As 13 Faces do Lincoln escrita por LouMorgenstern, Chloe


Capítulo 7
6º Capitulo - Não pode ser real - Por Charlotte


Notas iniciais do capítulo

E ai galera, aqui estou eu de novo.
Espero que gostem desse capitulo.
Gostaram da nova capa da fic?



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Seu verdadeiro rótulo é: A Amizade

Acordei naquela manhã de verão bem quente. Sentia meu corpo pegajoso, mesmo tendo ido banhar antes de dormir. Sinto minha cabeça rodar quanto me levando ta cama, sinto o vômito vir e não consigo segurar. Aquela coisa repugnante fica espalhada no chão do meu quarto, no carpete que a empregada havia acabado de colocar. Minha mãe iria me matar quando visse essa cena.

− Filha – minha mãe bate na porta três vezes como de costume quando ia me ver.

− Pode entrar – digo meio com medo da reação dela.

− A Be... – ela para no meio da frase quando vê a sujeira – o que é isso filha?

− Eu vomitei.

− Você ta se sentindo bem? − ela me faz sentar na cama junto com ela – primeiro foram àquelas ânsias no almoço e agora isso. Será que você está com alguma infecção?

− Não sei, mas o que a senhora veio falar comigo?

− Isso, a Belle está lá na sala. Quer falar com você.

− Pede pra ela vir pra cá e me esperar, porque vou banhar primeiro.

− Tá – ela passa a mão pelo meu rosto de um jeito que nunca fez – vou pedir para a Úrsula vir tirar isso daqui.

Entro no banheiro e ligo o chuveiro. Espero ele ficar um pouco mais gelado e começo a me banhar. Termino e retorno para meu quarto, aonde não se encontrava mais o carpete e Belle estava sentada em minha cama lendo alguma revista de fofocas.

− Oi – ela fala deixando a revista em cima do criado-mudo.

− Oi – tiro a toalha, eu já havia me trocado tantas vezes na frente da Belle que era normal – meu corpo ta inchado?

− Sinceramente?

− Sim.

− Sim Cher, ta inchado. E eu posso te fazer uma pergunta?

− Pode – digo vestindo a roupa intima.

− Está atrasado?

− O que está atrasado? – pego um vestido, mas ele não cabe, o que estava havendo de alguns dias pra cá.

− Sua menstruação, ela está atrasada?

− Sim, mas eu já te disse que ela é irregular.

− Quanto tempo?

− Eu não conto essas coisas.

− Quanto tempo? – ela fala com mais ênfase.

− Sei lá, um mês ou um mês e meio. Pra que tantas perguntas?

− Por que acho que você esteja grávida.

− Grávida? – dou risadas – você sabe muito bem que sempre uso camisinha Belle.

− Você me disse que naquela festa dos Droit você dormiu com um cara e não se lembra de ter usado.

− Eu estava muito bêbada. Não lembro mesmo de ter usado, mas sei que ele deve ter usado.

− Eu quero tirar isso da cabeça, e saber que sua mãe deve estar certa.

− Então o.k. Mas minha mãe não pode saber sobre isso.

− Eu sei, por isso vamos ao meu ginecologista.

...

− Mãe, vamos ao shopping – digo uma desculpa que sempre colava com minha mãe. Já que nós duas somos muito consumistas.

Belle e eu pegamos o meu carro. Minha mãe me deu a autorização para tirar carteira de motorista faz um ano. Belle pega o celular e liga para um numero que não consigo ver quem é. A pessoa com quem ela fala era o ginecologista, ela estava ligando para perguntar se poderia marcar uma consulta para daqui a alguns minutos.

Chegamos a um hospital que ficava em uma cidade vizinha da Spectre.

− Por que o seu ginecologista fica em um hospital de outra cidade?

− Porque minha família era daqui antes de irmos para Spectre e o meu ginecologista é meu tio.

