As Relíquias de Hogwarts escrita por Srta Malfoy


Capítulo 6
Capítulo 5 - O dia do Azar.


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Primeiramente quero me desculpar pelo enorme capítulo. Juro que tentei diminuir, mas é que tudo aí foi necessário. Digamos então que o tamanho é pelo momento especial no qual acontecem fatos importantes na história.

Espero que gostem e boa leitura! ♥



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— Me larguem! – vociferou Lucio Malfoy, perdendo a postura refinada. Braços o seguravam firmemente enquanto era empurrado para fora do estabelecimento. – Eu vim em nome do verdadeiro Lorde... – Tentou argumentar, mas de nada adiantou. Foi mandado direto ao chão.

A boca encheu-se de sangue, que se derramava pelos cantos em direção à gola da camisa, o ferro e o sal misturando-se sobre a língua e embrulhando lhe o estômago. Furioso pelo tratamento que havia recebido, Malfoy levantou-se espanando o pó de suas vestes caras e lançou um olhar duro para a casa à sua frente. Refletiu por um momento se perguntando se era o lugar certo.

O ambiente era hediondo, para provocar a intensão de repúdio a todos que tentassem invadir. Uma lama esquisita grudava em suas botas de couro, e chegava até quase dentro da desproporcional casa de madeira. Esta que continha de mais chamativo, somente uma grande placa com algum tipo de logo no formato de cabeça de gado. Era repugnante e ao mesmo tempo ameaçador.

Esse é o símbolo, não tem como eu me enganar. Pensou Lúcio, decidindo invadir mais uma vez. Porém agora ele iria primeiramente se identificar.

— Sou Lúcio Malfoy! – gritou para a casa fechada. – Um dos grandes comensais de Voldemort – falou seu nome sem temor.

Alguns segundos se passaram até que a estreita porta se abriu com um rangido. E um enorme ser que trajava somente um saiote escuro - deixando à mostra seus músculos e veias saltadas - pisou fundo na lama, se aproximou de Lucio e apenas gesticulou para entrar.

Engolindo em seco, mas sem demonstrar qualquer tipo de reação amedrontada, Malfoy seguiu o ser até a casa. Lá dentro o ambiente era extremamente diferente, as madeiras não pareciam mais estar prestes a cair, o rangido foi substituído por um silêncio provocador.  E em sua visão, Lucio se deparava apenas com um estreito corredor iluminado por escassos candelabros, que revelava o tapete vermelho e outras cabeças de animais empalhados. 

O caminho foi um pouco mais longo do que se esperava de uma casa pequena. O corredor se estendeu até dar em uma escada direcionada para baixo, indicando haver um porão. Lucio se preparou para avistar outro cômodo da casa, esperava ver algum tipo de escritório onde o chefe estaria lhe esperando com um ótimo Whisky e um assento confortável. Contudo, suas expectativas foram altamente destruídas ao presenciar a imagem que se seguiu ao passar pela porta.

Um intenso grunhido vinha de uma espécie de porco azul com chifres. O leitão atacava desesperado, com seus chifres, o homem de dois metros que lhe ameaçava golpes mortais com seu mangual de aço espinhoso. Apesar da luta parecer mortífera, ao redor nos palanques as pessoas bizarras gritavam eufóricas pedindo mais.

— Espere aqui, o chefe logo irá vencer a luta – rosnou o ser, partindo para uma das pilastras de madeira que guardava o único lugar vazio.

Um pouco receoso agora, Lucio observou mais o lugar para tentar entender no que havia se metido. Além de imundo e repugnante, o local parecia ser um tipo de mausoléu de lutas onde abrigava variados seres impuros. Perguntou-se se seu Lorde iria mesmo se meter com esse tipo de criatura, pois em sua opinião, todos ali deveriam ser extintos. Se não fosse pele grande glória que receberia, com certeza já estaria proferindo uma das maldições imperdoáveis.

O guarda estava certo, pois após dois minutos, o guerreiro já havia finalizado a luta e gabava-se levantando em sua segunda a cabeça do porco, que ora jazia apenas um chifre.  Lucio esperou que o homem viesse ao seu encontro, e foi isso o que aconteceu.

