Vidas Trocadas escrita por Ana


Capítulo 18
Capítulo 17.


Notas iniciais do capítulo

Gente, custei mas escrevi o capítulo rsrsrs. Espero que gostem, boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/524351/chapter/18

POV Liza

Tenho evitado Mike desde aquela hora, agora, estávamos todos nos preparando pra entrarmos no ônibus. Queria ligar para Mel, precisava falar com ela, eu não tinha o direito de ter feito aquilo com o namorado dela. Com certeza ela vai me odiar e querer sua vida de volta. Sem nem ao menos, descobrirmos o lance de nossos pais.

Chloe vinha até mim, com uma cara não muito boa.

— Como assim! Como assim, você brigou com o Mike? Mel, ele pode ser um dinossauro, mas é um pedaço de mal caminho! — Falava enquanto agitava as mãos, e entrava junto a mim, ao ônibus.

Nos sentamos junto, e só ai tive coragem de encara-la.

— Não brigamos. Tivemos uma conversa. E resolvemos dar um tempo. — Respondo, colocando a cabeça na janela.

— Oi? Você sabe que “tempo” na língua dos namorados é terminar, né? Ta louca Mel. Você não vive sem aquele banana, e não adianta falar que não se apaixona. Isso já ta velho. — Fala me olhando indignada.

— Chloe, por favor, cuide de sua vida. Cuide do seu namorinho com o professor, e me deixe em paz. — Peço, voltando a colocar a cabeça na janela. Fecho os olhos, e acabo pegando no sono.

* * *

Acordo com alguém me balançando. Percebo que se trata de Nina.

— Vem, chegamos. Você dormiu hem. — Fala, me ajudando a levantar.

Descemos do ônibus e já estávamos na escola. Devia ser umas 20:00 e vários pais estavam buscando seus filhos. Chloe se encontrava encostada na pilastra, provavelmente esperando seus pais.

— Ela ta brava? — Pergunto para Nina, que logo tratou de me responder.

— O que você acha Mel? Você ta diferente. Não é mais aquela Mel que conhecemos anos atrás. Não é aquela Mel que enfrenta os problemas de frente, e não ignorando. Você nunca demonstra fraqueza, e agora ta parecendo uma menininha de 15 anos. O que ta havendo com você? Todos percebemos. — Por um momento fico sem resposta, ela está certa. Eu não sou a Melody, nunca vou ser.

— Eu não queria que isso acontecesse, sério mesmo. Me desculpe se estou fazendo errado. — Respondo, recebendo um olhar incrédulo.

— A Melody Willson que eu conheço, nunca pede desculpas. — Fala, se afastando. Minha boca se abre em um perfeito “O”. Nunca imaginei que Mel tivessem amigos tão fieis que descobrissem quando algo estivesse errado. Sou tirada de meus pensamentos, com a buzina do carro de mamãe. Mas, claro, era Tony quem estava dirigindo. Vou até o carro, e me sento no banco da frente.

— Como foi o acampamento amorinha? — Pergunta com seu típico sorriso aconchegante.

— Briguei com Mike, não sei... Terminamos de uma maneira tão estranha, nos declarando. — Respondo indiferente, recebendo um olhar dele.

— Não reclamou do “amorinha”? Essa é novidade. — Fala, soltando uma risadinha.

Suspiro e observo a estrada. Talvez eu apenas esteja cansada de ser a Melody. É muito mais difícil do que pareceu, se não fôssemos tão diferentes.

Chegamos em menos de 20 minutos, e eu logo adentrei a casa. Resolvi perguntar pro mamãe.

— E mamãe? — Me viro para Tony, que já estava na porta.

— Está meditando. É melhor não incomoda-la. Sabe, como ela fica né? — Responde, indo direto pra cozinha.

Sim, eu sei, mas pela primeira vez vou tomar uma atitude digna de Melody. Paro em frente a porta branca, que dar acesso ao “canto de meditação” de mamãe. Penso em bater, mas isso iria irrita-la. Então, entro de surpresa mesmo.

Ela estava em um canto, olhando um álbum de fotos, que imediatamente reconheci como o meu álbum, de natal. Me lembro, de que quando tinha uns 4 anos, no natal, ele resolveu tirar várias fotos minhas, e coloca-las em clima de natal. Mas o que ta fazendo com ela?

— Mãe? — Chamo, a assustando, e fazendo-a fechar o álbum logo em seguida.

— O que você quer Melody? — Pergunta friamente.

— Saber que álbum é esse.

— Oras, é seu álbum. Não se lembra?

Como ela pode ter a cara de pau de mentir?

— Nossa, porque eu não lembro de ter feito um álbum de natal. — Falo, pegando o álbum de sua mão. Com certeza era o meu, ainda lembro da antiga decoração da casa.

— Você era muito pequena, não deve se lembrar. Agora, por que veio me encher o saco? Não deveria estar dormindo? Amanhã tem aula. — Pergunta, pegando novamente o álbum pra si.

— Olha, se fazendo de mãe responsável. Eu só vim, porque de certa forma senti saudades. Mas, pelo visto você prefere ser insensível como sempre. Boa noite mamãe. — Respondo saindo do quarto.

Entro em meu quarto, e já disco o número de Mel. Preciso conversar com ela, seriamente.

