As 13 Faces do Lincoln escrita por LouMorgenstern, Chloe


Capítulo 6
5º Capitulo - Promessa - Por Wesley


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoas.
Aqui está mais um capitulo. E esse é mais um "Romântico"
Espero que gostem desse romance entre os dois.



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Seu verdadeiro rótulo é: o meigo


Bato na porta daquele apartamento em que havia pedido o numero ao Nicolas. Uma senhora de quase 40 anos, cabelos castanhos com alguns fios brancos, rosto fino que demonstrava seriedade, ela não parecia ser muito amistosa.

− O que você deseja? – ela me perguntou.

− A senhora é a Sra. Holmes?

− Sim, por quê?

− Eu gostaria de falar com seu filho, Patrick.

− Que estranho, Patrick não é de receber visitas de amigos.

− É que ele esqueceu o celular dele ontem na casa dos Lincoln – isso era verdade, mas não era o real motivo para eu ter ido ali.

− Espera um minuto então – ela sai, espero ela volta, mas no lugar dela que aparece é o Patrick.

− Você está maluco? O que está fazendo aqui?

− Vim te entregar isso – mostro o celular dele.

− Só isso? – ele pega o celular da minha mão.

− Não – eu cruzo os braços na defensiva – queria conversar sobre ontem.

− Pra que? Você mesmo disse que aquilo só ficaria ali, nada iria mudar.

− Eu sei que sim, mas não sabia que faria aquilo.

− Olha, não quero falar sobre isso... – não o deixo terminar de falar, roubo-lhe um beijo e ele parece corresponder por um tempo, até que me empurra – você esta maluco? − ele fala baixo – o que esta fazendo? Se minha mãe ver, ela me mata.

− Foi mal, mas agora podemos conversar?

− Podemos – ele fecha a porta, depois de segundos ele volta – vamos para o Spectre Café.

Pegamos o elevador, descemos no térreo e caminhamos pelas ruas da cidade. Aquelas ruas me lembravam da Era Vitoriana, pois quase todas as casas eram naquele estilo arquitetônico, era assimétrico, com colunas em formatos uniformes, dois andares, varandas, vigas elaboradas, pinturas vibrantes, e acabamentos com formas e padrões decorativos. Menos algumas que foram reformadas pelos donos, ou venderam e quem comprou criou algum tipo de loja. O Spectre Café ficava a uma quadra de distância do prédio Lincoln. Um lugar que por fora dava a sensação de que se entrasse seria bem recebido e que dentro era mesmo um lugar a altura, um lugar bem aconchegante e reservado. A mesa que pegamos ficava em um local escondido, um local estratégico feito para pessoas como eu, um lugar pensado pelo dono para esconder a intimidade e privacidade de algumas pessoas.

− Então? – eu nãosabia o que esperar daquele garoto e acho que nem ele de mim.

− Então? O que quer conversar?

− Sobre ontem – eu encarei aqueles lindos olhos castanhos – por que você fez aquilo?

− Porque você disse que era pra fazer – ele revira os olhos.

− Eu disse pra fazer uma coisa que você desejava muito – ele desvia meu olhar – quer dizer que você me desejava?!

− Isso foi uma pergunta ou uma afirmação?

− Um pouco dos dois – quem desvia o olhar dessa vez fui eu.

− Eu pensava que você era hétero – ele diz.

− Eu finjo – a reação dele era um pouco de surpresa e descrença – meus pais são religiosos, e eu não quero ser uma ovelha negra pra eles.

− Te entendo, a mesma coisa é com meus pais, não pelo fato deles serem religiosos e sim porque são homofóbicos.

− Eu só queria fazer uma pergunta.

− Qual é?

− Você – eu toco em suas mãos e olho nos seus olhos – quer namorar comigo?

Por um momento penso que ele vai aceitar, que ninguém poderia quebrar esse momento, das nossas mãos juntas e nossos olhos que não se moviam nem um pouco, mas ele o quebra.

− Que? – ele tira as mãos e abaixa o olhar – não posso.

− Por que não?

− Pelo motivo que acabamos de falar.

− Ninguém vai precisar saber disso.

− Os seus amigos vão saber.

− Todos os que estavam ontem sabem de você.

− Sim, mas nenhum deles me conhece.

− Então deixa eu te conhecer.