O hospital era de cinco andares. Tinha a aparência de um hospital normal. Corredores brancos cheios de portas e cadeiras em frente às salas, longos corredores e médicos e enfermeiros indo e vindo.

Belle vai até a recepcionista e depois me chama. Nós andamos ate o elevador e ao chegarmos lá Belle aperta o número quatro.

A sala do tio da Belle era uma sala normal, com os devidos aparelhos para exames que poderiam ser precisos para um ginecologista.

Ele tira meu sangue, uma quantidade exorbitante. Quase vomito de novo, mas Belle sabe que é porque tenho Hematófoba.

− Quanto tempo de atraso?

− Um mês e meio.

− Sua menstruação é sempre desregular?

− Sim.

− Pode ser um alarme falso, mas um mês e meio é muito tempo.

− Eu acho que não estou grávida.

− Você teve relações sexuais há um mês e meio?

− Sim, depois de uma balada eu fui com um garoto para a casa dele.

− Usou camisinha?

− Não lembro, estava bêbada de mais.

− Seu ginecologista não te passou nenhuma pílula contraceptiva?

− Sim, mas me recusei.

− Por quê?

− Por causa dos riscos que causa.

− Entendi. Está sentindo inchada?

− Sim.

− Ânsias de vomito?

− Muita, e já cheguei a vomitar.

− O.k. Agora é só esperar o resultado – ele diz encaixando a seringa que continha o sangue em uma maquina estranha.

− Quanto tempo demora? – pergunto.

− Uma hora.

– E o que faço nesse tempo?

− Nós vamos comer – Belle diz – você não comeu hoje.

...

Passou-se uma hora. Belle me fez ir a um shopping lanchar. Na verdade ela queria ir a uma lanchonete perto do hospital, mas falei que minha mãe iria verificar meu cartão para saber se eu menti. Aproveitei e fiz umas comprinhas.

Depois disso voltamos para o hospital. Lá nós tivemos que esperar o tio da Belle terminar com uma consulta. A mulher que saiu da sala era alta, magra com cabelos pintados de vermelho e cortados das formas mais estranha possível.

− Entrem garotas – ele diz para nós duas.

− E qual é o resultado? – pergunto.

− Eu o peguei agora, ainda não abri – ele mostra um envelope branco com o nome do hospital estampado nele.

Abro o envelope e tiro o resultado do exame.

− Qual resultado? – Belle me pergunta.

− Positivo – eu olhei para Belle desesperadamente – eu não posso estar grávida – Belle me abraça – meu pai vai me matar – começo a chorar rapidamente.

− Calma Cher, tudo vai se resolver – ela tenta me acalmar.

− Doutor, não há nada que possa ser feito. Aborto?

− Eu não faço aborto e espero que você não faça isso. Acho isso uma falta de humanidade das pessoas, isso deveria ser crime.

− Eu sei. Mas sei que isso é o que meu pai vai querer.

...

Vou dirigindo até em casa, Belle vai encontrar o Louis e eu subo pro apartamento. Encontro Vinicius descendo e o ignoro quando ele vem falar comigo. Minha mãe também tenta conversar, mas vou direto pro meu quarto. Pego o meu celular e ligo para um numero que estava salvo nele.

− Alô? – a voz dele estava diferente, mas também naquele dia estávamos bêbados – quem é?

− Oi Stefan – digo, ele pareceu reconhecer minha voz – queria conversar com você.

− Charlotte – o tom da voz dele mudou – o que você quer?

− Eu queria te dar uma noticia. Lembra-se daquela festa há um mês e meio?

− Sim, que nós transamos depois da festa.

− Sim. Estou grávida.

− Que?

− Isso mesmo, eu engravidei de você naquele dia.

− Você me disse que usava pílula.

− Você escutou errado, pois nunca falei isso.

− Eu não estou nem ai, o melhor é abortar essa criança.

O outro lado da linha fica mudo de repente. Escuto o ranger da porta e quando olho vejo minha mãe me encarando.

− Minha filha – ela vem correndo e me abraça – vai ficar tudo bem.

