Done For You escrita por Aida


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *desvia das pedras*
Eu sei que andei sumida, mas é que provas, treinos e essas paradas estavam me embolando toda.
Sem falar que fiquei 1 semana sem internet pq a 'Oi' me odeia.
O cap ficou meio curto mas é pq o próxima vai ter 6 mil palavras por aí *bate palmas*
Yay! Espero que gostem e não me abandonem, xoxo



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O que mais me incomodou não foram os risos altos e debochados do colégio Helloway, nem meus olhos por estarem queimando com lágrimas que eu não permitiria que saíssem ou até mesmo por Andy ter falado aquilo na frente de todas aquelas pessoas, foi minha droga de atitude. Foi não revidar, não desistir, não jogar tudo pro alto e dizer que eu não ligo.

Engoli a bolsa de pregos que se formara em minha garganta, peguei minha mochila e rumei para o estacionamento sem conseguir olhar ninguém nos olhos, sem ligar para os protestos de Kole que certamente havia escutado todo aquele veneno que Biersack despejara em mim.

A porta do ginásio nunca fora tão pesada, meus tênis pareciam conter cacos de vidro, minha boca amargava. Eu nunca me abalaria por qualquer piada de mau gosto, aborrecimento ou crítica, porém, as palavras nunca pareceram combinar tão bem na boca do moreno, e eu não achei que isso fosse machucar tanto.

O diabo não vem vestido com uma capa vermelha e chifres pontudos como todos pensam, ele na verdade tem tatuagens, um sorriso provocador, cabelos negros como a própria alma e está encostado em um Chevy Impala 67, fumando e planejando qual será a próxima vítima de sua majestosa degradação.

–Você demorou - Ele expirou toda a fumaça de seu agora, pequeno cigarro - Suba logo, ainda tenho muito trabalho à fazer hoje.

Olhei-o no fundo dos olhos, mesmo ainda estando distantes (e eu agradeci mentalmente por não estar perto o suficiente) eu gostaria de arrancar-lhe o rosto e vendê-lo no mercado negro, talvez ganhasse um bom dinheiro.

Não.

Minha resposta foi audível e com efeito quase instantâneo, Andy riu debochado e jogou o que sobrou de seu cigarro no chão.

–Vou mesmo ter que repassar toda aquela baboseira sobre eu ser seu guardião legal e você ter que me obedecer veemente?

Ando na diagonal, escapando do carro e me encaminhando para o portão, antes que eu consiga apertar o passo o bastante para sair da vista do moreno o mesmo já está preso ao meu braço, me puxando brusco e me fazendo olhar para ele.

–Onde pensa que vai? Estamos indo pra casa, agora.

–Aquele lugar não é minha casa! - Grito e posso ver Andy ligeiramente surpreso, mas sua expressão logo se petrifica novamente - Você não manda em mim, é só um idiota controlador que acha ter algum tipo de poder sobre as coisas. Mas vou te contar uma novidade: não tem Sr. Biersack!

Os olhos azuis estão escuros e assustadores, sua mão esquerda está enraizada em meu cotovelo e sua direita segura meu maxilar, analisando meu rosto e procurando vestígios de alguém que vá se arrepender por estar levantando à voz para sua majestade.

–Pare de gritar sua estúpida, está assim só porque ouviu umas verdades? E sim, eu tenho completo poder sobre você. Se eu quiser que corte o cabelo vai cortar, se eu quiser que aja como uma vagabunda vai agir, se eu quiser você gritando o meu no...

Em algum momento da ladainha de Six minha mão executou a tarefa mais bem vinda que já existiu, ela fez o que todo o meu corpo clamava e almejava desde que o idiota moreno havia aberto a latrina que ele chamava de boca. Eu estapeei Andy Biersack.

–Eu odeio você - Disse entredentes, fazendo questão de carregar cada palavra com meu nojo.

A surpresa do tapa o pegou, depois eu vi a raiva crescer em seus olhos e se houvesse algum tipo de arma letal que Andy carregasse, eu estaria estirada no chão. Sua boca retesada e rígida, vincos nas têmporas e sua respiração levemente descompassada, ele estava furioso.

