As Relíquias de Hogwarts escrita por Srta Malfoy


Capítulo 5
Capítulo 4 - O chamado.


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada pessoas!

Sim eu estou atrasada, porém fiquei até madruga para tentar postar o capítulo! hahaha
Prometi que ia ser Segunda e Sexta, mas espero que entendam.
Aqui está o capítulo onde as coisas vão começar a esquentar, então é bom ler! hahaha

Espero que gostem.



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— Isso não pode estar acontecendo – exclamou Minerva exasperada. - E por que você só revelou agora Alvo? Por que foi direto contar àquelas crianças? Olha a responsabilidade que largou em suas mãos!

Ainda na mesma madrugada, após os alunos cabisbaixos voltarem a seus quartos para tentar dormir, Minerva e Dumbledore permaneceram no escritório absorvendo tudo que havia sido dito. Enquanto o diretor apenas mostrava serenidade, a professora estava indignada por não compreender a decisão do outro, em simplesmente revelar a profecia para jovens inexperientes.

— Minerva, você mesmo presenciou a conversa. Sabe que quando eles receberam aquele sonho profético esse assunto definitivamente os envolveu. – proferiu Dumbledore decidindo sentar-se na poltrona – E não há nada que possa fazer. O ano anterior está como prova que mesmo eu tentando resolver as coisas, Harry e seus amigos farão de tudo para ajudar. E você lembra, eles foram bem sucedidos.

— Não acredito Alvo! Bem sucedidos? – interrompeu Minerva ficando irritada. – Eu lhe admiro muito Dumbledore, mas o que aconteceu no ano passado não chega nem perto disso. Harry sofreu! O menino Malfoy quase morreu. Eles agiram praticamente sozinhos contra o maior inimigo dos bruxos. Aquilo foi um erro total, e não me importa se foram bem sucedidos.

— Você nunca sabe que resultados virão de suas ações, muito menos se elas serão a melhor forma de conseguir o que quer. Contudo, se não arriscar as coisas tenderão a ficar ruins - respondeu Dumbledore, após encarar a mulher. - Entendo que não queira todos aqueles problemas na vida deles novamente, mas recusá-los não vai tornar mais fácil.

Minerva estava pronta para iniciar outra discussão, quando sentiu e entendeu o significado das palavras de seu diretor. Então, somente baixou o olhar esperando que sua aflição passasse.

— Parece que, como sempre, você tem razão Alvo - disse relutante ao virar para um dos quadros que admirava. - Só espero que agora você não os deixe sem reparo como da ultima vez.

Se Minerva esperou algum tipo de reação constrangida de Dumbledore, foi infeliz. O homem apenas concordou e pôs-se a caminhar em direção a uma das várias gavetas da escrivaninha. Retornou quando tinha em mãos o conhecido jornal: Profeta Diário - o que a surpreendeu muito, já que Dumbledore preferia receber suas noticias através de seus informantes ou indo conferir ele mesmo.

— Não sei como anda sua rotina do café da manhã Minerva, mas você já leu sobre esses acidentes? - perguntou ao indicar a página em destaque. - Confira também a página dois, sete e nove.

Arrumando os óculos enquanto endireitava o folheto, Minerva iniciou a leitura rapidamente pegando só as informações necessárias. Assim que terminou todas as páginas indicadas concluiu que, exceto por falarem de assassinatos hediondos, as notícias ali não tinham nada em comum. Era em cidades diferentes, com sobrenomes sem ligações e de maneiras distintas. Porém sua curiosidade só aumentou.

— O que exatamente isso deveria significar?

— Em primeira vista? Nada - respondeu Dumbledore, cruzando os dedos. - Porém há algo que eu deveria acrescentar. Esses assassinatos, pelo que vê, vêm acontecendo há duas semanas. E tudo o que diz é verdadeiro, mas o que não escreveram muda o fato de tudo não estarem interligado.

— Alvo, o que quer diz...

— Vou ser direto - interrompeu Alvo, ao mesmo tempo em que abandonava seu comportamento sereno -  Em cada cena desses crimes, uma coisa chamou a atenção dos Aurores. A frase "O lorde das trevas retornou" estava em destaque como um tipo de mensagem. Ninguém sabe o que realmente significa ou se aquilo é especifico a alguém, por isso o ministro resolveu não tornar a público.

— Lorde das Trevas? - a incredulidade tomava por completo a voz de Minerva - Vol... Ele não pode realmente ter voltado.

— Nós pensávamos o mesmo há dois anos, e veja como tudo se desenrolou.