— Ora, se não é um dos maquiavélicos bruxos de Voldemort. – proferiu em escárnio, como se zombasse do grande Lorde das Trevas, o que incomodou muito Lucio. – Então, veio procurar os meus serviços?

Mesmo revolto, Lucio deu um passo a frente assentindo em concordância.

— Trago uma proposta do verdadeiro Lord das Trevas – disse Lucio impetuoso.

Balançou sua varinha criando um singular símbolo antigo feito de fumaça verde. E quando o “S” apareceu nitidamente, o homem em reconhecimento soltou uma extravagante gargalhada.

— Parece que vai ser muito interessante.

***

Na semana que se seguiu, Dumbledore, Minerva e os envolvidos na profecia, usaram seus tempos livres para espalhar a informação de que o episódio com Castiel, não passou apenas de um desprezível feitiço que alterou a magia do céu do Grande Salão. Alguém, com muito rancor do menino, tentara o atingir. E isso não era de todo uma mentira, já que o medo de alguém realmente perseguir Castiel, passava pela mente dos envolvidos. Mas é claro, porém, que encobrir o fato de existir uma profecia era de suma importância, pois se com aquele incidente os alunos reagiram de tal forma, o que poderiam esperar quando todos soubessem da verdade sobre a profecia.

Os alunos em geral, pareceram aceitar a declaração. Uns se expressaram com compaixão, mas já outros, deixavam alguns comentários antipático escapar. E era exatamente por essa razão, que Gina se encontrava com o rosto vermelho em fúria. Era novamente hora do almoço, os alunos e professores já não mais esperavam algum tipo de incomodo como o da última vez. As pessoas pararam de comentar, e o que restou foram somente alguns alunos da Corvinal sendo indiferentes e alunos da Sonserina sendo ignorantes. Na segunda semana de aula de Castiel, Gina já tinha impedido duas vezes que algum Sonserino o derrubasse – é claro que ele mesmo teria como se defender - mas ela sentiu que era preciso mostrar que estava ao lado do menino.

Boatos impiedosos foram ditos naquela semana sobre Castiel, e o seu aparecimento que era para ser apenas um mistério, se tornou um fardo para si. E mesmo tentando ser positivo e ter perseverança, em certos momentos ele passou a ir menos às aulas e ocupou mais seu tempo com Dumbledore, Gina ou na estufa com Neville.

Gina, agora, observava de longe o que parecia ser o início de um plano problemático. Castiel estava mais afastado, sozinho na mesa da Corvinal, em sua diagonal, Pansy ao lado de Blaise e Malfoy, discutiam alegremente enquanto liam um pedaço de pergaminho e lançavam olhares suspeitos ao novato.

No mesmo instante um novo pensamento cruzou a mente de Gina. Uma ideia que, dependendo do quanto os alunos fossem preconceituosos, não iria ser nada legal. Afinal, nunca ninguém havia feito isso. Em um impulso Gina levantou de seu lugar, largando com barulho o prato de comida. Os amigos que estavam perto, ergueram a cabeça confusos com a atitude dela.

— O que foi Gina? – perguntou Rony, deixando uma coxinha de galinha pender na boca, fazendo uma quantidade grande de molho escorregar pelo seu rosto.

— Eu já estou me irritando com aqueles idiotas Sonserinos. Olhem só, eles estão quase matando Castiel com os olhos. – vociferou Gina, erguendo a perna para sair totalmente do banco – Você sabe Rony, que ele é inocente e nada do que todos estão dizendo é verdade, não é? – falou com intensidade.

— Isso nós sabemos Gina, mas eu até tentei falar que ele é uma boa pessoa e tal, mas ninguém me dá ouvidos. Todos o acham esquisito pelo que aconteceu aquele dia. – respondeu Rony.

— Falar numa boa não vai adiantar nada!

— Tá, mas o que poderíamos fazer, brigar com todos os alunos? – perguntou Harry, olhando de relance para o menino sozinho. - E pra que toda essa importância com Castiel?

— Como assim “para que toda essa importância com ele”? – perguntou Gina indignada – Você sabe por que, todo o lance da profecia fez dele parte do nosso grupo agora.

