Matt Knight: A Volta do Esquecido escrita por Matheus Rabelo


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

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A casa em frente as do Knight, parecia de algum modo, distante. Talvez fosse por causa que Matt a encarava mas sem fixar ou prestar atenção. As coisas que sua mãe disse no dia anterior, ainda corriam em sua mente e se chocavam. Era tudo muito estranho, porém o mais estranho era ele acreditar nisso tudo, segundo seus pensamentos. Deixando de lado esses pensamentos por um instante, ele fixou na casa em frente. Havia moradores, constatou. A casa estava com as janelas abertas. Olhou para o portão da frente e um grande "C" tomava conta do meio, como o "K" em seu portão. A mansão parecia menor que a sua, mas isso não queria dizer que era menos luxuosa. Enquanto se fixava no portão, Matt se sobressaltou quando viu um cão da raça doberman, o encarando. Ele estava lá, sentado sem mover um músculo, olhando para cima o encarando. Matt o encarou também e por fim o cão saiu de suas vistas.
– Estranho...- ele murmurou.
Batidas na porta o tirou de seus pensamentos. Era sua mãe. Ele falou para ela entrar e ela se sentou no sofá de seu quarto.
– Como está, Matt?
– Depois de saber que minha mãe é um tipo de bruxa ou sei lá o que, e que provavelmente eu também sou e fora o resto daquilo tudo? Acho que estou levando bem.
– Sei que as coisas que eu te contei são inacreditáveis mas você precisa acreditar. Precisa acreditar que você é um Elementar, também.
Matt ficou em silêncio. Aquilo era demais pra ele. Sim, é incrível aquilo tudo, mas parecia que ele não vivia mais na Terra, o que ele não ficaria surpreso de saber, aliás, Misty nem estava no mapa.
– Quer ver algo legal?- a voz de Carolyn continha uma ansiedade, como se fosse uma criança.
– Claro.- Matt disse sem animação.
– Só quero avisar que não faço isso há um bom tempo, porque eu não podia mostrar meus poderes a ninguém.
Ela se dirigiu a janela e colocou a cabeça para fora. Matt se levantou para puxá- la, mas era tarde demais. Ela pulou. Matt em pânico foi até a janela e olhou para baixo, mas não via sua mãe.
– Olhe mais para cima, meu filho.
E lá estava ela. Sua mãe estava levitando um pouco a sua frente, tão delicadamente.
– Como fez isso?- então ele apressadamente se respondeu- Você é uma Escolhida do Ar.
– Quer vir, também?
– Não sei se é uma boa coisa.
– Ah, Matthew! Vamos lá! Venha!
Uma rajada de vento atingiu as costas de Matthew, fazendo- o cair pela janela. Quando abriu os olhos, estava em queda livre e o chão estava a poucos centímetros de sua face, então tudo parou. Ele estava deitado no ar e uma risada contagiante o alcançou.
– Se prepare agora!
Na mesma velocidade em que desceu, ele subiu. Ele ouvia o vento e a rapidez do movimento, fez seus cabelos agitarem e sua blusa subir, mostrando seu corpo magrelo.
– Mãe!- ele agora estava em frente a ela no ar, seus cabelos e de sua mãe, estavam levitando ao redor da cabeça deles, como se fosse estática- Pare com isso agora! Ou quer que seu filho fique pelado no ar?
Carolyn riu. Ela parecia uma criança que acabara de ouvir uma piada engraçada. Seu rosto estava radiante. Matt começou a pensar que nunca a vira assim, talvez, por ela ter parado de usar seus poderes por tanto tempo. Matt não se conteve e sorriu também.
– Podemos entrar no meu quarto, logo? Os vizinhos da frente podem achar estranho duas pessoas voando, sei lá, só acho.
Carolyn riu mais uma vez e conduziu os ventos a deixarem os dois dentro do quarto.
– Me desculpe, Matt. Eu só me animei agora, já faz um bom tempo que não voo.
Matt a encarou. Sua mãe parecia brilhar, estava tão feliz. Seus traços se acentuaram e seus cabelos estavam mais negros e sua pele clara mais viva. Ele sorriu mais uma vez. Talvez, ser um Elementar não fosse tão ruim quanto pensara.
– Sem problema, mãe. Enfim, por que veio aqui?
– Para fazer aquela demonstração - ela sorriu- e para ver qual elemento você controla.
– Como pode ter tanta certeza que sou um Elementar?- indagou Matt.
– Primeiramente, porque você é filho de dois Elementares e segundamente, um Elementar consegue sentir o outro, pelo menos um pouco.
Matt estava hesitando antes de perguntar:
– Como podemos ver qual elemento eu controlo?
– Simples. Eu trago uma fonte de cada elemento e você se concentra e vê qual você se encaixa mais. Geralmente, depois dos quinze anos, quando o Elementar vê seu elemento, ele consegue sentí- lo de uma maneira diferente.
Matt assentiu instigando Carolyn a continuar.
– Vou começar com o fogo.- ela pega um fósforo e acende- Agora foque no fogo com concentração.