–Se me odeia tanto porque ainda está aqui? - Empurrou-me uma, duas e na terceira eu segurei seus braços cravando as unhas em sua pele - Ninguém pediu pra você ficar, muito pelo contrário, seu pai que implorou de joelhos para que eu aceitasse você na minha casa. E eu nunca me arrependi tanto de ter sequer cogitado a possibilidade.

–Você está fazendo todo esse estardalhaço porque eu abracei o Kole, pois se é isso diga logo! - Segurei a gola de sua blusa e puxei seu rosto em direção ao meu, mais um pouco e sua bochecha estaria colada na minha.

Biersack apertou minha bochecha com vontade, não como uma carícia ou como um elogio (quando as pessoas as apertam para dizer como você é fofo), foi por que ele era um sacana miserável e que adorava brincar com a minha cara.

–Como se fosse eu quem estivesse desesperado pelo atenção dele - Riu amargo - Admita, você gosta daquele jogador.

Recolhi as mãos e minhas armas. Andy poderia falar o quão eu era ridícula, falar da maneira que eu jogava, a maneira que eu vivia até, mas não de Kole.

–Não - Sussurrei, mesmo querendo gritar essa palavra para todos que pudessem ouvir - E-eu...

–Eu posso ler em seu rosto, você faria qualquer coisa para ter milésimos de segundos da atenção dele. Você o olha enquanto ele não está olhando na esperança que ele olhe de volta e te encontre, como é muito tímida e idiota, você sempre espera que ele puxe conversa e sinta a mesma expectativa por cada resposta, assim como você que fica impaciente contando os minutos. Você quer ser a única garota que ele vai pensar o dia todo e todos os dias, a única garota que está presa nos pensamentos dele, a única garota que ele quer estar com e a única garota que vai ser para sempre dele.

–Como se você soubesse alguma coisa sobre gostar de alguém - Disse com a voz embargada - Nada nunca vai sair desse coração de pedra, agora sei porque você não tem um amigo sequer! Ninguém quer ser amigo de um crápula como você, Biersack.

Eu queria poder feri-lo tão fundo quanto ele havia me ferido, mas parecia que nada nunca chegava a perturbar a sanidade de Andy, eu nunca poderia quebrar algo inquebrável. E com esse pensamentos, corri para fora da escola e daquele estacionamento deserto de coisas boas.

Era injusto ele me dizer aquilo, era mais injusto ainda ser absolutamente verdade. Andrew não me seguira, nem gritara para eu voltar, ou talvez eu estivesse tão alheia, que não escutara seus chamados. Mordi o interior da bochecha para conter o choro, o caminho meio corrido e meio caminhado passou rápido diante dos meus olhos até chegar onde eu queria.

Adentrei o lobby e resmunguei um cumprimento para a senhora vestida de enfermeira na entrada, corri até o quarto conhecido e não fiz questão nem de bater.

Minha avó estava sentada sobre a cama, costurando algum agasalho grosso e que deveria pertencer a alguma amiga da casa de repouso em que vivia. Ela me olhou com os olhos verdes amistosos e pelo jeito que arqueara as sobrancelhas, meu rosto deveria estar horrível pois ela logo abriu os braços convidando-me para um abraço.

Soltei o choro e fui me arrastando até estar de frente para minha avó, seus braços me envolveram e os soluços cresceram pela minha garganta. Vovó nos separou e levantou meu queixo, correndo os olhos por meu rosto e limpando as lágrimas que desciam irritantes pelas minhas bochechas, após, a senhora levantou as palmas pra cima e indicando que ela me perguntava.

''O que houve?''

Mais lágrimas desceram em pensar em tudo que estava acontecendo e o que ainda estava por vir, não poderia contar tudo à minha avó, não poderia preocupá-la desse jeito. Juntei meus indicadores e meus polegares no lado esquerdo do peito, em cima do coração.

''Amor'', respondi.