— Gina, isso é totalmente diferente. Esse menino apenas chegou falando sobre uma profecia, onde diz que nós quatro devemos impedir um mau muito pior que Voldemort, nos destrua. Isso é insano!

— O que! Você está querendo dizer que não acredita nele? Você também teve “o sonho” – irritou-se Gina. Emitindo à Harry descrença.

— Calma, não foi exatamente isso que eu quis dizer – Harry tentou se explicar. E quando percebeu que a irritação da ruiva só aumentava, olhou suplicante para Hermione, mas ela somente deu de ombros.

— Mas foi exatamente o que disse – bradou ela de volta. Pisando fortemente enquanto se distanciava à cada passo.

No momento em que saiu viu que Blaise Zabini, Pansy Parkinson e Draco Malfoy estavam fazendo um feitiço bombinha para atirar em Castiel. Muito irritada com todos os alunos, e com a reação de Harry, Gina não pensou em mais nada e foi diretamente à mesa da Sonserina.

Fazendo barulho ao chegar chamou a atenção deles. Antes mesmo que qualquer um falasse, ela reagiu batendo com os dois punhos fortemente sobre a mesa. E revezando seu olhar fuzilante para os três, falou.

— Vocês acham quem tem o direito de fazer isso a um aluno novo? – começou ela, indicando para a bombinha que estava quase escondida na mão de Blaise - Saibam que não têm!

Blaise e Pansy, que por um momento olhavam surpresos para Gina, agora exibiam em seus semblantes indignação e frieza.

— E quem disse que precisamos de permissão, bobinha? – perguntou Pansy, desdenhosa.

— Não me importa isso, só quero que saibam que se fizerem isso a ele... Vocês vão se ver comigo! – falou sem pensar.

Pansy e Blaise riram escandalosamente, e isso fez com que a maioria dos alunos olhassem para eles. Ao perceber que Gina estava apoiada na mesa da Sonserina como se os confrontasse, grande parte parou imediatamente de comer e conversar para ver o que estava acontecendo.

— E você vai fazer o que? – disse Pansy levantando, mas no mesmo instante Malfoy cochichou algo em seu ouvido que a fez sentar novamente.

Gina percebeu que, desde quando se aproximou deles, Draco não havia falado nada, nem ao menos a retrucado. A menina até gostaria que ele falasse algo, pois o loiro também sabia que aquela história da profecia não era somente boato, assim não tinha motivos reais para implicar com Castiel. E, no entanto, lá estava ele participando ativamente da “caçada ao Castiel”.

Nos segundos que a ruiva se calou, o sorriso maldoso de Pansy aumentou ainda mais. Gina ergueu o corpo para olhar ao redor, e vendo que tinha a atenção de todos, preparou-se mentalmente para o que iria falar.

— Eu não irei fazer nada... por enquanto. Mas quero que vocês saibam que aquele menino lá – falou alto apontando para Castiel que a olhava confuso. - É mil vezes melhor que vocês todos juntos, muito mais gentil e simpático. E mesmo com todos o criticando nenhuma vez sequer quis revidar alguém, ao contrário de vocês, idiotas, que querem fazer isso com ele... Espero ter deixado bem claro, o quão estúpidos vocês estão sendo ao insultá-lo.

O salão ficou em puro silêncio, e nesse momento Gina sentiu que seu plano havia sido executado com sucesso. Podia ver alguns alunos se sentindo culpado, ao mesmo tempo em que outros estavam surpresos com sua atitude. No entanto, nada foi mais gratificante do que perceber que todos Sonserinos estavam quietos diante dela. Para finalizar ela caminhou lentamente, com um sorriso enorme estampando em seu rosto, e terminou sentando-se na mesa ao lado de Castiel.

Minutos depois, quando pareceu que Gina não ia dar mais nenhum showzinho, todos os alunos saíram de seu estado mudo e aos poucos retornaram a conversar, principalmente sobre o que acabara de acontecer.

