At first sight escrita por BrunaBarenco


Capítulo 8
Capítulo 8: It Was Always You


Notas iniciais do capítulo

HELLO HELLO BABIES!
Começando toda carinhosa porque perdi o dia de postar. Ooops. Mas sério, meu final de semana foi uma loucura e eu estava meio para baixo etc etc (ninguém quer ouvir isso, né? hahaha). Além disso, odeio postar sem ter o próximo capítulo pronto mas é exatamente o que me obrigaram a fazer. Oh, well.
Título sugestivo, mas enfim. Pela primeira vez, acho, a música do título e o que os versos que eu coloquei foram os mesmos. Mentira, aconteceu isso no primeiro capítulo. ENJOY IT e vejo vocês nas notas finais se esse site me deixar postar!



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But now I realize, it was always you
Can't believe I couldn't not see it all this time

Dominique chamou um táxi. As amigas não iriam embora tão cedo. James devia estar cuidando de Jane bêbada, e não a largaria tão cedo. Ela bufou enquanto esperava. Tinha visto o carro de Victorie, mas sabia que ela estava ocupada e não iria embora também. Então, Dominique ligou para um táxi. Ela já tinha ultrapassado sua cota semanal de ser sociável. Queria ir para casa, e ler A Fúria dos Reis até dormir.

Graças a Deus, ou talvez o universo estivesse a favor dela uma vez na vida, a companhia tinha um táxi nas redondezas, que não demorou a chegar. Dominique mandou uma mensagem para as amigas e para a irmã, antes de seguir para casa. Parte dela se sentia estúpida. A outra usava um grande aviso em neon escrito “EU TE AVISEI”. Ela nunca mantinha as expectativas elevadas, e a única vez que fez isso na vida, olha onde tinha ido parar. Era claro que James escolheria Jane, assim que tivesse a chance. Dominique era uma distração, uma distração muito boa.

Ela balançou a cabeça, como se isso adiantasse para mudar seus pensamentos. Não, não seja boba, ela pensou. As frases giravam tão alto na sua cabeça que ela podia apostar que o taxista estava ouvindo. O pior de tudo era que Dominique queria muito que as expectativas tivessem sido verdadeiras. Droga. Aquilo devia ser a merda do amor à primeira vista.

Ela pulou para fora do veiculo assim que chegou a casa. Destrancou a porta o mais silenciosamente que podia, mas Louis ainda estava jogado no mesmo lugar da sala. Bill agora estava esparramado no sofá, e Fleur na cozinha.

–Nique? Achei que fosse demorar. - a mãe disse, ao vê-la parada na porta tirando o casaco. – Pensei que fosse sair com as meninas depois do filme.

Dominique se apoiou no corrimão na base da escada.

–Ah, eu saí. Só estou com dor de cabeça, por causa do 3D, sabe? Então preferi vir para casa. – mentiu. Dominique sabia muito bem que a mãe e Victorie adoravam dar conselhos, e no momento não queria ouvir nenhum.

Fleur chegou com um pote de pipoca e sentou-se ao lado do marido. Bill sorriu para Dominique.

–Então dispensa mais um filme, eu garanto.

Dominique forçou um sorriso sem graça.

–Outro dia, talvez.

Louis ergueu o olhar do tablet.

–Ótimo. Mais pipoca para mim.

–Louis!- ralhou Fleur. – Peça desculpas à sua irmã! Não quer tomar um remédio, filha? Para a dor?

–Não precisa mãe. Eu vou subir. Dormir resolve essa dor de cabeça. Já aconteceu antes. - Dominique começou a subir a escada arrastando a bolsa antes de gritar um “boa noite, família!”.

Ela trancou a porta do quarto, todos os pensamentos estúpidos em sua cabeça como flechas. Ela não iria chorar, porque isso seria ridículo, mas só porque alguém não chora não quer dizer que a tristeza não está ali. E estava. Uma pera latejante e quente contra o peito, uma enxurrada de “eu te avisei” surgidos ela não sabia de onde.

Com um último suspiro, Dominique se jogou na cama, fechando os olhos e tentando esquecer-se de tudo.

