Princesa industrial escrita por AmanteSolitária


Capítulo 5
Eu não sei se ainda quero me casar.


Notas iniciais do capítulo

ninguém comentou, mas eu queria compensar por mais de seis meses longe de vocês então aqui vai. Beijinhos



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Quando acordei na manhã seguinte Miguel não estava ao meu lado. Desci as escadas e foi a minha vez de encontra-lo sentado na borda da piscina, com os pés na água. Sentei ao seu lado e apoiei minha cabeça em seu ombro:

–Bom dia, noivo. - Sorri e olhei para ele que continuou sério. - O que foi?

–Você sabe que nós não fizemos o que eles queriam, não sabe? Eu não sei o que dizer quando eles chegarem hoje. Você não é um objeto para ser usada assim e eu não sou um bichinho para fazer tudo o que eles mandam. - Ele mergulhou na piscina. Eu tirei a camiseta e mergulhei atrás dele apenas de lingerie.

–Você quer desistir do casamento? Por que se quiser, não há nada que eles possam fazer para te obrigar. Você é maior de idade. - Eu não entendia e ao mesmo tempo entendia perfeitamente. Eu sou contra este casamento desde que entendi o motivo real para isso, mas tinhamos nos dado tão bem nos últimos dias que comecei a até aceitar a ideia, por mais absurda que parecesse. Sem nenhum motivo aparente meus olhos lacrimejaram. O que eu tinha de errado?

–Não é isso. - Ele se aproximou. - Eu só não fico muito confortável com a ideia de me relacionar com alguém simplesmente porque me obrigaram, mesmo que eu ache que essa pessoa combine perfeitamente comigo. - Não consegui conter o sorriso. - Eles esperam que convivamos por alguns anos juntos, façam coisas que um casal faria sendo que isso é uma coisa planejada e falsificada. Ontem o dia foi incrível, mas você sabe que eles queriam que fizéssemos algo a mais. Eu não quero passar a minha vida toda fazendo apenas o que meus pais querem que eu faça. Eu não sei se ainda quero me casar. - Depois de todo esse discurso, eu sabia que ninguém iria obriga-lo a se casar se não quisesse. Então só consegui dizer uma coisa.

–Me avise quando tomar sua decisão, eu vou te apoiar em qualquer uma delas. - Saí da piscina, coloquei a camiseta e corri para o chuveiro.

Enquanto a água quente batia em minhas costas eu só conseguia chorar. Como ele tinha a coragem que eu nunca tive? Por que essa decisão agora e não antes de me conhecer? Será que ele tinha se decepcionado comigo? Decepção: Exatamente o que meus pais vão sentir quando descobrirem. Dane-se, eu nunca quis esse casamento de qualquer forma. Mas eu realmente achei que tinhamos algo, era como se desde o primeiro olhar no restaurante eu o tivesse aceitado como meu marido. Engano meu. Eu sou apenas um pedaço de carne que foi enviado para o abate, mas nunca foi abatido por estar ruim demais. Por que eu estava tão triste? Seria possível que eu tivesse desenvolvido sentimentos por ele em tão pouco tempo? Não. Ninguém se apaixona assim tão fácil. Mesmo que seja por um Deus grego de olhos verdes, gentil, que beija bem e sabe exatamente como te provocar.

Saí do banho e encontrei um vestido sobre a cama. Meus pais haviam chegado. Sequei o cabelo, me troquei e passei uma maquiagem leve antes de descer para a sala de jantar. Quando entrei, todos se levantaram. Miguel foi até mim e me abraçou de lado. Cumprimentei meus sogros e meus pais e me sentei no lugar que havia sido reservado para mim, ao lado de Miguel. O almoço estava correndo tranquilamente com os adultos falando sobre suas respectivas empresas e o mercado em geral. Eu estava distante e apenas assentia em alguns momentos quando Miguel sussurrou:

–Vamos sair daqui. Precisamos conversar.- Assenti. Pedimos licença e fomos para o jardim. Assim que chegamos ele voltou a falar. -Você está incrível, a não ser por esses olhos inchados. Quando você entrou naquela sala eu não sabia se te agarrava ou se te pegava no colo. O que foi que eu fiz? Eu sei que disse muitas coisas, mas achei que se sentisse da mesma forma sobre o casamento.

–Foram só muitas coisas para pensar de uma vez só. Eu vou ficar bem, não se preocupe. - Como ele conseguia ser tão gentil? Ele me abraçou brevemente.

–Eu não devia ter falado aquelas coisas. Não hoje e não daquela forma. Me desculpe. - Ele beijou minha bochecha.

–Foi importante você ter falado. Assim podemos pensar em um jeito de sair disso. - Me afastei. Se iríamos acabar com isso era melhor que eu não tivesse mais contato físico com ele.

–Eu não sei mais o que é certo e o que é errado. Não sei mais o que eu quero. Talvez nada esteja errado, mas eu queira liberdade de escolha. - Ele se aproximou e eu recuei. Até eu entender exatamente os meus sentimentos por ele eu não vou arriscar me apaixonar.

–Eu preciso ir, tenho aula amanhã.

–Seus pais não vão se importar se você ficar mais um pouco. - Ele se aproximou novamente e eu recuei.

–Mas eu vou. Eu não sabia que ficaria aqui durante todo o final de semana e tenho trabalho para entregar amanhã.

–Para. O que aconteceu, Milena? Num segundo você me beija e no outro foge. Eu não consigo entender.

–Até sabermos o que fazer acho melhor mantermos distância. - Ele pareceu desapontado.

–E se eu não quiser manter distância? - Ele se aproximou mais uma vez e eu recuei.

–É o melhor para nos dois. Se decidirmos que não vai dar certo ninguém sai machucado. - Respondi olhando para o chão.

–E se eu quiser sair machucado? - Ele deu mais um passo e eu não me movi.

–Eu não quero. -Continuei olhando para baixo.

–Tudo bem. Eu não vou te machucar. - Ele pegou meu queixo e me fez olhar para ele. - Na quarta-feira eu te pego depois da aula pra você passar o feriado aqui. Nossos pais estavam combinando enquanto você sonhava. Tchau, princesa. - Ele se virou e saiu andando.


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Notas finais do capítulo

eai... digam o que acharam.



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