Vovó não precisaria perguntar se era Kole, ela sabia que era. Desde que o conhecera ela sabia de meus sentimentos pelo loiro, sabia que eu nunca havia me declarado e que torcia para um dia ele me enxergar além de uma irmã que deveria proteger. Contava absolutamente tudo para a senhora, desde os pequenos carinhos trocados em sala de aula (tais como brincar com meu cabelo e ficar trocando olhares confidenciais), até os presentes e lembranças que compartilhava com o menino até hoje. Porém nunca passaram disso, momentos.

Eu queria poder me engasgar com meus soluços e sufocar tudo o que meu coração sentia pelo meu amigo. Era tão difícil vê-lo com outras meninas e não gritar que elas eram erradas para ele, não que eu esteja dizendo ser a menina certa, mas seria a que mais faria Kole feliz, que se doaria ao máximo para fazer com que ele aproveitasse cada segundo de sua vida.

''Por que eu tenho tanto medo de perdê-lo, se ele nem é meu?'' pergunto à minha avó com os sinais que sabia.

Ela apenas sorri triste e acaricia meu rosto, me entrega agulha já com linha e indica o casaco que antes a mesma estava remendando.

''Costura esse casaco e seu coração filha, esse menino pode ser seu primeiro amor, porém, não o se último''.

Quando eu era menor gostava de imaginar que minha avó preferia não escutar, como um personagem animado de um desenho onde a principal só escuta a voz de quem realmente queria. Conseguia esquecer brevemente que foi em um acidente que levou meu avô o que ocasionou o dano em seus ouvidos, minha avó vivia dizendo que seria melhor não ouvir mesmo, já que nunca mais escutaria a voz de quem ela mais amava. Ela era valente.

Olhar para a senhora que gostava de usar conjuntos de roupas de cores trocadas e que não mudara o chanel ondulado depois de todos esses anos pois alegava ser seu penteado favorito, que vendera sua casa para nos ajudar a ter algum dinheiro por um tempo e aceitara de livre e espontânea vontade ir morar no casa de idosos da Prefeitura, me causava nostalgia e um amor sem tamanho.

Pra mim ela ainda era a mocinha do desenho animado, conselhos sábios e o melhor chá da cidade era com ela mesmo.

Dobro a esquina e posso ver o sol se por atrás das construções da cidade, não quero ir para aquela casa onde sei que levarei um esporro por ter saído sem permissão, aproveito para me sentar em um dos bancos do ponto de ônibus e procurar uma boa desculpa para passar a noite fora do alcance dos olhos azuis de Andy.

Eu posso ler em seu rosto, você faria qualquer coisa para ter milésimos de segundos da atenção dele. Você o olha enquanto ele não está olhando na esperança que ele olhe de volta e te encontre, como é muito tímida e idiota, você sempre espera que ele puxe conversa e sinta a mesma expectativa por cada resposta, assim como você que fica impaciente contando os minutos. Você quer ser a única garota que ele vai pensar o dia todo e todos os dias, a única garota que está presa nos pensamentos dele, a única garota que ele quer estar com e a única garota que vai ser para sempre dele.

Sua voz ecoa em meus devaneios, e lembro como o disse que o odiava e eu me arrependo. Mesmo não querendo me arrepender, eu o faço.

Um carro conhecido para bem na minha frente e abaixa a janela do passageiro, mesmo com o vidro fumê atrapalhando um pouco a visão, sei que quem está ali é CC. Quando posso ver seu rosto, ele me dá um sorriso tímido e acena com a cabeça levemente para que eu entre.

Entro no carro suspirando e esperando para que Christian dê a partida no carro mas em vez disso ele coloca uma pequena mala no meu colo, ela é florida e está gasta nas laterais. Meu fôlego se perde no caminho para meus pulmões, todas as minhas memórias estão nessa mala, todas minhas mudas de roupas, minhas fotos com meu pai e Kole, meu material escolar e livros, minha vida está aqui dentro.

–Achei que meu pai tivesse levado com ele - Meus olhos ficam úmidos, mas me recuso a chorar - Como achou?

–Sei que estive meio ausente esses dias - Ele dá de ombros e continua - Mas estava empacotando as coisas que vocês deixaram para trás naquele motel e acomodando seu pai nas instalações da empresa, ele disse que você precisaria disso, então eu levei para casa.

