E lá estava ela, do outro lado da rua eu a via sentada próximo ao vidro da cafeteria, usava uma boina, o cabelo jogado para um lado, um cachecol que quase cobria-lhe a boca, lá estava ela em sua mais belo forma, fazia tanto tempo que eu a vira que talvez eu estivesse confundindo e aquela deveria ser alguma modelo. Ela dava goles apressados, mas parecia distraida com algo na mesa.

Atravessei a rua escondendo meu rosto no cachecol o frio estava forte. A admirei por alguns instantes e resolvi entrar, empurrei a porta e o barulho do sino já fez a balconista me olhar, ela andou até mim com um guardanapo, eu a encarei, ela me esticou uma caneta e pediu autógrafo. Acenei e depois de assinar o papel, caminhei com as mãos nos bolsos ouvindo os comentários que tentavam ser discretos.

– Com licença - apoiei no ombro da moça - Esse lugar a sua frente está vazio? - ela me olhou tentando entender, seus olhos arregalaram por trás dos óculos.

– Ente-se, senhor - ela falou apontando com o copo o lugar a sua frente.

– Obrigado.

Sentei-me, ela chamou a menina que pedira o autografo, pediu o memso café que já tomava, pediu um cupcake para si e um sanduíche que eu tentei recusar, mas ela falou que nao estava oferecendo, estava me obrigando a experimentar.

Aceitei comer, depois da primeira mordida entendi porque ela me obrigava acomer.

Enquanto comiamos atualizavamos sobre nossas turnês, fiquei ouvindo as suas dificuldades dos últimos meses, disse que algumas contas tiveram de ser negociadas, ela me perguntava como tudo estava, como a banda estava, se as coisas tinham melhorado, contei a ela tudo o que achei que seria bom que ela soubesse, estavamos prestes a encontrar todos e talvez houvesse algo que Yara quisesse contar para a irmã e eu não queria quebrar isso.

– Você se sujou - falei pegando um guardanapo e me esticando para limpá-la, ela se curvou para me ajudar a limpá-la.

Eu segurei seu queixo, ela me olhou, nunca a tinha visto tão proximo, agora eu estava confuso, não sabia mais se seria bom tentar fazer o que eu pensava, ela parecia tão frágil tão... Eu a beijei, ela me olhava espantada.

Voltei a me sentar, eu sentia o gosto do café e o chocolate da cobertura do cupcake. Ela me olhava ou analisava, eu não tinha certeza sobre o que aquele olhar significava.

– Yeva? - olhamos para quem a chamou, o que ele fazia aqui? Tinha avisado a Yara que iria direto para a casa, o que fazia aqui?

– Oi - ela se levantou para cumprimentá-lo, ele me olhou e sorriu em cumprimento. Apertei sua mão, ele se sentou ao lado dela, onde estava sua namorada? Ele estava saindo com uma modelo, uma super-modelo, eu admito que era linda.

– Não esperava encontrar vocês dois aqui - ela falou.

– Você comentou que iria vir - eu falei - Pensei que poderiamos nos rever antes de tudo - ela sorriu para mim, sua perna bateu na minha, eu a olhei e sorri de volta.

– Lembrei que da última vez você disse que gostou desse lugar - ele falou - Talvez você estivesse aqui, e meu pensamento estava correto.

– Sou tão previsivel? - ela perguntou rindo - E como a Lana está? - eu a olhei, ela sabia?

Quem não sabia? Os dois são extremamente famosos, postavam fotos juntos, claro que ela sabia.

– Bem, deve estar chegando daqui algumas horas - ele me olhou e para o meu sanduiche, roubou um pedaço e nos olhou - E vocês dois, como estão?

– Bem - ela falou dando um gole no café, me olhou, percebi as maças de seu rosto corarem, o que me fez desviar o olhar.

– Bem - respondi e o olhei.

Ele ficou mais, porém as conversas não se desenvolveram, até Richard dizer que tinha de ir ao aeroporto buscar Lana. Yeva se despediu, e falou comigo que pediria a conta.

De fora da cafeteria ela se encolheu no cachecol, eu a analisava, tão linda o meu lado. Ela me olhou e me analisou, ficou de frente e olhou em meus olhos, eu a analisei por alguns segundos até ela ficar na ponta dos pés e me beijar, eu me afastei assustado, ela ficou normal e me olhou confusa, sorri para que ela entendesse que minha reação foi o susto, mas nada ruim. Me curvei sobre ela, e a beijei na testa primeiro, ela me olhou com seus grandes olhos de escritora, eu a beijei,e ela ficou na ponta dos pés, a puxei para perto.

– Temos de ir - ela falou - Está na hora do encontro dos padrinhos com as madrinhas - ela sorriu - Seremos eles, não é?

– Infelizmente - ela sorriu - Odeio casamentos. - ela levantou a mão.

– Somos dois - bati em sua mão.

– Yeva... - ela me olhou curiosa - Estou feliz que tenhamos nos encontrado.

Ela sorriu.

– Eu também... Também estou feliz, Citro.