— Mas se realmente voltou, porque deixar pistas dessa maneira? Não lembro dele ser assim, pois sempre preferia algo... Grandioso.

Apesar de sentir algo próximo do medo, Minerva tentava raciocinar tudo que havia sido dito.

— Sim, realmente há algo muito estranho em suas ações - confirmou enquanto esfregava a cumprida barba - Supus que isso tudo tenha sido obra de algum comensal fanático...

— Só pode ser isso! - interrompeu Minerva agitando-se. - Somente alguém tentando por medo no novo ministro.

— Eu queria muito acreditar nisso, porém não deve esquecer-se de tudo que conversamos hoje - disse Dumbledore afastando qualquer esperança. - Há  uma profecia acontecendo, e junto dela um perigo que se aproxima de nós.

— Tem razão, acho melhor começarmos a aceitar esse fato e imediatamente pensar no que fazer.

Cabisbaixa por suas esperanças terem sido refutadas, Minerva concordou com o diretor e passou a clamar em silêncio pelo rumo da vida de seus alunos que tanto tinha afeto. Pois sabia que nenhuma criança conseguiria lidar com um peso desses sem sair ferido.

***

A planta simplesmente ganhou vida. Galhos longos, urticantes e espinhosos saíram do toco e chicotearam o ar. Quase arranhando o rosto do menino curioso.

— É melhor você não mexer nisso - sugeriu uma voz vinda do fundo, com certa frieza.

Enquanto esperava ansioso pela chamada de Dumbledore. Castiel explorava fascinado, a sala de sua recente casa Corvinal.

Era o segundo dia após a profecia ter sido revelada, e nesse meio tempo o menino não tivera contato com o resto do castelo, se não por Gina, Dumbledore e seus colegas corvinos. Quando Dumbledore o trouxe e avisou que o chapéu seletor havia selecionado-o para Corvinal, e que Castiel iria ficar nos aposentos até estar preparado para decidir o que fazer, ninguém pareceu interessado em se aproximar dele para perguntar mais. Só alguns curiosos questionaram ao diretor, como um aluno poderia ter conseguido entrar em Hogwarts no meio do ano. Era bem obvio que a recepção não era a da mais calorosa, e os alunos faziam questão de não esconder o desagrado.

Dumbledore, não revelou sua falta de memória nem que o garoto fazia parte de uma profecia. Apenas disse que a situação era complicada e que o menino precisava de abrigo em Hogwarts. Essa resposta pareceu lhes contentar, porque apenas concordaram e saíram da sala deixando-o sozinho. Castiel não esperava uma recepção afável, mas queria que todos fossem no mínimo compreensíveis.

Contudo, agora ele finalmente iria ser anunciado à escola e poderia participar das aulas como todos.

— Ah sim, obrigado. - respondeu ele virando-se para a menina que o olhava sem animo - É melhor mesmo, antes que eu perca um dedo ou dois. - Disse rindo.

A menina apenas lançou um olhar estreito e virou a cabeça para o livro que estava lendo. Parece que piadas não vão funcionar com eles, pensou Castiel.

Voltando a observar a planta, deixou que os pensamentos se aprofundassem novamente. Desde que teve tempo para pensar em outras coisas que não fossem sua falta de memória e o lugar confuso em que se encontrava. Castiel passou a observar tudo em sua volta. Começou a se questionar sobre o que sabia, e uma das coisas era que o castelo de Hogwarts tinha muito do que lhe era familiar, porém era como se muitas coisas tivessem mudado. Não sabia bem como explicar, mas era esse o sentimento.

O cenário era diferente, as pessoas se comportavam diferente - e não era apenas por seus colegas serem presunçosos. Por isso enquanto tentava manter todos os acontecimentos ruins longe, ele passou a explorar todo lugar que podia ir. Começou pelo dormitório onde perpassava um vento de sonoridade relaxante, o seu quarto foi dividido junto a dois colegas que passavam pouco tempo no lugar.

Tudo era das cores prata, azul e amadeirado. O lugar mais legal era a sala comunal, onde vários livros pendiam nas paredes e onde existiam janelas que era possível enxergar dali, quase todas as paisagens bonitas de Hogwarts. Em uma tarde, Castiel ficara fascinado em ver os animais que rodeavam o lago e a grandiosa árvore de carvalho branca, sua vontade momentânea era ir até lá e sentar-se. Mas obviamente estava frio para isso, e de qualquer forma não se sentia pronto para encarar tudo.