Se sentindo vitoriosa, Gina virou para olhar Castiel com seu sorriso um pouco mais reservado. Porém ele continuava muito surpreso, seu garfo estava paralisado em meio caminho à boca, e nenhuma outra reação foi emitida. 

— Está tudo bem? – perguntou Gina hesitante.

— Eu acho que você não deveria ter feito aquilo – respondeu sério. Largando o garfo para olhar nos olhos confusos de Gina.

— Porque não? Você ouviu o que eles estavam falando de você? E você viu o que os Sonserinos iriam fazer? – exclamou ela, tentando compreender a reação do menino.

— Eu sei, mas deixe que eu lide com isso sozinho. Não quero trazer problemas a você – respondeu Castiel ainda olhando nos olhos de Gina, que ao sentir a intensidade destes, desviou seu olhar para baixo.

— Você não vai trazer problemas a mim – ela riu sem humor – Ninguém mais vai falar de você agora, está tudo resolvido.

— Eu agradeço pelo que fez – disse ele incomodado – Mas peço agora que não se meta mais nisso, está bem? É o melhor.

— Mas... – Gina não conseguiu terminar. Ficou paralisada enquanto via Castiel levantar rapidamente e sair.

Ele era bastante alto e isso fazia seu caminhar curvar um pouco, a rapidez de seus passos era tanta, que seus cabelos longos batiam contra o vento fazendo-os flutuarem. Sobrou a ela somente observar.

Tentando entender exatamente o que Castiel quis dizer, Gina levantou-se da mesa da Corvinal e foi direto para seu lugar ao lado de Rony. Seus pensamentos estavam sendo cruéis, tudo que pensava era sobre Castiel não a querer mais como amiga, ou como ele poderia ter se ofendido com sua atitude. E mesmo que lá no fundo algo a dissesse que ele apenas estava tentando protegê-la das provocações dos outros, ainda se sentia desanimada.

Por um momento impulsivo, Gina lançou um olhar para a mesa da Sonserina, viu que todos estavam com suas caras emburradas. Somente Draco estava diferente, ele não demonstrava estar bravo nem outra coisa, seu semblante parecia sério e seu olhar era direto à Gina. Percebendo a intensidade vinda das esferas cinzentas, sentiu-se um pouco desconfortável e resolveu andar mais rápido. 

— Ginevra Weasley! O que é que deu nessa sua cabecinha ein menina? – perguntou Rony acusador. Gina olhou para o irmão, foi até seu lado, sentou-se na cadeira com uma calma arrastada e apenas depois respondeu.

— Somente fiz o que vocês três tiveram medo de fazer – acusou, apontando para Hermione, Rony e Harry.

— Ei! Não me coloque no meio disso, não falei nada de mal do Castiel – Hermione levantou as mãos, mostrando que não tinha culpa.

— É, mas também não fez nada para ajudar!

— Gina, se acalme. Você queria que nós fizéssemos o que? Aquele seu showzinho indecente? – rebateu Rony.

A descrença se apossou de si. Será que ninguém entendia que ela só estava tentando ajudar? Parecia que todos seus amigos estavam contra, até o próprio Castiel pareceu não gostar do que ela fez.

— Vocês são iguais a eles – disse Gina friamente, apontando para os Sonserinos.

 Não esperou para ouvir a resposta de seus amigos, simplesmente levantou do lugar e saiu. Cruzou as mesas em um piscar de olhos, e quando já chegava perto da enorme porta marrom - que dava saída do grande salão - uma mão vinda do nada a puxou pelo braço e a levou para um canto afastado.

— Eii! – reclamou Gina, tentando se soltar.

Enfim quando os dois estavam em um lugar que ninguém poderia os ver, a pessoa soltou. Uma, duas... Cinco respirações haviam se passado e nenhum dos dois falava nada. Gina olhou direto para os olhos cinza que a encaravam de volta, analisou seu rosto fino e pálido que entrava em harmonia com seus cabelos loiros rebeldes. Descendo o olhar, pode ver que a gravata verde e prata estava desatada.

— Vai dizer alguma coisa? – perguntou Gina fracamente.

Draco deu um suspiro fraco, de sobrancelhas juntas, parecia estar muito concentrado. Por isso apenas balançou a cabeça em recusa.

