Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 29
Capítulo 11 - A Lua de Sangue, Terceira Noite. PIV




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Milenus seguia a frente dos jovens, eles formavam duas filas com Odrin e Teles seguindo a frente de ambas. Seguidos por Arão e Tiror e por ultimo vinham Lethan e Keyllor.
-Temos que estar atentos, pois para acendermos a chama do pilar de Nekhebet teremos que entrar no templo de Opak, o Deus de Granizo. Ele é um Deus menor mesmo assim muito poderoso. Cuidado com seus seguidores são traiçoeiros e atacam sem avisar, portanto fiquem com seus bastões preparados para ação.
Arão apertou o cabo de seu bastão com mais força. Subiram uma escadaria com estátuas de ambos os lados. Todas tinham o mesmo formato e tamanho. Não tinham cabelos, apenas um rabo de cavalo, dois colares vermelhos no pescoço e panos que tapavam suas partes íntimas. Cada uma possuía seis braços, todos seguravam uma espada. No centro do peito possuíam uma pedra vermelha.
O silêncio imperava no grupo
-Esse celestino só irá nos atrapalhar. Sussurrou Odrin para Teles, sabendo que Arão estava ouvindo. -Poderíamos dar um jeito nele.
Tiror parecia desaprovar a atitude dos dois.
-Cuidado Tiror. De que lado você está? Questionou Odrin.
-Ei! Vocês ouviram isso? Perguntou Lethan no final da fila.
-Isso o quê? Retrucou Keyllor.-Não estou ouvindo nada.
-Tem certeza?
Arão se aproximou de Lethan, mas foi empurrado por Odrin que abria passagem até o garoto.
-Sai da frente celestino. O que você ouviu?
-Pareciam passos, eu diria que são de alguém grande ou muito pesado, mas de repente tudo ficou em silêncio.
-Quietos vocês todos. Ordenou Milenus.
Nesse momento o chão à frente do grupo foi rompido por um ser que era uma cópia das estátuas pequenas, porém seu tamanho era cinco vezes maior.
-Opak! Gritou Milenus.
O gigante agarrou Milenus com uma das mãos, parecia tão forte que podia esmagá-lo quando quisesse. Os jovens esboçaram uma reação para auxiliá-lo, mas o ser expeliu fogo pela boca e mantive todos afastados. Quando o fogo cessou as estátuas que acompanhavam os degraus adquiriram vida, e formaram uma barreira entre os jovens e Opak.
-Precisamos ajudá-lo. Gritou Arão.
Os garotos iam avançar, todavia as estátuas deram um passo à frente intimidando a ação. Opak subiu as escadas, o ser sumiu no topo com Milenus. Suas cópias menores viraram e rapidamente seguiram seus passos.
Os jovens partiram rumo ao topo da escadaria. Nele se depararam com um rio de lava passando, na outra margem havia uma outra escadaria maior que a que tinham acabado de percorrer e no final da mesma um templo.
Para atravessar o rio só havia um modo, pedras redondas flutuavam formando um caminho único. Keyllor se aproximou e olhou para cima.
-Acho que teremos que atravessar o rio e subir até o templo. Com exceção de Opak que raptou Milenus todas as outras estátuas estão paradas em sua entrada.
Arão olhou para cima, não conseguiu ver nada além do templo e mesmo assim muito distante e pequeno.
-Como ele consegue ver as estátuas?
A pergunta de Arão se dirigia a todos de um modo geral. Odrin o empurrou para o lado.
-Você não sabe de nada.
Tiror se aproximou para explicar.
-Keyllor tem esse dom, o da visão, ele poder enxergar com perfeição grandes distâncias. Se ele diz que as estátuas estão lá, acredite elas estão.
-Precisamos atravessar o rio pulando de pedra em pedra. Disse Lethan.
Teles observava o caminho.
-Vamos seguir em frente. Disse Odrin.
Quando ele passou ao lado de Teles, este o segurou pelo braço e fez um sinal muito discreto para aguardar um momento.
-Está fácil demais.
Keyllor iniciou a travessia, Arão se adiantou, mas Odrin o impediu.
-Se você quiser ir, será por último celestino!
Keyllor pulou na primeira pedra, imediatamente nuvens apareceram alguns metros acima do rio, encobrindo a imagem da escadaria e do templo.
-Não estou gostando nada disso. Exclamou Tiror.
O jovem foi para segunda, ao tocar a base da pedra, dois troncos presos por cordas surgiram das nuvens logo acima dele. Vindos em direções opostas esmagariam-no com facilidade. Ele percebeu tarde o que estava para acontecer, não teria tempo para fugir. Apenas fechou os olhos esperando o impacto, houve um barulho abafado e quando Keyllor tornou a abri-los, viu Odrin ao seu lado com os braços abertos segurando os dois troncos.
-Rápido saia daqui, eu não vou agüentar mais tempo.
Uma força invisível parecia continuar a pressionar os troncos contras os dois.
-Ele é muito forte. Afirmou Lethan.