− A senhora não esta brava?

− Não – ela me encara com aqueles lindos olhos verdes, os quais sempre me acalmou – na verdade eu já desconfiava.

− Mas e o papai?

− Não se preocupe com ele agora, vamos esperar ele chegar em casa.

...

Meu pai chega em casa já era tarde, mas mesmo assim fiquei acordada vendo televisão. Meu seriado preferido na verdade: Teen Wolf. Só essa serie para me acalmar mesmo, mas ela também me deixou triste, porque teve uma parte que o Scott disse para o Liam que alguns amigos não sobreviveram a jornada, quando ele o perguntou como todos ainda estão vivos.

− Amor – minha mãe saiu da cozinha, ela havia acabado de lavar a louça.

− Oi Kelly – ele da um beijo na minha mãe, quando ele ia para seu quarto minha mãe o puxa pelo braço.

− Precisamos conversar – ela me olha e meu pai segue o olhar.

− Sobre o que?

− Sente-se – os dois se sentaram – conte filha.

− Pai – eu entrego o envelope já aberto que estava em baixo de um travesseiro.

− O que é isso Charlotte – ele lê o que está escrito no envelope e me olha.

− Estou grávida.

− Isso não pode ser verdade – ele levanta, penso que ele ia me bater, mas ele só fica andando – já sei você vai abortar.

− Não vou – também me levanto – não vou fazer isso, não vou tirar a vida de um inocente.

− Você que sabe – ele me olha com desprezo – ou você aborta e fica nessa casa, ou você leva isso adiante e está expulsa daqui.

Procuro em minha mãe o apoio que eu precisava, pensei que ela iria se levantar e me ajudaria, me defenderia. Mas ela só me olha com pena e não move um músculo sequer.

− Eu tenho nojo de vocês dois – digo com lagrimas nos olhos – saio daqui sim, mas saio de cabeça erguida sabendo que não vou carregar a culpa de ter matado um inocente.

Entro no quarto, pego uma mala e coloco roupas e coisas básicas. Olho para o meu quarto e penso que só quero voltar aqui mais uma vez, pra pegar o resto das coisas.

− Depois eu venho e pego o resto – digo a minha mãe que não havia se movimentado um milímetro. Meu pai já estava preso no escritório.

Fecho a porta do apartamento e sigo para o elevador, pelo menos essa noite eu tenho um lugar pra passar. Entro no elevador, mas esbarro em um cara e deixo tudo cair.

− Desculpa se... – vejo que era o Vinicius com um copo de Milk-Shake na mão – é você.

− Desculpa – ele se agacha e pega minha mala – o que aconteceu?

− Nada.

− Se não fosse nada seu rosto não estaria tão inchado.

− Meu rosto está tão destruído assim?

− Destruído não – ele tira uma mecha de cabelo de frente dos meus olhos – só inchado.

− Andei chorando demais. Só isso.

− Por qual motivo?

− É que... não te interessa.

− Por favor, deixa eu te ajudar.

− É que – sento-me no chão do elevador que já estava descendo até o segundo andar – é que descobri que estou grávida.

− Sério? – ele se sentou ao meu lado – isso é uma noticia ótima – o rosto dele não aparentava tanta alegria – e o pai?

− É um canalha. Não quer assumir a criança, disse para abortar.

− Mas você não vai fazer isso?

− É claro que não, é uma vida. Mas meu pai também quer que eu aborte, e me expulsou de casa por eu não querer abortar.

− Você tem algum lugar pra ficar? – o elevador para indicando que o segundo andar chegou e a porta se abre.

− Tenho – me levanto – vou ficar na casa da Belle.

Saio do elevador e paro em frente a ele. Olho para seu interior e vejo um Vinicius sentado no chão pensativo. A porta se fecha e antes de se lacrar completamente ele levanta um olhar sorridente para mim.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?
Será que é bom eu abordar esse assunto.
Não deixem de comentar o que acharam.



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