Sem entender mais nada ela foi se afastando devagar.

— Então tá, eu já vou indo...

— Espera! – falou apressadamente, pegando-a novamente pelo braço.

— Da para me largar? – disse um pouco mais alto. Puxando o braço para si.

— Porque você fez aquilo? – perguntou ele mudando de assunto.

Outro...pensou Gina, farta de tantas pessoas perguntarem isso. Era simples, porque ela quis!

— Olha, eu sei que não devo te dar satisfação nenhuma, porém vou responder – falou com uma calma forçada – Fiz aquilo porque vocês todos estavam sendo injustos com Castiel...

Draco não a deixou terminar, e foi logo perguntando.

— Mas porque defender aquele garoto? Você nem ao menos o conhece direito.

— Porque ele é meu amigo, e eu não gosto que falem mal de amigos meus! - Não era bem esse o motivo, mas Gina achou melhor falar somente isso.

— Como você pode ser amiga de um garoto como ele?

— Como assim? Ele é igual a mim, a você e...

— Nem ouse me comparar aquele bastardo – explodiu Draco, fazendo Gina dar um passo para trás assustada.

Esse sentimento passou rapidinho, dando lugar para a irritação. Hoje não deveria ser um bom dia para a garota, muitas pessoas pareciam querer que ela se aborrecesse, começou acreditar que era seu dia do azar.

— Me deixe em paz Draco, eu nem sei por que você veio atrás de mim. Deve ser para me importunar mesmo! – bradou ela, mexendo as mãos pelo ar.

— Nem eu mesmo sei, mas pensando melhor, isso foi um erro! – rebateu ele, virando se de costas.

Gina o viu mexer em seus cabelos enquanto saía apressado – uma mania que tinha quando ficava bravo.

Não pensando duas vezes a ruiva partiu pelo corredor que levava até o pátio, sua meta: era chegar até árvore de carvalho que se encontrava perto do lago. Respirando com dificuldade por causa do frio que estava, Gina passou pelo estreito corredor de pedra que exalava um cheiro forte de metal, mas nem deu atenção para o cheiro ruim, a única coisa que prendia sua mente era as coisas que haviam acontecido agora pouco.

Seus pensamentos foram interrompidos brutalmente quando alguém trombou contra ela – quase a fazendo cair. Aturdida, tentou se endireitar para ver quem era o desastrado que havia feito isso. Quando seus olhos se ergueram, avistou uma pessoa muito diferente das que sempre convivia.

Por somente 5 segundos pode ver seu rosto, mas isso já bastou para notar algo diferente. A pele pálida carregava uma delicada máscara preta e cinza, que cobria somente o olho esquerdo da garota. Assim que Gina perpassou seus olhos para o resto do corpo da menina, pode confirmar que era uma garota mesmo, que deveria ter uns 16 anos.

Usava um vestido preto curto na frente e por cima uma capa preta com símbolos estranhos em vermelho que cobria até sua cabeça, e ali pendia fios negros que desciam em grande comprimento. Toda essa combinação dava a garota uma aparência feroz e perigosa. Gina se afastou dela sentindo certo medo, mesmo que a outra não apresenta-se indícios de atacar.

— Fuja! – disse a menina de repente, e pôs-se a correr em uma velocidade invejada.

Ainda confusa, a ruiva continuou paralisada tentando absorver o ocorrido. Foi quando ouviu passos pesados se aproximando, que ela girou o corpo e pôde entender o porquê do aviso.

Em sua frente estava algo milhares de vezes mais assustador que a garota da capa preta. Ele parecia ser um humano, porém muito horrendo e deformado. Seu corpo era enorme e cheio de músculos exagerados, usava uma capa verde e prata. Mas aquilo não era o que mais a perturbava, e sim, a caveira da Cabeça de Gado que estava no lugar do rosto.

E quando pensou que nada mais poderia ser aterrorizante, Gina percebeu – enquanto o monstro passava por ela sem notar. Que ele carregava em suas mãos o corpo de um menino coberto de sangue, porém não era qualquer menino. Naquele cenário medonho, também se encontrava seu amigo Neville Longbottom.