Matt fixou o fogo. Seus olhos reluziam a luminosidade emitida. Mas ele não sentiu nada de diferente, apenas fez negação com a cabeça e sua mãe apagou o fogo.
– Água.- Matt não tinha percebido antes, mas sua mãe deixara um copo cheio de água em sua cômoda ali perto, então ela o pegou e deixou na frente do filho.
Ele fez a mesma coisa que antes, mas nada. E assim se prosseguiu, com a terra, ar, neve - que ninguém sabe como ela conseguiu- e eletricidade- o que foi fácil porque a casa toda tinha eletricidade, obviamente-.
– Bem, então não sou um Elementar.- Matt concluiu por si só.
– Ainda falta mais um. O psíquico.
– Como vamos fazer então?
– Matt, psíquico é a arte que muitos chamam de telecinese. Mas não é só isso. Dentro de psíquico, contém telecinese, telepatia e coisas relacionadas a mente e espírito. Não sabemos as limitações do psíquico, apenas coisas básicas, como ler pensamentos e mover coisas. Também já ouvi dizer que se é capaz de aprender algo simplesmente conectando duas mentes, mas por tempo limitado.
– Então para eu saber se fui escolhido por Psíquico, precisaria mover algo ou entrar na cabeça de alguém?
– Sim e eu sou esse alguém.
– Mas não seria perigoso? Eu poderia te machucar ou algo assim.
– Eu te controlo. Invadir cabeças humanas é mais fácil, mas as cabeças de Elementares produzem resistências. Cada Elemento protege a mente de seu Escolhido, de uma maneira.
– Entendi.
– Coloque suas mãos em minha cabeça.
Matt fez o que foi mandado a fazer. Suas mãos sentiram a textura do cabelo de sua mãe. Ele se concentrou e fechou os olhos. Algo estava acontecendo. Uma voz bem longe, como se ele estivesse falando com alguém do outro lado de um campo. Ele não entendia o que a voz dizia. Se concentrou mais e mais. Por fim ouviu algo, uma frase. "Você consegue Matt" era a voz de sua mãe, logo que ouviu isso ele largou a cabeça dela, assustado.
– Eu... Eu...- ele estava com a cabeça muito agitada- ouvi...
Um sorriso se estampou na face de sua mãe.
– Matthew Knight, você é um Elementar do Psíquico em mais de um século.
Matt não conseguia absorver as palavras ditas por sua mãe. Ele era um... Elementar, do Psíquico, ainda mais. Depois de um tempo, ele se recompôs e disse:
– E agora?
– Agora? Já te cadastrei na Academia Elementar e na escola local, você tem que controlar seus poderes, mas isso não quer dizer que deve parar seus estudos regulares.
– Ah, claro.
Matt logo ficou triste. Lugar novo. Escola, ou melhor, escolas novas. Pessoas novas. Ele já estava preparado para ser um vulto invisível nas escolas e tentar passar despercebido por todos, ele já era um profissional nisso, afinal de contas.
– Começam segunda- feira, ou seja, amanhã.
Ele assentiu. Daqui algumas horas, ele voltaria a sua vida normal, apesar de ter poderes, ser numa cidade nova e ter poderes, e sim, isso precisava ser dito duas vezes.
Naquela noite, sua mãe e ele se juntaram na sala de cinema e assistiram um filme. A mansão de primeira impressão era incrível, mas agora que estava morando lá, percebia que era muito grande só para duas pessoas, aquilo tornava mais assustador.

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Matthew não sabia o que esperar da escola nova da cidade. A escola se chamava Colégio Misty. Eram muitos jovens, o que fez Matt pensar que a cidade era maior do que parecia. Mais cedo, no café da manhã, ele havia perguntado a sua mãe se todos na cidade eram Elementares e ela disse que não, que a cidade só não estava no mapa porque era pequena demais e quase ninguém conhecia, bem era para os humanos acreditarem nisso, mas na verdade, também é por causa disso, mas também é por conta que a cidade é fonte de magia e não seria bom todos os humanos irem para Misty, então a cidade tem uma "auto camuflagem". Matt doeu a cabeça só de pensar nisso e tentar entender, mas basicamente, a cidade não estava no mapa porque era pequena e tinha uma auto camuflagem , mas todos que quisessem ir para Misty, poderia, mas era coisa rara.
A escola estava a sua frente. Ela era bonita. Era atrativa e em bom estado. Possuia cinco andares e uma piscina, campo de futebol e futebol americano, parecia que era possível fazer qualquer esporte ali, ou seja, a escola era enorme. Sua sala de aula era no terceiro andar e então ele se guiou para lá. Se sentou em uma mesa perto da janela, como de costume e esperou o professor chegar.
– Hey!- alguém cutucou Matt.
Ele estava assustado. Ele tinha em mente, ficar escondido e não ser notado, então como alguém poderia estar cutucando ele? Ele ignorou a primeira cutucada, então a pessoa insistiu mais e por fim ele se virou:
– Oi?- sua voz saiu rouca, então ele pigarreou.