Arão concordou plenamente com as palavras de Lethan. Keyllor voltou, Odrin soltou os troncos rapidamente e pulou para a primeira pedra. O som do encontro de ambos fez os jovens estremecerem. Logo em seguida os troncos sumiram nas nuvens como se tivessem sido puxados de volta.
-O que faremos? Perguntou Lethan.
-Daremos um jeito de atravessar. Disse Odrin.
-Mas temos que ser rápido. Falou Arão.
-Você acha que eu não estou prestando a atenção na ampulheta que está com Tiror, Celestino?
Odrin deu um empurrão no peito de Arão. Este se controlou, uma briga agora não ajudaria em nada.
-Não é isso. Olhe para o rio. O nível do rio começou a subir. Prosseguiu Arão.-Se demorarmos muito não haverá mais pedras para pisarmos.
Odrin ignorou a explicação de Arão, apesar de ver que o que ele dizia era verdade.
-Faremos o seguinte. Sugeriu Lethan. -Odrin irá à frente segurando os troncos, nós aproveitamos e passamos. Será fácil. O que vocês acham?
Nesse momento mais cordas suspensas apareceram das nuvens, mas desta vez não eram troncos, mas sim lâminas gigantescas que descreviam os movimentos de pêndulos e para cada pedra existia uma lâmina.
-Agora sim. Revoltou-se Keyllor. -Odrin não poderá mais segurar. Estamos perdidos.
-Nunca conseguiremos passar. Resmungou Lethan. -As lâminas nos pegarão em seus movimentos.
-Não podemos abandonar Milenus, nem o povo da Cidade Superior. Disse Tiror girando a ampulheta nas mãos.
"Há um outro jeito". Pensou Arão. “Mas é muito arriscado e a pessoa tem que ser muito boa para conseguir realizá-lo ”.
-Observem! Falou Teles que tinha permanecido quieto até então.
Ele pegou o bastão de energia e pulou na primeira pedra. Quando a lâmina veio em sua direção, ele saltou para cima e agarrou a corda do objeto cortante. Esperou a lâmina se cruzar com a próxima. Quando isto aconteceu ele cortou a corda em que estava e pulou para a próxima, a lâmina afundou na lava. Ele fez isso até chegar ao outro lado do rio. O caminho estava livre para eles.
-Você foi excelente meu amigo. Odrin Cumprimentou Teles ao terminar a travessia.
"Então ele também enxergou". Pensou Arão.
Os jovens estavam parados frente à escadaria que levava ao templo.
-Vai ser uma longa subida. Comentou Tiror a Arão.
-Mas pelo menos será mais tranqüilo que a travessia do rio.
Arão ficou quieto com seus pensamentos.
"Há algo errado...
Os primeiros degraus começaram a ser subidos, o tempo corria contra eles, e a escadaria estava apenas começando...



As jovens estavam mais atentas após o que passaram na ponte. Encontraram apenas uma saída que levava a um túnel úmido e escuro, o qual tiveram que atravessar. Durante algum tempo caminharam quietas.
-Olhem! Gritou Kitrina -Uma claridade logo à frente.
-Finalmente vamos sair deste túnel. As palavras de Milena saíram muito animadas.
As quatro apertaram o passo, Milena tropeçou indo ao chão. Cassi adiantou-se para ajudá-la, Lissa virou-se para Milena e depois olhou para Cassi. Milena levantou-se rápido antes da celestina chegar.
-Não se aproxime de mim, posso me cuidar sozinha.
Kitrina chamou Cassi.
-Cassi não fique aí parada. Não ligue para Milena, normalmente ela é mais calma. Deve ser este lugar. Tenho certeza que logo vocês serão muito amigas.
-Tenho lá minhas dúvidas. Ponderou Cassi.
Quando elas saíram do túnel se depararam com um pequeno vale. Uma esfinge na entrada do vale fazia a guarda do local. Por todos os lados haviam várias pirâmides compostas por pedras amareladas e dispostas aleatoriamente. Todas possuíam uma pequena abertura em um dos lados. Entre as pirâmides haviam muitas árvores com a vegetação alta em volta, dando a impressão de que o vale a muito tempo não era habitado.
Uma muralha muito maior que as pirâmides cortava o vale todo em zigue e zague, dividindo-o em dois. Pela primeira vez desde que saíram do túnel notaram que o vale ficava em um lugar subterrâneo, provavelmente dentro de uma montanha. Na parte superior, o teto era composto por milhares de estalactites. Alguns raios de sol passavam por frestas entre as protuberâncias, mesmo assim o lugar permanecia escuro.
As jovens estavam paradas bem no início da muralha.
-Podemos seguir sobre a muralha e cortar o vale mais rápido. Sugeriu Cassi.
-Devemos descer para verificar o que existe nessas pirâmides, quem sabe não encontramos Evelyn.
Retrucou Lissa.
-Não devemos! Este lugar não possui boas vibrações.
-Está com medo celestina? Zombou Lissa.
-Acho que ela tem razão Lissa. O tempo está correndo. Nossa missão é muito mais importante que ficar explorando este lugar. Ele me dá calafrios.
