Chegou algo, abri o envelope que era muito bonito, e li atenta as palavras ali pintadas, Yara e Alexander iam se casar! Como assim iam se casar? Como ela não me contou algo assim?

Eu já estava sentada e agradeci por isso porque com a surpresa eu teria caído, olhei os papéis espalhados pela mesa e o chão e o sofá, como Yara ia casar e sequer me contou do pedido, peguei meu celular e liguei para ela, odiava ter de ligar, saia muito caro.

– Como você vai casar? - ela deve ter afastado o celular.

– Oi, cunhada! - eu olhei a tela, tinha ligado para minha irmã, Alexander era quem me respondia.

Ao fundo eu ouvia Yara brigando com ele e passos corridos, até alguém tomar o celular, conversar algo em uma língua que eu não entendi nada. A voz da Yara e então ela me atendeu.

– Yeva? Ainda está ai?

– Estou sim - falei indo para a varanda - Agora, por favor, me explique o que é isso? Vai se casar e nem pensou em me contar?

– Surpresa - ela falou com a voz falhando.

– Por acaso você está grávida?

– Não! - ela gritou aguda - Claro que não. Ele fez o pedido nas férias - há quase dois meses - foi tudo muito lindo e vergonhoso porque eu não entendi o pedido e meio que o deixei falando sozinho, mas enfim, vai querer marcar uma reunião com ele para dizer que ele não pode me magoar?

– Por que eu faria isso?

– Fernando fez isso - quem é Fernando?

– Quem?

– Um dos caras da banda - ela falou rindo - Inclusive estou na casa dele agora - quem é esse cara que já se comporta como se fosse o pai da Yara?

– Quem é ele? Yara, quem é esse homem? Se ele te fizer alguma coisa eu juro que eu acabo com ele.

Uma risada.

– Não se preocupe, gêmea - olhei o telefone, que loucura era essa? - Não vou fazer nenhum mal a Yara, ela é como uma filha para mim. - ele riu - E sobre a ameaças direcionadas ao Alexander eu já fiz todas as possíveis.

– Ele falou que ia arrancar minhas partes se fizesse algo de ruim para sua irmã - ouvi o grito de Alexander o que me fez rir.

– Ta certo - falei - Posso falar com a Yara?

– ah, claro.

– Oi.

– Vi que já está bem protegida - ela confirmou - Então tudo bem e por sinal - ela ficou em silêncio - Ahm, nada.

– O que o que foi Yeva? - ela ficou preocupada e um silêncio reinou a suas costas.

– Eu consegui.

– O que você conseguiu?

– Ela decidiu? - JT gritou - Então, Vlad ou Richard, o que você decidiu?

– Não! - eu me espantei, Yara tomou o celular - Eu consegui.

– O quê?

– O livro, eu vou publicá-lo.

– O quê?

– Estou nas analises finais - eu ri - Vou mandar ao meu chefe para as últimas palavras dele e pronto.

– Yeva, isso é incrivel! Eu vou querer o primeiro a ser impresso, quero com dedicatória e uma marca de batom, quero com...

– Calma - eu ri.

– Ela já tem data? - era a voz dele ao fundo, Yara ficou em silêncio. - Oi, então, quando será o lançamento?

– Daqui algumas semanas - falei - Mas eu sei que starão em um tour.

– No Brasil - ele falou rindo - Eu vou.

– Voc... Você vai vir?

Abriram a porta do apartamento, Vladimir entrava carregando uma pizza, ele me olhou, eu acenei.

– Vou te esperar lá.

– Pode ter certeza.

– Yeva, terei que desligar. - nos despedimos.

Vladimir pegou o convite, leu e me olhou. Dei de ombros.

– Como vai a revisão?

– Boa - sentei no meu lugar de costume - Estou um pouco cansada, mas bem.

Ele me serviu um pedaço da pizza, encheu meu copo com o refrigerante, fazia tempo que eu não comia aquilo.

– É para quando? - ele perguntou olhando alguns papéis.

– Amanhã.

Ele riu.

Depois de comermos ele me ajudou a revisar, viramos a noite cansados, eu recebia algumas mensagens que respondia para poder distrair a mente. Quando temrinamos fui para a faculdade, o ajudei com alguns papéis para a ula que daria a atarde, então fui par ao trabalho e entreguei todos os papéis ao meu chefe, ele me analisava, não só a minha obra.

– Vou analisar e hoje a noite te mando alguma novidade.

Trabalhei editando alguns materiais que meu chefe confiou a mim. Me preparei para ir para casa, Vladimir dissera que me buscaria e daria uma carona até minha casa, o que eu aceitei.

Quando eu já me preparava para sair, fui chamada ao escritório.

– Isso está ótimo - ele falou - Vou mandar para os outros e iremos publicá-lo com certeza. Poderemos manter a data de lançamento - ele sorriu - É uma grande obra.

– Obrigada.