POV Mel

Sim, eu sobrevivi ao ataque de Lori. Pasamos o dia todo naquele inferno que ela chama de loja. Sério, não aguento isso não. Amanhã irei começar as aulas. Lindo! Só que não. Segundo Lori, terei aulas ás Segundas e Sextas. Perfeito! Nem aqui nem na China.

Se eu sobreviver as essas aulas frufru, Maias, podem vir. Aguento o fim do mundo.

Nunca imaginei que ter uma madrasta é tão insuportável. Sempre zoei as princesas da Disney, com suas madrastas. E agora, estou vivendo o inferno.

Mary consegue ser pior que minha mãe e o Capeta juntos. É, eu sei, impossível. Mas é a verdade. Dar vontade de dar umas voadoras naquela cara de panqueca amassada dela. E o pior de tudo, é que papai defende.

Estava em meu quarto, desenhando. Sim, eu desenho. Quando se é filha de uma estilista talentosa, e cresceu em meio a vários desenhos, é quase impossível não adquirir esse talento. Mas, só desenho quando estou realmente inspirada. Ou quando por um milagre de Deus, eu consigo um lugar calmo e silencioso para desenhar. Geralmente me expresso nos meus desenhos, é a forma que eu tenho de me comunicar, por mais que Chloe seja a única que já tenha visto algum desenho meu.

Meu celular toca, me tirando da concentração. Era Liza.

— Fala xerox mal feito. — Digo, assim que atendo.

— Mel, precisamos conversar. E não vai dar por telefone. — Falava apreensiva, parecia nervosa.

— O que? Não podemos nos encontrar. Podem nos ver.

— De noite? Num lugar reservado? Pense né Melody. Me encontre naquele mesmo café de antes, eu preciso conversar com você.

— Ok, já estou saindo. Só não seja retardada. Até daqui a pouco. — Acabo concordando, já que era melhor não discutir. Levanto, e pego alguma roupa. Prendo o cabelo e saio do quarto.

Papai estava cozinhando, sim, descobrir que papai cozinha. E muito bem, por sinal. Pena que não irei apreciar o jantar.

— Pai, Lori me chamou pra um café, estou indo. — Falo, enquanto passava pela cozinha.

— Ok querida, volte cedo, amanhã tem aula. — Avisa, e eu aceno com a mão. É tão simples conversar com ele. Pego o carro, e vou em direção ao tal café.

* * *

Liza, já estava sentada em uma das mesas. Parecia que estava em uma missão de espionagem, toda de preto, óculos escuro, chapéu e tudo. Meu deus.... Que exagero.

Vou até ela, e me sento em sua frente.

— Ta fugindo de quem? FBI? — Pergunto brincando. No fundo, estava feliz por ve-la novamente.

— Rá rá. Que engraçado. Vim previnida. — Responde séria demais. Ela estava estranha, nervosa talvez.

— O que foi? Quem morreu? — Pergunto, com o máximo de seriedade possível.

— Bom, primeiro: Preciso te contar uma coisa estranha que aconteceu com a mamãe. — Responde, me deixando curiosa, logo depois, ela começa a contar.

Não conseguia falar nada, só ficar de boca aberta. Como assim, minha mãe tem um álbum de fotos da Liza?

— Okay, isso foi estranho. — Falo bebendo mais um pouco de meu café.

— Muito estranho. E agora você deve investigar, e ver se papai tem algum seu. Eles podem saber das nossas existências, e se for isso, é mais grave do que pensamos. — Fala, pensativa e com jeito nerd de sempre.

— Então, era só isso? — Pergunto, já querendo sair dali logo.

Não sei por que, mas senti que ela hesitou por um momento.

— Ér.... Não... Eu não sei se devo te contar. — Responde, angustiada. Ergo as sobrancelhas confusa.

— Pode falar, eu não mordo não. O que você fez? Matou um cachorrinho?

— O Mike se declarou pra você, e eu terminei com ele.

Não tem palavra que descreva o que eu sentir nesse momento. Não sei se era raiva, ciumes, surpresa ou amor. Nunca imaginei que Mike sentia algo sério por mim. E quando finalmente ele fala, ela simplesmente termina com ele?

— O que? Por que? Eu só quero saber por que você terminou com ele, é inveja? É por que eu tenho alguém que goste de mim, e você fica no seu amor platônico? — Pergunto, visivelmente irritada.

Ela estava chorando, mas nem isso fazia minha raiva ir embora.

— Não... É por que, eu estou gostando dele. Essa semana foi incrível, eu tive o melhor namorado que poderia ter. E sim, eu me sinto horrível por está sentindo isso, por que eu sei que você gosta dele. Se faz de durona, mas você gosta dele. E sabe por que eu sei? Porque eu vivenciei isso. Porque eu estive na sua pele. E vi o quanto se amam. É impossível não se apaixonar quando convive com uma pessoa maravilhosa por 1 semana, 24 horas por dia. Quando beija aquela pessoa, e recebe toda a atenção. Me desculpe, eu realmente não queria.

Eu ouvia tudo indignada. Ela não tinha o direito de fazer isso comigo. Enxugo as lágrimas e me levanto.

— Então, você não aprendeu nada sendo eu. Eu não me faço de santa, eu não fujo das responsabilidades, eu não espero ser perdoada, e eu, principalmente, não peço desculpas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, meu Nyah finalmente voltou ao normal, antes era um custo pra colar o capítulo aqui. Beijos e até Domingo que vem!!