– Você que se mudou para a mansão com o "K" na frente?- a pessoa era um garoto com cabelos ruivos da mesma idade que Matthew, possuia olhos azuis e tinha um corpo em forma.
– S-sim.- Matt se sentiu otário por gaguejar na frente daquele garoto e se xingou mentalmente.
– Sou Benjamin Campbell, moro na casa com o "C" em frente a sua, aliás o "C" é de Campbell.- ele sorriu. Ele parecia ser bem simpático.
– Matthew Knight.- Matt disse secamente, ele não queria mais conversar, queria se tornar invisível de novo.
– Imagino que o "K" seja de Knight, certo?- ele indagou da mesa de trás a da de Matt.
Ele assentiu.
– Ben! Guardou o meu lugar?- uma garota chegou na sala.
Ela era linda. Tinha cabelos ruivos da mesma tonalidade escura a da de Benjamin e olhos azuis, mas de tom diferente a dele.
– Sim, Gwen. Fique do meu lado.- a garota então se sentou a mesa do lado a da de Benjamin.
– Desculpe pela demora. Tive que resolver umas coisas na secretaria.
– Sem problema, prima.
A garota olhou Matt e em seguida, Benjamin disse:
– Essa é minha prima Gwendoline Campbell.
– Mas pode me chamar de Gwen.- ela disse.
– E esse, minha cara prima, é o nosso novo vizinho, Matthew Knight.
Os olhos dela bilharam de excitação.
– Ah sim! Claro! O novo herdeiro da mansão dos Knight.
– Sabe algo sobre a minha família?- Matt não queria continuar a conversa, mas queria saber algo de sua família e era estranho que até estranhos sabiam de sua família e ele não.
– Ah, bem pouco. Conheci a antiga moradora da casa e ela me disse que a mansão era da família Knight. Eu nunca conversei com ela, minha mãe- sua voz vacilou- que costumava conversar, mas eu lembro que ela me trouxe bolinhos um dia, e meus Deus- ela abriu as mãos - que bolinhos!
Matt forçou uma risada. Em seguida se virou para frente quando o professor chegou. Depois de aulas que foram legais- coisa rara em escolas- o sinal soou e ele saiu depressa para um lugar isolado e longe de todos. Ele andou pelo pátio da escola e encontrou um canto sozinho. Era perto da saída e tinha um banco com uma mesa, então ele foi pra lá, para fazer nada.
Matt não sabia o porque dele ser anti- social ou ser desse jeito, ele só se sentia mal por conversar com as pessoas, ele se comparava a outros garotos e via o quanto feio e estranho ele era. Idiotice? Ele sabia que era, mas um sentimento horrível o inundava, o mesmo sentimento que o invadiu quando viu Benjamin Campbell. Ele com certeza fazia sucesso com as garotas e isso o deprimia de certa forma, por não ser assim. Por não ser bom o suficiente para ter alguém.
– Ah! Ai está você! Meu Deus, garoto!- Gwen se sentou do seu lado esquerdo e Benjamin do outro- Você saiu que nem um vulto da sala e ninguém te viu! Por que está aqui sozinho? Ainda bem que te achamos.- ela tinha uma energia alta- Bem, nem conversamos direito, eu sei que você mudou para a mansão antes de ontem, mas acho que seria incoveniente eu ir lá, você deveria estar em ritmo de mudança e cansado, enfim. Quantos anos você tem?
– Quinze.- disse Matt encarando a mesa.
– Que demais! Eu e Ben temos quinze também. Somos primos e moramos juntos, minha mãe faleceu e os pais de Ben morreram sem nem mesmo conhecer ele direito, então meu pai nos cria juntos.
– Sinto muito- disse Matthew a Benjamin.
– Não precisa, cara. Nem conheci eles, então não tenho nenhum laço afetivo.- aquilo foi meio horrível de se dizer, mas Matt ficou calado.
Ficou um silêncio incômodo. "Droga, por que eles tinham que vir aqui?" Pensou, Matt. Então o sinal soou de novo e eles se dirigiram para a sala. Matt não repara muito em roupa, mas agora percebeu o que Gwen vestia, aliás, acho que todos percebiam. Era uma blusa laranja com brilhos em pontos estratégicos e uma calça preta com brilhos também e botas brancas com saltos até os joelhos. Ben vestia algo simples. Eles não pareceriam parentes se não fossem parecidos. O restante das aulas foram normais, exceto pelas tentativas de Gwen e Ben de puxar assunto, mas Matt se mantinha curto e seco.
O sinal soou indicando que as aulas haviam acabado.
"Ótimo", pensou Matt ironicamente "Mais uma escola agora".
Matthew se guiou pelo caminho que sua mãe havia lhe falado. Era perto de uma praça antiga da cidade. Aquela parte da cidade, não tinha moradores, exceto alguns Elementares. Então Matthew chegou a Academia Elementar, mas não pôde reparar muito na escola, porque uma voz o chamou atenção:
– Sabia que você era um Elementar!- e lá estavam Gwen e Ben.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler até o fim, deixe sua review!



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