Entrei no carro em silêncio.

– Vamos comemorar - falei, Vladimir me olhou tentando entender - Ele elogiou, vamos comemorar, japonesa ou mexicana?

– Mexicana, você sabe disso - confirmei.

Escolhemos uma mesa, Vladimir pediu para tirarmos fotos, o que era muito raro de acontecer. Comemos até não aguentarmos mais, fomos para minha casa.

– Quer passar a noite aqui? - perguntei - Está tarde, e você parece cansado.

– Eu vou aceitar - ele espreguiçou.

Pedi para abrir o portão da garagem, afinal ainda tenho uma vaga. O esperei próximo das escadas, sonolentos subimos para o apartamento, peguei algumas roupas de cama e o mandei para o quarto da Yara.

"Aprovado!" enviei.

"Sério?"

"Sim!"

"Então pode separar minha cadeira, vou ficar com você desde o inicio"

"Certo"

Dormi.

No dia anterior do lançamento Vladimir me fez dormir na casa dele, disse que iria me levar no meu primeiro lançamento, e todas as suas redes sociais já anunciavam meu lançamento, e confirmavam que ele estaria lá, a gentileza de Vladimir nos últimos dias era impagavel.

Chegamos ao lugar, peguei um dos livros assinei e fiz o que minha irmã pediu. O guardei comigo.

– Antes que abram posso te pedir algo? - Vladimir pediu parando a minha frente com as mãos nas costas.

– Você assinaria esse livro para o seu fã número um? - eu o olhei, ele sorria e arrumava os óculos que não estavam tortos.

– Claro, meu fã número um.

– Então temos um problema - olhamos para quem falava e fazia vários gritos serem soltados pelas meninas - Porque eu sou o fã número um.

– E agora? - eu ri - Me dê isso aqui. - peguei o livro de Vladimir que encarava Citro.

"Para o melhor de todos, com amor, Yeva"

– E você me dê o seu - tomei o de Citro.

"Para meu fã número um da sua fã #1, com amor, Fã #1"

– Droga! Pensei que eu seria a primeira a pegar o autógrafo - Yara chegou correndo.

– Yara! - eu corri e pulei em seus ombros, ela me abraçou - Então fique sabendo que foi a primeira - entreguei o livro.

– O meu tem um beijo, muahaha - ela apontou para os dois - Os de vocês não têm, toma essa.

Abriram a sessão, eu fiquei sentada mais tempo sem fazer nada do que assinando livro, o que eu já esperava que fosse acontecer. Quando saímos, fui sequestrada pelos três que me carregaram até um hotel, lá algumas pessoas que não me eram estranhas, na verdade levei muito tempo para reconhecer quem eram, até associar com o teste de baterista de Yara e me tocar que era a banda de Citro. Eles estavam em uma mesa enorme, nos juntamos a eles, eram bem mais comportados do que a banda de Richard, na verdade, muito mais, até que começaram suas brincadeiras que eram bem mais controladas e não tinham ninguém como o JT no meio o que deixava as coisas desanimadas.

Ao final da noite recebi o telefone do meu chefe perguntando como tudo rinha sido, soltei vários agradecimentos, e ele comemorou comigo pelo telefone.

– Passa a noite aqui - Yara convidou.

– Por que você não vai lá para casa? - falei.

– Mas meu quarto deve estar uma bagunça.

– Na verdade não - Vladimir arrumou os óculos que não estavam tortos - E por sinal sua cama é muito boa.

– Ele dormiu lá? -Citro me olhou.

– Várias vezes - Vladimir falou e o encarou.

– Bum! Que comece a maratona ciúme - Pedro falou rindo.

– Assim como eu dormi na casa dele - falei chamando a atenção de Citro - Ele estava me ajudando com o trabalho e com o quarto livre eu não ia deixá-lo dormindo no sofá.

– Justo - Yara falou - Eu vou aceitar, voltar lá para casa será tão nostalgico.

– Eu sei. - falei sorrindo, olhei Vladimir - Nos dará carona?

– Claro - ele se levantou, despediu de todos.

Eu fiz o mesmo e o segui. Yara nos seguiu, entrei na frente junto de Vladimir, Yara nos observava.

Em casa, Yara correu até o quarto, preparei café para nós duas. Nos sentamos no sofá, ela ainda me analisava e eu percebia isso, seu olhar sobre mim era feroz.

– Você e o Citro têm algo? - ela perguntou.

– Não sei se algo - falei dando de ombros - Mas estamos conversando já faz um bom tempo.

– Então é você! - ela gritou me olhando espantada - Você é a secret girl dele, meu deus, como eu não suspeitei disso como eu não... Por que não me contou?

– Da mesma forma que não me contou do casamento - ela me olhou e riu.

– Tem razão - ela me olhou.

– Quero todos os detalhes, comece a falar agora.

E ela começou a me contar, dormimos pelo sofá.