***

James correu para fora do quarto, percorrendo os labirintos que eram os corredores da casa da Chang. Um remix tocava alto, mas num volume relativamente normal. Ele ignorou os cumprimentos que recebeu pelo caminho, e os olhares indagadores das amigas de Jane. Ele não queria falar sobre aquilo. Era perturbadoramente o que ele sempre quis, até não querer mais.

–Ei, alguém viu a Dominique?- ele perguntou, se dirigindo a ninguém em particular.

Roxanne descruzou as pernas, se levantando.

–James, ela não te avisou? A Nique acabou de pegar um táxi, jurando que o 3D a tinha deixado com dor de cabeça. – a prima fez um gesto irritado. – Era algo importante?

–Hã... Não, não. – James mentiu, coçando a cabeça. – Eu só... Bem, eu vou para casa também. Pensei que talvez pudéssemos dividir um táxi ou qualquer coisa. Deixa para lá.

Fred estreitou os olhos, na direção de James, provavelmente tentando notar se alguma coisa estava errada.

–Cara, Jane está aqui. Sozinha. Você vai mesmo embora?

Aquela frase foi o suficiente para James se estressar. Era como se ele tivesse acionado um gatilho, e todos os momentos em que poderia ter tido raiva de Jane e não teve o atingiram como um raio. Então estava ficando irritado com ela agora, como se fosse ontem que ela tinha quebrado seus gizes de cera.

–Jane. – ele começou, passando a mão pelos cabelos. – Jane já está bêbada. Doidinha. Eu estou fora.

–Amanhã eu te ligo, Potter!- Fred gritou antes mesmo dele terminar de falar.

James saiu pisando forte, mas a tempo de escutar um pedaço da conversa que se seguiu, e imaginar a troca de olhares entre os amigos.

–O que aconteceu com ele?

–Finalmente caiu em si, talvez.

James pegou as chaves reservas do carro de Teddy, que sempre andavam com ele. Mandou uma mensagem para o amigo, decidido. A dose de coragem dele não iria durar muito. Nunca tinha durado, com Jane. Mas Dominique era completamente diferente, ele se lembrou. Era como se fosse natural qualquer interação que eles pudessem ter. James não precisou exatamente correr atrás dela. Talvez fosse o destino, ou qualquer dessas coisas que Lily Luna parecia fissurada.

Ele deu graças a Deus por ter sido capaz de recuperar o endereço de Dominique no GPS de Teddy. James dirigia, concentrado demais no que ia fazer, porém sem exatamente ter um plano em mente. Quando parou em frente à casa de Dominique, toda elegante em tons de branco e luzes acesas, James sentiu o coração parar ao sair do carro. O que ele estava fazendo? Não podia aparecer simplesmente ali, bater na porta e dizer “ei Sra. Delacour, eu acabei de descobrir que em vinte quatro horas me tornei um bobo apaixonado pela sua filha, que tal me deixar entrar para que eu e ela possamos conversar?”. Não era assim que funcionava.

Ele pegou o celular, girando o aparelho entre os dedos antes de respirar fundo uma, duas, três vezes e enfim digitar uma mensagem.

“Olhe para fora”

A resposta chegou rápido.

“Volte para a Jane, Potter.”

James quase riu. Consegui imaginar Dominique lançando seu olhar irritado e falando seu sobrenome. Tinha uma sonoridade muito peculiar, pendendo para o maravilhoso, quando ela dizia.

“Eu não quero a Jane. Por favor, Nique. Podemos conversar?”

Ele olhou para casa, vendo a luz do quarto de Dominique acender. Ela apareceu na janela, ainda usando a mesma roupa, mas com o cabelo preso numa trança comprida. Dominique estreitou os olhos e pareceu suspirar. Ela levou um dos dedos aos lábios, como se pedisse silencio. Pouco tempo depois, ela saia de um dos canteiros.

James piscou e Dominique revirou os olhos se aproximando. Ela queria ter forças para ignorar o garoto parado em frente a sua casa, com os braços cruzados sobre a camisa azul, mas era tudo filme dos anos 80 demais para simplesmente ignorar. Nique tinha total consciência de que a vida não era um filme, mas às vezes você não tem escolha, e o impulso fala mais alto que a razão.