Hoje era diferente, já estava cansado de se esgueirar pelos cantos tentando não chamar a atenção. O ambiente a sua volta já não era tão hostil, mesmo que ainda ninguém realmente tenha vindo falar com ele. Uma pena, pois Castiel apesar de tudo estava eufórico para conhecer as coisas e pessoas. Por isso pediu a Dumbledore que já estava na hora de apresentar o novo aluno.

— Senhor, humm... Castiel? - a mesma menina do livro voltava a falar. Mas agora estava em pé atrás dele - Dumbledore pediu a mim que o chamasse - disse a loira com certa satisfação por ter sido a escolhida do diretor.

— Muito obrigado - respondeu com um sorriso sem retorno.

Enquanto descia sozinho a longínqua escada que dava entrada a torre da Corvinal, Castiel percebeu que iria ser anunciado na hora do almoço. Ficou nervoso em pensar que teria muitas pessoas lá, mas tentou refutar essa ansiedade, pois sua situação não era a da mais adequada e se quisesse ser aceito até tentar conseguir de volta suas memórias, teria que fazer algo.

Aos poucos foi ouvindo vozes de alunos ansiosos pela comida, a manhã deles havia sido cheia de aulas difíceis, e nada como uma boa refeição feita por elfos, para aliviar a tensão. Castiel se perguntou se Gina estaria ansiosa assim também. Pensar em seu rosto animado o fez se animar também.

— Apresse-se! Ou vou comer todos os bolinhos de arroz - gritou uma voz animada. Vinda de algo muito parecido com um fantasma, Castiel não se sentiu amedrontado por isso acenou de volta.

Estava começando a ficar bem disposto e esperançoso que o almoço não fosse um grande fiasco. Por isso apressou o passo querendo finalmente terminar a escada que parecia infinita. Já estava quase no fim, podia ver alguns alunos e as grandes estátuas de homens e mulheres majestosas, quando percebeu um chamado. A voz era muito familiar e presente, parecia ter sido dito ao seu ouvido - o que não era possível já que vinha andando sozinho.

Mais daquela voz se fez presente, e nesse momento ele já estava todo arrepiado. Castiel ergueu o olhar para observar os alunos que estavam ali perto, tentou ver se alguém havia percebido a voz também, mas todos seguiam em frente animados em suas conversas. Não demorou muito para que outro espectro aparecesse, e dessa vez o que via não parecia nada com os corpos flutuantes dos fantasmas. Se naquele momento sentiu medo, não percebeu. Pois suas pernas seguiram em frente até ficarem alguns metros daquela coisa.

— O herdeiro - disse uma voz feminina.

Castiel tentou perguntar algo ou se aproximar, mas algo de errado se apossou dele. Era como se a voz o tivesse deixado delirante ao não poder controlar seu próprio corpo.

A moça saiu um pouco de trás da estátua e ele pode ver a magnifica máscara que cobria seu olho esquerdo. Ela estava protegida inteiramente por uma capa escura, e exceto pelos seus olhos azuis faiscantes, tudo nela era negro.

Chegando mais perto ela continuou.

— Não vá até lá. Existem pessoas aqui no castelo observando. Não revele quem você é. - suplicou a menina em uma voz sussurrante. Logo voltando para trás da estatua desaparecendo.

No momento em que ela sumiu, Castiel pareceu sair de seu transe. Correu até a estátua e fez toda a volta tentando capturar qualquer resquício da menina, mas nada havia lá. Como pode ser possível? Perguntou a si. Vasculhou as paredes tentando encontrar alguma porta escondida, mas aquilo só resultou em suas mãos sujas de pó. Assim, saiu daquele canto pensando a todo o momento o que aqueles minutos havia significado. Era fato que existia algo de reconhecível na garota. Poderia ser uma memória? Talvez, mas nada era certo.

Em meio a pensamentos acabou por derrubar um aluno que estava andando apressado. Agora Castiel já havia caminhado quase até as portas que davam para o Grande salão, quando hesitou um pouco antes de entrar, resultou no leve acidente.

— Me perdoe, não devia ter parado assim – disse sincero, estendendo a mão para o garoto que ainda estava aturdido.

— N-não, foi minha culpa – se desculpou aceitando a ajuda. O menino levantou meio atrapalhado e fez duas reverencias exageradas por gratidão.

A cena foi engraçada, já que o aluno era mais alto que Castiel. E sua rasa barba o fazia ter uma aparência de dezessete anos. Assim, sua resposta foi uma larga risada que afastou um pouco seus medos e chamou atenção dos poucos alunos que estavam ali.