O corpo de Kitrina deu uma leve tremida.
-Você está dando razão a esta celestina? Sua traidora. Explodiu Milena.
Lissa parecia muito satisfeita com a aparente revolta de Milena. A discussão estava ficando mais acirrada. Porém, não tiveram tempo para continuar, da esfinge veio um som agudo e estridente. As jovens não agüentaram a intensidade do som e levaram as mãos aos ouvidos. A dor que sentiam era intensa. Não precisaram continuar brigando para decidir qual caminho seguir, quando viram as quatro estavam correndo pela muralha.
-O que foi aquilo? Gritou Cassi ofegante.
-Não sei e não quero ficar para descobrir. As palavras de kitrina saiam atropeladas enquanto corriam.
Da boca da esfinge uma grande besta alada emergiu. Movimentava com rapidez suas possantes asas negras. Voava alto e rápido observando o avanço das garotas. Enquanto emitia seu som ensurdecedor.
-Mas o que...
Milena não teve tempo de terminar a frase, pois a resposta de Lissa cortou a sua.
-É um morcego gigante!
O animal começou a voar em círculos.
-O que ele está fazendo? Perguntou Cassi.
-Boa coisa não deve ser. Respondeu Kitrina.
-Está chamando o resto do bando. Explicou Milena.
-Como você sabe disso? Indagou Lissa.
-Olhem para lá.
Elas acompanharam o dedo de Milena que apontava para baixo. Da entrada das pirâmides milhares de morcegos saíam. Não eram tão grande quanto aquele que os chamavam, mas eram do tamanho das jovens. Outra diferença é que o maior possuía dois chifres sobre as narinas e estes não, mas mesmo assim eram igualmente assustadores. Logo o espaço do vale foi tomado pelas pestes negras voadoras.
-Acho que eles estão preparando para dividir o pão. O problema é que nós somos o pão. Vamos sair daqui.
Desta vez nem Lissa, nem Milena protestaram contra a sugestão de Cassi e se puseram a correr. Os morcegos desciam em vôos rasantes tentando pegá-las. Os sons emitidos pelas pestes começaram a rachar as estalactites. A maioria delas precipitou-se para baixo com grande velocidade. Muitas caíam sobre os próprios morcegos arrastando-os para o solo, outras prostravam-se sobre as pirâmides e algumas ainda sobre a muralha. Uma delas abriu um grande buraco na muralha separando as garotas, Kitrina ficou para trás.
-Venha correndo e pule. Gritou Cassi para Kitrina.
-Eu não vou conseguir.
Ela estava apavorada com a possibilidade de ser deixada para trás. Cassi percebia isso.
-Nós não vamos deixá-la. Você consegue. Insistiu Cassi.
Lissa chegou ao seu lado.
-Você não vê que o buraco é grande demais. Ela não vai...
Lissa não terminou a frase. Milena também estava preocupada, mas via que era impossível fazer qualquer coisa pela amiga.
-Temos que ir. Ordenou Lissa.
-Eu vou ficar! Disse Cassi.
-Faça como quiser.
Rebateu Lissa com desprezo enquanto corria com Milena tentando se esquivar dos morcegos. Cassi continuava a insistir para Kitrina pular. Ela não tinha outra escolha, era isso ou esperar que alguma besta voadora a pegasse. A garota obedeceu, Cassi observou assustada o salto suicida. Quando ela parecia que não ia conseguir algo muito estranho aconteceu, por um breve momento o corpo de Kitrina pareceu sumir e surgir mais próximo da outra beira. Isto pegou Cassi desprevenida. As duas se chocaram.
-Como você fez aquilo?
-Aquilo o quê? Eu apenas saltei e aqui estou.
A alegria estava estampada no rosto dela. Não tiveram muito tempo para comemorar. Um morcego passou e rasgou um pedaço das vestimentas de Kitrina com suas garras.
-Temos que sair daqui Kitrina.
As duas partiram atrás de Lissa e Milena que continuavam avançando. Uma das bestas negras veio na direção de Lissa que se esquivou. Milena parou e fechou os olhos. Estendeu as mãos como se com aquele gesto fosse possível evitar o ataque da besta. Uma estalactite se rompeu do teto e caiu sobre o animal antes que ele a alcançasse. Parte da muralha foi junto com a estalactite.
Cassi e kitrina alcançaram as outras duas, estavam próximas à saída, iam conseguir, entretanto o morcego maior desceu sobre a passagem.
- Como vamos passar? Ele está bloqueando a saída. A voz de Kitrina saia trêmula.
-Não tem jeito! Concluiu Milena.
Um tremor atingiu o vale, o teto começou a desabar. Os raios de sol invadiram o local, incidiram sobre o morcego. Ele ficou incomodado com a claridade e não conseguia mais enxergar suas vitimas.
-Temos que aproveitar o momento. Ele está confuso com a luz. Proclamou Cassi.
As quatro conseguiram passar pela besta negra. O teto desabou todo. Elas deixavam para trás o vale das Bestas Aladas...

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