E nesse momento Gina não aguentou mais, um agonizante grito saiu na tentativa de se livrar do horror que estava sentido.

***

— Gina, por favor, me diga o que aconteceu! - gritou Rony que sacudia a irmã freneticamente.

Depois que o grito foi ouvido das portas da saída, Harry e seus amigos correram para a origem. Rony foi o primeiro a chegar e perceber que a dona do aflito berro, era sua irmã Gina. Ela estava ajoelhada no chão apontando para sua frente em puro desespero.

— Gina fale conosco – pediu Rony novamente, ainda ajoelhado perto da irmã.

A ruiva pareceu dar-se de conta das pessoas que estavam presentes, pois agora se remexia segurando os braços de Rony em súplica.

— Neville... Rony ele levou o Neville – Gina conseguiu pronunciar entre as lágrimas que brotavam em seus olhos.

— Quem o levou? – perguntou Harry surpreso.

— Eu não sei. M-mas ele parecia estar... morto.

— Neville não pode estar morto. Você viu a pessoa o matar? – perguntou Hermione desesperada. Ela nunca fora muito próxima do menino, mas nem por isso deveria ficar menos preocupada.

— Não... M-mas ele estava coberto de sangue e aquele monstro horrendo o carregava no ombro... – ainda chorosa Gina respondia para os amigos, tentando ao máximo manter o controle que aos poucos voltava.

— Acho que ainda tem uma chance de Neville não estar morto – avisou Hermione esperançosa.

— Mas que monstro você viu? – intrometeu-se Harry, que parecia o mais calmo de todos.

Ao mesmo tempo em que presenciava a situação de Gina, Harry analisava ao redor tentando encontrar alguma pista sobre o que havia acontecido. Permanecia sério apenas para não demonstrar que estava igualmente em pânico, seria melhor para Gina se não o visse desse jeito. E, além disso, no ano passado havia presenciado a morte de seu padrinho, esses acidentes já não o afetava da mesma maneira.

— Eu não sei direito...- sua voz falhou.

Rony apertou ainda mais o abraço, tentando passar o máximo de sentimento de segurança a sua irmãzinha que tanto amava. Ela soluçava menos, mas ainda não conseguia ficar forte.

— Acho que devemos ir até Dumbledore. – sugeriu Hermione docemente.

Antes que pudessem responder, alguns alunos curiosos abriram espaço para Draco passar.

— Não será preciso – disse ele aos quatro.

— Porque não? – perguntou Harry.

— Ele já sabe do que aconteceu aqui – anunciou Draco evitando olhar para garota que estava ao chão – Dumbledore sabe, não somente que Longbottom foi levado, como também, Cho Chang.

— Não, não poder ser – lamentou Harry, perdendo sua postura séria.

— Dumbledore está...

As palavras de Draco foram interrompidas quando um estrondo enorme se fez presente. Junto a ele, um clarão imenso surgiu no céu. Uma névoa de cores verdes e prata se movimentavam em uma dança de dragões furiosos, que cessou quando um símbolo começou a se formar. Primeiramente – para o horror dos alunos – pareceu se tratar da Marca Negra, porém o que se formou não foi uma cobra, mas sim, a caveira de uma Cabeça de Gado.

— A profecia... me entregue à profecia. Ninguém mais sairá machucado. - A voz gritava estridente, causando dor na mente dos alunos – Vocês tem uma semana. Completado esse tempo eu irei voltar. E se não estiverem com a profecia pronta para entregar, mais alunos sumirão - terminou seu discurso assustador com uma longa e esganiçada risada.

No momento em que a voz cessou toda a dor na mente dos cinco foi embora e o símbolo no céu foi se apagando devagar. No minuto seguinte tudo parecia estar normal, se não fosse pelo semblante aterrorizado de toda Hogwarts. Estava nítido para todos que havia de fato uma profecia, e nem mesmo Dumbledore poderia continuar enganando-os.

Agora estava comprovado. O mal retornara. E dessa vez mais forte.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Sejam sinceros!

Me desculpe qualquer erro, eu posso ter me perdido hahaha
Bjss ♥



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