–Você tem doze minutos. – disparou, antes mesmo de estarem cara a cara.

–De onde você veio?- James perguntou, parecendo um idiota.

Dominique revirou suas íris azuis de novo.

–Já ouviu falar em portas dos fundos? Está desperdiçando seu tempo, Potter.

Algo nele pareceu acordar quando ela falou “Potter”. De repente, James já estava com a postura ereta, passando as mãos pelos cabelos e abrindo a boca tentando falar. Dominique começou a bater o pé. É claro. Ele tinha que pagar o covarde, e assim como deve ter feito durante anos com a melhor amiga, não falaria nada relevante para ela.

–Eu... Eu não sou bom com essas coisas. Droga. Não funciona quando eu tenho um plano, e não funciona quando eu não tenho um plano. Dominique...

–Diga o que tiver que dizer. E faça meu tempo valer a pena. – ela soltou, de novo, e podia sentir a acidez na própria voz. Amaciou o tom. – James. – ela disse o nome dele, que piscou surpreso com a boca levemente aberta. – Fale. Eu sei que você consegue. O que quer que tenha vindo falar, fale. É a Dominique. Nada é demais para mim.

James conseguiu sorrir. Ele largava a festa, indo atrás dela e preparado para gritos e brigas e lá estava Dominique, como um anjo loiro, o incentivando a falar. A ansiedade dela era quase palpável, assim como o nervosismo dele.

–Eu não quero Jane. – James disse, de uma vez só. – Por muito tempo, eu quis. Mas, na outra noite, eu conheci uma garota que me fez repensar tudo. Às vezes, você só percebe que na verdade não quer o que achava que queria, quando finalmente tem a chance de ter aquilo que almejava. Eu sei que soa confuso. – ele riu sem graça. – Mas, Dominique... Enquanto Jane falava, eu percebi. Eu percebi que tinha misturado às coisas. Quer saber? Jane é uma idiota. E eu um maior ainda por ter passado tanto tempo ligado a ela. Ou por achar que ela se preocuparia com o “barulho”. Mas eu me preocupo. Eu escuto. O tempo todo. Mas por algum motivo, não consigo escutar quando estou com você, Nique. Eu sei que só te conheço às 24h, e isso é idiota. Só que quando você foi embora, eu senti minhas chances de ter um amor de verdade, de experimentar um tipo de felicidade de verdade, senti essas chances escorregarem por entre meus dedos. Então, por favor, me dê uma chance de ter isso tudo com você.

No silencio que se seguiu, James sentiu-se um idiota de novo. Dominique estava com os olhos pressionados, e permaneceu assim durante dolorosos segundos. Quando ela os abriu, seus olhos brilhavam.

–Eu escuto também. – ela disse, esforçando-se para manter a voz normal. – O barulho, sabe. Quando eu te encontrei, naquele beco... E nós começamos a conversar... Tudo que eu esperava era um amigo por uma noite. O que aconteceu isso foi uma surpresa. Uma das boas. Apesar de não ser meu tipo de atitude, eu te dou uma chance.

O sorriso no rosto de James era tão grande que Dominique pensou que fosse rasgar.

–Só não ferre com tudo.

–Nunca mais. – James disse, antes de pegar o rosto dela com as mãos e a beijar ali mesmo. Beijar Dominique era se jogar de um precipício, e cair para sempre sem direção, feliz pela sua escolha. Era a melhor sensação que ele já tinha experimentado.


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Notas finais do capítulo

ENTÃÃÕ? Eu também achei que fosse demorar mais para resolver os dois, mas o James e a Dominique criaram vida própria e fazem o que querem. Particularmente, gostei disso. Não parece ser muito do feitio dela enrolar as coisas. E o discurso do James? Possivelmente, o melhor discurso romântico que eu já escrevi, e nessa vida de fics eu posso ter escrito alguns. Por isso, acho que mereço muitos comentários e recomendações e favoritos... Vamos, gente!
Vou responder todos os comentários do capítulo passado, como sempre, assim que eu tiver tempo de reler cada um e poder responder algo digno. Enquanto isso, comentem mais! Quem sabe não ajuda com meu bloqueio em relação ao próximo capítulo?
xoxo
—Bruna



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