O garoto em sua frente pareceu assustado, mas logo percebendo a diversão também riu.

— Meu nome é Neville – pronunciou em meia risada.

— Castiel – disse estendendo a mão. Neville franziu o cenho parecendo estranhar, mas aceitou o cumprimento.

— Desculpe se eu parecer presunçoso, mas tenho quase certeza que você não é aluno dessa escola, estou certo? – perguntou ele com sua voz ficando fraca no final da frase.

Apesar de robusto, Castiel percebeu que o menino não era do tipo ousado.

— Bom, agora sou – falou divertido. – Mas acho melhor nós entrarmos para você entender melhor.

Assentindo, os dois partiram para dentro do salão onde todos já haviam se sentado.

***

— Alunos Acalmem-se! – vociferou Dumbledore com o feitiço Sonorus.

O diretor tentava cessar a discussão que se seguiu após o acontecido. Já havia passado segundos que o salão se encheu de vozes protestantes. Muitos gritavam “Tire ele daqui!”Ele não é um aluno” “Ele é do mal”. A confusão se seguiu sem que os professores pudessem conter, até que Dumbledore se impôs. E Agora, todos já estavam diminuindo as vozes ainda relutantes.

O olhar da maioria dos presentes na sala era dirigido hostilmente a um Castiel totalmente surpreso e sem reação. Ele se encontrava agora quase jogado na escadaria perto da mesa dos professores sentindo-se totalmente transtornado.

Há quase dez minutos, quando todos os alunos se encontravam presentes no refeitório e assim que Castiel apareceu com Neville ao seu lado. Dumbledore chamou a atenção de todos em um pronunciamento. Disse que algo incomum, mas totalmente aceitável havia acontecido; um aluno novo chegara a Hogwarts. Explicou que as circunstâncias permitiam que Castiel fosse matriculado, e que além do menino estar passando por um momento complicado, nada mais poderia ser dito sobre ele.

As reações que se seguiu foram bastante conveniente. Ninguém pareceu odiar a situação, mesmo que não parecessem totalmente felizes. A mesa da Grifinória e Lufa-Lufa até haviam batido palmas para ele. Castiel estava bastante confiante, lançou um olhar animado a Gina e Neville quando tudo aconteceu.

O céu do teto enfeitiçado ficou totalmente negro. Uma névoa se espalhou por todo o salão, junto aos barulhos de trovões. Ninguém exprimiu uma reação, nem mesmo quando a voz surgiu. O som era rouco e penetrante e não parecia ser de algo humano.

“Detenham o herdeiro” “Ele só trará desgraça a vocês”.

O ruído parecia vir daquela névoa brilhante que voava acelerado por todo o salão. Ela gritava, rugia, sussurrava. Movendo-se para todo lado, provocando o temor dos alunos de que se aproximava.

“Eles estão tentando enganar vocês” “Detenham-no”.

Professores e alunos olhavam perplexos a névoa, ninguém esboçava qualquer outra reação. Segundos se passaram enquanto aquilo dizia mais e mais avisos raivosos. Foi quando outra voz sussurrante disse ao mesmo tempo trechos da profecia que só Castiel e poucos outros conheciam.

“Não se deixem enganar”

E assim a nevoa se transformou em uma máscara monstruosa e partiu em direção a Castiel, que nessa hora já estava em pé, correu se afastando rapidamente até tropeçar de costa no degrau da pequena escadaria parando ali sentando.

A névoa vinha em cheio para si, ia fazer alguma coisa ruim... Porém, parou de súbito quando Dumbledore se postou na frente do garoto assustado. Ele girou suas mãos com a varinha e com uma breve cantiga a névoa se dissipou e o salão clareou novamente.

Foi a partir daí, antes mesmo de Castiel poder se levantar, que a discussão perpetuou o salão inteiro. Com alunos assustados e outros revoltados. Ninguém estava raciocinando direito, e sim, apenas reagindo ao acontecimento. Uns Sonserinos começaram a sair de suas mesas, e foi nesse momento que Dumbledore falou alto, cessando a comoção que surgiu.

Castiel foi retirado do salão, antes que outro alvoroço recomeçasse. Dumbledore mandou todos irem para seus dormitórios, mesmo aqueles que não puderam tocar na comida. Assim, todos seguiram para fora. Cada um com um sentimento profundo de medo, mas expondo apenas indignação.


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Notas finais do capítulo

Castiel :/

E aí pessoas, gostaram? Acharam que os alunos de Hogwarts foram muito preconceituosos? Eu particularmente estou indignada!

Comentem ;)



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