–Para casa de Andy você quer dizer - Digo irritadiça - Afinal, como me achou? Como sabia que eu estaria aqui?

–Perguntei ao seu pai oras, ele foi bem específico dizendo que quando você está triste ou chateada, costuma procurar sua avó - Christian dá partida no carro, mas o ronco do motor não abafa sua voz - Quando cheguei na casa de Andy, como você prefere se referir, ele estava inquieto e mais ácido que o normal. Perguntei o que era e ele só mandou te procurar, onde fosse e em todos os lugares possíveis, fazia tempo que não o via preocupado. Poderia me dizer o porque?

Biersack estava preocupado? Comigo?

Engulo em seco e meus olhos estão transbordando de novo, sem que eu possa controlar lágrimas atrás de lágrimas se derramam pelas minhas bochechas.

–Não queria ter dito aquelas coisas CC - Digo entre soluços, ele retira a mão da marcha e encontra a minha, entrelaça nossos dedos e faz carinho com o polegar - Eu disse que o odeio mas não é verdade, eu não quero odiá-lo. Eu fico chateada sim com as coisas que ele fala, mas nada do que digo tem significado, pois eu nunca o machucaria dessa maneira.

Passo as costas da mão livre em minhas bochechas para me livrar do choro mas são muitas lágrimas.

–A raiva é uma defesa natural contra a dor Bela - Christian desacelera o carro lentamente até parar no sinal vermelho, olho seu perfil e tento reprimir ainda mais a tristeza enquanto ele fala - Quando alguém diz ''eu te odeio'', eles querem na verdade dizer ''você me machucou''. Você um tanto engraçada sabia?

Bufo engolindo mais possibilidades que me façam chorar, não quero mais chorar hoje.

–Realmente, devo estar linda com essa expressão de otária no rosto - Limpo o rosto um pouco mais com a manga do moletom.

–Não estou falando disso - CC desliza sua mão sobre minha bochecha e acaricia - Você não consegue ficar chateada com as pessoas, sempre acaba as perdoando mesmo que elas não mereçam. Isso mostra que você é forte e tem um senso de bondade muito grande.

Meu rosto esquenta um pouco, Christian estava me fazendo um elogio da qual não estava preparada. Me sinto um pouco melhor quando sua mão volta para o volante e seguimos o resto do caminho mergulhados em um silêncio mais leve.

A mansão está quieta, já é noite e Christian foi levar Maddie para casa assim que me deixou, a senhora deixou um lanche rico e gostoso como janta para mim. Anoto mentalmente para agradecê-la no dia seguinte, sua comida amenizava a ansiedade que embrulhava meu estômago só de pensar em encontrar com o dono da casa. Mas eu completo minha rotina noturna sem nem sentir a presença do moreno, a biblioteca que também é usada como escritório está vazia e seu quarto com as luzes apagadas, talvez ele já tivesse ido dormir. Coloco calças de pijamas e um suéter quente, deixando seu moletom do Batmam em cima da minha cama para eu poder lavar e devolver como havia prometido.

Peguei meus materiais e minha pequena mala e a levei então para a biblioteca, ao abrir à mesma posso sentir o cheiro de capim limão que exala de minhas roupas, meus livros grifados com minhas partes favoritas e as fotos antigas do meu pai e da minha... mãe.

Guardo-as de novo, bem no fundo da mala onde elas sempre ficam, mais de treze segundos dessa vez, cada vez mais consigo olhar para as fotos sem chorar, sem sentir remorso ou medo. Mas sei exatamente como a foto é em minha cabeça, meu pai com uma camisa quadriculada e jeans azuis, minha mãe com um vestido rosa bebê e o cabelo castanho claro caindo em cachos até o meio das costas, ela tem os dentes quadrados e bonitos, eu puxei a ela nesse sentido também, talvez apenas não tenha pego seus olhos verdes.

Eu me debruço sobre a mesa e fico imaginando se um dia, quando eu colocar um vestido rosa bebê de botões e amar como ela amou, eu possa perdoar ela pelo que fez e acabo adormecendo com esses pensamentos doloridos.