− Não posso, você vai brincar comigo. No mínimo isso é uma aposta feita entre você e seu irmão. Agora que sabem sobre mim vão ficar me zoando.

− eu nunca mexeria com os sentimentos de alguém, pois são coisas muito preciosas.

− Eu não confio na humanidade, nas pessoas. Eu não deveria ter ido ontem e não deveria ter vindo aqui.

Ele se levanta para sair, mas eu o puxo de volta.

− Por favor. Eu sei que você não confia em mim, acha que isso é uma aposta entre meu irmão e eu, mas não é. Sei que você esta se arrependendo por ontem, mas eu quero fazer você não se arrepender por aquela escolha. Deixa eu te ajudar a ser feliz? Aceita?

− Aceito – ele não parecia 100% seguro, mas pra mim aquilo bastava.

Eu puxo sua mão e coloco ela entre as minhas depois dou um selinho. Ele fica vermelho a esse meu toque.

− Mas não aqui. Eu não estou preparado para as pessoas.

− Aqui é um local privado, não vão nos ver.

Nós dois nos aproximamos mais, por cima da mesa, e trocamos um beijo ardente. Para uma pessoa tímida e isolada, até que o Patrick beijava bem. Em menos de segundos nós dois estávamos nos agarrando na poltrona, não havia um mínimo espaço entre nós. Os dedos dele percorria meu corpo por baixo da blusa enquanto eu disparava selinhos e chupões pelo seu pescoço.

Quando menos imaginei, nossas blusas estavam jogadas em cima da mesa e os nossos dedos percorriam todo o corpo do outro. Eu comecei a descer com os beijos: boca, queixo, pescoço, clavícula, mamilos e passei a língua pelo abdômen – mais ou menos sarado –. As caricias que trocávamos ficava cada vez mais intensa. Gemidos eram soltos sem a menor percepção. Quando ia avançar mais sobre a calça Patrick interrompeu.

− Melhor pararmos por aqui – ele diz ofegante.

− Também acho – olho por cima da poltrona, pelo que parecia ninguém escutou nenhum pio.

Saímos de lá. Fazemos uma caminhada pelas ruas até chegarmos ao parque. O parque era um local com a maior quantidade de verde da cidade de Spectre, bancos colocados em locais estratégicos, grandes e antigas árvores, algumas frutíferas, um lago mais ou menos no centro do parque, uma fonte em formato de cupido e alguns campos com flores.

− Sempre gostei desse lugar – ele disse ao passarmos por um carrinho de sorvete e comprarmos dois picolés – me traz uma calma.

− Sinceramente um lugar muito lindo – o dia estava lindo, sol com algumas nuvens e uma brisa levemente gelada, um clima ótimo nesse verão seco.

Nós caminhamos por entre as árvores e as flores, vamos ate um lugar calmo, sem pessoas, que ficava de frente para o lago. Sentamo-nos no chão, naquela grama verdinha. Patrick fica olhando para o lago e eu me deito, a sensação da grama roçando no pescoço era tão boa.

− Posso te chamar de Wes? – ele me devora com o olhar e aquela posição não me era favorável.

− Pode, e eu posso te chamar de Pat?

− Pode – ele passa uma das pernas pelo meu corpo e se senta em cima do meu abdômen. Ele se aproxima do meu rosto de me dá um beijo, depois se afasta, sem tirar o olho do meu rosto.

− Eu queria saber mais sobre você.

Ele sai de cima de mim e se deita do mesmo jeito que eu. Por um tempo escuto só o som do vento batendo de leve nas folhas das árvores.

− Exatamente o que? –ele diz.

− Sua historia.

− Nasci prematuro, quando criança, me diagnosticaram com TDAH e desde então sempre fui isolado. O único amigo que tive se suicidou e depois disso eu também tentei suicídio, só que meus pais chegaram bem na hora e me internaram. Tem dias que eu simplesmente apago e não lembro do que aconteceu. E a sua?

Eu nãoo respondo, só me levanto, subo em cima dele e lhe dou o beijo mais forte que posso. Dou-lhe um abraço, puxando-o para mais perto de mim, querendo que aquela historia dele suma e que nós dois viremos um só.

− Nunca mais vou te deixar ficar só – digo ao afastar milimetricamente minha boca da dele.

− Promete?

− Prometo – quando o beijei novamente senti um gosto salgado e úmido, ele estava chorando.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram?
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