POV´S Clara

Eu nunca poderia imaginar que Marina faria aquilo, eu estava completamente surpresa e, por um momento, fiquei completamente sem reação. Até que ela aprofundou aquele beijo, mas eu não saberia retribuir, o meu choque era grande demais. Pude sentir que nossos coraçães batendo no mesmo ritmo, e preferi pensar que estava naquele estado pelo susto e não por qualquer outra coisa. Marina tinha lábios macios e um gosto diferente, era bom. Mas eu permaneci imóvel,até que ela separou nossos lábios, e com a testa colada a minha disse algo que me arrepiou e fez com quem meu coração quase pulasse para fora do meu corpo.

–Por você – Marina disse com disse com aquele olhar sedutor e, ao mesmo tempo, apreensivo.Eu permanecia sem reação, até aque percebi ela vir novamente em minha direção e foi ai que surtei.

– Empurrei Marina com força e apontnado meu dedo em sua direção comecei um discuro do qual não me orgulho – Nunca mais faça isso. Voce enlouqueceu, Marina? Que brincadeira idiota. Eu não gosto de nada disso.

–Mas, eu não estou brincando, talvez nunca tenha falado tão sério em toda minha vida. – ela me olhou assustada e parecia não entender o porque daquela minha reação.

– Você não sabe o que ta dizendo. O que é? Vai virar sapatão agora? – disse de forma irônica e agressiva ao mesmo tempo e pude notar no rosto dela uma expressão de dor e decepção- Ta querendo me arrastar junto de você pra essa sua sujeira? Sim. Porque isso é nojento, muito nojento. – Marina começou a chorar e por mais que percebesse que ela queria falar, eu continuava a falar, sem da espaço a ela – Já ta na hora mesmo de você aprender a fazer as coisas sem mim, você esta confundindo as coisas e eu não quero isso se repita, nunca mais!

POV´S Marina

Nem no meu pior pesadelo eu poderia imaginar a Clara sendo tão rude, muito menos comigo. Ela cuspia as palavras de dorma tão grosseira, me olhou com nojo e desprezo e senti que não poderia suportar mais aquilo.Eu não esperava que ela fosse me corresponder de imediato e dizer que também me amava, mas tinha esperanças que pelo menos ela entendesse o que eu sentia. Peguei minhas coisas e sem dizer nada ou olhar pra trás fui pra minha casa que ficava no mesmo condomínio dela.
Cheguei em casa ainda chorando e subi as escadas correndo, queria ficar sozinha, arrancar aquela dor do meu peito, eu sentia que poderia morrer a qualquer momento. Nunca havia sentindo tanta dor. Doía a alma, o corpo, a mente, o coração. Estava certo quem disse que as palavras doem mais do que um tapa na cara. Chorava sem parar, não conseguia acreditar que há minutos atrás eu pensei que depois de revelar a ela que estava completamente apaixonada, poderíamos ficar juntas e sermos felizes.
Essa foi, sem dúvidas, a maior decepção da minha vida.

POV´S Clara

Ver Marina saindo da minha casa daquele jeito me partiu o coração. Era a primeira vez que ela saia assim da minha casa, sem me da um beijo, um abraço, ou qualquer outra demonstração de carinho. Não pude conter as lágrimas e nem mesmo os pensamentos. Não sei porque agi daquela forma com ela. Na verdade eu sei, eu gostei daquele beijo, daquela declaração, mas eu não podia deixar aquilo acontecer de novo, de forma alguma, aquilo era estranho demais pra estar acontecendo comigo e eu não estava preparada.

Durante uma semana não nos vimos. Minha mãe não parava de perguntar o que estava acontecendo e porque Marina não havia me ligado mais ou ido nos visitar, e eu não sabia como responder. Me limitava a dizer que estava tudo bem e que ela apenas deveria esta ocupada preparando as coisas da sua viagem.

**

–Clara, anda logo, vamos nos despedir da Marina.

– Como nos depedir da Marina, por que?

– Ela adiantou a viagem, ela não te disse? O Diogo disse que em vinte minutos vão pro aeroporto, estou indo me despedir dela, vem comigo?

–Ah, ela me disse sim mãe, e já nos depedimos. Não acho que precisamos nos depedir de novo-pude sentir meus olhos lacrimejarem. Ela iria passar seis meses fora e nem sequer se despediu de mim-.

–Tudo bem Clara, não vou mais insistir com você, quando quiser me contar o que realmente esta acontecendo, eu irei te ouvir- minha mãe beijou minha testa e se retirou do meu quarto, foi quando sentir meu chão desabar e me desfiz em lágrimas-.

POV´S Marina

Eu me sentia uma covarde por estar fugindo de tudo daquela maneira. Mas, eu não iria suportar ter que escutar mais uma vez aquelas palavras da Clara, ou ve-la direcionar aquele olhar de nojo e repulsa mais uma vez em minha direção. Junto do meu pai, eu decidi que o melhor pra mim,seria adiantar a minha viagem em uma semana.
Desde a morte da minha mãe, meu pai se tornou um grande confidente, ele sempre me apoiou, me deu conselhos e me escutava, ele tentou dizer que a Clara deveria estar arrependida de tudo que fez e que só disse aquelas coisas pela surpresa que minha atitude lhe causou. Mas, eu não queria escutar e não concordava com isso. Eu pude perceber nos olhos dela o quanto todas aquelas palavras foram sinceras. E mesmo que ela estivesse realmente arrependida, uma semana era tempo suficiente para me pedir perdão, e ela não o fez.
Eu me despedi de todos e rumei ao aeroporto, passei em frente a casa de Clara e pude nota-la na varanda, com os olhos direcionados a mim, me limitei a virar as costas. Iria começar uma nova vida, e a Clara não faria parte dela.