Dentro da escuridão tem algo que grita brutalmente e estraçalha o calmo silêncio que dominava meu sono. Abro os olhos ainda débil, mas assim que percebo que os gritos não são de nenhum pesadelo me apavoro, eles vem do andar de cima e são roucos, entrecortados e angustiados. São de Andy. Meu rosto está amortecido por ter dormido em cima das fotos e cadernos, mas mesmo assim ele se retesa logo que entro na defensiva.

Corro pelas escadas tropeçando e vejo que Six está arranhando a porta de seu dono, mais um grito ecoa pela casa e meu coração está engasgado na garganta, minhas mãos tremem e um arrepio percorre da ponta do meu pé até a raiz de meu couro-cabeludo.

Giro a maçaneta de seu quarto e ela está surpreendentemente aberta, preparo meus olhos e meus punhos para o pior que possa vir a acontecer. Passo mentalmente o que aprendi nas aulas de defesa pessoal sobre agressores noturnos. Mas não há ninguém no quarto, apenas Andy se contorcendo sobre a cama e apertando os lençóis escuros, ele não usa nenhuma blusa e está mais pálido que o normal.

Parece preso em um pesadelo interminável e do pior tipo que existe, aquele que você não tem controle sobre o próprio inconsciente.

Outro grito de agonia rasga sua garganta e descido subir na cama e acordá-lo, passo minhas penas por seu quadril e tento segurá-lo, balançar o mesmo parecia não fazer muita diferença.

–Biersack! - Chamo seu nome alto - Você precisa acordar! Precisa acordar!

Seu rosto está um pouco suado, mais sua expressão de dor é cortante, meu coração dói. Passo minha mão por sua cintura e colo nossas testas. Por favor pare. Era mais do que aterrorizante vê-lo assim, cerrando os dentes e os punhos, se contorcendo, era pavoroso. Quero acalmá-lo, preciso acalmá-lo.

–Andy, está tudo bem - Sussurro colocando a mão livre em seu rosto e acariciando-o - Estou aqui, está tudo bem.

Quando esferas azuis me encaram de volta, meus olhos estão marejados e eu não sei exatamente porque. Posso ver seus cílios e a curva de seus lábios, o quarto não está totalmente escuro pois a luz da lua passa pela janela iluminando-o como um ser divino, seu peito sobe e desce acelerado e ofegante, o que acabou de acontecer? Ele está completamente assustado e nunca o vi assim, acho que nunca quero ver novamente.

Suas mãos onde antes seguravam os lençóis agora circulam minha cintura em um forte aperto morno. Ele não desvia seus olhos dos meus, gostaria de saber o que está pensando agora, pois ele parece triste e pensativo, poderia ser sobre nossa briga mais cedo ou o porque de eu estar no quarto dele sem permissão, mas logo descarto a primeira alternativa.

Relaxo os músculos e me escondo no encontro da clavícula com o pescoço, minha mão ainda está em seu rosto e eu acho que devo deixá-la ali. Sou eu que estou ofegante agora, porque a adrenalina foi embora e estou com a cabeça a mil por hora, o coração do de olhos azuis combinava com a minha cabeça, estava enlouquecido.

–Desculpe por mais cedo - Digo baixo, e gostaria que fosse mais baixo ainda para que ele não pudesse me ouvir, sou estúpida - Pelo tapa e bem... Por todo o resto.

O silêncio perdura, até que a voz do moreno surge mais rouca do que estou acostumada:

–Você me odeia?

Eu deveria pensar na resposta, mais a franqueza de meu coração dispara antes que meu cérebro possa processar suas palavras.

–Não.

Deveria, mas não odeio. Eu queria odiar, mas não consigo.

A conversa tem um fim bem ali, com minha honestidade sendo cuspida da minha boca naquela palavra. Eu descanso meus olhos pesados e momentos mais tarde, sou embalada e aninhada, suspensa talvez, meus braços são deitados logo depois sobre uma almofada e me meu corpo no colchão, sou coberta e ao longe eu ouço o som do piano ser tocado.

A melodia é triste e não me deixa ter um sono tranquilo, a cena de Andy sofrendo continua a aparecer e me causar perturbações, eu quero ajudá-lo.

Eu vou ajudá-lo.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim :D



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