestindo a roupa escolhida por ele e com a toalha molhada envolvida no pescoço.

— Já vou dormir. — Avisou expulsando-a subliminarmente.

— Tudo bem... — Respondeu sem dar muita importância.

— Melhor você- — Rukia se levantou, e se sentou próxima a cabeceira da cama arrumando o cabelo que havia sido levemente bagunçado pelas cobertas do móvel.

— Certo... — Interrompeu se levantando para ir embora. O silêncio permaneceu durante alguns instantes até que o ruivo achou necessário questionar a visitante:

— Você me odeia. Não é, Rukia? — Indagou finalmente com o semblante melancólico que há tempos Rukia não via em seu rosto.

— O quê?

— Você... — Expirou pesadamente. — Você me odeia? — Repetiu a pergunta que o afligia.

— Ichigo, que tipo de pergunta é essa? — Indagou fazendo-se de confusa.

— Não se faça de idiota. — Respondeu com seu habitual tom de voz alterado. — Você sabe bem a quê estou me referindo.

Rukia se sentou novamente na cama de Ichigo, que logo estaria ao seu lado esperando uma resposta.

— Olha... Não queria que você se culpasse pelo ocorrido. — Falou com a voz fraca fitando o chão.

— Não tem como eu não me culpar, Rukia... — Envolveu-a com um dos braços puxando-a para mais perto de si.

A morena, ainda cabisbaixa, perguntava-se mentalmente como alguém poderia ser como Ichigo: uma pessoa que realmente se preocupa com você, alguém que sempre fará de tudo para te ver feliz; alguém que anseia proteger a pessoa que ama a todo custo...

Por este motivo Ichigo estava tão aflito, tão apreensivo. Mas, toda aquela preocupação era desnecessária.

— Naquele dia você quase morreu. — Murmurou colocando a palma da mão na face ainda úmida. — E... E eu não pude te salvar. Eu jamais me perdoaria se naquela noite você-

— Ichigo! Você não teve culpa, tudo aconteceu muito de repente, não tinha como...! — Rukia havia sido silenciada pelo repentino abraço do morango, que a puxou pressionando-a contra seu corpo.

— Eu não conseguiria me perdoar se você morresse naquela noite... — Repetiu sussurrando próximo ao ouvido de Rukia, que deixou escapar uma singela e inesperada lágrima de seus olhos violetas.

— Ichigo... — Soluçou enquanto o rapaz a aconchegava.

— Eu prometo: Prometo que nunca mais vou te deixar só numa batalha, mesmo que você queira me matar depois! — Exclamou as últimas palavras arrancando um leve sorriso dos lábios da garota.

— Certo... — Respondeu ao ruivo que sentia-se aliviado ao proferir tal declaração.

— Eu... Achava que você não fosse me perdoar. Afinal, você nunca mais apareceu depois de se recuperar e-

— Não foi porque quis, assim que me recuperei, fui obrigada a voltar para o esquadrão rapidamente. Não poderia deixar o capitão sozinho. Você sabe que ele está cada vez mais com a saúde debilitada.

— Era difícil acreditar somente nessa possibilidade, ainda mais depois que eu percebi que- — Interrompeu-se. Rukia o encarou confusa, não acreditando no que ele possivelmente diria a seguir.

— Não se preocupe com isso. — Finalizou ela se levantando e caminhando rumo ao quarto das irmãs Kurosaki.

— Rukia. — O substituto de shinigami chamou, observando-a enquanto ela saia do cômodo.

— O que...?

— Nada. Boa noite. — Desejou acanhado para a amiga e jogou-se na cama virando para o mesmo lado no qual a garota havia se voltado minutos antes.

— Boa noite. — Disse ela enquanto acenava delicadamente com a mão.


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Notas finais do capítulo

E então? Estão curtindo? :D

Confesso que esses dois estão muito melancólicos nesta fic, mas, fazer o que?
Na época em que escrevi esta estória eu devia estar numa fase depressiva. o.õ
Estranho que eu não me lembro... 8D~

Enfim! Comentem! Eu preciso mesmo saber o que vocês estão achando! ;D

Até a próxima, queridinhos. :3


Beijos. =o.~